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| SACERDOTES MANIQUEUS RETRATADOS COMO ESCRIBAS, ESCREVENDO EM SUAS MESAS. HÁ UMA INSCRIÇÃO EM LÍNGUA SOGDIANA. MANUSCRITO DE KOCHO DA BACIA DO TARIM NO XINJIANG-UIGUR, CHINA. |
Fausto foi um bispo Maniqueu, nascido na África e amigo de Agostinho, quando este também era maniqueu. Ficou conhecido por ser eloquente e sábio e por ter sido, conforme os católicos, refutado por "santo" Agostinho. Mas basta ler os capítulos do livro Contra Fausto do católico para perceber que quem foi refutado e não soube responder nada foi Agostinho.
RESPOSTA AO MANIQUEU FAUSTO (LIVRO XVIII)
Por S. Agostinho de Hipona
1. Fausto disse: “Não cuideis que vim destruir a Lei ou os Profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir”. Se estas são as palavras de Cristo, a menos que exista outra interpretação, elas são contra ti tanto quanto são contra mim. Seu Cristianismo tanto quanto o meu é baseado na crença de que Cristo veio para destruir a Lei e os Profetas. Suas ações provam isso, ainda que você negue com as palavras. É com base nisso que você desconsidera os preceitos da Lei e dos Profetas. É com base nisso que nós dois reconhecemos que Jesus é o fundador do Novo Testamento, o que implica em reconhecer que o Antigo Testamento foi destruído. Como, então, podemos acreditar que Cristo disse estas palavras sem primeiro confessar que estivemos completamente errados e sem demonstrar nosso arrependimento, passando a obedecer a Lei e os Profetas, cuidadosamente observando suas exigências, sejam o que for? Se fizermos isso podemos honestamente crer que Jesus disse que não veio destruir, mas cumprir a Lei. Da maneira com que as coisas são agora, você me acusa de não crer naquilo que você mesmo não crê. Isso é falsidade.
2. Mas vamos supor que nós estamos errados. O que deve ser feito agora? Iremos nos submeter à Lei porque Cristo não veio para destruí-la, mas cumprir. Iremos acrescentar vergonha a vergonha por meio da circuncisão, crendo que Deus se agrada destes sacramentos? Iremos observar o descanso do sábado e nos prender às cadeias de Saturno? Iremos encher o demônio dos judeus, pois ele não é Deus, com a matança de touros, carneiros e bodes, sem contar os homens? Iremos, em obediência a Lei e os Profetas, adotar, com uma crueldade ainda maior, as práticas que nos levaram a abandonar a idolatria? Iremos classificar a carne de alguns animais como imundas, entre as quais, segundo a Lei e os Profetas, a carne de porco era especialmente contaminada? É claro que você dirá que, como cristãos, não devemos fazer qualquer uma dessas coisas, pois você se lembra que Cristo disse que quando um homem é circuncidado ele se torna filho do inferno duas vezes mais.1 Também é evidente que Cristo não observou o sábado e não mandou que fosse observado. Quanto aos alimentos, Ele expressamente disse que o que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai.2 Quanto aos sacrifícios, também, Ele frequentemente disse que Deus deseja misericórdia e não sacrifício.3 O que fazer, então, com a declaração que Ele não veio destruir a Lei, mas cumprir? Se Cristo disse isso, ou o sentido deve ter sido outro ou, o que não deve ser sugerido, Ele mentiu. Ou isso nunca foi dito por Ele. Nenhum cristão aceitará que Cristo tenha mentido. Portanto, ou isso nunca foi dito por Ele ou foi dito com outro sentido.
3. De minha parte, como um Maniqueu, este verso não me causa muita dificuldade, pois desde o principio sou ensinado a crer que muitas coisas que são ditas na Escritura em nome do Salvador são falsas e, portanto, precisam ser testadas para descobrir se são verdadeiras, legítimas e genuínas. Pois o inimigo que vem de noite corrompeu quase todas as passagens semeando joio no meio do trigo. Então eu não me surpreendo com essas palavras, ainda que esteja associado a um nome sagrado. Pois eu ainda reclamo a liberdade de examinar se isso vem das mãos do bom semeador, que semeia de dia, ou se vem o maligno, que semeia de noite. Mas que escapatória dessa dificuldade pode haver para você, que recebe tudo sem examinar, condena o uso da razão – uma prerrogativa da natureza humana – , acredita ser uma impiedade distinguir entre a verdade e a mentira e tem tanto medo de separar o bem quanto as crianças tem de fantasmas? Suponha que um judeu ou qualquer um que tenha familiaridade com essas palavras lhe peça para guardar os preceitos da Lei e dos Profetas, já que Cristo não veio destruir, mas cumprir. Você será ou obrigado a se juntar as tolices supersticiosas dos judeus, ou a declarar que este verso é falso, ou a negar que seja um seguidor de Cristo.
PERFEITO! Fausto mostra a superioridade intelectual dos Maniqueus frente ao fanatismo cego católico. Enquanto os maniqueus e os gnósticos promoviam a alfabetização, pois todos os crentes em Jesus deveriam estudar todas as religiões, examinar tudo e reter o que é bom, os católicos impediam a massa de pobres e escravos de lerem a bíblia. Pois essa era lida pelos bispos nas reuniões. Vamos lembrar que estamos falando do século IV, onde somente pessoas ricas poderiam ser alfabetizadas, e mais ainda, ter uma riqueza tão grande a ponto de poder encomendar cópias de textos de várias religiões do mundo todo conhecido. Pois os maniqueus desde o século III já tinham convertido cidades na Índia, na Pérsia, na Grécia, Egito e em Roma. E Akhenaton, Platão, Zoroastro, Buda, Jesus e Moisés eram lidos e estudados em seus mosteiros e suas igrejas, pelos fiéis que quisessem estudar. Já as católicos proibiram os pobres de estudar. Somente os presbíteros e bispos poderiam se debruçar sobre as escrituras. Esta é a religião verdadeira? A que impede o conhecimento? A que nega o estudo? A que converte pela força e não pela razão, sabedoria e coração? Ou será que a verdadeira religião não é aquela que lhe dá liberdade para escolher e estudar? Aquela que lhe dá conhecimento e autonomia?
Por anos eu li os Padres da Igreja (li exaustivamente os padres apostólicos como Clemente de Roma, Inácio de Antioquia, Policarpo de Esmirna, Hermas, Barnabé, Pápias e a Didaqué, os Padres apologistas como Aristides de Atenas, Taciano o sírio, Atenágoras de Atenas, Teófilo de Antioquia, Hérmias o Filósofo, Justino de Roma, e outros; Orígenes de Alexandria, Ireneu de Lião, Eusébio de Cesaréia, Atanásio de Alexandria, Basílio de Cesaréia, João Crisóstomo, Gregório de Nissa e o próprio Agostinho) pensando que os gnósticos, maniqueus, cátaros e bogomilos eram seitas malucas de gente louca e revoltada, que ficavam nos lugares mais escuros das cidades criando regras, normas e doutrinas estranhas para escravizar as pessoas. Mas quando estudei as suas doutrinas, suas práticas, sua ética e moral, vi que é o contrário. O maniqueísmo se dividia em duas classes, uma monástica e uma de pessoas comuns. Ambos tinham acesso ao conhecimento. Não haviam reuniões secretas, tudo era ao ar livre. Eram evangelistas e pregadores do Dia, seu Deus é o Deus da Luz. O maniqueísmo era conhecido em todo o mundo como a Religião da Luz. Produziam novas Escrituras e as espalhavam para todos poderem analisar e tirar suas próprias conclusões. Isto é uma seita? Isto é uma heresia? Para os demônios, com certeza. Para os Filhos de Deus, os amantes da Sabedoria, os que buscam o conhecimento, isto é exemplo de como deve ser a humanidade.
PERFEITO! Fausto mostra a superioridade intelectual dos Maniqueus frente ao fanatismo cego católico. Enquanto os maniqueus e os gnósticos promoviam a alfabetização, pois todos os crentes em Jesus deveriam estudar todas as religiões, examinar tudo e reter o que é bom, os católicos impediam a massa de pobres e escravos de lerem a bíblia. Pois essa era lida pelos bispos nas reuniões. Vamos lembrar que estamos falando do século IV, onde somente pessoas ricas poderiam ser alfabetizadas, e mais ainda, ter uma riqueza tão grande a ponto de poder encomendar cópias de textos de várias religiões do mundo todo conhecido. Pois os maniqueus desde o século III já tinham convertido cidades na Índia, na Pérsia, na Grécia, Egito e em Roma. E Akhenaton, Platão, Zoroastro, Buda, Jesus e Moisés eram lidos e estudados em seus mosteiros e suas igrejas, pelos fiéis que quisessem estudar. Já as católicos proibiram os pobres de estudar. Somente os presbíteros e bispos poderiam se debruçar sobre as escrituras. Esta é a religião verdadeira? A que impede o conhecimento? A que nega o estudo? A que converte pela força e não pela razão, sabedoria e coração? Ou será que a verdadeira religião não é aquela que lhe dá liberdade para escolher e estudar? Aquela que lhe dá conhecimento e autonomia?
Por anos eu li os Padres da Igreja (li exaustivamente os padres apostólicos como Clemente de Roma, Inácio de Antioquia, Policarpo de Esmirna, Hermas, Barnabé, Pápias e a Didaqué, os Padres apologistas como Aristides de Atenas, Taciano o sírio, Atenágoras de Atenas, Teófilo de Antioquia, Hérmias o Filósofo, Justino de Roma, e outros; Orígenes de Alexandria, Ireneu de Lião, Eusébio de Cesaréia, Atanásio de Alexandria, Basílio de Cesaréia, João Crisóstomo, Gregório de Nissa e o próprio Agostinho) pensando que os gnósticos, maniqueus, cátaros e bogomilos eram seitas malucas de gente louca e revoltada, que ficavam nos lugares mais escuros das cidades criando regras, normas e doutrinas estranhas para escravizar as pessoas. Mas quando estudei as suas doutrinas, suas práticas, sua ética e moral, vi que é o contrário. O maniqueísmo se dividia em duas classes, uma monástica e uma de pessoas comuns. Ambos tinham acesso ao conhecimento. Não haviam reuniões secretas, tudo era ao ar livre. Eram evangelistas e pregadores do Dia, seu Deus é o Deus da Luz. O maniqueísmo era conhecido em todo o mundo como a Religião da Luz. Produziam novas Escrituras e as espalhavam para todos poderem analisar e tirar suas próprias conclusões. Isto é uma seita? Isto é uma heresia? Para os demônios, com certeza. Para os Filhos de Deus, os amantes da Sabedoria, os que buscam o conhecimento, isto é exemplo de como deve ser a humanidade.
4. Agostinho respondeu: Como você continua a repetir o que já foi tão frequentemente exposto e refutado, somos obrigados a repetir a refutação. As coisas que na Lei e nos Profetas que os cristãos não observam são somente tipos daquilo que observam.
COMENTÁRIO: Assim é fácil Agostinho. Através da exegese alegórica eu posso inventar qualquer doutrina maluca, encaixar qualquer dogma, interpretação ou crença em qualquer texto que quiser. Quando diz que as coisas na Lei e nos Profetas que os cristãos não observam são somente tipos está canalhamente escolhendo aquilo que quer obedecer e forçando uma interpretação de que as que rejeita são "tipos", ou seja, modelos e imagens que devem ser interpretados alegoricamente e não literalmente. E isso é inventar, pois qualquer um pode fazê-lo, criando mil e uma loucuras. Além do que não tem fundamento nenhum forçar que o Velho Testamento possui "tipos" ou "modelos" do que seria concretizado por Jesus. Quem inventou isso foi um idiota que quis forçar uma linhagem religiosa entre o Velho Testamento e o Novo. Obviamente foram "cristãos" judaizantes proto-católicos que inventaram os evangelhos, tentando esconder o verdadeiro ensino gnóstico de Jesus, e buscando persuadir os judeus da sua mentira.
Estes tipos eram figuras das coisas que haveriam de vir e necessariamente são removidos quando as próprias coisas são plenamente reveladas em Cristo para que, nesta remoção, a Lei e os Profetas possam se cumprir.
Com que autoridade esse qualquer pega textos de uma religião e inventa que são modelos e tipos de uma nova religião absolutamente contrária? Baseado em quê? Através da alegoria eu posso dizer que o Velho Testamento prefigura a vinda de Buddha e encaixar forçosamente, como o Novo Testamento faz, a mitologia do Messias na figura do Buddha. Se encaixará perfeitamente...
Então está escrito os Profetas que Deus faria um Novo Pacto, “Não conforme o pacto que fiz com seus pais”.4
E daí? O fato de estar escrito lá que se fará "um novo pacto" não implica que isso se refira às mentiras dos evangelhos canônicos. Pode se referir ao Buda, ou a Krishna. Além do mais ele cita Jeremias, um profeta que prega zoroastrismo. Jeremias ensina coisas estranhas que não existiam na época da Torah. Ele copia e adapta o zoroastrismo, como Ezequiel, Isaías e todos os profetas.
Tal era a dureza de coração do povo sob o Antigo Testamento, que muitos preceitos lhes foram dados, não tanto porque eram bons, mas porque condizia com o povo.
Então aquelas leis horrorosas do velho testamento foram dadas porque eles mereciam? Que deus bom e benevolente. Imagino mesmo que milhares de pessoas ao longo de centenas de anos mereceram leis bizarras sobre que tecido de roupa vestir ou qual animal se pode comer simplesmente porque mereciam aquilo. Coitadas das crianças, e dos velhos, e dos doentes e de qualquer um que tenha nascido nessa sociedade...
Mas em todos eles o futuro era previsto e prefigurado, ainda que o povo não entendesse o significado de suas próprias observâncias. Depois que se manifestaram as coisas que por estes preceitos eram significados, não temos mais a obrigação de observar os tipos.
Que cômodo o Agostinho não ter que observar as leis, mas os judeus do passado sim. Ele insiste nessa crença de que o velho testamento "prefigura" as coisas do novo, mas isso não tem nenhum cabimento, a não ser na alegoria, onde é possível prefigurar, prever e detectar tipos até do Papai Noel e da Fada dos Dentes...
Somente lemos sobre eles para ver o que significavam. Então, novamente, foi previsto nos Profetas, “tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne” 5– isto é, um coração sensível no lugar de um insensível. O Apóstolo faz alusão a isso nas seguintes palavras: “não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração”.6As tábuas de carne do coração são equivalentes ao coração de carne. Sendo assim, sido prevista a remoção destas coisas, a Lei e os Profetas não poderiam se cumprir se não por esta remoção. Agora, então, que a previsão aconteceu, o cumprimento da Lei e dos Profetas se encontra no que, a primeira vista, parece ser o oposto.
Forçou legal. Ele usa uma passagem de Ezequiel, texto completamente zoroastriano, para provar que o judaísmo estava profetizando a vinda de Jesus. Mas, como já explicado no primeiro artigo sobre o Zoroastrismo, os Profetas pregam o zoroastrismo adaptado. Essa história de "coração de carne" é obviamente a doutrina de Zoroastro e não há nada parecido na Torah.
Se o tal "apóstolo" usou da alegoria para forçar o velho testamento na novidade que ele inventou, baseado em texto zoroastriano como é Ezequiel, muito menos Agostinho tem autoridade para forçar nada, visto que ele é seguidor de um texto falsificado e cheio de mentiras. Nem o "apóstolo" nem o Agostinho merecem qualquer atenção. Até mesmo porque Paulo nunca existiu. Se existiu, teve seus textos adulterados, ou sequer os escreveu. São cheios de loucuras e "milagres" bizarros, sem falar no zoroastrismo e na filosofia e mitos gregos copiados.
Se o tal "apóstolo" usou da alegoria para forçar o velho testamento na novidade que ele inventou, baseado em texto zoroastriano como é Ezequiel, muito menos Agostinho tem autoridade para forçar nada, visto que ele é seguidor de um texto falsificado e cheio de mentiras. Nem o "apóstolo" nem o Agostinho merecem qualquer atenção. Até mesmo porque Paulo nunca existiu. Se existiu, teve seus textos adulterados, ou sequer os escreveu. São cheios de loucuras e "milagres" bizarros, sem falar no zoroastrismo e na filosofia e mitos gregos copiados.
5. Não temos medo de responder a sua zombaria contra o sábado, quando você o chama de “cadeias de Saturno”. É uma expressão boba e sem sentido, que somente veio a sua mente porque você tem o hábito de adorar o sol no dia em que você chama de Dia do Sol7. O que você chama de Dia do Sol nós chamamos de Dia do Senhor. Neste dia não adoramos o sol, mas a ressurreição do Senhor. E, da mesma maneira, os pais observavam o descanso o Sábado, não porque eles adoravam Saturno, mas porque era temporariamente obrigatório, pois era a sombra do que haveria de vir, como o Apóstolo testifica.8
Mais uma vez, ao invés de tipos e modelos, ele diz "sombra". Como Jesus nunca ressuscitou, sendo tal história uma adaptação do mito de Isis, Osiris e Hórus mesclado a história de Mithra, Orfeu e outros mitos, que muito antes do cristianismo já reverenciavam o Domingo como Dia do Sol, pior ainda fica a forçação inventada pelos católicos visto que eles se esforçam em vincular o velho testamento a mitologias pagãs plagiadas, adulteradas e adaptadas a ambiente judaico. Isso sem falar que a Lei nada mais é que mescla do politeísmo cananeu com o zoroastrismo, então mesmo que essas alegorices forçadíssimas são mais ridículas ainda.
Os gentios, dos quais o Apóstolo diz que “adoraram e serviram à criatura antes que ao Criador” 9, deram aos dias da semana o nome de seus deuses. E até o presente momento você faz o mesmo, exceto que você adora somente aos dois luminares mais claros e não o resto das estrelas, como os gentios faziam. Além disso, os gentios deram o nome de seus deuses aos meses. Em homenagem a Rômulo, que acreditavam ser o filho de Marte, foi dedicado o primeiro mês10 a Marte, chamando-o de Março. O próximo mês, Abril, não recebe o nome de qualquer deus, mas da palavra “abrir” porque as flores geralmente abrem neste mês. O terceiro mês é Maio, para honrar Maia, a mãe de Mercúrio. O quarto é chamado de Junho, por causa de Juno. Os outros até Dezembro costumavam ser chamados segundo o próprio número. Todavia, o quinto e o sexto acabaram sendo chamados de Julho e Agosto por causa de homens a quem foram decretados honras divinas enquanto os outros, de Setembro até Dezembro, continuaram a ser chamados segundo o próprio número.11 Novamente, Janeiro recebeu seu nome de Janus e Fevereiro dos ritos de Luperci chamado Februe. Devemos dizer que você adora o deus Marte no mês de Março? Mas este é o mês no qual você celebra com grande pompa a festa que chama de Bema. Mas se você crê que é lícito observar o mês de Março sem pensar em Marte, por que você faz ligação entre o nome de Saturno com o descanso do sétimo dia celebrado na Escritura simplesmente porque os gentios chamam este dia de Dia do Sol? O nome deste dia na Escritura é Sábado, que significa descanso. Sua zombaria é tão irracional quanto é profana.
Talvez porque pouco importa chamar de Março, Sábado, Domingo, Dia do Sol, Dia do Descanso. Fausto elegantemente mostra para o irracional Agostinho que existem paralelos dos ritos judaicos e cristãos em relação aos pagãos e que muito provavelmente isso se deve à origem comum e interações culturais. Mas Agostinho é ignorante e acha que tudo na sua "escritura" é original e os outros cópias. Coisa que sabemos ser bem ao contrário.
6. Quanto ao sacrifício de animais, todo cristão sabe que eles eram aceitáveis para um povo perverso e não porque Deus tinha qualquer prazer neles.
MAS ENTÃO PORQUE O DEMENTE DEUS DOS JUDEUS MANDOU ELES FAZEREM ESSAS IMBECILIDADES???? Agostinho se esforça em justificar o injustificável. Essas leis simplesmente não tem sentido nenhum, A NÃO SER se aplicarmos a interpretação alegórica do significado dos ritos e tradições ao longo da história da humanidade em relação à mensagem psico-social que eles tem a nos transmitir, como os sonhos na psicanálise. Carl Jung desvendou a psicologia subjacente nas religiões, nos mitos e lendas, nos textos, que ele detectou ter sido desvendada pelos Gnósticos. Uma coisa é desvendar o inconsciente coletivo nas manifestações sociais. Outra é forçar um significado alegórico artificialmente, como Agostinho faz.
Ainda assim, mesmo nestes sacrifícios havia os tipos daquilo que nós observamos, pois não podemos obter purificação ou a propiciação de Deus sem sangue. O cumprimento destes tipos é em Cristo.
O cumprimento desses tipos é em ... (adicione aqui uma personalidade real ou mitológica que tenha passado pelas etapas da Jornada do Herói de Joseph Campbell, por exemplo). Sem o Novo Testamento, sem cristianismo, o velho não faz sentido a não ser para o povo e as pessoas que o produziram. Mas com o Novo Testamento, o Velho passou a fazer sentido para nós. Mas não é o mesmo sentido, pois o significado para um e outro é completamente diferente. Num primeiro momento podemos até ficar com um "temor" de achar estupendas as "previsões" e "profecias" sobre Cristo no velho testamento, mas elas se encaixam em Buddha, em Krishna, em Ciro o Grande, etc...
Por Seu sangue somos purificados e remidos. Nestas figuras dos divinos oráculos, o touro representa Cristo porque os chifres de Sua cruz espalhou os ímpios; o cordeiro, por Sua inocência inigualável, o bode porque Ele foi feito “em semelhança da carne do pecado, e por causa do pecado, na carne condenou o pecado”.12 Qualquer sacrifício que você especificar, eu lhe mostrarei a profecia de Cristo nele.
Assim como galos sacrificados em ritos voodoo representam Jesus, pois a Crina do Galo claramente é uma imagem, modelo e tipo de Cristo que aponta para o alto, enquanto as patinhas do galo lembram o tridente do diabo e apontam para baixo, onde está o inferno. Por isso devemos sacrificar galos todo domingo de manhã, para simbolizar a morte de Cristo na cruz, o Galo que canta na madrugada, a voz que ouve no deserto...
Assim, temos demonstrado que quanto à circuncisão, ao Sábado, à distinção de alimentos e ao sacrifício de animais, todas estas coisas eram exemplos nossos e profecias nossas, que Cristo não veio destruir, mas cumprir, trazendo o cumprimento daquilo que foi predito. Seu oponente é o Apóstolo, cuja opinião eu dou em suas próprias palavras: “estas coisas nos foram feitas para exemplo”.13
Caro Agostinho, quando Jesus disse que não veio destruir a Lei mas cumpri-la, se é que ele disse isso mesmo, ou ao menos com essas palavras, ele quis dizer exatamente que em tudo, praticamente tudo no mundo, podemos encontrar uma mensagem ou ensinamento a respeito de nós mesmos. O Taoísmo chama isso de Contemplar a Natureza. A Lei pode sim ser interpretada alegoricamente mas não para forçar essa ou aquela crença, mas para revelar uma sabedoria perene, que está presente em tudo, que aparece nas mitologias, nas lendas, nas plantas, nos astros, na biologia, na química, na matemática, no movimento planetário, nos textos humanos. Até mesmo em textos falsificados e criados artificialmente, pois existe um inconsciente verdadeiro que nos manda mensagens em nossas próprias ações, atitudes, palavras, criações e invenções. Esse inconsciente, como nos sonhos, usa imagens e figuras para nos mandar uma mensagem. É preciso interpretar e contemplar o mundo para percebê-la. As escolas de mistério desde o começo dos tempos se debruçam sobre isso, mas foi só em nossa época que esses conhecimentos puderam ser sistematizados e separados da religião literal e política. Portanto, não é qualquer exegese, qualquer alegorese, qualquer detecção de "tipos", "modelos" e "sombras" forçadas que desnudam um texto. Seja menos infantil. Evolua.
7. Se foi com os Maniqueus que você aprendeu a impiedade de aceitar somente as partes dos Evangelhos que não contradizem seus erros, enquanto você rejeita o resto, nós temos aprendido com o Apóstolo a cautela piedosa de considerar como maldito qualquer que nos prega outro evangelho que não é aquele que temos recebido.
Através da forçada interpretação alegórica, que, não aceita as "escrituras" em sua inteireza, é Agostinho que escolhe a interpretação que bem quer para poder "aceitar" o texto de determinada forma e não de outra (na verdade de forma nenhuma, pois ele ignora o sentido original para forçar um outro que ele inventou). Isso é rejeitar o texto tanto quanto desprezar partes dele. E que autoridade tem Agostinho para dizer o que é o evangelho ou o que não o é? Por um acaso ele viveu com os apóstolos para poder ao menos tentar justificar uma mentira assim? Ignorante. Recebeu textos falsos de outros e toma como verdadeiros sem justificar nada. Eu também recebi dos Jumentóstolos a Boa Notícia de que Saci Pererê é o único deus e esta é a verdade que todos devem aceitar. E aí? Porque a dele é mais válida do que a minha? A dele não vale nada tanto quanto a minha. Discussão mais tola.
Sendo assim, cristãos católicos14 olham para você como parte do joio. Pois na exposição do Senhor, o significado do joio não é a falsidade misturada com a verdade nas Escrituras, mas são os filhos do maligno – pessoas que imitam o engano do Diabo.
As escrituras são plágios e adaptações de zoroastrismo, filosofia e mitologia grega, crenças babilônicas, egípcias e até mesmo plágios das doutrinas budista e taoísta. O Diabo é plágio do Ahrimã zoroastriano e nem os judeus acreditam nesse mito. Nada do que Agostinho fale vale alguma coisa, pois é tudo baseado em falsificações e plágios.
Não é verdade que cristãos católicos acreditam em tudo, pois eles não acreditam nos maniqueus e qualquer um dos hereges. Também não condenam o uso da razão humana, mas o que você chama de raciocínio eles provam ser falacioso. Também não acreditam ser profano distinguir entre a verdade e a falsidade, pois eles distinguem entre a verdade da fé católica e as falsidades de suas doutrinas.
Se tem uma coisa que a doutrina católica não é é Verdade, pois baseada em escrituras falsificadas frutos de sincretismo religioso e posteriores falsificações e adulterações do sentido original da mensagem. Porém, é possível extrair a verdade dessas falsificações, o que implica obviamente em algo bem diferente do catolicismo.
Também não temem separar o bem do mal, mas defendem que o mal não é natural, mas antinatural. Não sabem nada sobre sua raça das trevas que, você diz, é produzido por um princípio próprio e luta contra o Reino de Deus e, do qual seu deus parece realmente ter mais medo do que as crianças têm de fantasmas.
Agostinho demonstra toda sua hipocrisia quando interpreta alegoricamente o velho testamento para forçar as crenças católicas mas interpreta literalmente tudo do Maniqueísmo, ignorando o sentido alegórico e simbólico que é fortemente cultivado em seus textos e práticas. Ele faz de propósito para tentar sujar a imagem do Maniqueísmo diante de leitores ignorantes.
Pois, segundo você, ele se cobriu com um véu para não ver os próprios membros sendo tomado e saqueado pelos ataques do inimigo. Para concluir, cristãos católicos não tem qualquer dificuldade com as palavras de Cristo, pois pela graça de Cristo eles guardam a Lei no amor a Deus15 e ao homem16; e destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.17 Além disso, eles veem que Cristo e a Igreja cumprem todas as profecias do Antigo Testamento, sejam na forma ações, ritos simbólicos ou linguagem figurada.
Então nós nem nos ajuntamos a tolices supersticiosas, nem declaramos que este verso é falso e nem negamos ser seguidores de Cristo. Pois, com base nestes princípios que eu procurei explicar com o melhor das minhas forças, a Lei e os Profetas que Cristo não veio destruir, mas cumprir, não são outros se não aquilo que é reconhecido pela Igreja.
Ele não desiste. Fundamentalistas quando não tem argumentos só sabe repetir igual papagaio as mentiras e absurdos toscos que inventam para si mesmos. É o ego, a vaidade e o orgulho gritando. Eles não podem estar errados. Na primeira oportunidade, trataram de perseguir à morte os maniqueus. Só assim para acabar com essa religião em seus países. Sem perseguição, mortes e torturas, o gnosticismo teria engolido o catolicismo. Agora, no mundo moderno, vemos a decadência, ano após ano, do número de fiéis, dos escândalos, da corrupção e da descrença dos próprios sacerdotes. Não há com o que se preocupar. Muitos textos maniqueus foram encontrados onde ficava o antigo império de Uyghur que adotou o Maniqueísmo como Religião Oficial. No futuro pretendo postar as traduções do Evangelho de Mani, da Epístola Fundamental de Mani, bem como outros textos maniqueus, para mostrar ao mundo que tudo que a prostituta de roma inventou foi mentira e que o Maniqueísmo cresce nos meios acadêmicos, cresce em meio a cristãos decepcionados com a decadência da religiosidade tradicional do ocidente. As pessoas estão cansadas da mentira e vem buscando sabedoria e conhecimento, pessoas inteligentes que sentem que são ignorantes e precisam aprender mais e mais, que o conhecimento é infinito, que é preciso examinar tudo e reter o que é bom, excluir o que é mal, destruir o que é ruim e cultivar o que é Belo.
Que Fausto, onde quer que esteja, saiba que seu trabalho não foi em vão! Nós existimos! Estamos aqui! Os gnósticos existem, Fausto! E o ramo dos Maniqueus também! Brotamos em cada parte do planeta, como um botão de rosa em meio ao capim seco! Estudamos, e buscamos, e oramos, e choramos! E publicamos nossos textos, e traduzimos as Escrituras da Alma, para no futuro vermos nossa descendência e de toda a humanidade crescendo em sabedoria e conhecimento!
3 Mateus 19:13
4 Jeremias 31:32
5 Ezequiel 11:19
6 II Coríntios 2:3
7 No inglês os nomes dos dias da semana ainda refletem a nomenclatura pagã. O dia de sábado é “Saturday”, que significa “dia de Saturno” e “Sunday” significa “dia do sol”. Já no português os nomes dos dias da semana refletem a nomenclatura cristã. “Sábado” significa “descanso”, em referência ao sétimo dia da criação, e “domingo” significa “Dia do Senhor”.
8 Colossenses 2:17
9 Romanos 1:25
10 Os nomes dos meses eram os mesmos que usamos agora, mas a contagem do ano começava em Março e não em Janeiro. Janeiro era o antepenúltimo mês e Fevereiro era o último.
11 Como o ano era contado a partir de Março, Setembro significa sétimo, Outubro significa oitavo,Novembro significa nono e Dezembro significa décimo.
12 Romanos 8:3
13 I Coríntios 10:6
14“Católico” aqui não deve ser entendido como sendo equivalente ao ao que é hoje conhecido comocatolicismo romano ou catolicismo ortodoxo.
17 Mateus 22:40
Tradução: Frank Brito

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