sábado, 25 de junho de 2022

1º Festival Indiano de Vedanta - Reflexões sobre Politeísmo e Monoteísmo

 


Aconteceu nos dias 19, 20, 21 e 22 de Maio o Primeiro Festival Indiano de Vedanta e Autoconhecimento. Eu não pude participar mas os vídeos, relatos e entrevistas sobre ocorrido mostram que foi fabuloso.

Assistam a esse vídeo e observem bem as coisas que foram ditas e quais grupos participaram. Hindus, indígenas e adeptos de religiões afrobrasileiras se uniram para compartilhar e buscar conexões espirituais e conhecimentos. São 18 minutos que valem MUITO dedicar.

Vamos refletir.

O professor de vedanta Jonas Masetti começa falando de Conhecimento, em sânscrito Jnana. Ele faz uma crítica a si mesmo estando na posição de professor passando conteúdos, conclamando as pessoas a dançarem, cantarem e voltarem a ser humanos.

Isso é o que estou sentindo. A Yoga não é só estudo de conteúdos. Se for só isso se torna maçante. Estudando teologia cristã estou ficando aborrecido com esses livros e tratados de teologia e estudos do Antigo Testamento. São textos chatos que nada dizem à nossa vida real e atual.

Perde-se muito tempo analisando analiticamente as palavras da Torá (Pentateuco), palavras que foram escritas em outro tempo (600 anos antes de Cristo) e que nada dizem sobre nós, mas sim sobre a composição tardia daqueles textos durante o exílio da elite israelita na Babilônia. A Torá apresenta experiências humanas muito pobres e se trata de um conjunto enorme de textos recortados, editados, colados, manipulados, que escondem cultos e religiões antigas e originais e impõem forçadamente uma visão de mundo de Sacerdotes que queriam destruir os cultos nativos originais dos judeus e impor suas novidades (Monoteísmo) importadas da Pérsia e da Babilônia, já que agora (pós-exílio) eles é que são a classe dominante da nova província persa de Yehud e não mais existe a antiga elite agrária israelita,  nem rei, nem nobres. Nós veremos com maior detalhe sobre isso, a composição do Pentateuco, a Hipótese Documental e suas variantes mais aceitas pela academia e arqueologia; a ocupação da palestina e os movimentos populacionais por volta de 2.000 antes de Cristo; as divindades tribais que caminham com o clã e a fé nos antepassados (os deuses dos pais); os dois relatos diferentes da criação no Gênesis colados e suas incongruências; as fontes Javista, Eloísta, Sacerdotal e Deuteronomista; a influência do direito assírio; as reformas de Josias e a criação do Judaísmo antigo; as descobertas do Épico de Gilgamesh e a influência do mito da criação babilônico Enuma Elish no mito da criação de Gênesis; os resquícios politeístas diversos espalhados na Torá; os Querubins como cópias dos Iammasu ou Shedu babilônicos e os Arcanjos cópias dos Amesha Spentas zoroastrianos; dentre outras coisas.

É muita falação e pouca prática espiritual. Muitos adeptos do cristianismo chamariam o festival de "magia" e "atraso". Acham que devemos ficar estudando teologia pra entender a "palavra" de "deus". Ou que devemos ficar lendo a chata peça de museu "bíblia". Desconhecem as técnicas de meditação e as profundidades espirituais do Oriente e dos nativo-americanos. Sua palavra dita "de deus" é morta, seca, fria e não converte ninguém mais. Nem os evangélicos leem mais a bíblia, nem eles aguentam esse troço horrível. O Ocidente precisa de mais Yoga, mais Meditação, mais Cantos xamânicos, mais dança, mais tambor, mais ritmo, mais transes, mais êxtases, mais sincronia, mais contato com a Natureza e com o Espírito, mais Pentecostes, mais Buda, mais Súfis, mais samba, mais sincretismo, mais Conhecimento prático (e não teórico)!

Sobre a liturgia cristã, como são chatas as missas, as palestras e as pregações cristãs. Que morte, que falecimento gradual da religião. Catequese, escola bíblica, quem aguenta isso? Ficar estudando a bíblia é coisa do passado! Coisa chata, sem conexão com a realidade, sem nenhuma correspondência com nossa vida. Ou é pregação moralista medieval ou é reclamação que ninguém quer fazer serviço social, pastoral, e sair, e reunir, e discutir, e debater questões... Morreu gente, morreu o cristianismo mesmo, não tem jeito: a Luz vem do Oriente.

Sobre a teologia cristã, estou farto dessas análises textuais que promovem o ateísmo e a descrença e, no fim, são uma perda de tempo total, pois nada acrescentam. Que coisa chata e sem frutos é a teologia cristã. Por isso está morrendo e cada dia é mais desprezada e engolida pela ciência de um lado e pelas "novas" religiões espirituais e místicas por outro. Gira-se em círculos em análises frias, secas e mórbidas de textos que não tem aplicação contemporânea. Força-se uma beleza extraordinária em relatos horríveis de assassinatos, monstruosidades e absurdos diversos. Eu acho que o Pentateuco e toda a bíblia tem sim uma certa beleza e originalidade mas é algo que já passou, está ultrapassado. A bíblia não é lá essas coisas e tem muito texto bosta. Qual a beleza e originalidade do Velho Testamento?

O Velho Testamento mostra a consciência de um grupo de pessoas mudando ao longo do tempo, se adaptando às vicissitudes e se superando a cada dia para sobreviver. Isso é interessante e belo. O estudo ACADÊMICO, ARQUEOLÓGICO, portanto, CIENTÍFICO da bíblia nos leva a admirar os judeus como um povo que mudou e se adaptou para sobreviver, criou seu próprio Deus, mudou seus antigos Deuses em um único, reformou suas tradições e práticas e foi experimentando coletivamente a Fé nesse Deus na prática. Essas experiências reais e existenciais ( os conflitos com povos vizinhos, os assédios e ataques Egípcios, a destruição Assíria, o exílio Babilônico, o imperialismo Persa, a aculturação Grega, a exploração Romana) construíram a bíblia. E os relatos bíblicos mostram como essas pessoas, não o inteiro povo judeu-israelita mas a pequena parcela da elite escriba e sacerdotal, aprendeu com suas próprias tradições e as estrangeiras a ter Fé em Deus e construir um projeto de nação que funcionasse. A Torá é uma verdadeira prévia de uma Constituição jurídica moderna, algo que nem babilônios, egípcios e persas conseguiram desenvolver, nenhuma civilização antes fez algo parecido. Isso é belo e original. Mas hoje não tem nada mais a nos dizer. 

As necessidades reais da humanidade moderna dizem respeito ao relativismo pós-moderno, à crise da razão e das instituições, aos escândalos dos governos e das igrejas, da pressão do mundo do capital que suga nossa vida e nosso tempo. É anacronismo forçar a Torá a responder nossas necessidades reais. Nossa relação com o Transcendente é diferente. Precisaríamos então de uma nova Torá. Precisamos? Será?

Eu achava que sim. Agora acho que não. Nem da velha e nem de uma nova. Temos que jogar isso tudo fora, essa necessidade de uma "palavra" de "deus".

Outro líder por volta dos 3:00 minutos no vídeo fala de nos livrar das amarras da colonização, nós brasileiros. Em outras palavras, temos que nos livrar do cristianismo e toda forma de monoteísmo que nos foi imposta.

Eu admiro o Zoroastrismo mas ele inaugurou na humanidade uma era de massacres e terror por causa de sua crença fundamental que se espalhou como praga causando morte e violência: o Monoteísmo. Mesmo só sendo violento e intolerante no tardio período Sassanida do imperio persa, tendo o culto dos deuses antigos voltado no Império Parta, o Zoroastrismo causou muito mal ao fazer surgir o Judaísmo e Cristianismo, e esses causarem o Islamismo.

O Monoteísmo necessariamente causa totalitarismo, autoritarismo extremo, genocídio e apagamento de culturas. É o ingrediente principal do discurso de ódio, da morte e da violência. Pelo seguinte: se só existe um Deus verdadeiro, então os outros todos são falsos. Qual vai ser o Deus verdadeiro? O meu, é lógico, não importa qual. Não vou pregar que meu Deus e minha religião são falsos, só os dos outros. E é aqui que nasce a violência extrema: se os outros deuses são falsos, logo não podem ser tolerados. Todos precisam adorar e servir a um único Deus, uma única religião, uma única hierarquia, um único governo mundial. Soldados, cavaleiros, príncipes e nobres usaram essa justificativa para tomar o poder e impor seus reinos de terror ao longo da história.

Com o Monoteísmo a humanidade alcançou um nível de horror e intolerância jamais vistos. O Deus único implica que os outros são falsos, logo devem ser destruídos, humilhados, violentados. Monoteísmo e violência são SINÔNIMOS. Basta ver o que cristãos e muçulmanos fizeram com as culturas que encontraram e entre eles mesmos, seus "hereges" e excomungados.

O politeísmo não é assim. É muito mais tolerante. Pois, se não existe um Deus único, mas vários, então esses deuses coexistem e tá tudo bem. Mesmo deuses de panteões, culturas e nações diversas são aceitáveis e acabam se misturando. Claro que culturas politeístas cometeram barbáries, como os povos bárbaros nórdicos e os romanos, japoneses e chineses, os aztecas e tantos outros. Mas a violência politeísta é INFINITAMENTE menor e menos violenta do que os horrores dos monoteístas. Povos monoteístas são genocidas, politeístas não. 

É claro que não é porque é politeísta que se está livre da violência. Afinal os deuses de um povo politeísta ou o deus principal de um povo henoteísta podem muito bem entrar em conflito e ordenar a guerra contra outros deuses e seus povos. Mas, mesmo assim, há tolerância, permite-se o sincretismo para selar a paz, a violência é muito menor.

O Monoteismo causou violencia extrema e destruição. Todo monoteísmo desemboca em intolerancia, pois não se aceita outros deuses e religiões. Politeismo, especialmente o rural, vindo de camponeses simples, se tornou historicamente vítima da opressão do politeísmo hierarquizado das capitais e grandes cidades estatais e imperiais, mas, MUITO PIOR foi o Monoteismo que erradicou essas expressões legitimas e populares de fé. Monoteismo tende sempre ao patriarcalismo e busca oprimir e domesticar a mulher, desumanizando-a.

É muito claro que Politeísmo é melhor que Monoteísmo, pois permite a tolerância religiosa e a participação da mulher, dos homossexuais e das pessoas de diversas etnias e origens. 

O Monoteísmo é machista e misógino na raiz. O Deus Único sempre é masculino, macho. Um desprezo monumental pelas feiticeiras, curandeiras e bruxas é característica do Monoteísmo. Sacerdotisas são abominadas. A mulher é no máximo uma Virgem Maria: obediente e calada, escrava do marido, toda coberta, assexuada, absolutamente dócil até o nível da idiotice, despersonalizada, murcha, calada, tonta. Esse é o modelo de mulher monoteísta. A mulher politeísta também é vítima do machismo mas muito menos, pois ela é sacerdotisa, profetisa, os Deuses falam pela sua boca, o seu sexo não é pecado, seu corpo desnudo, seus seios e vaginas, sua bunda à mostra não é criminosa, é divina, há uma deusa do sexo, há divindades do prazer, da fertilidade e do amor!

O Deus Monoteísta é absolutamente homofóbico, apesar de obcecado com sexo. Tudo o ofende. Qualquer menção de sexualidade mexe com os instintos do Deus Único. Ele é um tarado. Um gay enrustido, sua sexualidade é frágil, qualquer traço de afeminação o afeta e o incomoda. Freud explica!

O Monoteísmo realiza a opressão e controle dos corpos (mulher, escravos, crianças) muito pior do que o politeísmo.

Claro que o Politeísmo defendido por mim não é qualquer politeísmo. Houveram e há vários politeísmos. Não defendo aqui o politeísmo Hierarquizado, de Panteão, como dos impérios (Egito, Babilônia, Assíria, Roma, etc) que projetam as sociedades de castas e hierarquias injustas desses povos antigos para justificar o autoritarismo e a desigualdade. O politeísmo que professo quase não é politeísmo e tem como base o Panenteísmo.

Panenteísmo é diferente de panteísmo. O Deus Panenteísta está no mundo mas não em total inteireza. O mundo é extensão desse Ser Único, que o transcende pois sua essência plena é infinita e está além dos fenômenos. Deus é o Absoluto, o Ser, Aquele que É. Assim, pela sua infinitude e extensão, qualquer nome ou representação será limitada e incompleta. Por isso pode ser representado por mil formas, mil alegorias, mil símbolos, mil deuses. Esse é o politeísmo que professo. 

Não é Henoteísmo, pois henoteísmo é a crença em vários deuses mas o foco de adoração somente em um, ou com preponderância de um deus sobre todos os outros.

Não é Catenoteísmo, pois catenoteísmo é a adoração de um deus de cada vez como se fosse o único supremo, de forma sucessiva, adorando um deus separado e depois outro, assim por diante. 

O politeísmo que professo não tem, até agora e pelo que eu estudei, uma nomenclatura ideal. Por isso eu decidi chamá-lo de Politeísmo Esclarecido. Na verdade a ideia é mais um Pseudo-Politeísmo. É um Politeísmo Refinado, que purifica o Politeísmo de toda hierarquização e "castas" e "iguala" todos os Deuses sem igualar forçadamente todas as religiões : o Absoluto e Infinito é uma mesma coisa, mas sua representação nesse mundo fenomênico é sempre deficiente, tornando possível representá-lo de infinitas formas, como infinitos Deuses. É um Politeísmo Pan-Enteísta.

Através desse Politeísmo Refinado ou Esclarecido, não se pode atacar outros deuses como inferiores pois todos são meras representações de aspectos, características, atributos e etc do Absoluto e Transcendente. Muito menos criar na cabeça a ideia doentia e demente de que meu deus é verdadeiro e devo destruir as outras religiões pois só a minha é verdadeira.

Além disso, o Politeísmo Esclarecido refuta a ideia da "Nova Era" de que "todas as religiões são iguais" e evita sincretismos forçados e mal executados (sem profundidade, sem raiz) de mera  identificação de entidades de uma religião com de outra. Os deuses e religiões não são "iguais" e "a mesma coisa". Igualá-los é negar-lhes identidade! Devem sim manter o diálogo e discutir elementos em comum mas sempre deixando claro que são diferentes e que tem o direito de ser diferentes, pois todos tem direito a autodeterminação como povo, etnia, religião, nação, etc. Quem quiser sincretizar que sincretize mas de maneira não-violenta, sem forçar, sabendo que está criando algo novo e diferente e sem negar a identidade dos outros deuses, sem querer apagar o outro.

Cheguei a essas conclusões tem pouco tempo, alguns anos apenas. Quanto mais estudo Vedanta, mais vejo o quão é parecida e idêntica ao Gnosticismo. As técnicas espirituais e místicas dos gnósticos (encontradas nos textos egípcios, já falamos sobre vários deles) equivalem a vários tipos de Yoga e Meditação, bem como exercícios físicos, corporais e mentais diversos que lembram as técnicas xamânicas.

Portanto a minha proposta é que as pessoas busquem praticar o Politeísmo Esclarecido, não o politeísmo antigo que justificava ou se calava diante de violências e desigualdades, mas uma "nova" forma de politeísmo em consonância com os Direitos Humanos e Fundamentais, Ciência e Democracia, de tendência fortemente gnóstica. Nós gnósticos adoramos vários deuses e em nossas Escrituras temos o Pai, a Mãe e o Filho como Deuses principais, mas também a divindade Sophia, Cristo e tantos outros que são manifestações do Grande Espírito Invisível. O Maniqueísmo é riquíssimo em divindades. Sincretizamos sem ofender e identificamos divindades sem negar-lhes a identidade.

Concluindo e voltando ao vídeo do Festival de Vedanta, veja que estavam presentes Hindus, Nativo-americanos e adeptos de religiões afroamericanas. Politeístas! Monoteístas não, porque são enraizadamente intolerantes, não suportam conviver com o outro, são os donos da "verdade".

Eu sigo o Vedanta, mais especialmente o chamado "Neovedanta" (que não é novo, é  antigo) que foi muito difundido no Ocidente pelo santo Swami Vivekananda. Busquem um Centro Ramakrishna Vedanta, deem uma lida nos principais livros. É um caminho sem volta de Iluminação!


sexta-feira, 17 de junho de 2022

Site tradicionalista católico ataca neomodernistas do CVII: "esta verdadeira Gnose que é o Budismo"



Estou rindo à beça desse site tradicionalista que afirma estar "há 40 anos defendendo a doutrina tradicional da igreja católica".

É bom ler esses sites e estar por dentro do que essa gente imunda e cheia de ódio pensa.

Eles pensam o seguinte: a "heresia" Modernista, condenada pelo "Santo" (sic) Papa Pio X na sua encíclica Pascendi Dominici Gregis em 1907, a pior de todas as heresias e a mais monstruosa e destruidora de todas, voltou com força total no movimento Neomodernista e venceu ao conseguir se instalar oficialmente na Igreja através do Concílio Vaticano II (CVII) que a adotou aberta e amplamente.

Quando vejo tradicionalistas católicos atacando o Gnosticismo e sua infiltração na Igreja, logo fico feliz porque se estamos sofrendo ataques e perseguições de pessoas racistas, machistas, homofóbicas, eurocêntricas, defensoras da escravidão, da monarquia, da desigualdade social, da sociedade de castas imóveis, do absolutismo, do autoritarismo, contra as repúblicas e democracias, contra os direitos humanos e fundamentais, a favor da discriminação racial e social, xenofóbicas, a favor do estupro e da pedofilia, que dizem que indios, negros, asiáticos e orientais devem se curvar à europa e aceitar o domínio do homem branco europeu e seu cristianismo católico sob pena de escravidão e morte, então só posso estar do lado certo!

O que eles chamam de Modernismo nada mais é que a tentativa de voltar a Igreja às suas origens verdadeiras. Eles criticam o modernismo por causa dos seguintes pontos expostos no artigo A Condenação do Modernismo por São Pio X https://permanencia.org.br/drupal/node/5349 :

— O filósofo modernista é ignorantista (as coisas são incognoscíveis) e egologista (toda verdade procede do fundo de nós mesmos). A verdade é revolucionista, porque evolui da mesma maneira que o sujeito de onde emerge. 

 — O crente, ao contrário do filósofo, tem a certeza de que Deus existe em si, independentemente do homem. Esta certeza se apóia em certa realidade do coração, graças à qual o homem percebe a realidade mesma de Deus. Trata-se aqui de uma verdadeira experiência, superior a todas as experiências racionais. 

 — A teologia modernista é coerente com seus princípios: a fé e o dogma, o corpo da religião e os sacramentos, são o fruto de uma percepção de Deus presente no homem, que deve pensar sua fé. As Sagradas Escrituras são um álbum de experiências vividas pelos primeiros judeus e pelos primeiros apóstolos do Cristianismo. A Igreja é o fruto da consciência coletiva. 

 — O historiador modernista faz puro trabalho de filósofo — agnóstico, entenda-se — o que o obriga a descartar todo o sobrenatural para recuperar o «Evangelho puro». O elemento humano original foi submetido à dupla lei da transfiguração e da deformação pela comunidade primitiva, que enfeitou a história ao escrever os quatro Evangelhos míticos. 

 — O crítico amolda a essa concepção mítica os documentos bíblicos, classificados conforme as necessidades de que derivam e segundo as leis da imanência e da evolução vital. 

 — O apologista modernista ressente-se da doutrina imanentista. Para ele, trata-se de conduzir o não-crente à experiência da religião católica, experiência que é o único fundamento verdadeiro da fé. Convida-o a entrar nessa Igreja-reino de Deus, depois de ter assimilado, entre as formas dogmáticas e de culto, as que mais lhe convêm. 

 — O reformador pretende tirar o pó de mil e novecentos anos de conformismo para recuperar o frescor da Igreja apostólica. Propõe-se a reformar o ensino dos seminários, purificar os catecismos e as devoções populares, adaptar o governo eclesiástico à democracia moderna, suprimir o fausto eclesiástico e o celibato dos clérigos.

Ora, essa parte acima grifada de vermelho, não é exatamente isso que é Igreja? Ou eles pensam mesmo que a Comunidade fundada por Jesus é uma hierarquia de velhos que decidem qual é a doutrina e não uma experiência coletiva de discípulos com as doutrinas e ensinamentos de um judeu de origem Essênia que tinha ideias bastante revolucionárias e antinômicas para a época, um homem a frente de seu tempo?

Jesus existiu, ao contrário do que os ignorantes ateus pensam, mas ele era um Professor, não um Messias Zoroastriano, nem um semideus grego. Ele era um Mestre Espiritual, um Guru contracultural, um Buda (iluminado), um líder carismático com ideias iconoclastas e contraculturais, o que fez dele um perigo para a hierarquia judaica de sua época. Ele seguia os Essênios e seu judaísmo místico e apócrifo mas foi muito além em sua Reforma Espiritual.

De maneira nenhuma Jesus é um monarca absoluto de uma instituição espiritual com tentáculos no mundo físico. Ele não fundou instituição alguma. Jesus nunca teve 12 apóstolos. Ele tinha centenas de seguidores, discípulos. Tardiamente a tradição atribuiu o número 12 (QUE SIGNIFICA COMPLETUDE, UMA ERA COMPLETA, UM CICLO COMPLETO) a um grupo mais íntimo que recebia de Jesus doutrinas mais aprofundadas, místicas, esotéricas, que seus discípulos falantes de aramaico chamaram Manda (Conhecimento) ou Manda d'Hayyi (Conhecimento da Vida), e os gregos traduziram como Gnosis (posteriormente os judeus cabalistas vão usar a palavra hebraica DAAT para se referir à gnosis). Ele encarnou essa Sabedoria, esse Conhecimento em si, foi uma pessoa tão extraordinária a tal ponto que foi comparado com os Heróis do mundo Grego e até criaram lendas a seu respeito (os milagres, a Paixão de Cristo, acrescentados posteriormente ao conjunto de Ditos de Jesus anotados em coleções de Evangelhos). Uma das pessoas que recebeu diretamente dele iniciações secretas foi Maria de Magdala, uma mulher que se tornou a Líder da Comunidade de Jesus, e não um discípulo dele chamado Pedro. Maria Madalena é a Pedra, ela é a rocha, ela é a sucessora, e não Pedro.

Apóstolos eram os iniciados em doutrinas mais profundas. Eles não eram proprietários da Comunidade (Igreja). A Igreja dita "cristã" inventou tantas mentiras para sobreviver, inventou hierarquias eclesiásticas, sucessões apostólicas, linhagens, bispos, autoridades, arcontes... Nada disso é apostólico.

Lutero fez muito bem reformando a Igreja Católica. Mas precisamos ir mais além. Por isso, continuando a reforma e buscando o cristianismo original, que é uma Comunidade de Gnósticos, pessoas interessadas em conhecimentos místicos, não de maneira escapista, buscando fugir da realidade, mas transformando a realidade detectando as formas de OPRESSÃO, EXPLORAÇÃO que uma classe ou grupo social exerce sobre o outro, as mentiras criadas e ideologizadas para estruturar governos corruptos e desiguais, negando CONHECIMENTO a todas as pessoas.

Vamos ler e comentar o texto OS NOVOS MODERNISTAS DA NOVA TEOLOGIA https://permanencia.org.br/drupal/node/5226 :


Os novos modernistas da nova teologia

 

Breve crônica da ocupação neo-modernista da Igreja Católica

Os novos modernistas da Nova teologia[1]

 

Henri de Lubac e os “novos teólogos”

Nos anos 30 e 40, uma nova geração de modernistas entrou em cena. Seus nomes serão muito conhecidos mais tarde, como os dominicanos Marie-Dominique Chenu e Yves Congar, os jesuítas Henri de Lubac, Hans Urs von Balthasar e, em seguida, Karl Rahner, formuladores de uma “nova teologia”, cujas raízes estão fincadas no velho modernismo.

Assim como os “velhos” modernistas, os novos teólogos estavam, eles também, fortemente impregnados de imanentismo, subjetivismo e relativismo, com todas as consequências imagináveis no domínio da dogmática e da moral.

O Padre Henri de Lubac, por exemplo, líder da Nova Teologia e, por isso mesmo, tido como “pai” do Concílio Vaticano II e da nova Igreja conciliar, tinha ele também, assim como seus mestres modernistas, uma noção muito elástica da verdade.

Certamente, nos seus escritos oficiais, Lubac era bastante prudente e cauteloso para não deixar transparecer seu relativismo de fundo, mas nos seus escritos privados manifestava evidentemente com mais liberdade seu pensamento real, sem dissimulá-lo por detrás das habituais elocubrações intelectuais.

Numa carta ao filósofo Maurice Blondel, seu amigo, escrevia ele:

“[...] O número de Recherches de science religieuse recentemente publicado, traz um artigo do Pe. Bouillard [representante da Nova Teologia - Ndr]  que contesta fortemente as idéias do Pe. Garrigou-Lagrange [adversário de Lubac - Ndr] sobre as noções conciliares e suas visões simplistas acerca do absoluto da verdade. Este artigo, eu posso te confidenciar, não foi apenas aprovado, mas desejado por gente de cima[2]”.

Estamos persuadidos de que Lubac não hesitaria em acusar Nosso Senhor mesmo, notoriamente intransigente neste quesito, de “visões simplistas sobre o absoluto da verdade”...

Sua afirmação principal — resumirá em seguida seu confrade, o Pe. M. Flick S. J., falando de Lubac — parece ser a seguinte: as crenças ulteriores da Igreja não devem necessariamente relacionar-se por um laço lógico ao que ela sempre creu explicitamente desde os primeiros séculos[3].

Segundo Lubac, portanto, o Magistério da Igreja poderia tranquilamente ensinar hoje o contrário do que era ensinado ontem, e mudar de ideia periodicamente, seguindo a inspiração da famosa consciência humana, isto é, das fantasias dos vários Lubacs de prontidão.

Como arremate da sua obra, num livro (“Sobrenatural”, publicado em 1946) que provocou a reação dos teólogos católicos até ser oficialmente condenado na Encíclica Humani Generis, Lubac apresenta seu pensamento sobre a relação entre a graça sobrenatural e a natureza humana: em meio às ambiguidades habituais e da afetação de vítima incompreendida, a graça sobrenatural é aí considerada como necessariamente devida por Deus ao homem, enquanto parte constitutiva da própria natureza humana.

COMENTÁRIO: ISSO É ÓBVIO. DEUS, AO CRIAR O MUNDO, O FEZ COM UM PEDAÇO DE SI MESMO, POIS NÃO PODERIA TER CRIADO TUDO "DO NADA" SENÃO HAVERIA UMA SUBSTÂNCIA PRÉ-DEUS PELA QUAL DEUS CRIA O MUNDO, SUBSTANCIA ESSA QUE NEM DEUS CONHECERIA! SE DEUS CRIOU O MUNDO A PARTIR DE SI MESMO ENTÃO TUDO NO MUNDO ESTÁ IMPREGNADO DE UMA PARCELA DA ESSÊNCIA DIVINA PASSÍVEL DE EVOLUÇÃO, ILUMINAÇÃO E RETORNO À ORIGEM. ESSA GRAÇA SOBRENATURAL É PARTE CONSTITUTIVA DA NATUREZA HUMANA, É O QUE NOS PERMITE PENSAR E EXPERIMENTAR O TRANSCENDENTE, O MÍSTICO, O INTELIGÍVEL, O ETERNO E INFINITO. O EXISTENCIAL SOBRENATURAL DE KARL RAHNER É UM DADO DA REALIDADE.

VEREMOS NO FUTURO QUE A DOUTRINA DA CRIAÇÃO EX NIHILO (DO NADA) É UMA INVENÇÃO CRISTÃ TARDIA (PATRÍSTICA)E QUE O GÊNESIS BÍBLICO (E O JUDAÍSMO) NÃO ENSINA ISSO MAS, COMO TODOS OS POLITEÍSMOS DO MUNDO ORIENTAL PRÓXIMO ANTIGO (EGIPCIO, BABILONIO, CANANEU, HITITA, ASSÍRIO, ACÁDIO, SUMÉRIO, ÁRABE), ENSINOU QUE DEUS CRIOU O MUNDO MODELANDO UMA MASSA PREEXISTENTE CAÓTICA POR MEIO DA DESTRUIÇÃO OU CONTROLE DESSE CAOS, VINDO O MUNDO A EXISTIR POR CAUSA DA ORDEM (LIMITAÇÃO) DO CAOS E NAO DA CRIAÇÃO QUE SE DEU NUM MOMENTO POSTERIOR!

Para os que não compreenderam a gravidade da questão, lembramos que desta afirmação — que postula uma humanidade em permanente estado de graça e, portanto, “auto-suficiente” na ordem do conhecimento de Deus e da salvação eterna — decorria necessariamente a demolição do dogma do pecado original, no sentido entendido pela Igreja, e a completa inutilidade da Revelação, da Redenção e da própria missão da Igreja, que se tornam realidades puramente acessórias e relativas.

COMENTÁRIO: O DOGMA DO PECADO ORIGINAL É UMA DAS COISAS MAIS HORRÍVEIS QUE A IGREJA CRISTÃ (SANTO AGOSTINHO) CRIOU. O CRISTIANISMO CONDENOU O MUNDO A PROBLEMAS PSICOLÓGICOS GRAVES. O CRISTIANISMO IMPREGNOU A SOCIEDADE COM UMA DOENÇA TERRÍVEL MENTAL CAUSADA PELO SENTIMENTO DE CULPA INCULCADO NAS CRIANÇAS PELOS PADRES E PASTORES, A "CULPA PELO PECADO DE ADÃO E EVA" E CONSEQUENTE CULPAPELO SOFRIMENTO DE JESUS NA SUA PAIXÃO. AS PESSOAS CRESCEM ASSIM ACHANDO QUE SÃO ERRADAS POR ALGO QUE FIZERAM (SENDO QUE NÃO FIZERAM) E FICAM TENTANDO SE REDIMIR POR "PECADOS" E BUSCANDO O "PERDÃO" DE UM DEUS INÚTIL E INEXISTENTE QUE MAIS PARECE UMA CRIANÇA BIRRENTA E MIMADA.

Finalmente — fato revelador e significativo do fundo gnóstico da Nova Teologia o Pe. de Lubac não escondia sua simpatia por esta verdadeira gnose que é o Budismo. Conquanto sustentasse a “extraordinária singularidade do fato cristão”, confessava:

Sempre fui atraído pelo estudo do Budismo, que considero como o maior dos fatos humanos, tanto por sua originalidade como por sua difusão multiforme pelo espaço e pelo tempo, para nada dizer da sua profundidade espiritual[4]. (A propósito: Qual é a imagem mais emblemática, mais difundida do tristemente famoso “Encontro inter-religioso de Assis”, de 1986? Talvez seja fruto do acaso, mas é justamente o beijo de João Paulo II, entusiasta da Nova Teologia, no... Dalai Lama, colocado neste evento no lado esquerdo do papa...)

 

Todos os “amigos” de Lubac

Em matéria de relativismo evolucionista, os amigos e discípulos de Lubac estavam certamente à altura do seu “mestre”.

O Pe. Hans Urs von Balthasar, por exemplo, desde 1953 no seu livro A demolição dos bastiões — cujo título já constituía, por si só, todo um programa — anunciava boa parte dos erros do Concílio e sustentava que a Tradição dogmática da Igreja deveria ser compreendida numa clave vitalista-modernista:

A Tradição — escrevia, com efeito, von Balthasar — [...] não pode ser outra coisa senão um deixar-se levar pela força espiritual da geração precedente para se aproximar do mistério de modo vital (uma verdade que não fosse mais vital ou que não pudesse tornar a sê-lo não seria uma verdade)”. E para evitar todo mal-entendido, ele precisava: “A verdade da vida cristã é nisso como o maná do deserto: não podemos guardá-la para conservá-la; hoje é fresca, amanhã estará estragada”[5].

COMENTÁRIO: ELE ESTÁ SE REFERINDO AOS USOS E COSTUMES QUE A IGREJA CHAMA DE "SAGRADA TRADIÇÃO". ESSE CONJUNTO DE PENDURICALHOS PARECE TER UMA AURA DE RESPEITO E DIGNIDADE POR SUA SUPOSTA SUPERIORIDADE DEVIDO A ANTIGUIDADE E CONTINUIDADE MAS ESCONDE O PERIGO DO FARISAÍSMO, PELO QUAL A RELIGIÃO SE RESUME A EXTERIORIDADES LITÚRGICAS, RITUALISTICAS E MATERIAIS E IGNORA QUE A EXPERIÊNCIA RELIGIOSA BÁSICA É A EXPERIÊNCIA COM O NOÚMENO, É A EXPERIÊNCIA DA TRANSCENDÊNCIA E ESSA EXPERIÊNCIA PRESCINDE DE TODA EXTERIORIDADE RITUAL. OS RITOS EXTERNOS DEVEM SERVIR PARA LEVAR AS PESSOAS, SE QUISEREM,  PARA O TRANSCENDENTE E NÃO SER INSTRUMENTO DE OPRESSÃO E EXCLUSÃO.

Deste relativismo filosófico e dogmático de fundo derivaram, em seguida, e de modo necessário, todos os outros erros e heresias que Urs von Balthasar propunha na obra citada, e que são dominantes hoje em dia na Igreja “conciliar”: o ecumenismo, a abertura ao mundo, o aniquilamento programado do primado de jurisdição do Papa naquilo que ele chamava de a futura “Igreja marial-joânica”, a dissolução da Igreja católica romana na futura e tão aguardada Igreja “católica” globalista etc.

Finalmente, após o Concílio, von Balthasar sustentará também a tese do inferno vazio. Não surpreende.

O jesuíta Pe. Henri Bouillard, ele também da escola de Lubac, seguia na mesma toada e afirmava seriamente:Quando o espírito evolui, uma verdade imutável se conserva apenas graças a uma evolução simultânea e correlata de todas as noções [...] Uma teologia que não fosse atual, seria uma teologia falsa[6]; enquanto seu confrade, o Pe. Gaston Gessard, ridicularizando uma suposta “modorra santa que serviu para proteger o tomismo canonizado, mas também, como dizia Péguy, ‘enterrado’”, atacava frontalmente a filosofia e a teologia de Santo Tomás, desde sempre proposta pelo Magistério da Igreja como uma fortaleza contra toda heresia (cf. can. 1366, §2 do Código de Direito Canônico, 1917).

É preciso finalmente sublinhar o papel absolutamente fundamental para o desenvolvimento da Nova Teologia desempenhado por dois dos principais amigos de Lubac e que foram, por sua vez, os seus gurus: o filósofo Maurice Blondel e o jesuíta Pierre Teilhard de Chardin.

Para evocar a pessoa e as ideias de Maurice Blondel, modernista empedernido e colaborador do periódico modernista do Pe. Laberthonnière, bastará citar trecho de um artigo seu de 1906: “Nós substituímos a abstrata e quimérica adæquatio rei et intellectus [adequação do espírito ao objeto conhecido] pela procura metódica deste direito, a adæquatio realis mentis et vitæ [adequação real da inteligência à vida][7].

Traduzindo em linguagem compreensível para o comum dos mortais, isto significa que a verdade — e aqui também a verdade religiosa — não é algo exterior ao homem, que se deva compreender com a inteligência — isso para Blondel é quimérico — e sim algo que, segundo a perspectiva modernista, só podemos sentir refletindo sobre os movimentos vitais íntimos da consciência humana, que evidentemente está em evolução contínua.

Estamos, portanto, em pleno imanentismo, domínio no qual Blondel desenvolveu sua apologética, fundada precisamente sobre o método de imanência, em que todo o cristianismo aparecia fundado sobre experiências puramente interiores, enquanto as provas exteriores de credibilidade da Revelação — os milagres, por exemplo — eram dissolvidos nas brumas do subjetivismo.

COMENTÁRIO: A CRÍTICA AQUI EVIDENCIA E MUITO A VISÃO DE CRISTIANISMO ANTES DO CONCÍLIO VATICANO II E QUE FOI CONFIRMADA NO PÉSSIMO E HORROROSO CONCÍLIO VATICANO I: CRISTIANISMO É ADEQUAÇÃO DO INTELECTO HUMANO AOS DOGMAS PROCLAMADOS PELA IGREJA. PONTO FINAL. SE VOCÊ ACEITA O PODER, O DOMÍNIO E A VERDADE PROCLAMADA PELA IGREJA CATÓLICA ENTÃO VOCÊ É CRISTÃO. ISSO É OBVIAMENTE A DETURPAÇÃO COMPLETA DO PENSAMENTO DE TOMÁS DE AQUINO, SEGUNDO O QUAL A VERDADE É ADEQUAÇÃO DO INTELECTO À COISA. COM ESSA MANOBRA SILOGÍSTICA FALSA, O CATOLICISMO TRADICIONAL PRETENDE QUE TODOS DEVAM SE ADEQUAR ÀS "VERDADES" PROMULGADAS PELA IGREJA CATÓLICA SOB PENA DE IR PARA O INFERNO. MAS PERCEBA QUE ESSAS "VERDADES" SÃO AS DECISÕES ANTIMODERNAS DO PAPA PIO X, NÃO SÃO OS PADRES DA IGREJA, OS CONCILIOS ECUMENICOS, OS TEXTOS DOS SANTOS E MÍSTICOS. A VERDADE AQUI É BEM ESPECÍFICA E DIZ RESPEITO NÃO À EXPERIÊNCIA DOS CRENTES COM JESUS MAS ÀS DECISÕES EMANADAS DOS ÓRGÃOS JURÍDICOS DA IGREJA, A HIERARQUIA. ORA, ISSO É O EXATO OPOSTO DO CRISTIANISMO. O CATOLICISMO TRANSFORMOU O CRISTIANISMO EM DIREITO, LEI, NORMA, REGRA. JESUS, COITADO, É JOGADO PARA ESCANTEIO.

DO FINAL DA IDADE MÉDIA ATÉ O INÍCIO DO SÉCULO XX A IGREJA CATÓLICA FOI UM "CRISTIANISMO" JURÍDICO, NÃO CRISTIANISMO MAS UM PAPISMO, IGREJISMO, HIERARQUISMO. NADA A VER COM O EVANGELHO DE JESUS. KARL RAHNER, LENDO OS EVANGELHOS, NOTOU QUE O CRISTIANISMO NASCE DA EXPERIÊNCIA DIRETA E PESSOAL COM JESUS CRISTO, UM SER ILUMINADO QUE EMANA TRANSCENDÊNCIA. ISSO É ORIGINAL, ISSO É CRISTIANISMO, UMA RELIGIÃO DO ENCONTRO COM O OUTRO E ESTRANHO NO QUAL O OUTRO E ESTRANHO NOS MOSTRA QUEM REALMENTE SOMOS. ESSA É A BELEZA DO CRISTIANISMO, ESSA É A TEOLOGIA FUNDAMENTAL DO CRISTIANISMO.

“Se quisermos aprofundar — escrevia Blondel — não há dúvida que no milagre não há nada que ultrapasse o mais irrelevante dos acontecimentos quotidianos, assim como, nestes acontecimentos quotidianos, não há nada de inferior ao milagre”. Consequentemente, se tudo é milagre, nada realmente o será. Ademais, para Blondel, os milagres seriam “invisíveis”, a ponto de só poderem ser percebidos pelos... que já acreditam:

Os milagres, portanto, são milagrosos apenas para o olhar daqueles que já estão dispostos a reconhecer a ação divina nos acontecimentos e nos atos mais simples”. (ibidem)

COMENTÁRIO: NÃO EXISTEM MILAGRES. COISAS SOBRENATURAIS EXISTEM (EM TODAS AS RELIGIÕES, EM NOSSAS VIDAS) MAS AS HISTORIETAS E FÁBULAS DOS SANTOS CATÓLICOS SÃO OBVIAMENTE INVENÇÕES OU DO IMAGINÁRIO POPULAR MÁGICO OU DE PADRES E TEÓLOGOS PARA CRIAR CULTOS DE SANTOS EM REGIÕES ESPECÍFICAS COM O OBJETIVO DE COMBATER UMA DOUTRINA OU PRÁTICA EM DESACORDO COM OS INTERESSES MUNDANOS E MATERIALISTAS DA IGREJA INSTITUIÇÃO.

Não é difícil compreender a que gênero de “fé” conduz semelhante “apologética”, condenada, de resto, pela encíclica Pascendi.

Blondel, contudo, não tinha a consciência perfeitamente tranquila e temia ser descoberto e cair assim sob a censura da Igreja.

Alguns anos mais tarde, com efeito, numa carta a seu amigo Lubac, Blondel revelará a tática hipócrita de que lançou mão para escapar à vigilância das autoridades eclesiásticas:

“Quando, há mais de quarenta anos, abordei problemas para os quais eu não estava preparado o suficiente, reinava um extrinsequismo [=tomismo, filosofia perene] intransigente, e, se eu tivesse dito já naquela época o que o senhor deseja, eu teria agido de modo temerário e teria comprometido todo o esforço empenhado, toda a causa por defender, afrontando censuras que seriam inevitáveis e certamente causariam atrasos. Era preciso deixar o tempo amadurecer-me o pensamento e amansar os espíritos rebeldes [ou seja, o papa, o Santo Ofício etc - ndr]. [...] O senhor conhece as dificuldades, os risco que não desapareceram — em meio aos quais persegui um plano que se tornaria ainda mais oneroso pelas dificuldades de saúde, pelas tarefas profissionais ou pelos conselhos de prudência e de espera que me eram manifestados”.

O jesuíta Pierre Teilhard de Chardin[8], outro amigo e “mestre” de Lubac — estava, por sua vez, na origem de um novo sistema filosófico-religioso pan-evolucionista, uma espécie de mistura de Darwin com Hegel, que ele considerava nada menos como a “religião do futuro”, um “metacristianismo”, destinado a destruir a Igreja Católica por meio da reinterpretação sistemática dos seus dogmas conforme uma clave gnóstica.

Segundo o sistema do Pe. Teilhard de Chardin, oriundo do seu fascínio pela mitológica (porque se trata precisamente de um mito) teoria da evolução de Darwin, a matéria não-orgânica teria evoluído ao estágio de matéria orgânica, e esta, por sua vez, teria evoluído até atingir o estágio mais avançado com o homem, cuja alma espiritual não seria outra coisa que o fruto espontâneo de uma evolução ulterior da matéria.

Porém, na saga de ficção científica de Teilhard, o processo evolutivo deveria continuar inexoravelmente, com a cooperação do homem ao progresso científico e técnico, até que a humanidade alcance o estágio de “suprahumanidade”, de modo a tornar-se “cristificada”, naquilo que ele chamava de “ponto ômega”: um “Cristo cósmico” compreendido em sentido panteísta.

Eu creio — resumia Teilhard — que o Universo é uma Evolução. Eu creio que a Evolução caminha em direção do Espírito. Eu creio que o Espírito termine em alguma coisa pessoal. Eu creio que o Pessoal supremo é o Cristo Universal[9].

E ainda: “O que domina o meu interesse e minhas preocupações interiores [...] é o esforço para estabelecer em mim e para difundir ao meu redor uma nova religião (chame-a de um Cristianismo melhor, se quiser) na qual o Deus pessoal deixa de ser o grande proprietário “neolítico” de outrora, para se tornar a Alma do Mundo, que nosso estágio cultural e religioso reclama”[10].

Não há, concretamente, Matéria e Espírito: há apenas Matéria que se torna Espírito. Não há, no Mundo, nem Espírito nem Matéria: o “Tecido do Universo” é o Espírito-Matéria. eu sei muito bem que esta ideia [...] é vista como um monstro híbrido [...] mas estou convencido que as objeções levantadas contra ela dependem do fato de que poucos arriscam abandonar um ponto de vista antigo por uma noção nova[11].

Tudo isso só poderia acabar numa aberta apostasia da Fé:

“Se, depois de alguma crise interior — escrevia Teilhard desde 1934 — eu viesse a perder minha fé em Cristo, minha fé num Deus pessoal, minha fé no Espírito, parece que eu continuaria invencivelmente a crer no Mundo. O Mundo (o valor, a infalibilidade e a bondade do mundo), tal é, em última análise, a primeira, a última e a única coisa na qual eu creio.

É para esta fé que eu vivo. E é a esta fé, eu o sinto, que no momento de morrer, acima de qualquer dúvida, eu me abandonarei. [...] a fé confusa num Mundo único e infalível, eu me abandonarei, seja onde for que ela me conduzir[12].

Assim como para os outros neo-modernistas da nova teologia, a aspiração do Pe. Teilhard de Chardin era a de conseguir permanecer escondido como um vírus mortal no seio da “velha” Igreja Católica, com um objetivo bem preciso: esvaziá-la desde o interior, para em seguida transformá-la numa “super-Igreja” ecumênica no sentido mais amplo do termo.

É com razão que o filósofo Etienne Gilson, que conhecera pessoalmente o Pe. Teilhard, denunciava sem meias-palavras:

“...Isso me reconduz à dúvida que me assalta: [Teilhard de Chardin] ele foi simplesmente um incoerente ou foi, ao contrário, o mais sombrio dos heresiarcas, lúcido e consciente do que ele estava fazendo e decidido a gangrenar a Igreja desde dentro, continuando a pertencer a ela? Naturalmente, o que eu chamo de fazer a Igreja apodrecer significava para ele renová-la; isso significava talvez proceder a uma reforma em comparação da qual, como ele diz, a reforma operada pela doutrina do Verbo, no século II de nossa era, pareceria superficial? Há um orgulho luciferino neste projeto. É o triunfo do naturalismo e do secularismo que prosperam em nosso tempo”[13].

Inútil dizer que esta acusação pode ser estendida aos demais representantes da nova teologia, de espírito menos futurista, mas todos impregnados, como vimos, de imanentismo, subjetivismo e evolucionismo dogmático.

É igualmente interessante saber que o Pe. Henri de Lubac, o “pai do Vaticano II”, foi também o divulgador mais ativo e efusivo do “pensamento” — devidamente filtrado — de seu amigo Teilhard no meio católico. Em particular, desde o pós-guerra até o início do Concílio Vaticano II, uma propaganda insistente feita pelos meios da “nova teologia” em favor das ideias de Teilhard de Chardin foi introduzida no seio da intelligentsia católica com efeitos devastadores, tornados em seguida bem visíveis e palpáveis, durante e depois do Vaticano II, através do comportamento de numerosos membros influentes da Hierarquia, já inclinados a crer no mito do progresso, da modernidade e da abertura ao mundo.

Outro célebre representante da “nova teologia” era o Pe. Karl Rahner, teólogo jesuíta e um dos peritos mais influentes do Vaticano II.

Para compreender o personagem e suas ideias, bastarão algumas citações extraídas de algumas de suas publicações que, apesar de pouco posteriores ao Vaticano II, revelam ad abundantiam o que ele já tinha em mente bem antes:

“A natureza efetiva — escrevia Rahner, seguindo as pegadas de Lubac — nunca é “natureza pura”, mas uma natureza na ordem sobrenatural, da qual o homem (mesmo enquanto incrédulo e pecador) não pode escapar[14].

É a base da tese rahneriana dos “cristãos anônimos” (para a qual todos os homens seriam cristãos, mesmo sem sabê-lo nem querê-lo) e também da doutrina da “salvação universal”: um modo elegante, em suma, de eliminar discretamente a Santa Igreja Católica submetendo-a à eutanásia.

Escutemos ainda Rahner:

“Pode-se até mesmo tentar ver a união hipostática na linha deste aperfeiçoamento absoluto do que é o homem[15].  Segundo o teólogo mais aclamado do Concílio Vaticano II, então, a união hipostática — isto é, a Encarnação do Verbo divino — não teria passado de uma fábula, e Nosso Senhor só teria sido um homem qualquer, que chegou, entretanto, a uma perfeição tal que teria se tornado Deus...

E ainda:

“O dogma [da Imaculada Conceição] não significa de modo algum que o nascimento de um ser humano seja acompanhado de alguma coisa contaminante, de uma mancha, e que para evitá-la, [a Santíssima Virgem] deveria ter um privilégio”[16]. Rahner nega aqui tanto o dogma do pecado original (e portanto a necessidade da Redenção, da Igreja e do batismo), quanto o sentido autêntico do dogma da Imaculada Conceição, pelo qual o bem-aventurado Pio IX define justamente que a santa Mãe de Deus tinha sido, “por graça especial, desde o primeiro instante da sua concepção [...] preservada de qualquer mancha do pecado original”[17].

 

A marca infalível da heresia

Por influência dos “velhos” modernistas, em suma, os novos teólogos — Lubac à frente — por seu naturalismo e seu relativismo não se limitavam a negar uma ou outra verdade de fé, mas atacavam as raízes sobrenaturais da Igreja, acabando por destruí-la por via de inflação, ou seja, através da sua identificação progressiva com toda a humanidade.

Mas o que espanta mais nessa sopa de cultura de fermentos maléficos, que são os meios do novo modernismo, é sem dúvida a soberba destes pseudo “reformadores”, fundada na pretensão de ter nem mais nem menos redescoberto o “cristianismo autêntico” (perdido pela “velha” Igreja ao longo dos séculos).

COMENTÁRIO: MAS OS MODERNISTAS DESCOBRIRAM MESMO O CRISTIANISMO AUTÊNTICO! QUEM É QUE PODE ACREDITAR QUE O CRISTIANISMO É ESSA DECADENTE DOUTRINA JURIDICA DE ADEQUAR FORÇADAMENTE NOSSO INTELECTO AOS DOGMAS CONTRADITÓRIOS E BIZARROS DA IGREJA E SUA HIERARQUIA? SE ELES, LENDO O EVANGELHO, DESCOBRIRAM O SENTIDO DO CRISTIANISMO, TEM MAIS É QUE DIVULGAR E ESPALHAR MESMO PARA CORROER AS VELHACAS E PODRES PAREDES MOFADAS DO CATOLICISMO TRADICIONAL. 

Eu saúdo antes de tudo — escrevia em 1945 Blondel a Lubac — sua grande obra o natural, pois se é útil e até necessário destruir os erros, é ainda mais importante expor a fundo a verdade do cristianismo autêntico...[18](e, como por acaso, o que pretendem hoje os partidários do Concílio Vaticano II, senão ter finalmente descoberto, depois de dois mil anos, o “cristianismo autêntico”?).

Esta pretensão se repete constantemente na história das heresias, trata-se de um sinal infalível para reconhecermos o herético: dos gnósticos dos séculos II e III até os Cátaros medievais, de Ário de Alexandria até Lutero, de Nestório até os modernistas e aos “novos teólogos”, todos pretendem ser os descobridores e restauradores do “verdadeiro cristianismo”.

O Senhor... dissipou aqueles que se orgulhavam com os pensamentos do seu coração”[19]: mesmo a condenação ulterior da nova teologia pelo Soberano Pontífice Pio XII não conseguirá dobrar o orgulho presunçoso dos novos teólogos, nem convencê-los a abandonar seu plano pretensioso de reformar a Igreja.

 

A influência dos novos teólogos na “Igreja do Vaticano II”

Como o leitor terá observado, este rápido panorama procurou sobretudo pôr em evidência — escavando brevemente as areias movediças da “nova teologia” — o naturalismo e o evolucionismo dogmáticos dos “novos teólogos”, fontes de todos seus outros desvios doutrinais, mas sobretudo da tragédia do Vaticano II e do desastre pós-conciliar.

Entre os representantes da nova teologia de que já falamos, numerosos são os que foram teólogos dos padres conciliares durante os trabalhos do Vaticano II, que por esta razão foi chamado — justamente — o “Concílio dos teólogos”[20]. A consequência hoje é que os católicos estão morrendo, sem sequer perceberem, da nova teologia (ou seja, em última análise, de blondelismo e de teilhardismo cuidadosamente filtrados) cujo espírito, inoculado nos documentos conciliares e no magistério pós-conciliar, impregna hoje uma boa parte da Hierarquia e é largamente difundido nos cursos teológicos de formação para o clero e para os “leigos engajados”.

As provas? Eis algumas:

Blondel está em casa nas universidades e faculdades católicas”, observa o Pe. Xavier Tilliette S. J, “novo teólogo”, num artigo celebrando Blondel na Civiltà Cattolica de 4/9/1993, onde precisava:

A Universidade Gregoriana sob a influência recente de Mons. Peter Henrici [sobrinho de Urs von Balthasar] não é menos consagrada ao filósofo de Aix” (ibid. pág. 389)

O próprio Papa João Paulo II, por ocasião do centenário da obra principal de Blondel (L’ Action), enviou uma carta elogiosa — assinada pessoalmente — na qual ele assim a exaltava: “Lembrando a obra entendemos antes de tudo honrar seu autor que em seu pensamento e em sua vida soube fazer coexistir a crítica mais rigorosa... com o catolicismo mais autêntico[21].

Quanto ao Pe. Teilhard de Chardin, o mesmo Osservatore Romano publicou na primeira página uma carta enviada à Secretaria de Estado, assinada pelo Cardeal Casaroli e em nome de João Paulo II, datada de 12 de maio de 1981 (véspera do atentado na Praça São Pedro), enviada ao Reitor do Instituto Católico de Paris, Mons. Poupard (hoje ele também cardeal, evidentemente), por ocasião das celebrações do centenário do nascimento do jesuíta apóstata, carta na qual eram exaltadas “a impressionante ressonância das pesquisas [de Teilhard de Chardin], a irradiação de sua personalidade e a riqueza de seu pensamento” e onde Teilhard era definido como “um homem tomado por Cristo na profundeza de seu ser, desejoso de honrar ao mesmo tempo a fé e a razão, respondendo assim quase que por antecipação ao apelo de João Paulo II: ‘Não tenhais medo; abri a Cristo as portas, os imensos espaços da cultura, da civilização, do desenvolvimento’”. (L’Osservatore Romano de 10 de junho de 1981).

E mesmo se a reação de um grupo de cardeais exigiu do diário oficial da Santa Sé uma reconsideração da perspectiva desta carta incrível, o fato não permanece menos significativo.

Como se isso não fosse suficiente, seu amigo e discípulo Henri de Lubac S. J., foi em seguida nomeado cardeal e outros representantes de ponta da nova teologia receberam a púrpura cardinalícia ao mesmo tempo que ele: Jean Daniélou, Hans Urs von Balthasar, Yves Congar, enquanto sua nova teologia gnóstica, condenada pelo Papa Pio XII, tornou-se, como nos informa o Pe. Henrici S. J (sobrinho de Von Balthasar, ex-professor da Universidade Gregoriana e hoje bispo), nada menos do que a “teologia oficial do Vaticano II”. E consequentemente, também da atual “Hierarquia conciliar”.

 

Continua.

 

[Fonte: Sim Sim Não Não, nº 185]

 

 


[1] O leitor também lerá com proveito, acerca da Nova Teologia, o opúsculo “Os que pensam que venceram”, publicado na Revista Permanência 282-283. [N. da P.]

[2] Carta inédita de 28 de julho de 1948 in A. Russo “Henri de Lubac: théologie et dogme dans l’histoire”, éd. Studium, Roma, 1990, p. 356.

[3] “Le développement du Dogme selon la doctrine catholique”, Ed. Gregoriana, 1953.

[4] H. de Lubac, “Mémoires autour de mes oeuvres”, ed. Jaca Book, 1992, p. 46.

[5] H. U. von Balthasar.

[6] “Conversion et grâce chez saint Thomas d’Aquin”, 1944, p. 219. Citado por Pe. Garrigou-Lagrange, La nouvelle théologie, où va-t-elle? in Angelicum n. 23, ano 1946, p. 126.

[7] Annales de philosophie chrétienne, 13 de junho de 1906, p. 235.

[8] Remetemos o leitor interessado ao capítulo 15 do livro “Cem anos de modernismo”, do Pe. Dominique Bourmaud, FSSPX , que publicamos na internet: http://permanencia.org.br/drupal/node/5203 [N. da P.]

[9] Comment je crois, éd. du Seuil, Paris, 1969, p. 117.

[10] Lettre à Léontine Zanta, éd. Desclée de Brouwer, Paris, 1965, p. 127.

[11] L’Énergie Humaine, éd. du Seuil, Paris 1962, p. 74.

[12] Comment je crois, ed. du Seuil, Paris, 1969, p. 120 e 124.

[13] Carta de 14/8/1967 a A. Del Noce, in Pensées d’un homme libre, 30 Giorni, abril 1991.

[14] “Rapport entre Nature et Grâce” in “Essais d’anthropologie surnaturelle”, ed. Paoline, Rome, 1969.

[15] Ibidem.

[16] Marie/Méditations, Herder-Morcelliana, Brescia, 1970.

[17] Bula Ineffabilis Deus, Denz. 2803.

[18] Carta de 15/4/1945, in A. Russo, Henri de Lubac: théologie et dogme dans l’histoire Línfluence de Blondel, Studium, 1990. p. 307.

[19] Lc 1, 51.

[20] Peter Henrici S. J. in Communio, nov-dez de 1990.

[21] L’Osservatore Romano, 12 de maio de 1993.

CONCLUSÕES:

1 - Com essas críticas bestas e infantis os católicos tradicionais simplesmente chamam cristianismo original de gnosticismo e modernismo. Isso não é ofensa, eles estão é provando que estão errados e que o que praticam não é cristianismo, nem bíblico, nem evangélico mas algo muito posterior inventado artificialmente em total contradição com o evangelho de jesus.

2 - Ao chamar o budismo de "verdadeira gnose" estão confirmando que uma religião muito superior ao catolicismo é gnóstica ou seja, o gnosticismo é superior ao catolicismo.

3 - Ao chamar a igreja pós-conciliar (Vaticano II) de uma nova e diferente igreja herética e falsa, eles estão afirmando que a igreja católica apostatou e deixou de existir, contradizendo o evangelho, jesus, os papas e concílios da igreja, chamando-os de mentirosos.

Observação: esses tradicionalistas que rejeitam o Vaticano II só existem em pequeniníssimos grupos isolados e rejeitados, bem como pessoas loucas e com problemas mentais na internet. É um movimento tão irrisório, mas tão ridículo que dá pena.