segunda-feira, 10 de abril de 2023

Conselho Nacional de Justiça lança materiais jurídicos em Nheengatu e outras línguas indígenas

 

 Em cerimônia com participação de diversas lideranças indígenas, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) lançou na última semana uma série de materiais informativos sobre audiências de custódia traduzidos para as línguas Nheengatu, Baniwa e Tukano. O evento ocorreu na Maloca da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN) em São Gabriel da Cachoeira (AM), cidade próxima à  fronteira com Colômbia e Venezuela considerada a mais indígena do Brasil. A ampliação da tradução para outras línguas já está em debate.

Os oito cartazes serão fixados em locais estratégicos, como delegacia, defensoria, fórum e câmara dos vereadores. A tradução ocorreu em parceria com a FOIRN e com o Instituto Socioambiental (ISA) a partir das versões em português lançadas em 2021. A qualificação das audiências de custódia é uma das ações do programa Fazendo Justiça executado pelo CNJ em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública para incidir em desafios no campo de privação de liberdade. Neste tema, há ainda importante apoio do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime.

Confira os cartazes sobre audiências de custódia nas línguas:

Diretor-presidente da FOIRN, Marivelton Barroso destacou o ineditismo da ação e a importância de fazer valer normas que garantam a obrigatoriedade do uso das línguas oficiais. “Nesses 35 anos da Foirn, pela primeira vez a gente lança os cartazes de audiência de custódia nas línguas cooficiais do município. Temos a responsabilidade de valorização cultural e resistência dos povos indígenas, nos preocupamos com o território e com a sobrevivência física e cultural”. Para ele, a cerimônia representa uma conquista, mas também sinaliza desafios para o futuro. “No momento que vocês se unem aos indígenas e aos direitos humanos, a gente se junta a vocês para o acesso à Justiça dos Povos indígenas.”

O conselheiro do CNJ Luiz Philippe Vieira de Mello Filho destacou que a tradução dos cartazes busca qualificar a porta de entrada do sistema prisional. “Pretendemos voltar em junho, trazendo equipe de magistrados bem treinados em Justiça Restaurativa, uma perspectiva que, mais do que garantir os direitos da pessoa custodiada, visa evitar o encarceramento e restabelecer relações na sociedade.”

Para o supervisor do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF) do CNJ, conselheiro Mauro Martins, o lançamento histórico complementa o sentido da Resolução CNJ n. 287/2019, que disciplina direitos e princípios das comunidades indígenas nos processos criminais. “Essa é iniciativa inédita e pioneira no sentido de traduzirmos nas linguagens das comunidades indígenas aquilo que é próprio do Direito”, disse, destacando que há outras medidas em discussão para promover integração cultural. Segundo o coordenador do DMF, Luís Lanfredi, ao abordar temas de interesse sobre procedimentos logo após a prisão, “os informativos dão visibilidade ao trato cotidiano do sistema de justiça, portanto, fundamentais para a promoção de direitos”.

De acordo com o juiz auxiliar da Presidência do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) Jorsenildo Nascimento, a colaboração entre CNJ, TJAM e agências da ONU resultou em uma das mais importantes políticas de inclusão do Poder Judiciário brasileiro quanto aos direitos da população indígena. “A iniciativa representa um marco significativo e ímpar no processo de democratização do acesso de todos os cidadãos brasileiros ao Poder Judiciário.”

Sócio fundador do ISA, Márcio Santilli destacou a escolha de São Gabriel da Cachoeira por concentrar um complexo interétnico composto por 23 povos diferentes. “As relações entre esses povos são complexas, assim como as relações com a sociedade. E diante disso, a presença e a eficácia do provimento de Justiça é uma questão fundamental.”

Agência CNJ de Notícias

https://www.cnj.jus.br/cartazes-sobre-audiencias-de-custodia-sao-lancados-em-tres-linguas-indigenas-no-amazonas/

https://www.tjam.jus.br/index.php/monitoramento-noticias/5854-lancamento-de-materiais-informativos-sobre-audiencia-de-custodia-traduzidos-nas-linguas-indigenas-nheengatu-baniwa-e-tukano-em-sao-gabriel-da-cachoeira

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NHEENGATU: A LÍNGUA BRASÍLICA

Nheengatu é a versão moderna do Tupi que outrora foi Língua Geral mais falada pela população colonial (portugueses, indios, negros e mestiços), MAIS FALADA DO QUE O PORTUGUÊS.

O sotaque Caipira descende da versão Paulista da Língua Geral como se desenvolveu no Sudeste do Brasil (e que influenciou os sotaques Sertanejo e Mineiro), enquanto os sotaques do Norte (amazonense, paraense) derivam fortemente da Língua Geral Amazônica, ou Nheengatu, ou Tupi Moderno.

É a língua mais linda do mundo. É fácil. O Tupi Antigo possui dicionários e gramáticas completas de fácil acesso pela Internet, feitos desde os tempos coloniais até hoje.

Tupi é a Língua Clássica do Brasil, é a LÍNGUA BRASILEIRA por excelência, pois era falada não só em TODO o nosso Litoral sob suas formas variantes mutuamente inteligíveis, mas também era falada na Amazônia. Seu parente Guarani é Língua Oficial do Paraguai e tem enorme influência nas regiões sul e centro-oeste do Brasil. Nheengatu é falado também no Peru, na Venezuela e na Colômbia.


Há um aplicativo, no estilo do Duolingo, que ensina o Nheengatu. Eu estou usando.

https://nheengatu-app.web.app/

Ela Criou Um App Que Ensina Línguas Quase Extintas De Povos Indígenas Brasileiros

Aluna do curso de Antropologia da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), desenvolve aplicativo para aprender-ensinar nheengatu, uma língua quase extinta dos povos indígenas do Brasil


Suellen Tobler, criadora do app Nheengatu

A ideia do Nheengatu App surgiu em 2020, do sincronismo entre o interesse pessoal de Suellen Tobler em aprender novas línguas e a oportunidade de passar uma semana na casa da professora de Nheengatu, Dailza Araujo, da escola indígena Suraraitá Tupinambá, da Aldeia São Francisco, baixo rio Tapajós, Santarém - Pará.


“Enquanto eu ensinava algumas palavras em inglês para sua sobrinha Marcelinha, Dailza me ensinava algumas palavras em nheengatu, num processo colaborativo e desinteressado. Na despedida, Dailza me presenteou com o livro “Nheengatu Tapajowara”, produzido no “Projeto de Extensão Curso de Nheengatu UFOPA/GCI”. Em casa, ao folhear o livro, percebi certa semelhança entre o nheengatu e o alemão, língua que eu estudava naquele momento através do app DuoLingo, e aquilo que era apenas uma curiosidade tornou-se um interesse de fato, procurei cursos de nheengatu em aplicativos e sites, sem sucesso. Então busquei por outras “línguas maternas” e a única que encontrei foi Guarani Paraguaio. Assim surgiu a problemática: Por que não tem um app para aprender Nheengatu, Tikúna, Muduruku, ou outras línguas indígenas? De imediato não fiz nada a respeito, pois eu não tinha recursos disponíveis. Em 2021, por meio do edital de Cultura Digital, da Lei Aldir Blanc, organizado pelo Instituto Ágata e Secult-PA, eu vi a oportunidade de viabilizar o desenvolvimento deste aplicativo, então escrevi o projeto e felizmente fui contemplada. É emocionante ver esse app no ar, nos primeiros 3 dias alcançou quase 100 usuários registrados! Professores de nheengatu de escolas indígenas entraram em contato interessados, em breve vou publicar novos exercícios elaborados em parceria com os professores.”, conta Suellen.
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Nheenhatu deveria ser declarado Oficialmente o Idioma Nacional do Brasil. Essas iniciativas são maravilhosas pois influenciam as pessoas a se interessar pela Língua Legítima do Povo do Brasil. Além de aproximar o Brasil da Amazônia, que agora deveria ser protegida contra o avanço dos madeireiros e do Agronegócios (e ainda acho que a Capital do Brasil deveria se mudar para Manaus ou uma nova cidade na Amazônia, e o Nheengatu deveria ser obrigatório e preferido nas repartições públicas ao invés do Português).


Nheengatu é mais fácil e prático do que português. As regras gramaticais são simples, os verbos e suas flexões são muito simples, os adjetivos não tem subdivisões. Não tem regras extensas que tornam as frases longas e cheias de conectores como o Português, esta uma língua cansativa cuja forma culta é tão rebuscada que se torna quase ininteligível para as pessoas no dia a dia, a não ser para admiradores de literatura - o que não corresponde à realidade social. 


Há ritmos musicais mais acelerados como Rock, Heavy Metal, Dance Music (Eurodance), Dance-Pop e outros que são um horror de dificuldade de se criar letra em Português. As exageradas regras, conectores e demais elementos para se criar uma frase tornam impossível criar letras para ritmos musicais mais acelerados, com BPM's mais elevados. Muitos artistas desistem do Português e preferem o inglês.


Nheengatu é uma língua muito mais adequada para o mundo moderno que exige mais velocidade e praticidade. Como línguas de negócios, é absolutamente perfeita.


Nós brasileiros, em massa mestiços, não devemos ignorar nossa herança portuguesa. Mas o que acontece é um enorme desprezo pela nossa herança indígena, Tupi. Conhecimento nunca é demais e não acho que seja algo mal falarmos português, mas isso deve ser secundário, como inglês ou espanhol. O português deveria regredir para uma situação secundária e meramente utilitária, como o Espanhol para falar com hispanoablantes e Inglês para anglógonos. Não deve o Português ser uma Nheenga Katu, uma Língua Boa ou seja, a língua corriqueira, diária, oficial e materna. O TUPI deve ser a nossa língua oficial. O sotaque do Nheengatu é tão familiar, tão único, TÃO BRASILEIRO. É doce, nasal, vocálico, tem o cheiro de casa, o sabor do Lar, da família, da Nação:





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