Resumo da ópera: Maniqueístas escreveram a História de Buda em línguas persa e turca para seu uso. Os muçulmanos, invadindo os países maniqueístas e em contato com sua religião, traduziram para o árabe os manuscritos maniqueus sobre Buda e o transformaram em um de seus Mestres. Mais tarde um pouco, os católicos ortodoxos bizantinos entraram em contato com as traduções árabes sobre Buda e o transformara em um de seus Santos.
Hoje, Barlaão e Josafá, além de serem santos muito venerados na igreja ortodoxa, constam no Martiriológio Romano, um catálogo de santos da igreja católica romana, apesar de pouco conhecidos.
Ou seja, Buda é venerado a mais ou menos 1.300 anos pelos cristãos como um Santo e idolatrado por católicos romanos e católicos ortodoxos.
Ou seja, Buda é venerado a mais ou menos 1.300 anos pelos cristãos como um Santo e idolatrado por católicos romanos e católicos ortodoxos.
A Lenda de Barlaão e Josafá é, assim a história de Buda sincretizada e adaptada com elementos maniqueístas, muçulmanos e católico-ortodoxos.
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Venerável São Barlaão, o Habitante do Deserto; São Josafá, Príncipe da Índia; e o Santo Rei Avenir
19 de novembro -- Calendário Juliano
27 de novembro -- Calendário Romano O nascimento de Josafá foi seguido de sinais de que se converteria ao cristianismo. Seu pai, um perseguidor da Igreja, buscou evitar isso construindo para o filho um palácio isolado, de modo que nunca viesse ouvir e saber dos ensinamentos de Cristo. Mas, ao crescer, o jovem entrou em contato com a dor, a doença, a morte e a corrupção que haviam no mundo, e ficou bastante impactado pelo conhecimento da existência dessas chagas, vindo a pensar seriamente sobre a absurdidade da vida.
O asceta Barlaão, que habitava um deserto, soube por revelação divina da perturbação do jovem príncipe e partiu para a Índia disfarçado de mercador. Chegando à cidade onde se localizava o palácio de Josafá, afirmou trazer consigo uma pedra preciosa que possuía poderes miraculosos de cura. Levado diante de Josafá, ensinou-lhe a fé cristã por meio de parábolas, e depois a partir das Sagradas Escrituras. O jovem compreendeu que a pedra preciosa era Cristo, creu Nele e desejou receber o Santo Batismo. São Barlaão fez o sinal da cruz sobre ele, pediu-lhe que orasse e jejuasse, e voltou para o deserto.
Quando soube da conversão do filho, seu pai, Avenir, buscou demovê-lo por todos os meios. Ouvindo a sugestão de seus conselheiros, ordenou um debate entre os cristãos e os pagãos. O mago Nakhor se disfarçaria de Barlaão e se permitiria ser batido no embate retórico a fim de afastar o príncipe do cristianismo. Mas São Josafá soube por sonho da trama e ameaçou Nakhor com a execução caso ele perdesse o debate. Nakhor não apenas derrotou os pagãos como veio ele mesmo a acreditar em Cristo. Ele se arrependeu de seus pecados, foi batizado e foi viver no deserto.
O Rei Avenir buscou demover seu filho por diversos métodos, mas o príncipe superou todas as tentações. Por fim, Avenir acabou por dividir o Império com ele e antes de morrer se converteu à verdadeira fé. Quando da morte de seu pai, Josafá abdicou do trono e foi viver em jejum e oração na floresta e em uma caverna com seu pai espiritual Barlaão.
São Barlaão morreu aos cem anos, dos quais setenta foram dedicados ao ascetismo. São Josafá viveu 35 anos na caverna antes de adentrar o Reino dos Céus.
O asceta Barlaão, que habitava um deserto, soube por revelação divina da perturbação do jovem príncipe e partiu para a Índia disfarçado de mercador. Chegando à cidade onde se localizava o palácio de Josafá, afirmou trazer consigo uma pedra preciosa que possuía poderes miraculosos de cura. Levado diante de Josafá, ensinou-lhe a fé cristã por meio de parábolas, e depois a partir das Sagradas Escrituras. O jovem compreendeu que a pedra preciosa era Cristo, creu Nele e desejou receber o Santo Batismo. São Barlaão fez o sinal da cruz sobre ele, pediu-lhe que orasse e jejuasse, e voltou para o deserto.
Quando soube da conversão do filho, seu pai, Avenir, buscou demovê-lo por todos os meios. Ouvindo a sugestão de seus conselheiros, ordenou um debate entre os cristãos e os pagãos. O mago Nakhor se disfarçaria de Barlaão e se permitiria ser batido no embate retórico a fim de afastar o príncipe do cristianismo. Mas São Josafá soube por sonho da trama e ameaçou Nakhor com a execução caso ele perdesse o debate. Nakhor não apenas derrotou os pagãos como veio ele mesmo a acreditar em Cristo. Ele se arrependeu de seus pecados, foi batizado e foi viver no deserto.
O Rei Avenir buscou demover seu filho por diversos métodos, mas o príncipe superou todas as tentações. Por fim, Avenir acabou por dividir o Império com ele e antes de morrer se converteu à verdadeira fé. Quando da morte de seu pai, Josafá abdicou do trono e foi viver em jejum e oração na floresta e em uma caverna com seu pai espiritual Barlaão.
São Barlaão morreu aos cem anos, dos quais setenta foram dedicados ao ascetismo. São Josafá viveu 35 anos na caverna antes de adentrar o Reino dos Céus.
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É necessário que dediquemos aqui algumas linhas à Bulgária, tanto por sua extrema importância no jogo geopolítico dos Macedônios – de fato, durante boa parte do período em recorte este Império rival ocupou o primeiro plano nas preocupações dos ocupantes do trono de Bizâncio – quanto pelo fato de nela ter surgido e se desenvolvido uma corrente herética de caráter dualista que, como veremos posteriormente, pode ter sido um dos fatores a motivar a composição do B&I (Lenda de Barlaam e Iosaphat): o bogomilismo.
1.1.1. A Bulgária e o Bogomilismo
Após a conversão do cã Boris, em 864 (quando passou a chamar-se Boris- Miguel, em honra a seu padrinho, Miguel III), a Bulgária passou ainda por duas tentativas de retorno ao paganismo. Uma delas, liderada por aristocratas insatisfeitos com sua nova religião, ainda durante o reinado de Boris-Miguel, foi sangrentamente sufocada. A segunda, liderada por seu filho e sucessor, Vladimir, também não logrou êxito, sendo frustrada pelo próprio Boris-Miguel, que em 893 destituiu e cegou Vladimir e colocou no trono outro de seus filhos, Simeão (TREADGOLD, 1997, p. 463). Com Simeão, primeiro governante búlgaro a usar o título de czar, a cristianização da Bulgária entrou em processo de consolidação. Ele próprio um homem de notável austeridade pessoal, Simeão procurou desenvolver um cristianismo que, ainda que ciosamente independente de Bizâncio, tinha um caráter rigorosamente ortodoxo (SHEPARD, 2008b, p. 572). O monarca povoou seu império de igrejas e assumiu ao menos parcialmente o papel de guia espiritual de seu povo – o que era certamente favorecido por sua anterior educação eclesiástica em Constantinopla.
Há indícios de que já no reinado de Simeão correntes heréticas atuavam no império búlgaro. Em resposta a esta ameaça, desenvolveu-se uma literatura de controvérsia tanto original quanto recorrendo a fontes tradicionais – com a tradução, por exemplo, da obra polêmica de Santo Atanásio contra os arianos por Constantino de Preslav (SHEPARD, 2008b, p. 570). Destas correntes, a que se tornou mais influente foi o Bogomilismo, uma vertente de caráter dualista, geralmente considerada tributária dos Paulicianos da Ásia Menor. Ewa Weiling-Feldthusen (2006, p. 4) caracteriza o Bogomilismo como um “dualismo moderado” – significando que neste sistema religioso o princípio maligno é derivado do benigno, e passa a atuar no universo apenas subseqüentemente ao primeiro.1 O princípio benigno, para os Bogomilos, é Deus, e o maligno é seu primogênito Satanael – que após ser derrotado em combate pelo Filho, o Logos (identificado pelos Bogomilos com o Arcanjo Miguel) é aprisionado no Inferno e perde de seu nome a sílaba angelical -el. Outro exemplo de dualismo moderado que viria a exercer notável influência na Europa Ocidental, especialmente no Sul da França, foi o Catarismo, ele próprio um tributário do Bogomilismo.
A primeira referência ao Bogomilismo data de meados do século X (940-950), em uma carta de Teofilato, patriarca de Constantinopla, em que este classifica a nova heresia como uma mistura de Maniqueísmo e Paulicianismo (WEILING- FELDTHUSEN, 2006, p. 4). Shepard (2008b, p. 583) sugere que nesta data não teriam se passado mais de vinte anos desde o início da atividade missionária bogomila. Como costuma acontecer com as heresias, o que sabemos sobre elas provém não de fontes próprias, mas dos escritos de seus adversários ortodoxos; no caso do Bogomilismo, pode-se contar com os testemunhos de Ana Comnena, Eutímio Zigabeno e Cosmas o Presbítero, este último um sacerdote búlgaro que provavelmente esteve em contato mais próximo com a heresia. Zigabeno, escrevendo no século XII, descreve do seguinte modo a versão bogomila da Bíblia: rejeição do Pentateuco e do Deus do Gênesis, preservando do Antigo Testamento apenas o Saltério e os Profetas; são mantidos os Evangelhos, os Atos, as Epístolas e o Apocalipse (WEILING-FELDTHUSEN, 2006, p. 5). A rejeição ao Antigo Testamento era uma tendência comum entre as correntes dualistas,que
1 Como exemplos de dualismo radical, a autora apresenta o Zoroastrismo e o Maniqueísmo, sistemas religiosos em que os princípios do Bem e do Mal coexistem desde o início da Criação (WEILING- FELDTHUSEN, 2006, p. 4).
identificavam a figura de Javé com o Deus maligno, em oposição ao Deus bondoso do Novo Testamento. Weiling-Feldthusen chama a atenção, porém, para o fato de que os Bogomilos não se restringiam a estudar apenas os livros bíblicos que consideravam aceitáveis, mas dedicavam-se ao estudo integral da Bíblia, com o propósito de armar-se adequadamente para o proselitismo e a polêmica contra os ortodoxos. Este fator contribuía também para a segurança dos adeptos da seita, uma vez que dificultava sua diferenciação dos ortodoxos.
A comunidade de crentes bogomilos era dirigida por um círculo mais restrito de ascetas que abstinham-se de sexo, carne e vinho. Um diferencial fundamental em relação à Igreja Ortodoxa (como, de resto, em relação a todas as Igrejas cristãs constituídas no período) era o fato de que esta classe “sacerdotal” estava também aberta às mulheres, que tinham integral direito à pregação e acesso aos textos sagrados (VASILEV, 2000, p. 325). Após a conquista final da Bulgária por Bizâncio, em 1018, a heresia disseminou-se amplamente pelo Império. Por algum tempo ela não conheceu obstáculos significativos, pois os imperadores estavam ocupados com a tríplice ameaça normanda, pechenegue e turca, assim como os patriarcas tinham outros confrontos teológicos a enfrentar. Somente a partir do reinado de Aleixo Comneno (1081-1118), já além de nosso recorte, as autoridades bizantinas começaram a reprimir a heresia, quando esta já estava disseminada mesmo entre as grandes famílias de Constantinopla, expandira-se para a Sérvia, a Bósnia, a Itália e o Sul da França (onde viria a contribuir para a gênese do Catarismo) e chegara a infiltrar-se na maior fortaleza monástica do mundo bizantino, o Monte Athos (WEILING-FELDTHUSEN, 2006, p. 10; MANGO, 2008, p. 123).
1.4. GENEALOGIA DO B&I
O romance hagiográfico de Barlaam e Ioasaph insere-se na tradição hagiográfica bizantina como uma de suas mais brilhantes realizações. Obra de redator anônimo, é descendente direto de outros ilustres anônimos como o Balavariani, seu ancestral mais próximo, escrito em georgiano; conforme David Marshall Lang (1997, p. xxiv), esta narrativa teria sido composta por volta do século IX, a partir de seus ancestrais árabes, obras que tinham como herói o Buda (al- Budd), conhecido por vezes como Budhasaf ou Yudasaf (adaptações do termo original sânscrito bodisatva); ao menos três obras deste gênero são mencionadas pelo Kitab al-Fihrist de Abu’l Faraj an-Nadim, uma listagem de obras traduzidas do pálavi para o árabe, escrito em torno de 987-988 (LANG, 1997, p. xix; WOLFF, 1939, p. 136); uma das variações em língua árabe, o Kitab Bilawhar wa-Yudasaf, foi adotado como um tratado filosófico pela seita esotérica dos Rasa’il Ikhwan al-Safa, os Irmãos da Pureza, ativos em Basra no final do século X; além dos três textos em pálavi mencionados no Kitab al-Fihrist, que já fornecem um indicativo de sua circulação nos territórios sob domínio da Pérsia, restaram fragmentos de um ancestral em verso, suficientes para caracterizá-lo como o mais antigo poema conhecido escrito em persa clássico (LANG, 1997, p. xix); tanto este como os fragmentos em língua turca até agora encontrados fazem parte da tradição maniquéia, embora Wolff sugira a hipótese de que uma versão em pálavi do século VI poderia ser a primeira versão cristã (1939, p. 136); as comunidades maniquéias poderiam muito bem ter sido o berço original desta obra, posto que Mani não só tinha conhecimento dos ensinamentos de Sidarta Gautama e de Jesus, como afirmou ter vindo para completar suas missões, trazendo à Babilônia a luz que o primeiro havia trazido ao Oriente e o segundo ao Ocidente; os muitos elos faltantes nesta cadeia provavelmente seriam localizados nos caminhos terrestres da Ásia Central, especialmente as Rotas da Seda, e nos caminhos marítimos pelos quais o Oriente Médio ligava-se à China e à Índia, de onde vêm as duas biografias de Buda que possivelmente deram origem a esta longa linhagem de textos: o Budacharita, de Asvaghosa, escrito no século II d.C., e o Lalita-Vistara, possivelmente do século III d.C.
1.4.1. A questão da autoria da versão bizantina
Durante vários séculos o B&I foi atribuído à pena de São João Damasceno, eminente teólogo sírio que floresceu nos séculos VII-VIII. Esta atribuição, contudo, não foi corrente no período medieval, tendo surgido já na Idade Moderna, especialmente no contexto da Contra-Reforma, quando a lenda de Barlaão e Josafá, em suas diversas versões em latim e em línguas vernáculas, tornou-se uma popular obra de propaganda a favor do culto às imagens e da vida ascética nos moldes católicos. Conforme Robert Lee Wolff, somente a partir de 1500 surgem referências a São João Damasceno como autor do B&I. Wolff sugere que a atribuição tradicional surgiu pelo fato de que, na maioria dos manuscritos, os títulos apresentam, com poucas variações, as seguintes informações: “Barlaam e Ioasaph, uma história edificante do interior da terra dos Etíopes, chamada a terra dos Indianos, de lá trazida para a Cidade Santa por João, o Monge (um homem honorável e virtuoso do Monastério de São Saba)” - Barlaam and Ioasaph, an edifiying story from the inner land of the Ethiopians, called the land of the Indians, thence brought to the Holy City by John the Monk (an honourable man and a virtuous of the Monastery of St. Saba). A homonímia com João de Damasco e o fato deste ter vivido por algum tempo e morrido em São Saba teriam sido os geradores desta atribuição (WOLFF, 1939, p. 131). Patrícia Cañizares (2009) propõe a interessante hipótese de que a atribuição da obra à pena de Damasceno na Idade Moderna responderia a necessidades prementes deste período; à defesa da via monástica tradicional e ortodoxa (no sentido de adequada às orientações da Igreja Católica Apostólica Romana) somar- se-ia o prestígio do teólogo sírio como campeão do culto das imagens, temas que tinham máxima ressonância em uma Cristandade ocidental dilacerada pelo confronto entre católicos e protestantes. É importante ressaltar que mesmo na obra estudada por esta autora, a Historia de los dos soldados de Christo, Barlaan, y Iosafat, escrita por San Juan Damasceno, Doctor de la Yglesia Griega6, publicada em Madri em 1608, o tradutor, o licenciado Juan de Arce Solorzeno, considera
6 Notemos aqui o uso da expressão “soldados de Cristo” por Juan de Arce Solorzeno. Talvez não seja exagerado supor que o autor desejou associar estas duas personagens à mais prestigiosa ordem da Contra-Reforma, a Companhia de Jesus.
necessário dedicar algumas linhas às dúvidas então existentes sobre a autoria da lenda. Diz o licenciado:
De dos Iuanes Damascenos hazẽ (confusamente) mencion los autores: uno Syrio, que en tiempo de Leõ Isauro escrivio en defensa de las imagenes, que entonces eran perseguidas; y por ello le fue cortada la mano, y despues por la Virgen restituyda, cuya vida refiere Iuan, Patriarca Ierosolimitano. Otro Egypcio, que profetizó admirables cosas, en tiempo del Emperador Teodosio. Ambos grandes santos, ambos doctissimos, y ambos escrivieron muchas obras de singular erudicion, y dotrina. De qualquiera de los dos que sea esta historia (aunque yo la tengo por del primero) recibe harta autoridad, y muestra bien el espiritu, sabiduria, y eloquencia del escritor della. (ARCE SOLORZENO, 1608, Al Letor, sem paginação).
Foi também no início do século XVII que o português Diogo do Couto, familiarizado com as realidades indianas, pela primeira vez percebeu a extraordinária similaridade entre a lenda de Barlaão e Josafá e os relatos da vida de Buda. Contudo, somente a partir de 1850 os estudiosos ocidentais dedicaram-se à comparação sistemática entre as lendas cristãs e as budistas, donde chegaram à conclusão de que Buda, ou, melhor dizendo, uma “encarnação” literária de Buda revestida de paramentos cristãos, havia sido objeto de veneração por parte da Cristandade durante quase mil anos (LANG, 1997, p. x).
No século XX, já estabelecida a ancestralidade indiana da narrativa, diversas dúvidas começaram a surgir a respeito de sua tradicional atribuição de autoria. Sir Steven Runciman, por exemplo, foi cauteloso em sua referência ao autor do romance:
O romance bizantino pràticamente não existia. Havia um ou dois romances em prosa na língua popular, tais como Syntipas, o Filósofo, que Miguel Andreópulo traduziu do sírio mais ou menos no século XII e Stephanites e Icnelates, traduzido por Simeão Sete um pouco mais cedo do árabe, ambos baseados em histórias indianas – o Livro dos Sete Mestres Sábios e o Espelho dos Príncipes. Mas o único grande romance bizantino foi o romance religioso e moral de Barlaão e Josafá – uma história também de origem indiana, mas com a teologia budista transformada em cristã. Esta história, bem escrita embora longa, que realmente pode ser de João Damasceno, a quem é atribuída, era merecidamente um dos livros mais lidos da Idade Média oriental. (RUNCIMAN, 1961, p. 191. Grifo nosso.).
De passagem, ressaltamos nesta citação a importância da literatura indiana como fonte originária de relatos em prosa compostos e lidos em Bizâncio, e a proximidade das datas de composição dos romances apontados por Runciman com a data de “conversão” – pois aqui trata-se de muito mais do que uma “simples” tradução – do romance de Barlaam e Ioasaph do georgiano para o grego. Destaca- se também o recurso de autores bizantinos a fontes de outros universos literários próximos, como o sírio e o árabe, em concordância com as afirmações de Cyril Mango a respeito das múltiplas influências atuantes na literatura bizantina (MANGO, 2008, p. 265).
Fonte, maiores informações e texto completo: https://www.academia.edu/3992109/A_constru%C3%A7%C3%A3o_da_lenda_de_Barla%C3%A3o_e_Josaf%C3%A1_um_estudo_do_processo_de_elabora%C3%A7%C3%A3o_hagiogr%C3%A1fica_em_Biz%C3%A2ncio_s%C3%A9culos_X-XI_.
A História de Buda em desenho animado:

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