quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Mexico-Tenochtitlán comemora 500 anos de Resistência Indígena

Há 3 semanas, Tenochtitlán (a moderna Cidade do México, capital do país) comemorou 500 anos de resistência dos povos Nahuas, mais conhecidos como Aztecas pelo espanhois e que se autodenominavam Mexicas (pronuncia-se em na língua Nahuatl "meshíca").

Foi construída uma gigante maquete na grande praça do Zócalo, centro de Tenochtitlán, onde havia o maior templo das Américas, o Templo Maior, dedicado a duas divindades: HUITZILOPOCHTLI, o Deus da guerra, sol e tempestades, e TLALOC, Deus da chuva, trovão e senhor do Paraíso. O templo foi destruído pelos espanhóis e de seu material construídos prédios e outras obras públicas.

Descendentes dos mexicas, os modernos Nahuas da Cidade do México participaram das várias cerimônias e apresentações, com danças aos Deuses, discursos e apresentações artísticas com a presença de autoridades e políticos como o Presidente do México, Andrés Manuel Lopes Obrador, e lideranças indígenas dos EUA, Canadá e outros países da América. O espetáculo foi notícia no mundo todo.

A réplica do Templo Maior não é em tamanho real pois o templo era muito maior.

Esta comemoração é um marco histórico. Historicamente os índios foram inferiorizados e tratados como cidadãos de segunda classe e a elite mexicana mestiça tentou impor ao México uma cultura europeia ocidental. Agora vem crescendo os movimentos de recuperação da cultura indígena, inclusive por políticos e pessoas influentes da sociedade mexicana.

Os povos indígenas, forçados a se converter ao cristianismo, fizeram algo parecido com o que negros fizeram nas américas, identificando alguns de seus deuses com santos católicos e realizando sincretismo religioso. Os Nahuas faziam peregrinações ao templo de Tonantzin séculos antes de substituírem seu culto pelo de Nossa Senhora de Guadalupe, quando, sobre o templo de Tonantzin, foi construída uma igreja em homenagem à santa cristã. Com o fim do período colonial a liberdade foi concedida aos indígenas mas muito do ritual antigo havia sido perdido e não havia mais interesse por parte dos próprios nativos, interesse esse que foi crescendo aos poucos até hoje quando vemos um verdadeiro renascer azteca no México.

Oremos para que o mesmo aconteça no Brasil e em todas as américas e nossos Deuses tenham de volta seus templos, rituais e a devida adoração.





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