segunda-feira, 5 de junho de 2023

INVISIBLE CIRCLES - After Forever

 






Álbum: INVISIBLE CIRCLES

Banda: AFTER FOREVER
Gênero: Progressive Metal; Symphonic Metal
Lançamento: 2004
País: HOLANDA



FAIXAS

01- "Childhood in Minor" (instrumental)
02- "Beautiful Emptiness" 

03- "Between Love and Fire" 

04- "Sins of Idealism

05- "Eccentric"
06- "Digital Deceit" 

07- "Through Square Eyes" 

08- "Blind Pain" 

09- "Two Sides" 

10- "Victim of Choices" 

11- "Reflections"
12- "Life's Vortex"

Capa: Nota 3. Que capa feia, poderiam ter feito uma coisa melhor. Capa muito estranha, muito feia! Um CD bom desse com uma capa feia dessa.


Melhor Música: BETWEEN LOVE AND FIRE 

Comentário:

After Forever se superou mais ainda com esse álbum. Depois de dois lançamentos excelentes, lança essa OBRA PRIMA DO METAL.

Em Invisible Circles a banda passa de vez para o Metal Progressivo, abandonando só um pouco o Sinfônico dos albuns anteriores. Logo, como todo Metal Progressivo, é DENSO, COMPLEXO E DIFÍCIL DE DIGERIR NA PRIMEIRA ESCUTADA. É um album muito amplo, muito profundo, a musicalidade vai ao infinito, por isso cada nova escutada se percebe novas notas, novas melodias, novas sensações GENIALMENTE encaixadas num todo coeso e de altíssimo nível. Estamos tratando aqui de músicos da mais pura Bela Arte mundial, sem exageros.

É um album conceitual. Conta uma história e trata de um tema: problemas familiares, traumas de infância, famílias desestruturadas devido ao egoísmo e abuso moral e a perpetuação desse círculo vicioso de traumas familiares que passa de geração em geração.


O conceito de Invisible Circles foi moldado pela cantora e letrista de After Forever, Floor Jansen, inspirando-se no trabalho de Sander Gommans como professor de arte. Seu contato diário com crianças com problemas sociais e familiares lhe dera o desejo de conscientizar as pessoas sobre esses problemas, incorporando suas histórias em músicas. Ele também percebeu que os problemas dessas crianças frequentemente se originavam dos traumas psicológicos que seus pais haviam experimentado em seu passado. Gommans descreveu o título e o conceito do álbum nestes termos: "Invisible Circles descreve os caminhos da vida que alguém pode seguir. A vida consiste em vários círculos que você pode seguir; muitas vezes você voltará no começo de um círculo, embora você tenha tentado sair daquele círculo em particular. "
O enredo gira em torno de uma família disfuncional , compreendendo um pai, uma mãe, sua filha e a mãe do pai. A história começa com um casal, cujo relacionamento está secando. Eles decidem ter um filho, que a mulher acredita que pode salvar seu relacionamento ("BETWEEN LOVE AND FIRE"). O nascimento de uma menina destrói na mãe suas esperanças de uma brilhante carreira profissional e sufoca sua paixão. Por outro lado, a criança recém-nascida provoca no pai um enrijecimento de seus sentimentos e a recusa em comprometer sua carreira por um "moleque mimado" ("SINS OF IDEALISM"). A menina, percebida na família como um fardo indesejado, tenta adaptar-se ao abuso psicológico que recebe, mas é objeto de frequentes brigas e se torna triste e deprimida ("BEAUTIFUL EMPTINESS). Ela procura tranquilidade e força em seu mundo de fantasia interior, amizade e amor na internet, tornando-se cada vez mais distante do mundo real e excêntrica aos olhos de seus colegas de escola e pais, uma criança esquisita ("ECCENTRIC", "DIGITAL DECEIT", "THROUGH SQUARE EYES"). A linha de dor que liga a criança aos pais parece indestrutível e a situação piora quando o pai pensa em ir embora ("BLIND PAINS", "TWO SIDES"). A intervenção da avó da menina revela que o próprio pai era uma criança negligenciada e vítima de sua família ("VICTIM OF CHOICES"). A raiva do pai é uma reação ao seu abuso quando criança e essa percepção parece suavizar a dor da menina, trazendo-a para fora de sua concha defensiva ("REFLECTIONS"). Em conclusão, a filha adulta, agora mãe, enfrenta os mesmos dilemas de seus pais e deve repetir os erros de seus pais, fechando o círculo invisível que perdura de uma geração para outra ("LIFE'S VORTEX").

O album foi lançado em 2004, ano de lançamento da obra prima do Power Metal Progressivo, TEMPLE OF SHADOWS da brasileira ANGRA, dando enorme destaque mundial ao Metal Progressivo. Em Two Sides e Victim Of Choices percebemos a clara influência de Angra e seu Power Metal Progressivo, visto que o mundo ainda estava espantado com a maravilhosidade do album Rebirth do Angra que influenciou enormemente o Metal dos anos 2000.

O album é triste e desesperador. Arte é a capacidade de transportar os maiores sentimentos através de belas construções. Invisible Circles é um CD que nos faz sentir o tempo todo tristes, desesperados, como se uma desgraça estivesse a ponto de acontecer. Realmente nos sentimos na mente da Menina, inclusive os diálogos e brigas dos pais no meio das músicas dão mais dramaticidade e maior sensação de que estamos no lugar da menina sentindo o que ela sente.

Não é uma tristeza "gótica" como a do Enter do Within Temptation, causada por vazio e melancolia. É uma tristeza por viver em um lar desestruturado, com brigas diárias, sem amor, se sentindo estranho no mundo. Não há nenhuma música feliz. Todas são muito carregadas de desespero, raiva, amargura, tudo misturado. É bonito, mas pesado, psicologicamente profundo.

Between love And Fire é incrível, e tem uma parte bem sinfônica no meio aos 02:11 minutos em diante que é arrepiante de tão maravilhosa. É bela e ao mesmo tempo passa raiva e ódio. Eu sinto muita raiva escutando essa música. Sins of Idealism que vem em seguida é tão cheia de negatividade quanto. Mas a música mais pesada do album com certeza é BLIND PAIN que tem uma briga feia do casal e é onde mais sentimos que estamos na mente da menina.

Through Square Eyes com sua base egípcia tipicamente do After Forever é ótima também, causa uma sensação de perdição, de estar se perdendo, diluindo, perdendo a essência.

CD imperdível pra quem gosta de música boa, de alto nível, densa, complexa, profunda e "difícil" para ouvidos simples e acostumados com coisas baratas e fáceis.

Esses dias correu pelas redes sociais o assunto sobre a rebeldia, má educação, dificuldade de convivência e esquisitice dos atuais adolescentes e jovens adultos. Os relatos mais estarrecedores são dos países desenvolvidos, mas o mundo ocidental em geral está passando por isso. Não é de hoje, já faz uns 10 anos que escutamos reclamações em ambientes de trabalho sobre a dificuldade de lidar com jovens nas faixas dos 14 aos 25 anos. Essa faixa corresponde muito à chamada GERAÇÃO Z, a geração que vem depois da minha (Y ou Millenial). Até mesmo nós Millenials não gostamos da geração Z. A geração X é a geração dos meus irmãos mais velhos, que teve infância nos anos 80. 
Geração Y, mais conhecida como Millenials, é a minha geração, que teve infância nos anos 90. Eu chamo nós Millenials de Geração Rebelde por excelência, Geração Gnóstica e Filhos do Fracasso ou GERAÇÃO QUE CAIU DO CAVALO. Minha geração sentiu na carne o desemprego e a ausência de perspectiva diante das crises econômicas na fase adulta. Crescemos com muita promessa de prosperidade mas a realidade dura do capitalismo nos socou a cara. Descobrimos que não vamos aposentar e que casa própria só se for em lugares distantes dos grandes centros. Amamos questões sociais e ambientais e somos REBELDES, muito rebeldes. Não é àtoa que a novela Rebelde fez tanto sucesso em suas múltiplas versões. Especialmente a versão Mexicana, que foi escrita por Millenials para Millenials. Assista Rebelde México e verá que é uma novela Millenial.

Todas as gerações anteriores estão reclamando muito da geração Z: baby boomers, X, Y, até os pequenos da geração Alpha se diferem muito deles.. Desconectados da realidade, egoístas, individualistas, não sabem partilhar, nem dividir, nem sorrir... Há algumas semanas uma senhora do meu trabalho reclamou que "antigamente, a gente fazia uma turma de trabalhadores, convivia juntos, pegava os mesmos transportes, fazia grupos, combinava churrascos, visitava uns aos outros. Hoje essa geração nova que tá entrando no mercado não quer nada com nada". Ela é professora de crianças e adolescentes... Agora, uma geração que tá entrando no mercado de trabalho agora em 2023 é muito diferente, não conversam, não dialogam, só sai desgraça, maldição e reclamação de suas bocas, viciados em celular e redes sociais, isolados em seus mundos... Poucos são bons, a maioria tem uma aparência esquisita, se vestem mal, não estabelecem laços afetivos com ninguém, não se interessam pelos outros.

O que aconteceu com essa geração? Minha irmã mais nova se safou, ela é muito diferente deles. Até eu me acho muito diferente da geração Y, pareço mais uma mistura de X com Alpha.

Eu tenho palpites: REDES SOCIAIS, Internet precoce, ausência dos pais em casa, pais da geração X que substituíram o amor e o carinho por televisão e DVDs, acesso sem prevenção a fóruns de internet cheios de discursos de ódio e doutrinas de sectarismo social e tribalismo. O que eu percebo é que essa geração Y tenta suprir suas carências com redes sociais virtuais e não com pessoas reais. Eles foram acostumados a FUGIR DO MUNDO REAL por causa de seus péssimos pais da geração X e se jogaram no escuro da Internet, quando nenhuma geração ainda estava preparada para as porcarias que são as redes sociais, os fóruns de discussão (e de ódio), a Deep Web e etc. A geração Y não sabe lidar com suas frustrações. É mais fácil ficar jogando hate (ódio) no twitter do que ir resolver pessoalmente suas questões com os vizinhos, colegas, familiares. Nem terapia adianta, pois a arrogância de serem reizinhos de seus mundos particulares impede um real tratamento de seus traumas.

Mas a culpa não é deles. É de seus pais! A Geração X não quer ter filhos! Foi forçada pelos Boomers a constituir família por causa da porcaria do tradicionalismo conservador. Mas eles não queriam! Foram forçados pela cultura, sofreram enorme pressão social para atingir as expectativas dos decadentes Boomers e seu ranço conservador. Resultado: pais da geração X não suportam seus próprios filhos e delegaram às escolas, ao videogame e a internet a presença e educação que deveriam dar.

Quando vejo boomers da minha família repreendendo meus primos X por não quererem se casar nem ter filhos me dá nó no estômago. Uma geração estragando a outra! Quem raios em 2023 tem coragem de botar nesse mundo horrível do Ocidente, cheio de drogas, violências e pornografia explícita, crianças pra consumir todo esse lixo burguês? Eu não tenho coragem.

É um conflito histórico. Os boomers não perceberam que seu mundo acabou. Os valores são outros. A geração X não conseguiu se rebelar totalmente dos Boomers e fracassou como pais e profissionais. A geração Y se rebelou e fez o que queria mas percebeu que nem mesmo seus próprios sonhos são possíveis: estamos no Capitalismo, em regra vamos sempre perder para a Burguesia, a não ser que façamos a Revolução. A minha geração, Y, está trocando de profissão porque odeia o que faz, não vê sentido na vida e se sente vazia e enganada pelas gerações passadas e sua ideologia de classe média branca de subúrbio de filme americano dos anos 80. Já a geração Z parece estar cagando e andando para o mundo, só sabem usar drogas, ouvir Trap e outras porcarias correlatas e se isolar nas redes sociais.

Mas há uma esperança! Estou encantado com meus sobrinhos e priminhos da geração Alpha! Eles são expertos, comunicativos. Não teem paciência pra televisão nem são audiência para a solidão! Eles são de todo o mundo e todo mundo é deles. Eu vi eles crescerem com celulares e eles não suportam ficar muito tempo em frente a telas! Querem correr no parque, exigem a presença dos pais. Falam como adultos e brincam como crianças da década de 30 no interior, na roça. Acho que eles cresceram tão abarrotados de tecnologias, e já protegidos das ameaças da Internet, que são cada dia mais estudadas e divulgadas, que amadureceram rápido e não suportam TV por muito tempo. Eles sentem prazer em sentar na mesa com adultos e participar dos papos. É emocionante. Como uma geração tão podre e insuportável como a Z pode ser substituída por gente tão simpática, alegre e feliz como os Alpha? Eu fico abismado com a diferença. 

Não consigo estabelecer vínculos com pessoas entre 15 e 25 anos. São muito estranhos e esquisitos, não sabem conversar, parece que tudo irrita e incomoda eles. Parece que esse processo começou antes, nos anos 90 nos países desenvolvidos e nos anos 2000 no 2º e 3º mundo do Hemisfério Ocidental.

VEJA O VIDEOCLIPE DE DIGITAL DECEIT:

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