Se tem uma coisa que me irrita profundamente na música é o artista que não aceita seu próprio potencial e se contenta com pouco. É o caso de Xandria.
Eu gosto muito dessa banda mas ela me decepcionou bastante no último horrível disco lançado ao voltar a cometer o grande erro que perpassa todos os seus álbuns, com exceção do Theater of Dimensions (2017) onde eu praticamente não vi esse erro e que é, sem sombra de dúvida, o melhor trabalho da banda. Meu álbum favorito é o Neverworld's End (2012) muito por causa do vocal maravilhoso de Manuela Kraller (a nossa ex futura sucessora de Tarja) mas esse disco sofre demais com o grande erro da banda.
Theater of Dimensions, o melhor disco da banda e o única onde ela conseguiu não cometer erros ridículos e amadores de composição.
Bandas como Epica também cometem muito esse erro, frequente em bandas alemãs ou formadas por músicos alemães. Eles parece que não veem a música com emoção mas com cálculo matemático. O resultado são as "quebras" que ocorrem entre as estrofes. Isso acontece DEMAIS no Xandria e me irrita profundamente.
O que eu chamo de "quebras" aqui são as mudanças bruscas de melodia entre estrofes, refrões, pontes, coros, pré-coros e etc. Causa uma sensação estranha como se a música fosse feita de blocos isolados e tijolos que foram colocados um sobre o outro e completados com cimento e argamassa mas que nunca serão uma coisa só. Isso me irrita bastante pelo amadorismo que isso reflete. Parece que eles não escutam a música antes de lançar. Não consigo pensar senão em burrice porque não é possível que não escutem a música pra ver que tem algo errado.
Na minha música favorita da banda isso acontece demais e me irrita profundamente, The Lost Elysiun:
https://www.youtube.com/watch?v=G1GPiE0j7KQ
No final da intro quando Manuela canta "for the lost elysiun", a melodia da estrofe seguinte não tem NADA a ver com o final da intro. E eles repetem isso a música toda. Antes da ponte/solo de guitarra em 2:28 acontece o mesmo, o final do refrão não tem NADA a ver com o solo! Fica um sentimento estranho de "porra, porque não criou uma melodia melhor que se encaixe formando uma MÚSICA ao invés disso que parece uma montagem com imagens de revistas e jornais feitas às pressas?".
Essas quebras são causadas porque eles não entendem a música como MÚSICA mas como uma fórmula matemática ou um jogo de blocos onde vc monta peças pra formar uma figura. Não é assim. Música é sentimento. Não há música sem sentimento. Você pode ser o melhor técnico do universo, se não souber colocar SENTIMENTO não será música, será uma equação estranha num quadro pra alunos desinteressados ignorarem.
Esta é outra coisa que falta demais à Xandria e somente Dianne van Giersbergen conseguiu trazer. Os álbuns com Dianne tem muito mais sentimento colocado, principalmente o Theater of Dimensions onde ela participou mais ativamente na produção e nas composições. Não é a voz dela, é a composição melódica mesmo. Xandria não tem sentimento.
Parece que os caras não sabem o que é música ou não entendem o que estão fazendo.
Além disso Xandria não desenvolve suas melodias. Muitas músicas são bastante medíocres, nem tem riqueza nem floreios, são secas, duras, diretas, não há nenhum embelezamento, fazendo a música se tornar clichê, pobre, sem detalhes, apenas um recorte de melodias repetitivas muito tosco. Esse é o caso de Dreamkeeper que além de ter as terríveis quebras sofre de pobreza compositiva:
https://www.youtube.com/watch?v=JBZtyT8g6ac
Dreamkeeper deveria mudar de nome e se chamar BROCHADA, porque quando parece que você vai ficar excitado a POBREZA MELÓDICA e as quebras horríveis te brocham. É impressionante a preguiça na hora de compor essa música, toda vez que ouço só penso em brochar, decepção, fracasso...
O ápice de Xandria se deu na Burn Me, excelente faixa do Theater of Dimensions com a participação do maravilhoso vocalista Zaher Zorgati da banda tunisiana Myrath. Aqui sim Xandria entendeu o que é música e deu seu nome. A música é maravilhosa, nota 1000:
Outra banda que comete muito esses mesmos erros de Xandria e me irrita demais é EPICA. Gente, como é que pode tão capacitados músicos serem tão péssimos e falhar em um erro tão ridículo? Tem uma música em que isso é tão evidente, Unchain Utopia, justamente entre as estrofes e o refrão, parecem músicas diferentes coladas artificialmente, trabalho amador, infantil, burro! Como é que pode, isso?
https://www.youtube.com/watch?v=I8y99z5EVtY
Outra é Freedom, a música é boa mas toda quebrada, parece que foi feita "nas coxas" colhendo cacos quebrados de produtos de diferentes naturezas, que vergonha é a passagem pro refrão, um silêncio bizarro no meio da música estragando a experiência do ouvinte:
https://www.youtube.com/watch?v=nWNdykQY6yQ
Nem Dave Mustaine com o cu cheio de droga consegue cometer esse erro crasso e primordial.
Isso me irrita bastante. Muitos deles são formados em música clássica e erudita, como é que nunca perceberam que Mozart, Handel, Bach, Paganini e Beethoven nunca cometeram esses erros? Formados em música que não sabem o que é música?
Xandria chega a me dar vergonha alheia com isso em certas músicas...
Muitas bandas não cometem esse erro nunca! Nunca vi Blind Guardian, o Conjunto Angra, Sepultura, Nightwish, Stratovarius, Sonata Arctica, Iron Maiden, Megadeth, Slayer, Death, Within Tempation e etc cometerem isso.
Aliás, Blind Guardian e Rhapsody são os maiores exemplos de músicos que realmente SABEM o que é música. Bandas com álbuns perfeitos e sem defeito, que nos deixam emocionados com tanta beleza.
Xandria tem grande potencial. As composições deles são bonitas. Uma pena que desperdicem tanto tempo emulando Nightwish de uma forma porca dessas, nem conseguindo escutar as próprias músicas e perceber que tá ruim e artificial. Além de todos esses erros tem a falta de consistência e personalidade, sempre se escorando no Nightwish, o que é muito ridículo.
Jani Liimatainen é outro compositor que nunca vi cometer isso. TODAS as faixas com a assinatura dele são belíssimas e cheias sentimento. As diferentes partes de suas músicas se conectam, o final de uma estrofe se entrelaça com a outra perfeitamente, seja no Sonata Arctica, seja no Cains Offering ou na sua carreira solo.
Um belo exemplo de como fazer uma música absolutamente PERFEITA E SEM DEFEITOS, com várias partes e todas se ligando melodicamente de uma forma lindíssima e extremamente musical e apaixonante é A VOICE IN THE COLD WIND de Rhapsody, uma obra prima do Power Metal Sinfônico:
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