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Abaixo dois rituais mandeanos, Batismo e Casamento:
Batismo:
CASAMENTO:
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São essas pessoas acima que foram perseguidas e mortas por serem "hereges gnósticos". Nem o Alcorão os persegue, antes diz que são Povos do Livro e merecem proteção. Mesmo assim o povo Mandeu sofreu na mão do Islã, mas sobreviveu!
Uma lição para os demais gnósticos, pois eles, não sabemos como, conseguiram preservar a doutrina e as práticas e rituais gnósticos sem precisar disfarçá-los e sincretizá-los com outras religiões, como ocorreu em todo o resto do mundo antigo, Ocidente e Oriente. Infelizmente eles não tem muito futuro no Iraque, a comunidade continua pequena. Só podem crescer em outros países e por isso há uma diáspora em andamento para a Europa e Oceania, principalmente Austrália, adotada por muitos deles devido ao clima quente e desértico, onde eles se adaptaram muito bem e prosperaram.
Como eles conseguiram preservar o Gnosticismo primitivo dos 3 primeiros séculos? Como eles conseguiram preservar as práticas das seitas judaicas batistas, como Essênios, Nazarenos, Ebionitas, Elcasaítas, Terapeutas e outras? É um MILAGRE!
Eles, de fato, são gnósticos. Sua doutrina é gnóstica. Seu mito cosmogônico é gnóstico.
Eles são muito bonitos e emanam pureza e amor no olhar, e o mundo está ficando encantado com sua doutrina e religião, que respeita os animais, o meio ambiente, as fontes naturais e os Direitos Humanos. Uma doutrina mística e gnóstica sobrevivente em sua inteireza. O Profeta Mani, que a Luz de Zurvan esteja sobre Ele, diz no seu Evangelho que os gnósticos são conhecidos pela beleza exterior, reflexo da beleza interior. No Evangelho, o Profeta Mani diz que a beleza dos maniqueístas, Eleitos e Auditores, irrita e excita os arcontes e demônios, que ejaculam excitados e irados, lançando ataques e perseguições aos gnósticos por terem inveja da Luz que há dentro deles, pois os Gnósticos despertaram sua Alma, que brilha mais que as das outras pessoas. A beleza exterior dos gnósticos não é artificial, fruto de mudanças físicas e roupas, mas é a beleza da Alma que ilumina e embeleza o corpo todo.
Epifânio de Salamina, o heresiologista católico, conta que as mulheres barbelonitas eram conhecidas pela sua beleza e que por isso eram usadas para fazer proselitismo, para atrair pela beleza as pessoas de outras religiões.
Impressiona ainda que os Mandeus tenham perpetuado os Ritos Gnósticos que nós vemos citados e descritos parcialmente nos Evangelhos Gnósticos reencontrados! Oração pelos Mortos, Redenção (Ascensão) da Alma, Batismo, Consagrações, Hinos, os textos gnósticos citam esses ritos mas não explicam liturgicamente o processo ritual.
O Evangelho dos Egípcios, por exemplo, contém uma Liturgia Batismal sem comentários, se apresentando como uma Revelação (Apocalipse) de Seth e um Evangelho, pois a história e a missão de Seth são explicadas e este é identificado com Jesus, que é uma nova manifestação de Seth na história, um "renascimento" dele. Além do ritual Batismal, contém hinos gnósticos setianos.
As Três Estelas de Seth são uma coletânea de 7 hinos gnósticos, sendo que o primeiro é um louvor feito por Emmacha Seth a Geradamas, os demais hinos são para Barbelo. Fora estas e outras referências, pouco sabemos da Liturgia Gnóstica em detalhes pois as descrições dos heresiologistas são muito resumidas e apressadas, não entrando em detalhes.
Mas agora essas liturgias aparecem vivas sendo praticadas ininterruptamente pelos Mandeus.
Irmãos gnósticos, vejamos como é rico o conhecimento gnóstico que chegou até nós. Não precisamos de perder tempo pesquisando as mentiras modernas que eu já havia citado na postagem sobre Troma Nagmo Chod, aquelas porcarias e inutilidades que surgiram no renascimento e que hoje viraram aqueles troços "esotéricos" e "nova era". Essa empulhação é coisa de gente que não tem Gnose, pois se tivessem o Conhecimento Supremo, que é acessado através do autoconhecimento, estaria estudando os textos gnósticos e as doutrinas originais e verdadeiramente antigas e não doutrinas toscas e falsas que servem para enriquecer quem fica vendendo pedras, cristais, amuletos e livrecos "esquisotéricos" sobre falsas viagens astrais e inexistentes fraternidades brancas, roxas, azuis, verdes, sei lá que mais lixo. Vamos crescer. Já é tempo de ser adultos e abandonarmos as meninices. O mundo material é corrupto e sua matéria não pode nos salvar, já era pra termos aprendido isto a muito tempo.
Irmãos, se queremos viver como gnósticos, devemos, portanto, nos inspirar nos Mandeus e adotar seus costumes, adaptando-os à nossa realidade e cultura. Eles estão se adaptando ao Ocidente, pois aqui estão prosperando e divulgando sua cultura pelo mundo. Nós gnósticos devemos fazer o mesmo! Eles estão traduzindo suas escrituras para as línguas ocidentais e muitas delas estão disponíveis em inglês de graça na internet! Porque não fazemos isto também?
Precisamos ler, ler e ler, estudar as Escrituras Gnósticas, publicá-las em coletâneas e Bíblias Gnósticas, escrever novos textos gnósticos, escrever novos tratados e comentários às escrituras gnósticas clássicas! Já tem muita coisa em inglês graças a Deus, mas e em português? Em inglês, irmãos, é como se as portas do Paraíso tivessem sido abertas para nós, os livros lançados em inglês sobre o Gnosticismo, comentando e explicando as doutrinas redescobertas são muitos, fontes quase inesgotáveis! Todo esse conhecimento está disponível! Olhem o trabalho de Elaine Pagels, de George R S Mead, Stephan Hoeller, Michel Tardieu, Marvin Meyer.
As pessoas estão sedentas de Gnose. Tenho conhecidos pastores evangélicos que vivem nos EUA e estão chocados com o declínio do cristianismo nos EUA. As igrejas cada dia mais vazias, os crentes cada dia mais descrentes, os jovens sumiram das igrejas, os velhos não acreditam mais nos dogmas cristãos. Ateísmo, Agnosticismo e novas religiões crescem velozmente! As pessoas não estão encontrado a Verdade e estão caindo no ateísmo e no niilismo porque o Conhecimento Supremo e Absoluto não está chegando até elas. Na Europa então nem se fala, denominação cristã nenhuma tem esperança mais na Europa, nem a igreja católica. Gente, já chegou a hora do retorno do Gnosticismo no Ocidente!
Olha todo o sofrimento que os antepassados recentes nossos sofreram para construir a Civilização que temos hoje: Reforma Protestante, Revolução Francesa, 2ª Guerra Mundial, Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, Declaração Universal dos Direitos Humanos, as Repúblicas, a Democracia, o fim da Teocracia totalitária, a Globalização, a Internet. Sem a Reforma e a Revolução Francesa, jamais os textos gnósticos reencontrados no Egito viriam a público! Eles seriam destruídos pela igreja católica!
O Maniqueísmo renasceu! Centenas de textos e fragmentos bem preservados foram desterrados em Turpan, na China, trazendo a Luz sobre o que realmente era e como vivam e se organizavam os Maniqueístas, o que estudavam sua doutrina completa! Gente, é tanto conhecimento que não damos conta de ler e estudar tudo!
Deus ouviu nosso clamor e está a séculos nos ajudando! Tudo que tem acontecido é uma ambientação para fazer a Gnose ser difundida rapidamente num piscar de olhos pelo mundo inteiro! Tecnologia, internet, textos online, baixar arquivos, tirar foto de páginas, digitalização, tudo isto é TUDO o que os gnósticos sonharam no passado! Eles morreram por nós! Se sacrificaram para que tenhamos acesso a essas doutrinas, e nós ao invés de honrarmos a eles, acessamos doutrinas falsas e ridículas que de gnósticas não tem nada e são pura empulhação para satisfazer os desejos egoístas, tudo o que os gnósticos negaram! Temo que um castigo caia sobre nós, por não termos dado valor ao maravilhoso momento histórico que vivemos, uma verdadeira Era Dourada da Informação. Temos a chance de mudar para sempre o mundo! Isto é raro, é difícil!
Queremos ser gnósticos? Então vamos viver como os Mandeus, eles tem muito a nos ensinar! A vida deles é uma vida gnóstica sobrevivente, são legítimos e puros guardadores da Divina Tradição, do Celeste Conhecimento!
Queremos crescer em Conhecimento e Verdade? Vamos ler e estudar Pistis Sophia e seus bons comentadores, como G R S Mead e Blavatsky! Vamos estudar as escrituras de Valentino e sua Igreja, Stephan Hoeller tece maravilhosos comentários aos textos valentinianos! Vamos meditar, esvaziar a mente, concentrar nas Ideias, entoar mantras e palavras sagradas das escrituras gnósticas clássicas, suas vocalizações e ascensões místicas, seu autoconhecimento!
7 Hinos Gnósticos já existem em Três Estelas de Seth, isto já é mais do que suficiente para uma Igreja Gnóstica abrir suas portas e realizar cultos e missas públicos!
Vamos ousar! Vamos escrever Novas Escrituras Sagradas! Uma nova Bíblia Gnóstica com textos modernos e antigos! Vamos usar a criatividade, produzir novos cantos, poemas e tratados filosóficos e místicos, e divulgar, e publicar, e espalhar, e Iluminar o Mundo com nosso conhecimento! Vamos fazer encontros de meditação, mantralização, vocalização, Cantorias e Salmodias, leituras e interpretações de textos, apresentação para os irmãos dos nossas Novas Escrituras! Já chegou a hora! Está é a verdadeira Nova Era, uma Nova Era para o Gnosticismo renascer e brilhar!
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Notas de arquivo
Esta é uma excelente visão geral da religião de Mandaean por Kurt Rudolph, escrita e extraída de The Encyclopædia Iranica (onde você encontrará quatro excelentes artigos sobre história, religião, idioma e cultura de Mandaean). Um tratamento semelhante, porém mais extenso, deste material é encontrado em Kurt Rudolph, Gnosis: The Nature and History of Gnosticism (Harper, 1987), pp. 343-366.MANDEANOS
por Kurt Rudolph
A RELIGIÃO MANDAEANAUma característica principal dos mandaeanos é o uso frequente de rituais de água (corrente) (para batismos e purificações rituais); outra é a posse de uma rica literatura em sua própria língua e escrita aramaica oriental, “maandaica” (veja abaixo, seção v). Eles têm seus próprios padres e centros de culto ( mandi ), além dos quais (ou no lugar dos quais) foram construídos recentemente centros culturais, especialmente nas áreas não orientais. Suas doutrinas (teologia, mitologia) estão centradas em uma filosofia dualista da vida (luz ~ escuridão; alma ~ corpo), derivada da Gnose da Antiguidade Tardia.
Auto-designações.
De acordo com as fontes Mandeanas, as primeiras auto-designações são: “Eleitos da Justiça” ( bhiri zidqa ) e “Guardiões” ou “Portadores” ( naṣuraiyi ), ou seja, de ritos e conhecimentos secretos. A palavra "mandeano " ( mandaiyi) refere-se a um termo antigo, manda "conhecimento" ou "gnose" e, portanto, significa "gnóstico", mas hoje denota os "leigos" como distintos dos sacerdotes ( tarmidi "discípulos") e "iniciados" ( naṣoraiyi). Nos tempos modernos, esse termo tem sido cada vez mais utilizado pela tradição acadêmica ocidental. Antes disso, os missionários católicos portugueses do século XVII os chamavam de “discípulos de João Batista” e eram conhecidos na literatura européia até o século XIX sob esse nome ou como “cristãos de são joão”. Na verdade, eles consideravam João Batista como ser apenas um de seus profetas ou sacerdotes; eles são chamados ocasionalmente de “seguidores de João, o Batista” hoje. Os muçulmanos deram a eles o nome ṣābeʾun , “Sabians” (Sabeus ou Sabianos) (em árabe moderno ṣobba ), conhecido no Alcorão (2:62, 5:69, 22:17) e na literatura árabe. Essa designação lhes permitiu pertencer ao “povo do livro” que é tolerado pelo Islã (ver também “Ṣābiʾa”, no EI2) O significado original dessa palavra é provavelmente “batistas, batizadores” (da raiz aramaica ṣeba , “mergulhar, batizar, lavar”).
Literatura.
A tradição escrita dessa pequena comunidade é bastante extensa e diversificada (Rudolph, 1996, pp. 339 e segs.). Consiste em livros rituais (liturgias, orações, hinos) e comentários, tratados teológicos ou mitológicos, pergaminhos ilustrados, lendas e textos mágicos. Como não sabemos os nomes e datas dos autores, redatores ou compiladores, é muito difícil fornecer informações exatas sobre a origem e a idade da literatura. Muitas vezes, a natureza dos textos cria um problema para a interpretação, porque o material inicial e o final estão entrelaçados. Certamente, a coleção de muitos escritos em "livros" já havia começado antes da invasão do Islã nos assentamentos de Mandeanos na Mesopotâmia. Além disso, outros textos foram transmitidos na forma anterior de pergaminhos ("divans") em vez de livros, e eles são ilustrados em um estilo artístico peculiar. Os textos mágicos mais antigos de Mandeanos, escritos em tigelas e tabletes de chumbo, podem ser datados do século III ou IV dC Pesquisas modernas sobre a transmissão escrita dos textos e comparações de terminologias, estilos e frases especiais com caracteres não-Mandaeanos (gnósticos, literatura cristã e maniqueísta) mostraram que a existência dos escritos litúrgicos e poéticos deve ser postulada já no século III dC. O script dos textos provavelmente foi desenvolvido no século II ou anterior para preservar as mais antigas tradições religiosas, que provavelmente se originou na Palestina e na Síria e foi levada oralmente à Mesopotâmia.
Os textos mais importantes de Mandeanos são os seguintes: O Tesouro ( ginza ) ou “Grande Livro” ( sidra rba ) é a coleção mais completa de escritos; consiste em duas partes, a “Ginza Direita” maior ( ginza yamina ) e a “Ginza Esquerda” menor ( ginza smala ). O primeiro é uma coleção de 18 tratados com conteúdo predominantemente cosmológico, teológico e didático (incluindo ético), enquanto o último trata apenas da ascensão da alma ao domínio da luz; portanto, esta parte também é chamada de "Livro das Almas" ( sidra d-nišmata ).
O "Livro de João" ( draša d-yahya ou - yuhana ) ou "Livros dos Reis" (ou seja, Anjos, draši d-malki ) também é uma coleção de conteúdo misto. As principais partes relatam os “sermões” ( draši ) de João Batista, os “discursos” de Šum (Shem), o aparecimento de Anōš (Enosh) em Jerusalém e a história da conversão de Miryai.
Os hinos litúrgicos, orações e instruções rituais são reunidos no “Livro de Orações Canônico”, em maandaico chamado Qolasta (“louvor” ou geralmente “coleção” de hinos). As duas primeiras partes contêm a liturgia para o batismo ( maṣbuta ) e a missa pelos mortos, chamada “ascensão” ( masiqta ) da alma; ambos ainda são usados hoje pelos padres de Mandaean.
Uma série de outros textos ou pergaminhos rituais foram publicados nos últimos tempos, com base em manuscritos da "Coleção Drower" em Oxford, por exemplo, a cerimônia de casamento, um ritual para a ordenação ("coroação") de padres, um ritual para a purificação de um padre poluído, interpretações esotéricas de rituais e cerimônias (por exemplo, o “Grande Primeiro Mundo”, o “Pequeno Primeiro Mundo” e o “Pergaminho do Reinado Exaltado”). Textos semelhantes ainda não foram publicados. Uma grande coleção de escritos apenas para uso sacerdotal é a chamada “1.012 Perguntas” ( alf trisar šualia ).
Alguns dos pergaminhos são ilustrados, como o interessante Diwan Abathur , que lida com a ascensão da alma através dos purgatórios celestes dos planetas e dos signos do zodíaco, ou o "Diwan dos Rios" ( diwan nahrawata ), que fornece uma impressão da visão de mundo tradicional dos mandeanos. O único texto com alguma informação histórica é o (fragmentário) "Diwan da Grande Revelação", chamado Haran Gawaita ("Haran Interno"). O “Livro dos Signos do Zodíaco” ( asfar malwaši ) serve ao sacerdote para horóscopos e para a concessão do nome esotérico de um mandeu (que é, portanto, chamado de “nome da malwaša ”).
A ausência de evidências históricas suficientes dificulta o rastreamento da origem e da história inicial dos maandaeanos (Rudolph, 1996, pp. 402 e segs.). As fontes datáveis mais antigas são textos mágicos dos séculos III / IV dC na Mesopotâmia, que já contêm elementos da mitologia mandéia (nomes de espíritos e demônios). Esse fato está de acordo com as indicações de pesquisas sobre a história e as tradições da literatura de Mandaean, especialmente as tradições mitológicas e teológicas (Rudolph, 1965; 1996, pp. 363 e segs., 402 e segs., 433 e segs.). Esta pesquisa aponta para a aparente origem do mandaeismo e a história de influência sobre ele pelo ambiente cultural circundante, que começa com as características bíblicas e judaicas-batistas e com os antigos efeitos posteriores da Mesopotâmia (especialmente nos textos mágicos), textos cristãos e gnósticos antigos, e também as tradições iranianas (persas), em particular as zoroastrianas (veja abaixo, seção iii). A originalidade dos mandeanos consiste no processamento exclusivo desses componentes para formar uma religião autônoma, que anteriormente era erroneamente chamada de "sincretismo", sem levar em conta que não existe religião "pura", isto é, uma sem história e o processamento de tradições e idéias estrangeiras.
Doutrina (teologia e mitologia):
Um problema real para a pesquisa no Mandaeismo é o entendimento da origem, crescimento e desenvolvimento das tradições Mandaeanas. Ainda não foi alcançado um consenso acadêmico em relação à análise e redação da fonte. Tais análises, sem dúvida, permitiriam aos estudiosos isolar as tradições primitivas e, assim, traçar sua evolução ao longo da extensa e diversa literatura maanda. Aqui, apenas um breve resumo das principais linhas da teologia e mitologia de Mandaean pode ser apresentado (Rudolph, 1965; 1996, pp. 363 e seguintes, 370 e seg., 402 e segs .; textos em: Foerster, 1974, pp. 145 e segs.) .)
A cosmologia é marcada por um estrito dualismo entre um "Mundo da Luz" ( alma d-nuhra ) e um "Mundo das Trevas" ( alma d-hšuka ). O mundo da luz é governado por um Ser Sublime que leva nomes diferentes: "Vida" ( hiia , haiyi ), "Senhor da Grandeza" ( mara d-rabuta ), "Grande Mente" ( mana rba ), "Rei da luz" ( Malka d-nuhra ). Ele está cercado por um número incontável de seres de luz ( uthri ou malki ), vivendo em "habitações" ( škinata ) ou "mundos" ( almi ), realizando atos cúlticos e louvando a Vida. O mundo da luz surgiu da "Primeira Vida" (haiyi qadmaiyi ) por meio de emanações ou criações descendentes, chamadas “Segunda”, “Terceira” e “Quarta Vida”; eles também têm nomes pessoais, como Yōamin, Abathur e Ptahil ; o último é o demiurgo posterior.
O "Mundo das Trevas" é governado pelo "Senhor das Trevas" ( mara d-hšuka ) e surgiu das "águas escuras" ( meyi siawi , ou ʿkumi, tahmi ) representando o caos. Os principais poderes do mundo das trevas são um monstro ou dragão gigante com o nome Ur (provavelmente uma transformação polêmica da palavra hebraica Or, "luz") e o maligno (feminino) "Espírito" ( ruha ). Seus filhos são seres demoníacos ( daiwi) e "anjos" ( malaki ). A eles pertencem também os “Sete” ( Šuba ), isto é, os planetas ( šibiahyi ) e os “Doze” ( trisar ) signos do Zodíaco; eles são filhos de Ur e Ruha.
O conflito entre luz e trevas, vida e morte, bem e mal leva à criação do mundo ( tibil ) pelo demiurgo Ptahil com a ajuda dos poderes sombrios ou sombrios, principalmente Ruha e os "Sete" e "Doze". Nesse processo, o corpo do primeiro homem, Adam, é criado pelos mesmos seres ruins, mas sua "essência animadora" é derivada do Mundo da Luz. Essa “substância da luz” em Adão é chamada “Adão Interior (oculto)” ( Adam Kasya, Adakas, também Adam Rba “ Grande Adão ” ), e representa a “Alma” ( nišimta ) ou “Mente” ( mana ) em seres humanos, que devem ser salvos ou resgatados do escuro corpo maligno ( pagra ) e do mundo (tibil ) por seres celestiais de luz. A esposa de Adão, Eva (Hawwa), é criada separada dele de acordo com a "nuvem de luz" celestial (que aparece como a esposa do celeste ou "Grande Adão"; a respeito de outra tradição em Eva, veja abaixo).
COMENTÁRIO: Esta cosmogonia é EXATAMENTE uma mistura da cosmogonia Gnóstica Clássica com a Maniqueísta! O Evangelho de Mani explica com clareza exatamente esse processo de criação do mundo pelo conflito entre Reino da Luz e o Reino das Trevas e a artimanha divina de Jesus e da Donzela de Luz de colocarem secretamente dentro dos seres humanos o Poder que lhes daria a vitória sobre o Mundo, e que cada um deve encontrar. Mas pela ignorância e esquecimento da humanidade afundada no pecado, as pessoas tem muita dificuldade de encontrar esse Poder. Então Deus (Mitra) sentiu enorme Amor pelos seres humanos e enviou Mensageiros de Luz (Profetas, Budas) para fazer a humanidade se lembrar de sua verdadeira origem alienígena e descobrir seu Poder Interno.
No Gnosticismo Clássico (no Apócrifo de João e outras escrituras setianas-barbelonitas), Sophia perdeu seu Poder quando Yaldabaoth o roubou e o usou para criar outros reinos e mundos. Sophia percebeu que estava fraca, sua luz estava muito fraca e isso era devido à ausência do Poder que foi roubado por Yaldabaoth. Com esse Poder, Yaldabaoth criou o Ser Humano carnal inanimado com a ajuda de seus filhos Arcontes. A Mãe dele, Sophia, querendo recuperar seu Poder, implorou ajuda ao Pai-Mãe do Todo que, atendendo ao pedido, enviou Cinco Luminares (O Auto-Originado e seus 4 luminares) e eles enganaram Yaldabaoth aconselhando-o a soprar no Ser Humano Inanimado (Adão) para que ele ficasse vivo e pudesse ser manipulado por Yaldabaoth, mas esse sopro fez com que o Poder de Sophia saísse de Yaldabaoth e entrasse dentro de Adão. Adão brilhou tão forte que os Arcontes ficaram com muita inveja de seu poder e com medo que Adão ficasse mais forte que eles. E de fato Adão ficou mais forte e inteligente do que os arcontes. Revoltados com isso, os arcontes empurraram e jogaram Adão na parte mais baixa da matéria, o corpo humano! Mas o Pai-Mãe teve piedade do Poder da Mãe Sophia roubado que tinha sido soprado dentro de Adão, por que Adão estava tão imerso na matéria que estava prestes a perder totalmente o controle de si para os Arcontes, que continuamente o assediavam tentando impedir que Adão se lembrasse que tinha um enorme Poder. Então o Pai-Mãe enviou a Epinoia de Sophia, a Intuição da Sabedoria, dessa vez para a parte mais baixa da matéria, para se encontrar com Adão e viver dentro dele. Ela é chamada de Zoe (Vida), filha de Sophia. E ela amou Adão, vivendo dentro dele, auxiliando-no, sofrendo com ele e o ajudando a reconhecer seu Poder interno. E esta Luminosa Epinoia ficou oculta dentro de Adão, para que os Arcontes não pudessem percebê-la.
No Gnosticismo Clássico (no Apócrifo de João e outras escrituras setianas-barbelonitas), Sophia perdeu seu Poder quando Yaldabaoth o roubou e o usou para criar outros reinos e mundos. Sophia percebeu que estava fraca, sua luz estava muito fraca e isso era devido à ausência do Poder que foi roubado por Yaldabaoth. Com esse Poder, Yaldabaoth criou o Ser Humano carnal inanimado com a ajuda de seus filhos Arcontes. A Mãe dele, Sophia, querendo recuperar seu Poder, implorou ajuda ao Pai-Mãe do Todo que, atendendo ao pedido, enviou Cinco Luminares (O Auto-Originado e seus 4 luminares) e eles enganaram Yaldabaoth aconselhando-o a soprar no Ser Humano Inanimado (Adão) para que ele ficasse vivo e pudesse ser manipulado por Yaldabaoth, mas esse sopro fez com que o Poder de Sophia saísse de Yaldabaoth e entrasse dentro de Adão. Adão brilhou tão forte que os Arcontes ficaram com muita inveja de seu poder e com medo que Adão ficasse mais forte que eles. E de fato Adão ficou mais forte e inteligente do que os arcontes. Revoltados com isso, os arcontes empurraram e jogaram Adão na parte mais baixa da matéria, o corpo humano! Mas o Pai-Mãe teve piedade do Poder da Mãe Sophia roubado que tinha sido soprado dentro de Adão, por que Adão estava tão imerso na matéria que estava prestes a perder totalmente o controle de si para os Arcontes, que continuamente o assediavam tentando impedir que Adão se lembrasse que tinha um enorme Poder. Então o Pai-Mãe enviou a Epinoia de Sophia, a Intuição da Sabedoria, dessa vez para a parte mais baixa da matéria, para se encontrar com Adão e viver dentro dele. Ela é chamada de Zoe (Vida), filha de Sophia. E ela amou Adão, vivendo dentro dele, auxiliando-no, sofrendo com ele e o ajudando a reconhecer seu Poder interno. E esta Luminosa Epinoia ficou oculta dentro de Adão, para que os Arcontes não pudessem percebê-la.
A salvação das almas é a principal preocupação da religião mandeana. Um de seus credos centrais é a crença em vários "mensageiros" ( šganda, šliha ), "ajudantes" ( adyaura ) ou "redentores" ( parwanqa) enviados pela Vida, a fim de informar os piedosos de seu "chamado" e salvar suas almas. A figura dominante desses "enviados de luz" é o "Conhecimento da Vida" (Manda d-Haiyi), que também é chamado de "Filho da Vida" (Barhaiyi) ou "Contraparte da Vida" (Dmuthaiyi). A seu lado, estão os três adamitas celestes, Hibil (Abel), Šitil (Seth) e Anō (Enosh). Na verdade, os maandaeanos não conhecem redentores "históricos", mas apenas os "mitológicos" que aparecem ao longo dos tempos da história do mundo como uma repetição da Primeira Revelação a Adão, que é o protótipo da redenção. Em alguns textos, a alma que ascende após a morte é escoltada e salva por um dos Salvadores mencionados. Provavelmente após o confronto com o cristianismo primitivo, os mandaeanos desenvolveram a história de que um de seus mensageiros (Anōš ou Manda d-Haiyi) apareceu em Jerusalém como um antagonista de Jesus Cristo, a fim de expô-lo como um mentiroso e um falso messias. Nesse sentido, João Batista desempenhou o papel de um verdadeiro "discípulo" ou "sacerdote" do Mandeanos (tarmida ). Se informações confiáveis sobre a história primitiva do Mandaeanismo em relação ao movimento dos seguidores de João Batista podem ser derivadas desses contos é um problema que permanece sem solução (Rudolph, 1960, pp. 66-80).
Os rituais.
O centro da religião de Mandaean é o culto. Durante séculos, os locais de culto tradicionais têm sido os principais focos das comunidades locais. Antigamente consistiam em uma pequena cabana ( maškna, bit manda, bimanda, mandi ) feita de barro; na frente dele estava a piscina ou “Jordão” ( yardna) com “água corrente (viva)”. Portanto, os santuários sempre ficavam próximos a rios ou canais. Caso contrário, os rituais eram realizados diretamente nas margens dos rios ou riachos próximos às residências da comunidade. No entanto, desde meados da década de 1970, os mandeanos do Iraque e do Irã mudaram parcialmente a tradição de suas áreas de culto, a fim de evitar córregos e rios poluídos. As estruturas cultuais modernas são feitas de tijolos e, freqüentemente, a fonte ritual é conectada ao sistema público de água. Mas os imigrantes mandeanos do Ocidente preferem usar águas naturais, se possível e permitido.
As cerimônias mais importantes e mais antigas são o “batismo” ( maṣbuta , pron. Maṣwetta) e a “ascensão” (da alma; masiqta, pron. Masexta ). O batismo ou "imersão" ocorre todos os domingos (o primeiro dia da semana, habšaba ) em "água corrente" (chamada yardna ). Consiste em duas partes principais: a primeira é o rito batismal real, incluindo uma imersão tríplice (os participantes vestidos com roupas brancas sacras, rasta ), uma "assinatura" tríplice da testa com água, um gole tríplice de água, a "coroação” com uma pequena coroa de murta ( klila) e a imposição de mãos pelo padre. A segunda parte ocorre nas margens do “Jordão” e consiste na unção com óleo (de gergelim), a comunhão de pão ( pihta ) e água ( mambuha ) e a “vedação” do neófito contra os maus espíritos. Ambas as partes são concluídas pelo aperto de mão ritual ou kušṭa ("verdade"). O propósito e o significado do batismo não são apenas uma purificação de pecados e ofensas, mas também um tipo especial de comunhão (laufa) com o Mundo da Luz, porque acredita-se que todos os "Jordões" ou "águas vivas" se originam no mundo superior da "Vida". Não há dúvida de que os recursos constituintes básicos das cerimônias da água são derivados de práticas batistas ( judaísmo) no período pré-cristão (Segelberg, 1958, pp. 155 ss .; Rudolph, 1965, pp. 367 ss .; 1996, pp. 569 ss .; 1999; fotos em Drower, 1962; Rudolph, 1978 ; Tahvildar, 2001). Além desse ritual de “batismo total”, existem dois rituais da água, que podem ser realizados sem padres e não apenas no domingo (Rudolph, 1965, pp. 105 ss.).
A outra cerimônia principal é uma espécie de "missa pelos mortos", ou melhor, "pela alma" dos mortos, chamada "ascensão" (masiqta). É realizada quando morre um mandeu e promove a "ascensão" de sua alma ao Mundo da Luz e da Vida. Consiste em lustrações com “água corrente”, unção com óleo e “coroação” com uma coroa de murta. A parte principal começa três dias após a morte, quando a alma é liberada do corpo e inicia sua “ascensão” de quarenta e cinco dias pelas perigosas “vigias” celestiais ( maṭarata, uma espécie de purgatório), até chegar ao “Lar da Vida”. Recitações da “Ginza Esquerda” e refeições cerimoniais servem à alma ascendente, incluindo seu alimento simbólico, renascimento e criação de um corpo espiritual (veja abaixo, iii, nas fontes iranianas e zoroastrianas dessa “refeição em memória dos mortos”).
Os mandaeanos têm muitos outros rituais, como a ordenação de padres ( tarmidi ) e bispos ( ganzibri, "tesoureiro"), as cerimônias de fim de ano ( parwanaiyi ou panja ; veja abaixo iii), a limpeza da cabana de culto ou “templo”, a cerimônia de casamento (que inclui sempre o Masbuta ) e vários tipos de refeições fúnebres e comemorativas ( lofani, zidq brikha ).
Uma característica da religião mandéia é a estreita conexão entre rituais e idéias gnósticas. Não é apenas o “conhecimento” ( manda, madihta, yada ) que traz a salvação, mas também as cerimônias, no primeiro batismo e os “ofícios para a alma”, que são meios indispensáveis para a liberação ou a salvação. Pode-se dizer, de fato, que aqui a Gnose foi implantada no estoque antigo de uma comunidade cúltica de origem presumivelmente judaica (as chamadas “seitas batismais”), mas a partir desta e de outras conexões (por exemplo, iraniana ou persa) uma autêntica descendência Mandeana (Nazoreana) foi criada - por quem ainda não conhecemos.
Bibliografia:
Jorunn Jacobsen Buckley, The Mandaeans. Ancient Texts and Modern People, Oxford, 2002.(Kurt Rudolph) http://www.gnosis.org/library/Mandaean_Religion_Rudolf.html
Ethel S. Drower, The Mandaean of Iraq and Iran: Their Cults, Customs, Magic, Legends and Folklore, Oxford, 1937, repr. Leiden, 1962, New York, 2002.
Idem, “The Mandaeans To-day,” The Hibbert Journal 37, 1938-39, pp. 435-47.
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Gostaria muito de me aprofundar no conhecimento gnóstico e dos mandeanos
ResponderExcluirSou do Rio de janeiro e fazendo pesquisas na quimbanda conheci o gnóstico e assim a cultura dessa casta mandeana