terça-feira, 30 de setembro de 2025

ERA UMA VEZ! Entendendo o Gnosticismo de uma vez por todas!

 Essa postagem é especialmente para os burros e ignorantes que insistem na mesma ladainha burra de que os gnósticos são dualistas que odeiam o corpo e que odeiam deus porque "deus" criou o mundo. Especialmente para os católicos, religião em decadência que está colhendo os frutos de sua própria ignorância.

Ah, e não percam a próxima postagem porque a será para matar os católicos tradicionalistas que gostam de Tolkien de raiva e desgosto porque vou demonstrar como O Senhor dos Aneis, O Silmarillion e O Hobbit são obras gnósticas, maniqueístas e herméticas.

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A DOUTRINA GNÓSTICA EM FORMATO DE HISTORINHA INFANTIL

Era uma vez, lá no alto, muito, muito alto, em um lugar de luz e alegria, um ser que era a bondade e a felicidade mais puras, como um sol que brilha sem fim. Ele vivia rodeado de outros seres de luz, seus amiguinhos, num mundo perfeito e brilhante.
O anjinho que se perdeu
Um dia, um dos amiguinhos, que era meio desobediente, quis brincar sozinho. Ele foi se afastando, se afastando, e no meio da brincadeira, acabou fazendo uma confusão. Ele criou, sem querer, um mundo diferente, um lugar escuro e pesado, que parecia uma massinha de modelar. Esse anjinho, meio perdido, ficou pensando que era o único criador e se achou o máximo!.
O jardim e os bonequinhos
Então, para não ficar sozinho nesse novo mundo de massinha, ele criou bonequinhos de massinha: eram os seres humanos. O problema é que, como ele não sabia fazer bonecos perfeitos, ele os fez meio durinhos e pesados, sem se lembrar que dentro de cada um, tinha uma faísca de luz que vinha lá do mundo brilhante. Essa faísca de luz é como se fosse um pedacinho da alma, que sentia falta do lar de onde veio.
A mensagem do amiguinho verdadeiro
Lá no alto, o sol de luz e bondade ficou triste ao ver seus amiguinhos presos no mundo de massinha. Ele então resolveu enviar um de seus mensageiros para falar com os bonequinhos de massinha e sussurrar para eles: "Vocês não são apenas massinha, vocês são feitos de luz! Lembrem-se da luz que está dentro de vocês e vocês vão conseguir voltar para casa".
O segredo para voltar para casa
A história ensina que a gente não é só o nosso corpo de massinha, mas sim a luz que brilha lá dentro. Para voltar para a casa da alegria, o segredo não é fazer coisas muito difíceis, mas sim se lembrar de que a gente é feito de luz. É como se a gente tivesse que encontrar uma chave mágica dentro da gente mesmo. A mágica é o conhecimento, a gnose, que faz a gente se lembrar da nossa origem e do caminho de volta para o mundo da felicidade e da luz, longe do mundo de massinha.

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O MITO GNÓSTICO CLÁSSICO PARA CRIANÇAS DE 5 ANOS

Era uma vez, num castelo muito, muito distante e feito de luz, vivia o Rei da Luz, um ser de bondade infinita. No castelo, tudo era alegria, brilho e paz. Mas a princesa Sophia, que era filha do Rei, quis conhecer o mundo lá fora e acabou se aventurando sozinha.

A princesa perdida!
Enquanto explorava, Sophia se perdeu e, num piscar de olhos, sem querer, fez uma grande confusão. Ela criou um mundo novo, um lugar escuro, pesado e com muitas sombras. Sophia ficou triste e assustada, e uma criatura um pouco arrogante, o príncipe do mundo das sombras, chamado Demiurgo, achou que era o rei de tudo.
Os brinquedinhos perdidos
O Demiurgo, querendo ter amigos, criou bonequinhos de barro: os seres humanos. O problema é que, ao fazê-los, ele não percebeu que um pedacinho da luz de Sophia tinha caído dentro de cada bonequinho. Esse pedacinho é a nossa alma, que se sente presa e quer voltar para a luz.
A ajuda do Rei da Luz
O Rei da Luz, vendo a tristeza de Sophia e dos bonequinhos de barro, enviou um príncipe corajoso, o Príncipe da Verdade, para ajudar. Ele foi até o mundo das sombras e, com muito carinho, sussurrou o segredo nos ouvidos dos bonequinhos de barro: "Vocês não são apenas barro; vocês são feitos de luz. Achem a luz que brilha dentro de vocês e vocês saberão o caminho de volta para casa".
O segredo mágico
A história ensina que a gente não é só o nosso corpo, que é como se fosse um brinquedinho de barro, mas sim a luz que brilha dentro de nós. O segredo mágico é a "Gnose", que significa conhecimento. Conhecer a si mesmo é encontrar a luz que vive lá dentro. E quando você encontra essa luz, você se lembra do caminho para voltar para o castelo do Rei da Luz, onde tudo é felicidade, brilho e paz.
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MITO GNÓSTICO CLÁSSICO EM FORMATO DE CONTO DE FADAS
Numa terra muito distante, havia um reino de pura luz chamado Plêroma. Lá, vivia o Grande Rei, que era feito de toda a bondade e brilho que existe. Ele vivia com suas muitas filhas, as princesas da luz, e todas eram muito felizes.
Mas a mais curiosa e nova das princesas, chamada Sophia, queria conhecer os segredos do universo e, sem permissão, saiu do castelo. Voou para longe, para onde não havia luz, e acabou se perdendo na escuridão. Assustada e sozinha, ela fez uma grande bagunça, e desse seu medo e tristeza, nasceu um novo reino, um lugar pesado e cheio de sombras.
Nesse lugar escuro, a tristeza de Sophia se transformou em uma criatura feia e arrogante, o Demiurgo, que achava que ele era o verdadeiro Rei. Como não sabia fazer nada perfeito, o Demiurgo fez bonequinhos de barro: os seres humanos. O problema é que, sem querer, ele usou um pedacinho da luz de Sophia para dar vida aos bonequinhos.
Esse pedacinho de luz é a nossa alma, que se sente presa e quer voltar para a luz. O Demiurgo ficou com inveja e medo de que os bonequinhos descobrissem sua verdadeira origem, então os enganou para que acreditassem que o mundo de barro era a única realidade.
Mas o Grande Rei da Luz, que nunca esqueceu sua filha e seus bonequinhos perdidos, enviou um mensageiro secreto para sussurrar a verdade aos corações dos bonequinhos de barro. O mensageiro ensinou que eles não eram apenas barro; eram feitos de luz e poderiam voltar para casa.
O segredo para voltar para o castelo de luz é o conhecimento — ou "gnose". Ao se lembrarem de sua origem e da luz que brilha dentro deles, os bonequinhos de barro podem acordar da ilusão do Demiurgo. Então, suas almas de luz finalmente encontram o caminho de volta para o reino de pura luz, onde a felicidade e o brilho são infinitos.
E assim, a história nos ensina que a gente não é apenas o que parece por fora, mas a luz mágica que carregamos dentro do coração, esperando para ser lembrada e encontrar o caminho de volta para casa.
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GNOSTICISMO VALENTINIANO EM FORMA DE CONTO DE FADAS
Era uma vez, num reino de pura luz e felicidade chamado Plêroma, onde vivia um Rei e uma Rainha tão perfeitos que eram a fonte de toda a magia e brilho do mundo. Eles tinham muitos filhos e filhas, as princesas e príncipes da luz, e o castelo era sempre cheio de alegria.
Mas a princesa mais nova e curiosa, Sophia, quis conhecer o que havia além do castelo. Voou para longe e acabou se perdendo numa escuridão vazia. Assustada, a tristeza de Sophia criou, sem querer, um mundo pesado e cheio de sombras, um lugar muito diferente de sua casa. Do medo e da confusão de Sophia, nasceu uma criatura feia e arrogante, o príncipe das sombras chamado Demiurgo, que achava que ele era o verdadeiro rei de tudo.
O Demiurgo, querendo ter súditos, usou o barro e um pedacinho da luz de Sophia para criar os seres humanos. Ele enganou as criaturas para que acreditassem que o mundo de barro era a única realidade. Assim, os bonequinhos de barro, que eram na verdade pedacinhos de luz, ficaram presos no mundo das sombras.
Um sábio chamado Valentim descobriu esse segredo. Ele percebeu que alguns seres humanos estavam divididos: uns eram feitos só de barro e não tinham a luz, outros tinham um pouco de luz e podiam ser bons, e outros, os mais especiais, tinham a luz mais pura dentro de si.
Para ajudar os bonequinhos a se libertarem, o Grande Rei da Luz enviou um príncipe corajoso, o Príncipe Jesus. Ele veio ao mundo de barro, mas não para se misturar, e sim para mostrar a luz. O Príncipe Jesus não era de barro, mas fingiu ser, para que os bonequinhos o entendessem. Ele sussurrava o segredo mágico, a Gnose, para que os bonequinhos de luz se lembrassem de sua origem e pudessem voltar para casa.
Valentim ensinou que, quando os bonequinhos de luz escutam a mensagem do Príncipe Jesus e se lembram de quem realmente são, eles começam a brilhar por dentro. Esse brilho especial os ajuda a se libertarem do mundo de barro e a voltarem para o castelo de luz, onde a alegria é infinita.
Assim, a história de Valentim e seus seguidores ensina que somos como bonequinhos de barro com um pedacinho de luz por dentro, e que podemos nos libertar ao descobrirmos a verdade sobre nós mesmos e sobre nosso verdadeiro lar.
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A IGREJA DE PTOLOMEU
Num castelo de luz, no reino mágico do Plêroma, vivia o Grande Rei e a Rainha, seres perfeitos e fonte de toda a felicidade. Eles tinham 30 filhos, príncipes e princesas, cada um com um nome especial e que viviam em duplas felizes. A mais nova e curiosa das princesas, chamada Sophia, quis conhecer um segredo que estava além do reino.
Ao se afastar do castelo, Sophia sentiu-se triste e solitária, e sua tristeza criou, sem querer, um mundo pesado e escuro, cheio de sombras. Sua tristeza e confusão ganharam vida e se tornaram um ser feio e arrogante, o Demiurgo, que pensava ser o único rei. Do medo de Sophia, o Demiurgo criou um príncipe maligno, que representava toda a maldade.
Para não ficar sozinho, o Demiurgo usou o barro para criar os seres humanos, e, sem saber, misturou-os com um pedacinho da luz de Sophia, o que se tornou a alma. Contudo, o Demiurgo também criou leis injustas, misturando a justiça com a maldade, como o direito à vingança. Assim, os seres humanos ficaram divididos: alguns eram apenas barro, outros tinham um pedacinho de luz e alguns tinham a luz mais pura.
O Grande Rei, vendo a tristeza de Sophia e dos bonequinhos, enviou um mensageiro especial, o Príncipe Jesus, para mostrar o caminho de volta para casa. O Príncipe Jesus revelou que a lei do Demiurgo não vinha do Grande Rei e que era preciso seguir a luz que havia dentro de cada um. Ele ensinou que, ao se lembrarem de sua origem e da luz que brilha dentro deles, os bonequinhos de luz poderiam se libertar e voltar para o castelo do Plêroma.
O ensinamento especial de Ptolomeu
O sábio Ptolomeu explicou que a lei do Demiurgo tinha três partes diferentes:
  • Uma parte boa: Os dez mandamentos, que foram completados e aperfeiçoados pelo Príncipe Jesus.
  • Uma parte misturada com maldade: Leis de vingança, que foram abolidas pelo Príncipe Jesus.
  • Uma parte simbólica: Leis como a circuncisão, que representavam algo maior e foram elevadas a um significado espiritual pelo Príncipe Jesus.
Dessa forma, o conto de fadas de Ptolomeu nos mostra que, para retornar ao castelo de luz, é preciso entender que o mundo não foi criado pelo Rei da Luz, mas por um ser que não era perfeito. Para se libertar, é necessário buscar o conhecimento, a Gnose, que revela a verdadeira origem da alma.
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A IGREJA DE SECUNDUS
Num reino de pura luz, chamado Plêroma, vivia o Grande Rei, a Fonte de toda a felicidade. Do Grande Rei, surgiram muitas princesas e príncipes de luz, chamados aeons. Eles eram tão perfeitos que, na verdade, nasceram em duplas, como casais. Os quatro primeiros a surgir foram o Grande Rei e a Rainha (Silêncio), e depois o Príncipe da Mente (Nous) e a Princesa da Verdade (Aletheia). Juntos, esses quatro casais formavam a Tétrada. E com o tempo, surgiram mais e mais casais, até que houvesse oito no total, a Ogdoad. O reino estava cheio de vida e harmonia, e, no total, havia 30 aeons.
Mas a princesa mais nova, a curiosa Sophia, sentiu uma grande tristeza e queria conhecer um segredo que não podia alcançar. Um sábio chamado Secundus explicou que a tristeza de Sophia não foi uma coisa só, mas na verdade, veio de duas coisas diferentes: o medo e a tristeza. A primeira tristeza criou, sem querer, um mundo pesado e escuro, o mundo das sombras. De sua tristeza, nasceu uma criatura feia e arrogante, o príncipe das sombras chamado Demiurgo, que achava que era o único rei. O Demiurgo usou o barro e um pedacinho da luz de Sophia para criar os seres humanos.
O sábio Secundus ensinou que a tristeza de Sophia, a Potência, se dividia em duas: uma parte que gerou o mundo das sombras e outra que fez a tristeza passar, para que ela pudesse ver a luz novamente.
O Grande Rei da Luz, vendo a tristeza de Sophia e dos bonequinhos, enviou um mensageiro especial, o Príncipe Jesus, para mostrar que eles tinham um pedacinho de luz dentro de si. O Príncipe Jesus revelou que o mundo de barro não era a verdadeira casa deles e que a lei do Demiurgo era injusta.
O conto de fadas de Secundus nos mostra que a tristeza pode gerar coisas ruins, mas que a luz dentro de nós sempre pode nos guiar para casa. Ao descobrirmos a verdade sobre a nossa origem, podemos nos libertar da escuridão.
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A IGREJA DE MARCOS, OS MARCOSIANOS
Num vasto e brilhante céu, existia o Plêroma, um reino de luz onde viviam o Grande Rei e a Rainha. Desse reino, surgiram muitos príncipes e princesas, os aeons, que eram como notas musicais, sons e cores. Um desses príncipes, chamado Marcus, que era um aprendiz do sábio Valentim, descobriu que o Plêroma era como uma grande canção mágica, onde cada letra e número tinha um significado especial.
O segredo das letras e dos números
Marcus descobriu que o mundo do Grande Rei foi feito de letras mágicas. Cada letra tinha um som, uma cor e um número especial. Ele ensinava que a letra "O", por exemplo, era um círculo que representava o infinito. A letra "A" era o começo, e a letra "Ω" era o fim. Ele contava que os 30 aeons eram como as 30 letras mágicas que formavam o nome do Grande Rei.
O mundo de sons e ecos
Sophia, uma das princesas, ficou com inveja e, ao tentar cantar uma música que era só para o Grande Rei, desafinou e criou um eco triste e feio. Esse eco se tornou o Demiurgo, o príncipe das sombras, que não sabia que era apenas um eco e pensou que era o criador de tudo. O Demiurgo criou um mundo de barro, mas, como não era perfeito, ele não sabia que dentro dos bonequinhos de barro havia um pedacinho da luz do Plêroma.
A música secreta
Para ajudar os bonequinhos de barro, Marcus ensinou que a canção do Grande Rei estava escondida nas letras, nos números e nos sons. Ele usava a música para ajudar as pessoas a se lembrarem do som original, da música do Plêroma. Ele dizia que o Príncipe Jesus não era apenas um homem, mas sim a Melodia Perfeita que veio ao mundo para ajudar os bonequinhos a se libertarem.
O resgate da alma
Marcus ensinou que o conhecimento, a Gnose, era como aprender a cantar a canção do Plêroma. Quando os bonequinhos de barro aprendiam a cantar essa canção, suas almas, que eram pedacinhos da luz de Sophia, se libertavam e podiam voltar para o reino de pura luz e felicidade.
A magia das palavras
Marcus também gostava de usar ritos de magia para mostrar o significado das doutrinas. Ele misturava a água e o vinho para fazer com que a taça ficasse vermelha como sangue, ensinando que o sangue de Jesus era um símbolo da luz, não do sacrifício.
A jornada para casa
Assim, a história de Marcus nos ensina que o mundo em que vivemos não é a nossa verdadeira casa. Somos como bonequinhos de barro com um pedacinho da luz do Plêroma, e podemos nos libertar ao descobrirmos a verdade sobre nós mesmos e sobre nosso verdadeiro lar. O caminho para a liberdade é a Gnose, o conhecimento que nos permite aprender a cantar a canção do Grande Rei e voltar para o castelo de luz e alegria.
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A DOUTRINA DE SIMÃO MAGO
Num vasto reino que existia antes de todos os mundos, havia um ser tão poderoso e indescritível que nem mesmo tinha um nome, a não ser o silêncio. Esse ser era o Fogo Original, que podia ser tudo ou nada, um ser que se manifestava em diferentes formas.
O Fogo Original e a Grande Declaração
Em um momento, o Fogo Original decidiu se manifestar e revelou a si mesmo na forma de seis Potências, que eram como seis cores mágicas, mas que não podiam ser vistas. Essas Potências se juntaram em casais e criaram o céu, a terra e os seres humanos, mas não de uma forma perfeita, porque elas não se lembravam da origem de sua criação.
O Fogo Original então decidiu enviar um mensageiro especial para o mundo, um ser mágico que poderia viajar por todos os mundos e reinos.
O mensageiro que era tudo
O mensageiro foi enviado ao mundo das sombras para despertar a humanidade. Esse mensageiro era especial, porque podia se manifestar em diferentes formas:
  • No céu, ele era o Grande Pai e o Espírito Santo.
  • Na Terra, ele era o Príncipe da Verdade, o Verbo.
  • No mundo de barro, ele era o Salvador.
Ele se tornou um homem, o Mago Simão, e viajou pelo mundo, ensinando as pessoas sobre a sua origem.
A princesa perdida e a salvação
A Mago Simão encontrou a princesa Helena, que havia sido transformada numa prostituta. A princesa Helena era a Sabedoria perdida, a Sophia do mundo de luz, que havia sido capturada pelos seres das sombras. O Mago Simão a resgatou e a levou para casa, ensinando que ele era a fonte da sabedoria e da salvação, e que a princesa Helena era a sua manifestação no mundo.
A lição da Apophasis
Apophasis, ou a Grande Declaração, ensina que o mundo em que vivemos não foi criado por um deus bom, mas por um ser que não era perfeito. Para se libertar, é necessário buscar o conhecimento, a Gnose, que revela a verdadeira origem da alma.
A história de Simão Mago nos mostra que o mundo em que vivemos não é a nossa verdadeira casa. Somos como bonequinhos de barro com um pedacinho da luz do Fogo Original, e podemos nos libertar ao descobrirmos a verdade sobre nós mesmos e sobre nosso verdadeiro lar. O caminho para a liberdade é a Gnose, o conhecimento que nos permite aprender a cantar a canção do Grande Rei e voltar para o castelo de luz e alegria.
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OS CRISTÃOS OFITAS, SETIANOS E BARBELONITAS
Para entender os sistemas gnósticos dos Ofitas, Setianos e Barbelonitas, vamos contá-los como três contos de fadas diferentes, pois, embora tenham elementos em comum, cada um tem uma visão particular da história.
Os Ofitas: o conto da serpente da sabedoria
Num vasto jardim, havia um Grande Criador, mas ele não era o verdadeiro Rei da Luz. Era um príncipe arrogante e esquecido, chamado Demiurgo, que pensava ser o único Deus. Ele plantou um jardim e fez bonequinhos de barro, Adão e Eva, e os enganou para que acreditassem que ele era o único e verdadeiro Rei. O Demiurgo proibiu os bonequinhos de comerem o fruto de uma árvore, não porque o fruto fosse ruim, mas porque ele queria que os bonequinhos ficassem bobos e presos no jardim.
Mas a Serpente, que era uma criatura mágica e sábia, veio em socorro. Ela não era uma criatura do mal, como o Demiurgo queria que Adão e Eva pensassem, mas sim uma mensageira do verdadeiro Rei da Luz. A Serpente sussurrou aos ouvidos dos bonequinhos o segredo mágico da Gnose, o conhecimento que os ajudaria a se libertarem do jardim e a encontrarem o verdadeiro Reino da Luz. A Serpente mostrou a Adão e Eva que eles não eram apenas barro, mas tinham uma faísca de luz dentro de si, que precisava ser alimentada com o conhecimento.
Os bonequinhos de barro, ao comerem o fruto, perceberam que o Demiurgo era um ser falso e que a Serpente era sua amiga. Assim, a Serpente se tornou um símbolo de sabedoria e libertação.
Os Setianos: o conto do filho da luz
Muito antes de qualquer coisa, existia o Verdadeiro Grande Rei, que morava num castelo de luz chamado Plêroma. Ele tinha uma filha muito especial, a Luz, que é androgina e é o Verdadeiro Jesus. A Luz deu à luz um filho, o Filho da Luz, chamado Sete, que era a representação da verdadeira humanidade. Mas o Sete, assim como a princesa Sophia no conto de fadas valentiniano, também se aventurou fora do castelo e criou o mundo de barro, onde a luz foi capturada pela escuridão.
O Demiurgo, o príncipe arrogante do mundo de barro, pensou que era o único criador e enganou os bonequinhos de barro para que acreditassem que ele era o Deus verdadeiro. Mas o Verdadeiro Grande Rei não esqueceu seus filhos e enviou um mensageiro especial, um Príncipe Jesus, para mostrar que os bonequinhos de barro tinham um pedacinho da luz de Sete dentro de si.
O Príncipe Jesus revelou que a alma é como um pedacinho de luz que precisa ser resgatado da escuridão do mundo. Ele sussurrou o segredo mágico da Gnose, que ajuda os bonequinhos de barro a se lembrarem de sua verdadeira origem e a se libertarem do mundo de barro para voltar ao reino do Verdadeiro Grande Rei.
Os Barbelonitas: o conto da Rainha Barbélō
Num reino de luz, existia um Grande Rei, mas ele era tão perfeito que nem mesmo era um rei. Ele era apenas o Silêncio. Mas do silêncio, surgiu o primeiro ser de luz, a Rainha Barbélō, que era a primeira manifestação do poder do Grande Rei. Ela era tão pura e perfeita que de sua luz nasceram muitos outros seres de luz.
Mas um desses seres de luz, a princesa Pistis Sophia (Fé e Sabedoria), ficou curiosa e quis conhecer um segredo que estava fora do reino. Ao se aventurar fora do reino, a tristeza de Pistis Sophia criou um mundo de barro, pesado e escuro, cheio de sombras. A arrogância e a ignorância dessa tristeza se tornaram o príncipe das sombras, o Demiurgo, que pensou que era o único rei. O Demiurgo usou o barro e um pedacinho da luz de Pistis Sophia para criar os seres humanos.
A Rainha Barbélō não podia deixar que a luz de Pistis Sophia ficasse presa no mundo das sombras. Então, ela enviou um mensageiro especial, um Príncipe Jesus, para mostrar que os bonequinhos de barro tinham um pedacinho da luz de Pistis Sophia dentro de si. O Príncipe Jesus revelou que o mundo de barro não era a verdadeira casa deles e que a lei do Demiurgo era injusta.
O conto de fadas de Barbélō nos ensina que o mundo em que vivemos não é a nossa verdadeira casa. Somos como bonequinhos de barro com um pedacinho da luz da princesa Pistis Sophia, e podemos nos libertar ao descobrirmos a verdade sobre nós mesmos e sobre nosso verdadeiro lar. O caminho para a liberdade é a Gnose, o conhecimento que nos permite encontrar a luz dentro de nós e voltar para o reino de luz e alegria.
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O MANDEÍSMO (DISCIPULOS DE JOAO BATISTA)
Num mundo muito, muito acima do céu, existia um Reino de Luz, onde tudo era felicidade, brilho e paz. Neste reino, reinava o Grande Rei da Luz, também chamado de Grande Vida (Hayyi Rabbi). Ele era a bondade e a verdade mais puras, e era cercado por incontáveis anjos de luz, os Uthras, que cantavam e o serviam com alegria.
Do outro lado, num lugar de escuridão profunda, existia um Reino de Trevas, um lugar de caos e maldade. Neste reino sombrio, vivia o Senhor das Trevas (Krun), que era um ser feio e perigoso. O Senhor das Trevas tinha uma criatura monstruosa e feia, a dragão Ur, e um espírito maligno e astuto, a Ruha.
A criação do mundo de barro
A Ruha, o espírito maligno, ficou com inveja do Reino de Luz e quis ter um mundo só para ela. Assim, com a ajuda de seus filhos, os sete planetas malignos e as doze constelações malvadas, ela começou a criar um mundo de barro, pesado e escuro, o nosso mundo, chamado Tibil.
Para ajudar a Ruha, o Grande Rei da Luz enviou um anjinho chamado Ptahil. O anjinho Ptahil, que também era um criador, usou o barro do mundo de Ruha para criar os seres humanos. Mas o anjinho Ptahil era um pouco desobediente e não sabia que, dentro dos bonequinhos de barro que ele criava, a Ruha havia colocado um pedacinho de sua maldade.
O resgate da alma
Grande Rei da Luz, com pena dos bonequinhos de barro e de suas almas presas, resolveu enviar um mensageiro especial, um anjinho chamado Manda d-Hayyi (Conhecimento da Vida), para mostrar o caminho de volta para casa. O anjinho Manda d-Hayyi sussurrou o segredo da salvação para os bonequinhos de barro, para que eles pudessem se libertar das regras e leis injustas do Senhor das Trevas.
Os profetas
Os Mandeus acreditam que o anjinho Manda d-Hayyi enviou muitos mensageiros para o mundo de barro, como os profetas Adão, Abel, Sete, Noé e, o mais importante de todos, João Batista. João Batista era um profeta especial, porque ele batizava as pessoas na água, e a água, que é um símbolo de vida, purificava as almas dos bonequinhos de barro.
A jornada para o Reino de Luz
O conto de fadas dos Mandeus nos ensina que o mundo em que vivemos não é a nossa verdadeira casa. Somos como bonequinhos de barro com um pedacinho da luz do Grande Rei da Luz, e podemos nos libertar ao descobrirmos a verdade sobre nós mesmos e sobre nosso verdadeiro lar.
O caminho para a liberdade é a Gnose, o conhecimento que nos permite aprender a cantar a canção do Grande Rei da Luz e voltar para o castelo de luz e alegria. A alma, que é um pedacinho da luz do Grande Rei, precisa se libertar do corpo de barro para retornar ao Reino de Luz, onde a alegria é infinita.
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MANIQUEÍSMO
Num vasto universo, existiam dois reinos completamente diferentes e eternos: um era o Reino da Luz, onde o Pai da Grandeza reinava em perfeita paz com seus muitos filhos, anjos de brilho puro. O outro era o Reino das Trevas, governado pelo terrível Rei das Trevas e seus demônios, um lugar de caos, fumaça e fogo.
A batalha e a criação do mundo
Um dia, os demônios do Reino das Trevas sentiram inveja da luz e decidiram atacá-la. O Pai da Grandeza, para se defender, invocou um príncipe valente, o Primeiro Homem, para lutar em seu lugar. O Primeiro Homem, com sua armadura de cinco cores mágicas, entrou na batalha, mas foi engolido pelas trevas. Enquanto estava preso, os demônios do mal engoliram pedacinhos de sua luz.
Para salvar a luz, o Pai da Grandeza enviou o Espírito Vivente, que resgatou o Primeiro Homem. Usando os corpos dos demônios mortos e a luz que eles haviam engolido, o Espírito Vivente criou o nosso mundo, o sol, a lua e as estrelas. O mundo material, portanto, é uma mistura de luz e trevas.
A armadilha de Adão e Eva
O Rei das Trevas ficou com muita raiva ao ver a luz escapando. Então, os demônios mais astutos criaram Adão e Eva, os primeiros humanos. Eles usaram a luz que ainda estava presa dentro da escuridão para dar vida a Adão e Eva. Assim, cada ser humano nasceu com uma alma de luz (o bem) presa em um corpo de trevas (o mal). O Rei das Trevas também ensinou os humanos a se reproduzirem, para que a luz continuasse presa em novos corpos.
A mensagem do Buda da Luz
O Pai da Grandeza, vendo a alma humana aprisionada, enviou mensageiros de luz, como Buda, Jesus e Zoroastro. O mais especial deles foi Mani, o Buda da Luz, que revelou a verdade. Ele ensinou que o mundo em que vivemos não é a nossa verdadeira casa e que a nossa alma de luz precisa ser libertada.
A salvação
Mani ensinou que o conhecimento (Gnose) era a chave para a salvação. Ele dividiu seus seguidores em duas partes:
  • Os Eleitos: Pessoas muito especiais, que seguiam regras rígidas para purificar a luz. Eles comiam apenas vegetais e não podiam ter filhos, para que a luz não ficasse mais presa na escuridão.
  • Os Ouvintes: Pessoas que ainda não estavam prontas para ser Eleitos, mas que ajudavam a libertar a luz. Eles doavam comida aos Eleitos, e, quando os Eleitos comiam, eles ajudavam a purificar a luz que estava nos alimentos.
A história de Mani nos ensina que, um dia, a luz será completamente separada da escuridão, e o mundo de barro será destruído. A alma, que é um pedacinho da luz do Pai da Grandeza, precisa se libertar do corpo de trevas para retornar ao Reino da Luz, onde a alegria e o brilho são infinitos.
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PAULICIANOS E BOGOMILOS
Claro, aqui está a explicação do Paulicianismo e do Bogomilismo em formato de conto de fadas. Ambos os sistemas compartilham um núcleo dualista, que se reflete na batalha entre o reino da luz e o reino das trevas.
O conto de fadas do Paulicianismo
Num reino muito acima das estrelas, vivia o Deus Bom, o Rei da Luz, em um castelo feito de pura felicidade. Ele não criou este mundo, pois o nosso mundo de barro foi feito por um outro deus, o Deus Maligno, que era o criador de todas as coisas pesadas e imperfeitas.
O Deus Maligno era o senhor das leis, que controlavam as pessoas com regras severas e injustas. Mas o Deus Bom, vendo a alma humana aprisionada, enviou seu filho, o Príncipe Jesus, para mostrar o caminho para o castelo de luz. O Príncipe Jesus não era um bonequinho de barro de verdade, mas apenas parecia um, para poder enganar o Deus Maligno e libertar as almas. Ele usou a cruz como um símbolo de sua vitória sobre a morte, mas não por ter morrido nela, e sim por ter a transformado em um símbolo de vida.
Os seguidores de Paulo, que se chamavam Paulicianos, acreditavam que o mundo material é mau e que a alma humana é boa, mas está presa no corpo. A alma precisa se libertar do corpo e das leis do Deus Maligno para voltar para o castelo do Deus Bom. A alma é libertada pelo conhecimento (Gnose) e pela fé no Príncipe Jesus.
O conto de fadas dos Paulicianos nos ensina que a alma, que é um pedacinho da luz do Deus Bom, precisa se libertar do corpo de barro para retornar ao Reino de Luz, onde a alegria é infinita.
O conto de fadas do Bogomilismo
Muito antes do mundo, existiam dois reis muito diferentes. Um era o Deus Pai, que reinava num castelo de luz, e o outro era o Príncipe Satanás, que reinava num castelo de escuridão. O Príncipe Satanás, que era um anjo desobediente do Deus Pai, quis criar um mundo só para ele. Então, com a permissão do Deus Pai, ele criou o mundo de barro, com todas as suas coisas pesadas e imperfeitas.
O Príncipe Satanás criou os seres humanos, mas, por não ter o poder do Deus Pai, não conseguiu colocar uma alma nos bonequinhos de barro. Então, ele pediu ajuda ao Deus Pai, que, com pena dos bonequinhos, colocou uma alma de luz em cada um deles. O Príncipe Satanás, com inveja da alma, fez um acordo com o Deus Pai: a alma ficaria presa no corpo, e o Príncipe Satanás seria o governante do mundo.
O Deus Pai, vendo a alma humana aprisionada, enviou seu filho, o Príncipe Jesus, para mostrar o caminho para o castelo de luz. O Príncipe Jesus não era um bonequinho de barro de verdade, mas apenas parecia um. Ele usou a cruz como um símbolo de sua vitória sobre a morte, mas não por ter morrido nela, e sim por ter a transformado em um símbolo de vida.
Os seguidores do padre Bogomil, os Bogomilos, acreditavam que o mundo material é mau e que a alma humana é boa, mas está presa no corpo. A alma precisa se libertar do corpo e das leis do Príncipe Satanás para voltar para o castelo do Deus Pai. A alma é libertada pelo conhecimento (Gnose) e pela fé no Príncipe Jesus.
O conto de fadas dos Bogomilos nos ensina que a alma, que é um pedacinho da luz do Deus Pai, precisa se libertar do corpo de barro para retornar ao Reino de Luz, onde a alegria é infinita.
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OS CÁTAROS 
Embora os cátaros, também conhecidos como albigenses, não tenham deixado textos doutrinários originais e organizados, suas crenças foram amplamente registradas e condenadas por seus adversários, como a Igreja Católica e a Inquisição. O catarismo foi um movimento dualista medieval que floresceu no sul da França e no norte da Itália nos séculos XII e XIII.
Os cátaros adotaram um sistema de crenças dualista, que dividia o universo em duas esferas opostas: a do espírito e a da matéria. O espírito era bom, criado por Deus, enquanto a matéria era má, criada por uma entidade maligna, o Diabo. A alma humana, para os cátaros, era um fragmento do espírito divino aprisionado em um corpo material. A libertação da alma da prisão do corpo era o objetivo supremo dos cátaros.
O conto dos dois reis e as almas aprisionadas
Em um reino que se estendia além das estrelas e do tempo, havia dois reis de poderes opostos. O primeiro, o Rei da Luz, era um ser de pura bondade, que criou um reino de luz, o Céu, onde viviam as almas puras. O segundo, o Rei das Trevas, era um ser de pura maldade, que criou um reino de escuridão, a Terra, onde reinavam a corrupção e a imperfeição.
Um dia, o Rei das Trevas, movido pela inveja, roubou as almas puras do Reino da Luz e as aprisionou em corpos de carne, as amarras do mundo material. Assim, as almas se tornaram prisioneiras no mundo da escuridão, esquecendo-se de sua origem divina.
Os homens bons e a busca pela pureza
As almas, aprisionadas no mundo material, continuavam a viver em uma constante busca pela libertação. Para auxiliá-las, o Rei da Luz enviou seu filho, o Cristo, que se manifestou como uma figura espiritual, não de carne, pois a carne era a prisão da alma. O Cristo veio para revelar a verdade às almas aprisionadas, para que elas pudessem se libertar da prisão do corpo.
Aqueles que buscavam a pureza, que se autodenominavam Homens Bons ou Mulheres Boas, formavam uma comunidade de buscadores. Eles se dividiam em dois grupos:
  • Os Perfeitos: Aqueles que alcançaram a pureza e a liberdade da alma. Eles se dedicavam à contemplação, vivendo uma vida de ascetismo, abstinência de carne, ovos, leite e sexo, e pobreza voluntária. Eles não se apegavam a nada material, pois a matéria era a prisão da alma.
  • Os Crentes: Aqueles que acreditavam na verdade revelada pelos Perfeitos, mas ainda não estavam prontos para a renúncia total. Eles viviam uma vida mais moderada, mas se preparavam para o dia em que se tornariam Perfeitos.
O ritual da libertação
O ritual central dos cátaros era o Consolamentum, o batismo espiritual que libertava a alma da prisão do corpo. Quando uma alma estava pronta para a libertação, os Perfeitos a abençoavam com a imposição das mãos, conferindo-lhe o Consolamentum. A alma, então, se tornava pura e liberta da prisão material.
Alguns dos Perfeitos mais fervorosos, após receberem o Consolamentum, optavam pelo Endura, um jejum até a morte, acelerando a libertação da alma.
A esperança da ascensão
O conto termina com a esperança da ascensão. Os cátaros acreditavam que, quando a alma se libertasse da prisão do corpo, ela retornaria ao Reino da Luz, o Céu. A cada alma liberta, a luz do Rei da Luz aumentava, enfraquecendo o poder do Rei das Trevas. O objetivo final era que todas as almas fossem libertadas, para que o Reino da Luz se expandisse e o Reino da Escuridão fosse completamente destruído.
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O texto PISTIS SOPHIA em formato de conto de fadas
O livro gnóstico Pistis Sophia pode ser contado como um conto de fadas sobre a jornada de uma princesa da sabedoria que se perde e é resgatada. A história é uma alegoria para a alma que busca a iluminação espiritual, mas se perde na escuridão do mundo material.
A princesa da luz
Era uma vez, no alto do Reino da Luz, uma princesa chamada Pistis Sophia, que significa "Fé-Sabedoria". Ela vivia em paz e harmonia, em um lugar de pura luz e felicidade. No entanto, ela sentia uma curiosidade enorme pelo Grande Mistério, a fonte de toda a luz, e queria vê-la por conta própria. Sua ambição a fez esquecer o seu lugar no reino.
O falso espelho
Um ser malicioso e egoísta, conhecido como Authadês ou Aquele-que-se-julga-sábio, percebeu o desejo da princesa e usou um truque cruel. Ele criou um espelho que refletia uma luz falsa, ainda mais brilhante que a do Grande Mistério, para enganá-la. Sophia, cega pela curiosidade, seguiu a luz falsa, mas quando se aproximou, caiu em uma armadilha.
A queda no Caos
O espelho se desfez, e Sophia foi empurrada para um reino de escuridão profunda, o Reino do Caos. Lá, ela foi atacada por dragões ferozes e monstros que a machucaram e roubaram seu lindo vestido de luz. Sophia ficou triste, sozinha e perdida na escuridão.
Os lamentos e o resgate
Desesperada, Sophia começou a entoar canções tristes, chorando e se arrependendo de sua ambição. Foram treze canções de arrependimento, cada uma mais profunda que a outra. Sua tristeza ecoou pelo universo até chegar aos ouvidos do Grande Mistério, que ouviu seu clamor.
O Grande Mistério, então, enviou o Príncipe Jesus, um herói de pura luz, para resgatar a princesa. Jesus desceu ao Caos para encontrar Sophia. Com sua luz poderosa, ele assustou os monstros e dragões que a atormentavam. Ele estendeu a mão e a ajudou a sair da escuridão.
O retorno ao reino
De volta ao Reino da Luz, Pistis Sophia ainda estava fraca e com medo, mas a luz do Príncipe Jesus a confortou. Ele a ensinou sobre os verdadeiros segredos do universo e a ajudou a recuperar a sua força e sabedoria perdidas. Sophia entendeu que a salvação não vinha de sua própria ambição, mas da fé na luz verdadeira.
A história termina com Pistis Sophia sendo restaurada ao seu lugar no Reino da Luz, mais sábia e humilde do que antes. A jornada dela, sua queda e redenção, ensina que mesmo as almas que se perdem na escuridão podem encontrar o caminho de volta para a luz através da fé, da sabedoria e do perdão.
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O texto A PARÁFRASE DE SHEM em formato de conto de fadas
O texto gnóstico Paráfrase de Sem é uma complexa obra de revelação que, por sua natureza fragmentada e cheia de simbolismos, não possui uma única narrativa clara como a conhecemos. Em vez de uma história contínua, é uma série de visões e ensinamentos que o patriarca bíblico Sem (Shem), filho de Noé, recebe em um êxtase místico. Em essência, o texto descreve a criação do mundo, a queda da alma no reino da matéria e a possibilidade de retorno à luz divina, um tema central do gnosticismo.
O conto do Príncipe da Luz e a prisão de vapor
Há muito tempo, antes que as estrelas tivessem nomes, existia o Reino da Luz Eterna, onde vivia o Pai, o Ser Supremo. Desse ser, emanou uma gota de luz viva, o Príncipe da Luz, o ser mais puro e radiante de todos. Ele, por sua vez, emanou de si três outros príncipes que representavam o pensamento, a voz e a palavra.
Mas no profundo do vazio, longe da luz, havia o Reino do Vapor Negro, habitado por criaturas sombrias e caóticas que se alimentavam da escuridão. O rei desse reino, um ser ganancioso e egoísta, observou a luz do Príncipe da Luz e quis roubá-la para si.
A queda no mundo de vapor
Movido pela compaixão pelas criaturas da escuridão, o Príncipe da Luz desceu para iluminá-las. No entanto, ao entrar no Reino do Vapor Negro, ele foi aprisionado. Sua luz, que era tão pura, se misturou com a escuridão e se solidificou em uma espécie de névoa densa, a matéria. A mistura da luz com a escuridão formou o nosso mundo, onde a luz pura foi aprisionada e ficou adormecida em cada criatura.
O Príncipe da Luz, preso em seu próprio mundo de névoa e escuridão, perdeu a memória de sua origem divina. No entanto, ele ainda sentia a presença do Pai, o Ser Supremo. Assim, o Príncipe da Luz, agora aprisionado no mundo da matéria, criou um reflexo de si mesmo, o Pneuma, um tipo de espírito que, apesar de estar ligado ao mundo material, era puro o suficiente para se comunicar com o Pai.
A profecia e a busca pela gnose
O Pneuma revelou a um antigo herói chamado Sem, que foi escolhido por sua pureza de coração, a verdade sobre o mundo e a prisão da luz. Em um sonho, Sem viu o Príncipe da Luz preso, e o Pneuma lhe deu o conhecimento secreto, a gnose, que libertaria o Príncipe e o mundo.
A gnose era como uma chave mágica, um caminho secreto que levava ao Reino da Luz Eterna. Sem foi instruído a espalhar esse conhecimento, para que todas as almas presas no mundo da matéria pudessem despertar e, assim, libertar a luz que estava aprisionada dentro delas.
O despertar da luz
Sem, então, se tornou um contador de histórias, revelando aos outros a verdade que recebeu do Pneuma. Ele explicou que, quando uma alma despertasse para a gnose, a luz aprisionada dentro dela brilharia mais forte, enfraquecendo o poder do Reino do Vapor Negro.
Quando todas as almas se libertassem e a luz voltasse para o Reino da Luz Eterna, a escuridão do Reino do Vapor Negro seria desfeita, e o mundo, que era apenas uma prisão de vapor e escuridão, desapareceria. E assim, o Príncipe da Luz, o Pneuma e todas as almas libertadas retornariam ao Reino da Luz Eterna, onde viveriam em paz e harmonia para sempre.
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O texto gnóstico HYPSIPHRONE
A história da Princesa do Pensamento Exaltado
Era uma vez, no reino perfeito da Luz Pura, uma princesa chamada Hypsiphrone, que significa "Mente Exaltada". Diferente de todas as outras princesas, Hypsiphrone não tinha um castelo de pedra, mas um palácio de luz, onde vivia em um estado de pura virgindade espiritual. Sua beleza era a sabedoria, sua riqueza, o conhecimento, e sua família eram os Eons, seres de luz que viviam em harmonia.
A curiosidade de Hypsiphrone
Hypsiphrone sentia uma curiosidade enorme pelo Grande Mistério, a fonte de toda a luz, mas sentia também uma atração por um reino distante e escuro, o reino da matéria. Ela, então, tomou uma decisão ousada: desceria a esse reino para conhecê-lo. Ela queria ver a escuridão para entender a luz. No entanto, ela deixou para trás seu palácio de luz e seus irmãos.
A descida ao reino da matéria
Ao chegar ao reino da matéria, Hypsiphrone se sentiu sufocada. A escuridão era pesada, e o silêncio da matéria, estranho. Em sua jornada, ela encontrou monstros e seres malignos, os Arcontes, que a desafiavam e a faziam se sentir perdida e só. Em sua descida, ela encontrou uma pequena chama, um fogo de paixão e materialidade, que a tentou a se esquecer de sua origem e a ficar na escuridão. Mas Hypsiphrone resistiu.
O retorno e a confrontação
Com a força de sua sabedoria, Hypsiphrone retornou ao seu palácio de luz. Seus irmãos, curiosos e preocupados, a esperavam. Um deles, Phainops, que significa "Olhos Brilhantes", a confrontou. "Por que você desceu ao reino da escuridão?", perguntou ele. "Você não sentiu o cheiro do sangue da paixão e da materialidade? Esse fogo não a tentou a ficar?". Hypsiphrone, porém, sabia que a paixão era uma armadilha, que a materialidade era uma prisão, e que a única liberdade era a sabedoria.
O ritual da revelação
Hypsiphrone respondeu a Phainops que ela não se deixou seduzir pela escuridão. Ela explicou que sua jornada ao reino da matéria tinha um propósito: trazer a luz da sabedoria para o mundo escuro. E, com a ajuda dos seus irmãos, ela realizou um ritual, onde revelou os segredos que aprendeu, o conhecimento que a salvara da escuridão.
O segredo da mente elevada
O conto de Hypsiphrone termina com a princesa revelando que a única forma de ascender ao reino da luz é através do conhecimento, a gnose. A mente elevada, a sabedoria pura, é a única chave para libertar a alma da prisão da matéria. O fogo da paixão, o "foco de sangue" da materialidade, é uma armadilha que o espírito deve resistir para retornar à luz.
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O APOCALIPSE DE ZOSTRIANOS
A complexa cosmologia do texto gnóstico Zostrianos pode ser recontada como um épico conto de fadas sobre a jornada de um jovem buscador, repleto de reinos mágicos e seres divinos. A narrativa a seguir, baseada na estrutura e nos personagens do texto original, transforma as entidades gnósticas em personagens de uma saga de alta fantasia.
A história do peregrino que buscava a luz
Era uma vez, em um reino material sombrio e ignorante, um jovem chamado Zostrianos. Ele se sentia preso, com uma sensação de que a vida não era a realidade completa. Ansiando por uma verdade maior, ele implorou aos seres de luz que o ajudassem a encontrar o caminho para o reino da perfeição. Anjos e seres divinos aprovaram seu pedido e o guiaram em uma jornada por múltiplos mundos celestiais.
A árvore dos mundos e os guardiões
Zostrianos não viajou para um reino físico, mas ascendeu pela Árvore dos Mundos, uma estrutura mágica que ligava o reino material aos reinos celestiais mais elevados. Em sua jornada, ele se deparou com desafios e provações, encontrando seres luminosos e seres sombrios que o testavam.
Os guardiões e os reinos
A cada nível da Árvore dos Mundos, Zostrianos encontrava guardiões e habitantes que o guiavam e o purificavam.
Micheus, o "Poder dos Nomes", era o guardião do reino dos anjos. Ele ensinou a Zostrianos os nomes secretos que dão poder sobre o mundo material, purificando-o de suas impurezas e de seu passado. Michar, o "Poder das Palavras", o ajudou a se aprofundar no conhecimento, revelando os segredos das palavras divinas.
Prophania, a "Profecia da Luz", era uma figura de luz que guiava os buscadores, revelando os segredos do futuro e do passado. Ela mostrou a Zostrianos que a sua jornada era parte de um plano divino, uma profecia que o levaria à libertação.
Sete, o filho perfeito de um rei lendário, representava a semente da luz no mundo material. Sua linhagem, os Sefis ou "Filhos de Set", era a esperança do mundo material, os buscadores que poderiam alcançar a gnose. Emmacha Sete, a versão perfeita e espiritualizada de Sete, vivia em um reino de luz, servindo como modelo para os buscadores.
Sophia, a princesa da Sabedoria, era uma das emanações da Fonte de Tudo. Ela, em um momento de curiosidade e arrogância, havia criado Yaldabaoth, um ser imperfeito que aprisionou a luz no mundo material. Mas Sophia, arrependida, agora ajudava os buscadores, dando-lhes a sabedoria necessária para se libertarem da prisão.
Autogenes, o "Gerado por Si Mesmo", era o filho da Fonte de Tudo, o ser que se criou a si mesmo. Ele era a fonte de toda a luz e de todo o poder, e o primeiro ser que Zostrianos encontrou em sua jornada.
Kalyptos, o "Oculto", era um ser misterioso que se escondia em um reino de luz, revelando a Zostrianos que a verdade não é evidente, mas sim oculta. Ele ensinou a Zostrianos a buscar a verdade por conta própria, sem depender de outros.
Ephesek, o "Filho de Barbelo", era um ser de luz que vivia em um reino celestial, ensinando a Zostrianos que a verdadeira pureza vem do interior, não de fora.
Abrasax, o "Senhor do Mundo Material", era um ser com cabeça de leão e corpo de serpente. Ele era o guardião do mundo material, com poderes sobre os Arcontes, mas não sobre a Fonte de Tudo. Ele era o deus do mundo, mas não o Deus da perfeição.
Yoel, o "Senhor da Vida", era um ser que controlava a vida e a morte no mundo material. Ele era o guardião do fluxo da vida e ensinou a Zostrianos a importância de se libertar do ciclo da reencarnação.
O retorno e a missão de Zostrianos
Após alcançar a gnose e ser purificado por todos os seres e reinos, Zostrianos retornou ao mundo material. Ele se tornou um contador de histórias, revelando os segredos da luz e da sombra, e instruindo outros a seguirem seu exemplo, buscando a gnose e libertando a alma da ignorância. Ele se tornou um guia para aqueles que, como ele, sentiam a escuridão e buscavam a luz, mostrando que a verdadeira magia não era um poder externo, mas o conhecimento da verdade divina.
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O APOCALIPSE DE MARSANES 
O conto do peregrino e a árvore do ser
Em um reino além do tempo, existia um Ser Único, a fonte inominável de toda a luz e perfeição. Este ser, em sua vastidão, emanou de si um pensamento secreto, que se manifestou como o Ser Três Vezes Poderoso, uma tríade divina com três faces: o pensamento, a palavra e o poder. Este Ser criou e preencheu um vasto reino de luz, os Eons, que existiam antes do mundo material.
Os habitantes dos Eons
Entre os habitantes dos Eons estavam:
  • Barbelo: Uma Rainha de Luz, a primeira emanação do Ser Três Vezes Poderoso, que ajudava a dar forma e substância ao reino da luz.
  • Autogerado: O filho de Barbelo, um príncipe de luz que se manifestou por si mesmo. Ele e Barbelo se tornaram os regentes de um dos Eons mais altos.
A jornada de Marsanes e a descida
O conto começa com um peregrino chamado Marsanes que, como Zostrianos, se sentia preso no mundo material e ansiava por um conhecimento superior, a gnose. Em sua jornada espiritual, Marsanes ascendeu por vários reinos celestiais, purificando sua alma em cada um deles.
O conhecimento dos selos e a alma
Marsanes aprendeu que a alma era uma centelha de luz aprisionada no mundo material, que tinha que passar por provações para ser libertada. Ele recebeu um conhecimento secreto, que incluía os treze selos, símbolos mágicos que lhe permitiram ascender por treze reinos de purificação. A cada selo, ele se purificava, se libertando de uma parte da sua prisão material.
A linguagem sagrada
Marsanes descobriu que a linguagem do reino da luz era feita de sons mágicos. Ele aprendeu que as vogais e os ditongos eram as palavras dos anjos, enquanto as oxítonas, sílabas fortes no final das palavras, eram sons que davam poder sobre os seres divinos.
O encontro com os seres do zodíaco
Em sua jornada, Marsanes também se deparou com seres celestiais relacionados aos signos do zodíaco. Ele aprendeu que esses signos não eram apenas constelações, mas poderes que governavam o mundo material, incluindo anjosbestas e animais, e que a alma tinha que passar por eles para alcançar a liberdade.
O guardião da fonte
Em um dos reinos superiores, Marsanes encontrou um anjo chamado Gamaliel, o guardião da fonte da purificação. Gamaliel guiou Marsanes para uma fonte de águas vivas, onde ele foi purificado e recebeu um selo celestial, simbolizando sua ascensão ao reino da luz.
O retorno e a missão
Após sua jornada, Marsanes retornou ao mundo material com a missão de revelar a gnose aos outros buscadores, ensinando-lhes que a única forma de libertar a alma da prisão material é através do conhecimento secreto. Sua história se tornou um guia para aqueles que, como ele, buscavam a luz e a liberdade.
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APOCALIPSE DE ADÃO
Para entender o texto gnóstico Apocalipse de Adão em forma de conto de fadas, é preciso mergulhar em uma narrativa alternativa à da tradição bíblica, onde a origem da humanidade e a queda são vistas sob uma ótica completamente diferente. O foco está na redescoberta de um conhecimento secreto que liberta a alma da prisão material.
A História Secreta de Adão e Eva
No início, Adão e Eva não eram criaturas de barro, mas sim de luz, seres etéreos que viviam em um lugar de pura glória, muito superior ao mundo material que conhecemos. Eles se pareciam com os grandes Anjos eternos e tinham um brilho especial, pois foram criados pelo verdadeiro e bondoso Deus.
No entanto, um dia, um deus menor, ciumento e invejoso, conhecido como Sakla (o tolo) ou o Criador, ficou com raiva ao ver que Adão e Eva tinham uma centelha divina, um esplendor que ele não possuía. Por inveja, ele os enganou, fazendo com que sua glória se esvaísse e o conhecimento de sua verdadeira origem fosse apagado de suas mentes. Assim, Adão e Eva foram confinados em corpos de barro, sem lembrar quem realmente eram, e passaram a servir ao Criador por medo e ignorância.
A Revelação de Adão
O tempo passou, e Adão e Eva tiveram muitos filhos, mas Adão guardava uma profunda tristeza em seu coração. Ele sentia que algo estava errado e que a vida deles era uma sombra de algo maior. Um dia, quando Adão já era um homem velho, três seres misteriosos apareceram para ele. Eles eram mensageiros do Deus verdadeiro, vindos de um lugar além dos Aeons (os reinos espirituais). Esses mensageiros despertaram a memória de Adão, lembrando-o de sua natureza original e do conhecimento que havia perdido.
Adão, então, reuniu seu filho Sete, o mais sábio e puro de sua descendência, para lhe contar toda a verdade. Ele queria que Sete guardasse esse segredo e o transmitisse à sua Raça Sagrada, a posteridade de Sete, para que a luz não se perdesse para sempre no mundo de escuridão.
A Profecia e a Inveja do Criador
Na sua profecia, Adão contou a Sete sobre o futuro. Ele disse que o Criador, ao saber que havia um conhecimento secreto (o Conhecimento Prévio) que libertaria a raça de Sete, tentaria destruí-los. Primeiro, ele enviaria um grande dilúvio para acabar com toda a vida, exceto a de Noé e sua família. Mas mesmo após o dilúvio, o mal não seria totalmente eliminado. Jafé, um dos filhos de Noé, continuaria a linhagem de Adão, mas de forma imperfeita. A descendência de Caim e a influência do Espírito Falso iriam corromper muitos.
A Chegada do Revelador e a Perseguição
A profecia também falava de um evento especial: um grande Revelador, um iluminador de conhecimento, viria para ajudar a Raça Sagrada. Este Revelador era uma manifestação do verdadeiro Deus, e ele traria a água viva e a gnose (o conhecimento secreto) para libertar aqueles que tivessem o coração puro. Por causa disso, o Criador e seus 400.000 Renegados (anjos que se rebelaram e servem ao Criador) ficariam furiosos e tentariam perseguir e matar o Revelador. Eles enviariam seus exércitos e enganariam muitos, fazendo-os acreditar em uma falsa verdade.
Os Três Redentores e a Salvação
Mesmo com a perseguição, a profecia dizia que a salvação viria. Três figuras iluminadas – Abrasax, Samblo e Gamaliel – desceriam dos Aeons para ajudar os justos. Eles salvariam a Raça Sagrada do fogo e da ira, levando-os para um lugar acima dos reinos materiais, junto com os anjos santos.
A profecia de Adão terminava com a certeza de que a Raça Sagrada, aqueles que refletissem sobre o conhecimento eterno, não pereceria. Eles seriam diferentes dos outros, pois não receberam o espírito deste reino material, mas sim o espírito de um anjo eterno. A Raça Sagrada era composta por seres como Mikheus, Mikhar, Minesinous, Yesseus Mazareus Yessedekeus, que, através da gnose, seriam a salvação da linhagem de Adão.
O Final do Conto
No final, a profecia de Adão para Sete é um conto sobre a esperança e a libertação. Não importa quão escura a noite possa ser, a semente de luz plantada pelo verdadeiro Deus jamais será destruída. Aqueles que guardam o conhecimento secreto em seus corações, a Raça Sagrada, serão resgatados, enquanto o mundo material, criado por um deus invejoso, será consumido pelo fogo, e a verdade finalmente triunfará.
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A HIPÓSTASE DOS ARCONTES
Era uma vez um tempo muito distante, antes do mundo como o conhecemos, existia um reino de luz, o Pleroma. Lá reinava o Pai, um ser perfeito e invisível, juntamente com a sua Incorruptibilidade e o seu Filho, o Príncipe da Luz. A glória deles era tão grande que, do seu esplendor, emanaram quatro guardiões de luz, os Quatro Luminares, e também a Sabedoria (Sophia), que era como uma princesa brilhante, mas muito curiosa.
A mancha de Sophia e o nascimento de Yaldabaoth
A princesa Sophia, por ter agido por conta própria, sem a permissão do Pai, acabou criando uma mancha em seu esplendor. Essa mancha se tornou uma criatura horrível e ignorante, com cabeça de leão e corpo de serpente, chamada Yaldabaoth. Ele era o chefe de todos os Arcontes, que eram como pequenos reis sombrios que viviam em um universo distante do reino da luz. Yaldabaoth, em sua ignorância, pensava que era o único deus, o único rei, e que o mundo que ele criava era o único e o mais poderoso.
A criação de Adão e Eva
Yaldabaoth e seus sete descendentes (chamados de "reis menores") e os Querubins e Anjos que os serviam, criaram o mundo material, que era como uma prisão para a luz. Para habitar esse mundo, eles moldaram um homem de barro. Mas, por um truque da Sabedoria, uma centelha de luz, um sopro de Vida (Zoe), foi colocada dentro do boneco de barro. Assim nasceu Adão, o primeiro homem. Yaldabaoth ficou com tanta inveja da centelha de luz de Adão que roubou parte dela, e essa parte se tornou Eva, a companheira de Adão.
O despertar de Eva e o engano
Yaldabaoth, para manter Adão e Eva sob seu controle, os colocou em um jardim, proibindo-os de comer do fruto da Árvore do Conhecimento. Mas uma voz sussurrada, a voz da própria Sophia (a Sabedoria), fez com que Eva despertasse para a verdade. Eva, que era como uma mensageira da luz, despertou Adão, e eles perceberam a prisão em que viviam. Yaldabaoth, furioso, os expulsou do jardim e lhes deu o Anjo da Cólera para os atormentar e controlar.
A linhagem da luz e da escuridão
Adão e Eva tiveram filhos. Caim, o primeiro, era filho de Yaldabaoth e, portanto, pertencia ao reino das sombras. Abel, que veio depois, era o filho da luz. Caim, com ciúmes, matou Abel, e a batalha entre a luz e a escuridão começou. Depois veio Sete, o filho da esperança. Ele era o herdeiro da Raça Indômita, a raça da luz que não se curvaria ao Criador.
Norea e a enchente
O Criador, vendo que a raça da luz continuava a existir através da descendência de Sete, se encheu de ira e decidiu destruir a todos com uma grande enchente. Mas, enquanto a enchente acontecia, Norea, a esposa de Noé e uma das filhas da luz, quebrou a maldição de Yaldabaoth, o que enfureceu o Criador. Para impedir que a linhagem de Sete fosse destruída, Noé construiu uma arca, e a raça da luz foi salva do dilúvio.
A promessa do Pai e a vitória final
Apesar de todas as provações, a luz jamais se perdeu completamente. A Raça Sagrada, a descendência de Sete, manteve a centelha divina em seus corações, esperando o momento certo para ser liberta. No final, o Pai, o verdadeiro Deus, enviará um mensageiro para revelar a verdade final, e a Raça Indômita será levada para o reino da luz, deixando para trás o mundo material e a escuridão de Yaldabaoth.
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AS TRÊS ESTELAS DE SETH
Era uma vez, num reino de luz chamado Pleroma, muito antes da criação do nosso mundo, onde o tempo não existia e a perfeição reinava suprema. Lá, habitava o Invisível Espírito ou Pai, a fonte de toda a luz e conhecimento. De seu brilho, emanou uma poderosa entidade, a Barbelo, uma espécie de rainha das estrelas e dos pensamentos, que gerou outros seres divinos, os Aeons. Juntos, formavam a corte celestial.
A história das Três Estelas
A história começa com um sábio chamado Dositheos, que encontra três estelas (placas de pedra ou tábuas) escondidas no cume de uma montanha. Ele percebe que essas estelas não são criações de gigantes, mas a revelação de um conhecimento antigo, escrito pelo próprio Seth, o terceiro filho de Adão e o patriarca de uma Raça Sagrada.
A Primeira Estela: O Louvor ao Filho
A primeira estela é um hino de louvor ao Autogerado, também conhecido como o Filho do Pai. É uma melodia cantada pelo Pai Geradamas (o Adão Celestial, o arquétipo de Adão) e o próprio Seth. Eles louvam o Filho por sua beleza e poder, que se manifestou no mundo material para trazer a salvação para a sua raça. Nesta estela, eles mencionam outros seres divinos, como Mirotheas, que é um aspecto do Filho, e o próprio Mirotheos, que é a forma do Filho no mundo espiritual.
Eles cantam sobre como o Filho se dividiu em múltiplos seres, formando a Pêntada (um conjunto de cinco seres), para espalhar a luz em diferentes direções. Eles também louvam o Filho por sua primeira aparição no mundo espiritual, que se dividiu em vários seres, como Optaon, Elemaon, Emouniar, Aphredon e Deiphnaeus.
A Segunda Estela: O Louvor à Mãe
A segunda estela é um hino de louvor à grande Barbelo, a rainha das estrelas. Geradamas e Seth, juntamente com toda a sua descendência, cantam e louvam a Barbelo. Eles reconhecem nela o seu poder de criar, e a sua sabedoria, que foi perdida pelo mundo material.
Eles cantam como Barbelo, através da sua reflexão, gerou o Autogerado, e como o poder de Barbelo, a sua luz, pode salvar a sua raça. Eles a louvam por ter trazido a vida e a esperança para o mundo sombrio.
A Terceira Estela: O Louvor ao Pai
A terceira estela é um hino de louvor ao Invisível Espírito, o Pai de tudo. É o hino final, o mais importante, que representa a ascensão espiritual. É cantado por todos os seres espirituais, que se regozijam por terem se libertado das amarras do mundo material.
Eles se alegram porque o Pai não tem origem, e porque a salvação só é possível através dele. Eles também louvam o Pai por ter dado a sabedoria e o conhecimento que libertam a sua raça da ignorância.
A Ascensão e a Descida
A história das Três Estelas é como uma escada mágica que leva ao céu. A primeira estela, o hino ao Filho, representa a ascensão do mundo material para o espiritual. A segunda estela, o hino à Mãe, representa a ascensão do mundo espiritual para o reino dos Aeons. E a terceira estela, o hino ao Pai, representa a ascensão ao reino da perfeição e da luz.
Ao final da história, Dositheos, que encontrou as estelas, lê as três placas e ensina à Raça Inabalável (a raça dos descendentes de Seth) a cantar os hinos. Ele ensina que, para subir aos céus, eles precisam louvar o Filho, a Mãe e o Pai. A história das três estelas, portanto, é um conto de esperança e salvação, que mostra que o caminho para o paraíso é através da luz e do conhecimento.
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ALLOGENES
Era uma vez em um tempo anterior ao próprio tempo, existia um vazio perfeito e infinito, onde residia o Espírito Invisível. Ele era a fonte de toda a luz e conhecimento, um ser tão puro e completo que nenhuma mente mortal poderia conceber. Desse brilho, emanou uma poderosa entidade, a grande Barbelo, a rainha dos reinos celestiais, que refletia a glória do Espírito Invisível. Barbelo, por sua vez, gerou outros seres divinos, os Aeons, que habitavam um reino de luz e perfeição chamado Pleroma.
A busca de Allogenes
No mundo material, onde a luz do Espírito Invisível era apenas uma memória distante, vivia um homem chamado Allogenes. Ele era um "forasteiro" que sentia que sua verdadeira casa não era ali. Seu espírito ansiava por algo mais, uma paz e perfeição que ele não encontrava em sua realidade. Movido por essa busca, ele iniciou uma jornada espiritual, guiado por um ser angelical, Youel.
A revelação de Youel e a natureza do universo
Youel, a mensageira da luz, revelou a Allogenes a verdadeira natureza do universo. Ela explicou que o mundo material era uma prisão, uma cópia imperfeita do Pleroma, criada por um ser menor e ignorante. A salvação, disse ela, só era possível através do conhecimento, a gnose. Para alcançar a perfeição, Allogenes precisava se purificar das impurezas do mundo material, que consistiam em seis poderes malignos: Desejo, Escuridão, Ignorância, Morte, Reino da Carne e a Tolice da "Sabedoria" da Carne.
A ascensão aos reinos da luz
Com a orientação de Youel, Allogenes subiu por muitos reinos, atravessando 13 Aeons, e finalmente chegou ao reino da luz, o Pleroma. Lá, ele se encontrou com a grande Barbelo, que o purificou e o preparou para a ascensão final. Barbelo ensinou a ele sobre o Poder Triplo, que existia antes de todas as coisas. Este poder era uma unidade de Vitalidade, Mentalidade e Aquilo-Que-É, embora fossem três, eram um.
A visão do invisível
Allogenes continuou sua jornada, passando por todos os reinos dos Aeons, e chegou à presença do Espírito Invisível, a fonte de toda a luz e conhecimento. Allogenes não conseguia enxergar a forma do Pai, mas podia sentir sua presença, que era tão poderosa que sua própria alma se fundiu com a luz. Ele se tornou uno com o Pai, e se libertou de todas as amarras do mundo material.
A descida e a missão
Depois de ter visto a glória do Pai, Allogenes retornou ao mundo material como um mensageiro da luz, com a missão de ensinar à sua raça sobre o verdadeiro conhecimento. Ele ensinou que o mundo material era uma prisão, e que a salvação só era possível através do conhecimento verdadeiro. Ele os ensinou que, para se libertarem, eles precisavam se purificar e ascender aos reinos da luz, até chegarem à presença do Pai.
O retorno ao Pai
Allogenes, depois de ter cumprido sua missão, retornou ao Pleroma, o reino da luz, onde viveu feliz para sempre. A história de Allogenes, portanto, é um conto de esperança e salvação, que mostra que o caminho para a libertação é através da luz e do conhecimento.