terça-feira, 18 de novembro de 2025

Gnosticismo e Cabala Qliphótica

Nessa postagem não vou tratar da Cabalá Judaica, cuja aproximação com a Gnose já foi exaustivamente tratada por vários autores antigos e contemporâneos e é de fácil encontro nas livrarias e internet muitos autores demonstrando a exatidão do sistema das Sephirot com o esquema do Pléroma e das Emanações Aeônicas dos Gnósticos, sem falar das demais doutrinas sobre a Luz, a Alma e etc.

Vamos estudar um pouquinho sobre a Cabalá Kliphótica (Qliphótica). O site do maçom Marcelo Del Debbio é muito interessante, tem vários conteúdos muito legais que servem de iniciação e entendimento primordial das diversas tradições esotéricas e ocultas ocidentais. Um post dele me chamou muito atenção. Eu tomei conhecimento da Cabala Kliphótica através da banda de Heavy Metal Sinfônico THERION (que eu gosto muito a alguns anos já!), cujos membros são fundadores de uma ordem ocultista, Dragon Rouge (Thomas Karlsson, o principal letrista do Therion é um dos fundadores da ordem) que desenvolveu práticas próprias baseadas na chamada "Cabala Draconiana", uma derivação ou mistura de Cabala Hermética e Cabala Setiana.

Vamos ler a postagem e comentar depois:

‘Árvore Qliphotica: Seu mapa de fuga da prisão

Tamosauskas

Este material é um acompanhamento do curso de Qlipoth: A Árvore da Morte, oferecido por Marcelo del Debbio adicionado de alguns insights pessoais do autor e apresenta uma introdução ao estudo da árvore da morte da cabala qliphótica. Esse estudo pode trazer medo quem só está acostumado com o lado luminoso da cabala e ilusões quem não está acostumado com cabala nenhuma. Ele fornece entretanto conceitos importantes tanto para quem quer evitar os erros do caminho com para quem quer se proteger da malícia dos demais.

Lida de cima para baixo a árvore da morte é um manual de como a opressão é criada e mantida,  Lido de baixo para cima entretanto pode ser vista como uma rota de fuga. Um mapa capaz de denunciar os mecanismos usados para nos escravizar. Este resumo trará a segunda opção com os nomes e características de cada Qlipha, bem como dos túneis que as ligam. Também foi incluído um pequeno questionamento meditativo em cada qlipha sobre os obstáculos que a árvore da morte impõe.Também será fornecida uma referência de ficção da literatura ou do cinema de uma distopia .

Entretanto a forma mais de compreender a árvore da morte é comparar cada um de seus elementos com seu correspondente na árvore da vida. Trata-se sempre de uma versão corrompida, prostituída e degenerada de sua contraparte. Por essa razão a cada elemento estudado será sempre mencionada a sephira ou caminho da qual é a sombra. Se estes nomes forem novidades para você, interrompa a leitura e faça um estudo da cabala pela via luminosa antes de continuar.

Conceitos chave:

  •  Árvore da morte: É o oposto da árvore da vida. Composta por qliphoth e túneis.Algumas pessoas tratam a árvore da morte como como as raízes subterrâneas, a sombra ou ainda o reflexo invertido da árvore da vida.
  • Qlipha: Qlipha (plural Qliphoth) é para a árvore da morte o que uma sephiras é para a árvore da vida. Cada uma possui sua correspondente em uma das duas árvores. Qlipha significa literalmente casca no mesmo sentido da casca de uma fruta, que depois de separada de sua polpa doce e nutritiva e só que só serve para ser jogada fora para servir de adubo.
  • Túneis: Os túneis ligam duas qliphoth na árvore da morte da mesma maneira que os caminhos ligam duas sephiroth na árvore da vida. São pontos em que duas forças se influenciam mutuamente gerando um resultado específico e que engana e prende a luz como uma teia.

Vejamos agora as Qliphoth e seus túneis separadamente:

X – Nahema (Os sussuradores)

Sombra de Malkuth

Conceito chave: escravidão

Ficção distópica: Matrix

Também chamada de Lilith. Esta é a masmorra, o porão da árvore da morte. É o resultado concreto em um reino de escravidão, ignorância e servidão onde em vez de perseguirem sua verdadeira vontade as pessoas aceitam, servem e obedecem completamente um sistema criado para aprisioná-las. É uma jaula fácil de ver por fora mais difícil de enxergar por dentro. Por essa razão é trivial detectar as ideologias, sistemas e religiões que manipulam outras pessoas mas é muito difícil detectar os sistemas que manipulam a nós mesmos. A primeira atitude para quem quer liberdade é se tornar consciente da falta dela.

Questionamento meditativo:

“Consigo enxergar os mecanismos de escravidão em que estamos imersos?”

 

IX –  Gamaliel (Os obscenos)

Sombra de Yesod
Conceito chave: Ilusão
Ficção distópica: Jogos Vorazes, a Ilha

Gamaliel é a terra das ilusões. Enquanto a imaginação consciente pode ser libertadora a mera fantasia é um grande obstáculo para o desenvolvimento. Em Gamaliel são produzidas as aspirações e ideias de que que um dia, de alguma forma a verdadeira realização virá e justificará toda escravidão dando então ao oprimido os mesmos benefícios que os opressores já tem.  Essa mitologia artificial deve de preferência durar toda a vida, por isso tradicionalmente nos sistemas religiosos a justificação só ocorre depois da morte. Enquanto isso, em termos de política, o socialismo convence as massas que a elite do partido é um mal temporário é necessário e o capitalismo convence os pobres que um dia, se tiverem sorte ou trabalharem muito poderão se tornar ricos. Tudo isso faz os prisioneiro serem os primeiros a defender suas prisões e a defender o mesmo sistema que os vampiriza. Na escala pessoal se trata da preguiça e da auto-ilusão que tudo consome e nada produz.

Questionamento meditativo:

“Quanto da minha criatividade é limitada pelas fantasias que consumo?”

 

Túneis:

32 (IX – X)

Thantifarax (Intolerância)

Sombra do Mundo

Afim de vender as ilusões de Gamaliel dominar os escravos de Nahema, Thantifarax, o carcereiro do jardim do éden, é a intolerância que garante exclusividade dos sonhos. Individualmente é a incapacidade de imaginar. Na sociedade  é o consumo apenas dos mitos enlatados e autorizados rechaçando qualquer sonho que saia da norma como ridículo, insano ou perverso.

 

VIII – Samael (O veneno de Deus)

Sombra de Hod

Conceito chave: Mentira

Ficção distópica: 1984

Esta qlipha é a ninho da mentira e da desonestidade intelectual e da auto-ilusão. Aqui os interesses são mais importantes do que a verdade e a própria linguagem é manipulada para não mais expressar a realidade mas sim favorecer nossos planos. No indivíduo essa sombra se manifesta sempre que pronunciamos inverdades e distorcemos os fatos por interesse próprio. Em uma escala maior ela faz nascer o controle da mídia para atender interesses políticos. Por essa razão quem tem o poder político sempre tentará controlar o poder midiático. Além disso o próprio controle de quais palavras e rótulos são usados para descrever uma situação já é uma expressão de poder. Usualmente em um sistema opressor bem estabelecido a liberdade de expressão é cerceada e toda produção intelectual precisa de aprovação.

 

Questionamento meditativo:

“Fui convencido de que algo é tão complicado que não possa entender?”

“Minto para mim mesmo por conforto ou comodismo?”

 

Túneis:

 

31(VIII-X) Shalicu  (preconceito)

Sombra do Julgamento
As mentiras fabricadas em Samael são perpetuadas no reino de Nahema através do preconceito. A cultura de escravidão e das falsas idéias são disseminada aqui por meio do uso de imagens, símbolos, piadas, histórias e linguagem viciadas que sustentam algumas mentiras essenciais.

 

30 (VIII-IX) Raflifu (falsos ídolos)

Sombra do Sol

Para assegurar que as mentiras se integrem a sociedade são construídos ídolos que representam o sucesso dentro de um sistema particular.  Estes falsos ídolos, são castas ou heróis que representam os sonhos encarnados dos escravos, mostrando que é possível chegar lá. Para serem como eles as massas o imitarão e farão tudo o que ele disser.

 

VII – A’arab’zarak (Os corvos da dispersão)

Sombra de Netzach

Conceito chave: Distração

Ficção distópica: Admirável Mundo Novo

Aqui gralham os corvos da dispersão cujo grande objetivo é tirar o nosso foco. Na esfera pessoal a influência dessa qlipha é sentida no escapismo de distrações usadas como válvula de escape para os problemas reais. Na esfera coletiva essas distrações reafirmam as ilusões criadas em Gamaiel e as mentiras criadas em Samael quando as autoridades desviam a atenção das massas mantendo-as ocupadas e longe das questões importantes e dos problemas reais. É o famoso Pão e Circo de Roma que se desenvolveu hoje para se transformar na indústria do entretenimento vazio onde o burlesco e o grotesco impede as pessoas de pensarem.

 

Questionamento meditativo:
“As distrações que me ocupam me afastam de meus problemas reais?”

 

Túneis:

 

29 (VII-X) Quliefi (Medo)

Sombra da Lua

Por outro lado quando os corvos da distrações falam diretamente com os escravos é sempre em um contexto de restrição no intuito de gerar um medo institucionalizado. Enquanto Tzuflifu diz que tudo vale, Quliefi brada que tudo é proibido. Isso torna os escravos confusos, sem saber como agir, para onde seguir e prontos para obedecer.

 

28 (VII-IX) Tzuflifu (Desejos)

Sombra do Imperador

As distrações de  A’arab’zmak quando conversam com as ilusões de Gamaliel criam um espaço onde finalmente os oprimidos podem dar vazão aos seus desejos. Numa escala pessoal aqui estão os vícios m geral Seguindo uma receita aprovada todos os desejos e paixões podem ser satisfeitos. Estes desejos não são apenas permitidos, mas compulsórios e quem quer que não os alimente é um proscrito.

 

27 (VII-VIII) – Paraxitas (Ódio ao diferente)

Sombra da Torre

As distrações de  A’arab’zmak somadas as mentiras de Samael se unem para formar uma casca mental de o ódio a tudo o que for diferente.  Assim esse túnel é a origem de toda cultura do “nós contra eles” e faz uma eficiente separação de seres humanos em grupos opostos. Se você identifica um certo ódio irracional a um tipo específico de ser humano, provavelmente já está respirando o ar deste túnel.

 

VI – Thagirion (O Sol Negro)

Sombra de Tipheret

Conceito chave: Egoísmo

Ficção distópica: V de Vingança

Thagirion é o agente centralizador das ações de todas as esferas vistas anteriormente. Ela queima com a  obsessão de fazer valer seus desejos acima de todas as outras  vontades e arde ao extremo de não emitir mais qualquer luz de cima. Isso faz  a estrela da vontade entrar em colapso gravitacional tornando-se um grande buraco negro no centro da árvore da morte. Em uma escala pessoal é o egoísmo autoritário, na história tem se traduzido na ascensão de imperadores na antiguidade e dos grandes ditadores industriais como Stalin, Hitler e Mao.

 

Questionamento meditativo:

“Abro mão de minha verdadeira vontade por medo e insegurança? Sou autoritário com alguém?”

 

Túneis:

 

26 (VI-VIII) A’ano’nin (Propaganda)

Sombra do Diabo

O imperativo egolatria de Thagirion é reforçado por meio da máquina da propaganda. Ou seja, um esforço ativo e oficial de promulgar sua ideologia e, muitas vezes, um culto a sua imagem divina. Na política pode surgir como um monopólio declarado dos meios de comunicação ou como criptocracia das mídias por parte

dos poderosos.

 

25 (VI-IX) SakSakSalin (Status Quo)

Sombra da Temperança

A normalização da realidade para atender os designeos de Thagirion é o que dá origem ao status quo. A idéia aqui é que a opressão não é apenas uma configuração arquitetada com malícia mas sim o estado natural e original das coisas. Qualquer tentativa de mudança é portanto não natural e fadada ao fracasso.

 

24 (VI-VII) Niantiel (Culto a juventude)

Sombra da Morte

Uma das maneiras de tornar seu controle certo é criar nos escravos um culto a juventude no qual qualquer acúmulo de sabedoria ou vivência é visto como não desejável. A indústria da moda, os padrões de beleza são alguns de seus efeitos físicos na coletividade. Mas o culto a ignorância e a infantilização são também sinais mais sutis deste túnel.

 

V – Golachab (Os incendiários)

 

Sombra de Geburah

Conceito chave: Violência

Ficção distópica: MadMax

Esta é a esfera da violência e da subjugação por meio do uso da força. Sua diretriz é reinar pelo terror causando danos, sofrimento ou morte em qualquer oposição. No mundo particular se traduz em ira ou mesmo violência doméstica e em termos de geopolítica na indústria bélica. O monopólio das armas e o constante pensamento belicoso é um dos mais antigos artifícios de tomada e concentração da autoridade. Se a concentração de força for desproporcional a opressão está garantida, permitindo como disse Sun Tzu, em A Arte da Guerra, subjugar o inimigo sem lutar. Quem controla as armas coloca-se ainda acima de todos os conflitos menores e geralmente prospera vendendo munição para os dois lados.

 

Questionamento meditativo:

“De quem ou do que tenho medo? Do que esse medo me afasta?”

 

Túneis:

 

23 (V-VIII) Malkunofat (Burocracia)

Sombra do Enforcado

A força de Gloachab se expressa no mundo das mentiras de Samael por meio da regularização extrema e imposição de regras e procedimentos explícitos. Aqui nascem os impostos dos governos,  as regras inúteis capazes de validar ou invalidar rituais e em particular a hierarquia das castas que colocam cada pessoa em seu devido lugar.

 

22 (V-VI) Lafoursian (Injustiça)

Sombra da Justiça

Enquanto as regras de  Malkunofat algemam toda intelectualidade, Lafousian estabelece a injustiça por meio de uma política de exceção. Por um lado isso significa que algumas pessoas terão tratamento especial enquanto outras pessoas enfrentarão todo o rigor da lei. A decisão de quem é quem cabe a quem possui o monopólio da violência.

 

IV – Gma’Asheklah (Os perturbadores)

Sombra de Chesed
Conceito chave: Ganância
Ficção distópica: Elysium

A influência dessa qlipha se revela quando a prosperidade e riqueza serve apenas a si mesma.  Quando isso acontece o comércio e a indústria não prosperaram mais provendo soluções, mas sim perpetuando problemas. Aqui nascem as atuais indústrias químico-farmacêutica-alimentar onde as sementes só podem ser plantadas uma vez para serem compradas e remédios de uso prolongado recebem mais pesquisas do que a cura das doenças propriamente ditas. É também a casa da indústria financeira onde riqueza não tem mais origem no trabalho e sim na especulação e nos juros sobre juros. Em uma escala microcósmica a influência dessa qlipha pode ser vista quando o dinheiro torna-se um fim em si mesmo.

 

Questionamento meditativo

“Quais são as coisas que cobiço? Do que essa cobiça me afasta?”

 

Túneis

 

21 (IV-VIII) Kurgasiax (Poluição)

Sombra da Roda da Fortuna

A fim de vender e enriquecer cada vez mais Gma’Asheklah produz neste túnel toda sorte de poluição. De um lado do túnel o vendedores vendem qualquer coisa que gere lucro, do outro lado o comprador compra qualquer coisa que lhe sirva de distração. Isso significa total negligência com as consequências de longo prazo, o meio ambiente e as outras pessoas.

 

20 (IV-VI) Yamalu (Suborno)

Sombra do Heremita

O poder do ego aliado ao desejo da riqueza por si só faz nascer o corrupto e o corruptor. Sabendo disso Gma’Asheklah e Thagirion se manipulam mutuamente o tempo todo, um para acumular ainda mais recursos e o outro para impor mais facilmente seus planos

 

19 (IV-V) Temphioty (Desumanização)

Sombra da Força

O acúmulo de poder como meta e a violência extrema como método nos levam ao último limiar da árvore da morte que ainda pode ser considerado humano. Aqui ocorre a completa desumanização e não existe mais nenhuma barreira. O “Nós contra eles” se degenera ainda mais e dá origem ao “Eu contra todos”.

 

III – Satariel (Os ocultadores)

Sombra de Binah

Conceito chave: Negação

Ficção distópica: Fahrenheit 451

Ocultar recursos, informações e possibilidades é o que rege esta qlipha. A idéia é que as pessoas não podem lutar contra um inimigo que você nem sabem que existe e não podem buscar por tesouros dos quais você nunca ouviram falar. Daí vem o impulso imediato de todo criminoso de ocultar o próprio crime e de todo ser humano de negar as próprias falhas. Além disso, quanto mais subimos na hierarquia de uma corporação, mais avessa ela será a transparência. Existem câmeras de vídeo apontando para a cabeça de todo caixa, mas nenhuma janela nas salas de reunião de cúpula. O governo nega ter conhecimento.

 

Questionamento meditativo:

“Sou um agente de luz e libertação ou um agente da restrição e ocultamento?”

 

Túneis:

18 (III – V) – Characith (Censura)

Sombra da Carruagem

A ocultação violenta se traduz em censura.  Ou seja, no uso sistemático de uma força superior para suprimir idéias, recursos e pessoas. Queimar livros, controlar acesso, proibir manifestações e calar pessoas são os primeiros degraus deste túnel, o último deles é a execução  de qualquer pessoa que pense ou fale demais.

 

17 (III-VI) – Zanradiel (Difamação)

Sombra dos Amantes

Difamação é outra arma usada para ocultar esforços da oposição. Numa escala pessoal este túnel se traduz na fofoca e na inveja, mas na humanidade não faltaram exemplos históricos do uso sistemático da difamação como no macartismo e na inquisição espanhola.

 

II – Ghogiel (Os estorvadores)

Sombra de Chokmah

Conceito chave: Confusão

Ficção distópica: Arquivo X

Enquanto Satariel preocupa-se em ocultar a realidade por meio da restrição e da falta de acesso, Gkogiel faz a mesma coisa por meio de um lamaçal de lixos inúteis, vomitando infinitas versões deturpadas da verdade. A idéia aqui é que a razão se não pode ser completamente eliminada ela será então ocultada em uma multidão de irracionalidade. A verdade desaparece assim em meio a um mar de mentiras. Um governo por exemplo pode criar e soltar as mais bizarras teorias da conspiração para ocultar a conspiração verdadeira tornando-se impossível distinguir o certo do errado. Os estorvadores causam a alienação pelo excesso de informação.

 

Questionamento meditativo:

“As coisas que consum, defendo, e acredito colaboram com minha verdadeira vontade?”

 

Túneis:

 

16 (II-IV) Uriens (Sectarismo)

Sombra do Hierofante

O enxame de lixo de Gkogiel  encontra a ganância de  Gma’Asheklah e dá origem ao túnel do sectarismo.  Em pequena escala aqui nascem as panelinhas, mas nas grandes corporações gera círculos internos dentro de círculos internos e eventualmente no surgimento de dissidências concorrentes.

 

15 (II-VI) Hemetherith (Loucura)

Sombra da Estrela

O ego inflado em Thagirion dá a luz a todo tipo de extravagância que reforça seu poder e caráter único distanciando-o das demais pessoas. Desvirtuada da verdadeira vontade quando mais poder, mais loucura ao ponto de não haver diferença entre o poder supremo e a loucura completa.

 

14 (II-III) Dagdagiel (Corrupção)

Sombra da Imperatriz

Ação dos ocultadores e dos estorvadores dão origem a corrupção em seu sentido mais abstrato, de essência estragada, ou core (núcleo), rupto (rompido). Se estabelece uma versão invertida do lema caoista e então “Nada é permitido e tudo é verdadeiro”. Daqui o erro se multiplica de forma virulenta para todos os outros túneis abaixo como uma herança maldita, um pecado original e um câncer fora de controle que cresce até consumir tudo, incluindo a si mesmo.

 

I – Thaumiel (O Gêmeo de Deus)

Sombra de Kether.

Conceito chave: Destruição

Ficção distópica: H.P. Lovecraft

Toda perversão vista nas outras sombras e que causam a escravidão ao desembocar em Nahema podem ser rastreadas até essa qlipha que essencialmente fala da essência do mal sendo causada por um ato de vontade externo ao sistema em uma intenção de destruí-lo. Essa é a única explicação possível para a existência da arte da morte, pois ela existe em uma constante situação de auto-destruição com diversos sistemas de opressão concorrendo uns com os outros e  se destruindo mutuamente. Segundo a tradição da cabala sepharadita, por exemplo, entidades de fora do nosso sistema solar, não podendo participar da criação de nosso mundo lançaram no coração humano suas sementes de corrupção e essas sementes por sua vez destroem toda a árvore da vida, de dentro para fora. Esses seres anti-cósmicos são retratados também nos mitos de H.P Lovecraft que fala de deuses extraterrenos completamente fora de nossa realidade, sem qualquer interesse humano e capazes de destruir tudo o que existe.

 

Questionamento meditativo:

 

“Eu mesmo colaboro com a escravidão e opressão de outras pessoas?”

 

Túneis

 

13 (I-IV) Gargoprias (Traição)

Sombra do Sacerdotiza

O agente externo é o verdadeiro manipulador que puxa os cordões de quem puxa o cordão. Ele promete o domínio completo da árvore ao mesmo tempo que estimula sua destruição, o resultado não poderia ser outro senão a traição. O ego pensa estar traindo o mundo quando na verdade está sendo traído e colaborando com sua aniquilação final.

 

12 (I-III) Barachial (Feitiçaria)

Sombra do Mago

As sementes do mal de Thaumiel podem corromper mais facilmente o sistema quando existe dentro dele um agente colaborador. A figura do mago negro como alguém que usa a feitiçaria de um poder sombrio superior é fácil de visualizar e representa bem este túnel, mas em outras escalas a feitiçaria está presente em qualquer ato intencional e consciente de maldade. Esse agente entende que a árvore da morte não pode ser mantida por muito tempo e, decidido a tirar o maior proveito possível antes da destruição final, opta pelo mal.

 

11 (I-II) Amprodias (Suicídio)

Sombra do Louco

O terceiro túnel que liga a Thaumiel é o daquelas pessoas que, entendendo que a árvore da morte é por si só decadente e que esconde em sua própria estrutura a essência de sua destruição, não vê outra solução senão destruir a si mesmo em antecipação da destruição do todo. Essas pessoas também optam pelo mal, mas levam seu ódio ao cosmos a última consequência acabando com sua própria vida numa tentativa de escapar do sistema.

 

Considerações finais

 

Embora essas explicações possam dar a entender que a Árvore da Morte só existe em grandes instituições, seitas e organizações, devemos considerar que o aspecto sombrio pode estar presente em qualquer manifestação. Mesmo uma relação a dois pode ser qliphotica. Ainda mais, é possível e bastante comum sabotarmos nós mesmos e assim fazemos sempre que nos desvirtuamos do caminho de nossa verdadeira vontade.

 

Rápidas Análises Qliphotica

Com base no que foi passado tentamos estruturar duas árvores da morte para servirem de comparação.

Este primeiro exemplo foi escolhido para mostrar como é muito fácil ver os mecanismos de escravização dos outros, particularmente um tão reforçado atualmente como a alemanha nazista. Por outro lado o atual sistema ocidental também tem um viés escravizador que muitas vezes passa despercebido.

QliphaTerceiro ReichOcidente
I. ThaumielMönch mit dem grünen Handschuh
(O monge da luva verde)
Elite Oculta (?)
(“Illuminati”, “sionistas”, “reptilianos”, etc..)
II. GhogielContrainformação e Naziesoterismo
(Heinrich Himmler, Der Stürmer, Julios Evola, Savitri Devi Mukherji,
Karl Maria Wiligut)
Grande Mídia
(Thomson-Reuters, Time-Warner, News Corporation)
III. SatarielGestapo
(Walter Schellenberg, Espionagem, Bücherverbrennung)
G8
(NSA, CIA, MI6, GCHQ, etc…)
IV. Gma’AsheklahFascismo

(Lebensraum, Dr. Hjalmar Schacht )

Indústria Petroquímica
(Exxon Mobil, Chevron, Bayer, Basf, etc…)
V. GolachabMilitarismo
(Invasões, Präventivkrieg, Holocausto, Einsatzgruppen)
Indústria Bélica
(Lockheed Martin, Constellis Holdings, Boeing, etc…)
VI. ThagirionAdolf Hitler

(Führerprinzip, Gleichschaltung)

Elite Financeira
Bilderberg Group, Fórum Econômico Mundial, etc…)
VII. A’arab’zmakPropaganda e Totalitarismo

(Lebensorn, Joseph Goebbels)

Show business e Politicamente correto
(Comcast, Disney, Sony, Viacom, etc..)
VIII. SamaelFilosofia e Ciência Nazista
(Nietzschismo, Darwinismo Social, Eugenia,  Racismo, Joseph Mengele)
Controle da Informação
(Silicon valley: Google, Facebook, Amazon, Apple, Microsoft, etc..)
IX. GamalielIdeal Nazista

(Volksgemeinschaft, Herrenvolk, Richard Wagner, Leni Riefenstahl, Albert Speer)

American Way of Life
X. NahemaPovo AlemãoConsumismo Global

A segunda análise traz duas aproximações genérica para facilitar o reconhecimento de uma natureza Qliphotica em cultos e organizações políticas. O primeiro caso é um bom exemplo de árvore da morte de ação particular, e o segundo de ação coletiva, embora é claro uma coisa afete a outra. Note que em ambos os casos em Thaumiel temos alguém que sobrevive ao desmoronamento de toda estrutura e que pode facilmente fundar outro grupo para reiniciar o processo de vampirização. Outro ponto interessante é que nestes exemplos fica clara a natureza fractal destas estruturas. Assim com a árvore da vida cada qlipha tem dentro de si uma mini árvore da morte. Dentro da Gestapo certamente os membros e subdivisões se organizam de modo semelhante, assim como o Politicamente Correto que rege o que é ou não pecado no mundo moderno tem expressões em todas as outras Qliphas.

QliphaGrupos ReligiososGrupos Políticos
I. ThaumielAlta hierarquiaAlta Cúpula
II. GhogielBoatariaDesinformação
III. SatarielTabusCensura
IV. Gma’AsheklahLavagem de DinheiroLobismo
V. GolachabRepressãoMilitancia agressiva
VI. ThagirionLíder do CultoCaudilhismo
VII. A’arab’zarakMonopólio SocialPão e Circo
VIII. SamaelDoutrinaçãoPropaganda
IX. GamalielPromessas da féIdeologia
X. NahemaCultistasEleitores




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MEUS COMENTÁRIOS:

A Cabalá Qliphótica é extremamente subversiva como o gnosticismo. Ela se baseia em práticas chamadas "Caminho da Mão Esquerda". O ocultismo da Mão Esquerda se caracteriza por usos e práticas não convencionais e por lidar com o lado negro da realidade para superar os obstáculos e desenvolver espiritualmente. Estes usos e práticas são antinomianos na maioria das vezes.


Muito da Cabala Qliphótica pode ser visto na tradição gnóstica antiga. Quebrar tabus, questionar o sistema, fazer uso da criatividade e de práticas não convencionais de espiritualidade é algo subversivo. Por exemplo, questionar o papel da mulher, a família, a propriedade, o Estado, as Leis e a religião dominante. Por em cheque a moralidade pública e a dita "ética" revelada pelos "deuses" e defendida pelos alto sacerdotes e autoridades públicas e políticas.


O Caminho da Mão Esquerda se caracteriza por práticas antinomianas. Em outras postagens falamos de práticas que foram atacadas pelos padres da igreja, que os gnósticos praticavam. Na postagem: https://gnosedesi.blogspot.com/2018/11/troma-nagmo-chod-pratica-de-origem.html referenciamos acusações de Epifanio de Salamina de que pessoas autodenominadas gnósticas praticavam rituais que envolviam sexo e uso de fluidos corporais (sêmen, sangue menstrual).


No Tibet e na Índia, de fato, existem relatos de iniciados em certos níveis secretos de Tantra em que se usa de práticas antinomianas. No hinduismo e budismo tibetano isso é chamado de Vamacara Tantra, "da mão esquerda". Esse tipo de tantra é baseado em rituais de transgressão, onde os praticantes devem transgredir tabus da sociedade. No caso da Índia, tabus indianos, no caso do Tibete, tabus tibetanos. Assim, por exemplo, o sexo fora do casamento era transgredido, ou a alimentação de carne era feita, o uso de entorpecentes (alcool), uso de certos tipos de roupa proibidos ou mal vistos, etc. O objetivo de transgredir é chocar a mente, colocá-la em um estado de torpor e choque mesmo, abrir a mente da pessoa contra os sistemas imorais, injustos, irracionais, exploradores e totalitários que nos dominam de todas as formas e não percebemos. Muitas vezes precisamos de um "choque", de um tapa na cara pra acordar pra realidade que se nos apresenta diante dos nossos olhos, mas somos tão ignorantes que não conseguimos ver que somos explorados, oprimidos, ou simplesmente que somos ignorantes e fazemos maldades e agimos como ditadores contra nossos próximos, nossos irmãos, ou seja, trabalhamos cegamente para um sistema que mantém a humanidade escrava e sem desenvolvimento espiritual, social, politico, moral e religioso. Mas as práticas antinomianas só fazem sentido para aquela sociedade e seus tabus específicos. Por exemplo, hoje em dia na civilização ocidental não é tabu ou antinomiano beber alcool ou comer carne, em uma tribo tupinambá seria antinomiano proibir o canibalismo e a poligamia masculina.


DAKINI MENSTRUANDO



Existem ainda relatos sobre ritos antinomianos bastante transgressores mas que estão relacionados com outras práticas e crenças esotéricas. Existe um conjunto de quatro iniciações secretas Kalachakra no budismo tibetano, onde um Guru (Lama), incluindo o Dalai Lama, inicia um monge para se tornar um mestre realizado, algo destinado a pouquíssimos. Há várias etapas, uma parte das iniciações é pública, outra parte é secreta e na parte secreta tem-se rituais que fazem uso de excitação do órgão sexual e ingestão de uma mistura de substâncias nojentas (urina, lixo, carne podre, fezes, catarro, secreções imundas do corpo, etc). O objetivo da ingestão de coisas imundas é testar e treinar o monge para não rejeitar o mal e suprassumir o bem e o mal, se tornando além de tudo, pois o estado de rejeição e luta contra o mal ainda contém resquícios de ego e ignorância e a verdade estaria além do bem e do mal. Em relação à excitação sexual (masturbação ritual, inclusive com participação de yoginis ou dakinis, mulheres belas que ficam nuas e tentam seduzir o monge), o objetivo é fazer o monge testar sua luxúria: as mulheres excitam o monge, inclusive colocando seu pênis na sua vagina e realizando atos de preliminares sexuais. Se o monge ejacular ele é expulso do ritual e não passou no teste, inclusive há castigos destinados a ele. É absolutamente proibido chegar ao orgasmo. Em uma das versões da iniciação, o monge ingere sangue mênstruo retirado, na hora, da vagina de uma dakini. Geralmente essas mulheres são escolhidas de castas inferiores e, antes do sexo ritual, são adoradas e elevadas ao status de Deusas, recebendo oferendas e presentes, sendo enfeitadas e vestidas ricamente como Deusas na Terra.

Depois desses ritos, há em uma das versões de iniciações kalachakra secretas um último teste: o Guru ou Lama (Mestre Vajra) é o único que pode ejacular e somente em contexto ritualístico e iniciático: ao longo de sua vida ele é proibido de ejacular. A crença tantra é de que o Sêmen contém Bodhichitta, a Mente Luminosa dos Budas, e que derramar o sêmen é impedir a iluminação de Milhares de Budas, o que causa um péssimo e terrível karma. No entanto, para iluminar e chegar a identificação suprema com Buda, o monge deve ingerir sêmen diretamente do pênis do Guru: o Guru excitado ejacula em vasilhas especiais, mistura o sêmen com temperos e ervas, passa esse sêmen pela cabeça de seu pênis, então o monge suga o sêmen, não realizando com isso sexo oral. Em outras versões do ritual, se faz um chá ou iogurte com mênstruo e sêmen.

NO BUTÃO, PAÍS CUJA RELIGIÃO OFICIAL É O BUDISMO TIBETANO, O PENIS (FALO SAGRADO) TEM UMA IMPORTÂNCIA CULTURAL, SENDO UM SÍMBOLO MÁGICO.



Essas práticas antinomianas e que chocam são uma espécie de "quebra" da moralidade e das certezas do monge. Todo apego moral deve ser destruído para se alcançar a Iluminação. Qual a utilidade de se ingerir sêmen para alcançar o estado de Buda? Nenhuma. Mas em um contexto de evolução espiritual, destruição do falso ego e alcance de uma sabedoria superior, uma mente completamente liberta de todo apego, esses ritos fazem sentido. Mas não são para qualquer um, sendo destinados a monges para que eles se tornem Lamas e Gurus, coisa para POUCOS.

O que isso tem a ver com as acusações de Epifânio? Eu diria que muita coisa. Como já dissemos, é muito provável que os gnósticos tenham levado ao Tibete as doutrinas esotéricas que se transformaram no Budismo Tibetano, via Maniqueísmo. Os Zoroastrianos acusaram os Maniqueístas de se reunirem secretamente e formarem sociedades secretas, atuando dentro do Zoroastrismo para levar os devotos zoroastrianos para essas reuniões, mudando as crenças zoroastrianas tradicionais.

Nesse site que contém todo o AVESTA (Escritura Zoroastriana principal e básica) em inglês, há um compêndio de História do Zoroastrismo na Pérsia com textos medievais e da antiguidade tardia escritos por sacerdotes e teólogos zoroastrianos contra as heresias que ameaçaram a supremacia do Zoroastrismo, incluindo ataques ao Judaísmo, Islamismo, Zurvanismo, Cristianismo, Budismo e outras:

"Os que escreveram em língua pahlavi atacam com veemência Mani e seus seguidores. Ele é apelidado de "druj" (falsidade) de origem maligna, e seus seguidores são rotulados de enganadores, pessoas de cabeça vazia que praticavam bruxaria e falsidade, e ensinavam loucura em sociedades secretaseles são denunciados como iludindo os desinformados e não-inteligentes, e como capturando os homens de pouco conhecimento em seu círculo esotérico."


Com igual repulsa os escritores zoroastrianos atacam o cristianismo romano imperial. Isso é um importante testemunho de que o Maniqueísmo não possuía só uma parte exotérica, ou seja, aberta ao público e proselitista que fez um enorme sucesso, mas uma parte esotérica que só era acessível a uma parte dos fiéis e aterrorizava as autoridades, pois nessas sociedades todo tipo de crítica ao poder político, ás autoridades e aos sistemas de poder e economia eram feitos sem nenhuma censura, o que era um perigo para a manutenção do status quo das elites..


Sobre Maniqueísmo e Budismo Tibetano, já dissemos bastante no blog, tem muitas postagens falando disso. Mas sobre essas iniciações esotéricas extremamente secretas e que envolvem atos de transgressão moral, crítica social e antinomianismo, o que EU (e essa é minha opinião, pode ter gente que discorde e é bom discordar porque assim na dialética vamos aprendendo e desenvolvendo) acredito, dado o que já estudei de textos gnósticos é o seguinte : 

Pelo fato de Pistis Sophia, alguns textos valentinianos e outros criticarem a Magia e citarem expressamente práticas mágicas como coisas a serem evitadas e proibidas (inclusive o autor de Pistis Sophia relata ter ouvido falar de uma religião que usava sêmen nas mãos como um ato ritual e critica isso veementemente) creio que o Gnosticismo, em geral, majoritariamente não aceitava a prática de atos antinomianos e transgressivos muito chocantes, como sexo ritual e ingestão de sêmen e mênstruo. É provável que tenha grupos gnósticos que praticassem isso? Sim, é provável, pois estamos falando da antiguidade e na antiguidade haviam prostitutas sagradas, orgias rituais, sacrifício de animais e muitas coisas. Não é impossível que alguns grupos gnósticos tenham assimilado prostituição sagrada e substituído o sacrifício de animais pela oferenda de sêmen e mênstruo em circunstâncias ritualísticas e com os mesmos objetivos do Tantra de transgressão moral e social para alcançar evolução espiritual e quebra de apegos e sistemas de corrupção política, moral e espiritual.

No entanto os gnósticos típicos da antiguidade praticavam outros atos antinomianos, como por exemplo fazer rodízios nas funções litúrgicas, aceitando como bispos e presbíteros mulheres e pessoas simples. Os gnósticos também criavam novos rituais, mitologias e lendas para expressar sua espiritualidade e isso também pode ser considerado um ato antinomiano, visto que não é comum nem nas religiões politeístas nem no judaísmo e cristianismo a criação de novas Escrituras ou novos mitos, lendas, deuses e anjos. Ou seja, o gnóstico típico, na minha opinião, não é nem da Mão Esquerda nem da Mão Direita, mas intermediário: ele aceita as práticas de Magia Branca e da Luz sem negar totalmente as práticas de "Magia Negra" e das "Trevas", que são os atos antinomianos e de transgressão.

Por exemplo, eu não acredito nessa crença budista tibetana de que o sêmen contém bodhichitta. Para mim, a Bodhichitta pode ser atingida parcialmente com uso de masturbação ritualística e Maithuna (o coito, sexo propriamente dito, ) aliado a técnicas de visualização e mantras, identificação com deuses e Deus, alinhamento de chakras, exercícios de respiração e intensa concentração mental e Vontade (Telema). Tudo isso são aliados na criação de um novo corpo espiritual e transformação da mente e emoções em coisas puras e boas visando a libertação do apego doentio que temos às coisas mundanas. Sim, acredito que o orgasmo deve ser evitado, mas se alinhado a corretas práticas desapegadas e despretensiosas, sempre em meditação, não vejo o derramamento de sêmen como algo que assassine Budas. Quem quiser praticar isso que pratique, mas, para mim, não é algo que me transforme. Eu não julgo nem condeno quem pratica o sexo para fins espirituais.

Vamos falar de novo dos atos antinomianos: não significa fazer o mal! Pelo contrário, ajudar o pobre, amar os inimigos, perdoar os que nos maldizem, tudo isso são atos antinomianos! A natureza está sendo destruída. É um ato de transgressão lutar pelo meio ambiente. O homem branco, heterossexual e cristão é o modelo de cidadão "ideal" e "perfeito" do mundo moderno: ações afirmativas, cotas para minorias, usar atores e profissionais indígenas, mestiços, pardos e negros nas mídias e nas empresas são atos antinomianos em uma améric alatina racista que privilegia o descendente de colonizador. A homossexualidade, em uma sociedade homofóbica, é um ato antinomiano e deveria ser incentivado pelas verdadeiras tradições espirituais. A transgressão proposta pelo Gnosticismo, pela Cabala Qliphótica e pelo Tantra não nos abre a possibilidade de matar, roubar e destruir, isso seria ignorância, negar a vida e o Bem para o outro. Transgredir não é matar, é se rebelar. Mahatma Gandhi foi um dos maiores transgressores, sua revolução pela Não-Violência foi um gigantesco ato antinomiano de proporções globais!

Há relatos de pessoas que exageraram e não souberam interpretar isso no Tibet. Li em algum lugar, não lembro pois já faz muito tempo, que no século XIX ou XX, não sei, um pequeno grupo de budistas tibetanos decidiu voltar a fazer sacrifícios animais, uma prática dos povos xamânicos do Tibet pré-Bon e pré-budista. Em um ritual, depois de um monge não ser aprovado pelas iniciações, os membros do grupo, incluindo um grupo de mulheres "bruxas", decidiram matá-lo sacrificialmente. O caso chocou a população da região e o Dalai Lama teve de intervir violentamente com forças policiais para caçar os responsáveis por esse horror. Isso é coisa de gente doente. Por isso essas sociedades secretas e ocultistas são chatas em selecionar pessoas. Muitas exigem testes psicológicos, pois não aceitam pessoas com depressão, ansiedade, fobias, pânicos e outras coisas do tipo. Por exemplo, uma prática de cabala draconiana é realizar orações e ritos num cemitério, a noite, com ossos humanos, enfrentando o medo e o terror que a cultura nos impõe. Eu mesmo já fui em cemitérios rezar. Sempre tive, desde criança, um apreço pelos cemitérios, é como se fossem locais espirituais, de maior conexão com o Céu, e me dão muita paz. Mas uma pessoa com depressão, traumas de infância e etc, ela vai surtar diante de rituais de transgressão. Lidar com nossos próprios medos recalcados é algo que muita gente simplesmente não consegue lidar. Há pessoas que não suportam meditar, pois a mente cheia de pensamentos agitados é a realidade para a pessoa, e elas tem crises de ansiedade fortíssimas se ficarem em silêncio por alguns minutos, é um horror para elas! 

Portanto, eu sugiro que se você tem problemas sentimentais e psicológicos do tipo depressão, ansiedade, pânico, estresse, fobias, pesadelos e etc, o Caminho da Mão Esquerda não é para você nesse aeon. Busque aquilo que você tem capacidade de lidar, não fique curioso à toa por coisas que podem te fazer mal se você não tem capacidade para processar.

Pessoas problemáticas vão transformar os atos antinomianos em orgias e surubas; comércio e ladroagem; teologia da prosperidade e busca de bênçãos e dinheiro, seitas de lavagem cerebral, militarismos e fanatismos, poções mágicas e miraculosas e etc. Se fora dessas práticas já há falsos profetas e enganadores vendendo água ungida, amuletos protetores, bíblias de 900 reais, livrecos de auto-ajuda e outras coisas do tipo. É muito complicado, sempre tem um malandro e um otário por aí, quando se encontram dá casamento. Veja, o problema não é o amuleto em si mas o COMÉRCIO que degenera a religião, a destrói pois deixa de ser uma instituição para a evolução humana e vira um instrumento para enriquecer um idiota qualquer.

Vimos no texto acima que a Cabalá contém uma parte ignorada pela maioria das pessoas, as Qliphas, e poucos rabinos judeus praticam-na.

Agora, como todo esse conhecimento foi parar entre os Judeus?

Se formos ver, grande parte dos rabinos modernos dizem: a Cabalá não é de origem judaica, era um conhecimento acumulado de vários povos antigos que desapareceram ou o ignoraram e os judeus foram os que conseguiram preservá-lo, aprendendo e guardando isso em segredo.

Claro, sempre há um rabino que diz que a Cabalá foi recebida por Adão diretamente de Deus, que Abraão trouxe ela da Caldeia, ou que Moisés trouxe ela do Egito... Há muitas versões. Todas são pseudepígrafas. Já falei disso aqui no blog: pseudepigrafia virou moda no mundo helenístico, quando se atribuía a profetas e sábios do passado obras tardias, como diálogos falsos de Platão, textos de Pitágoras e muito mais. Por exemplo, membros de escolas neopitagóricas dos séculos 1 e 2 produziram textos e os atribuíram a Pitágoras e isso passou a idade média toda como sendo verdade.

Mas, correntemente, muitos cabalistas vem falando que a Cabalá propriamente dita é de origem Babilônica e que os judeus a aprenderam durante o Cativeiro Babilônico. Essa versão é interessante pois pode esconder uma enorme pista da origem da cabalá. Quando vemos a história dessa versão, ficamos sabendo o seguinte: que a Cabalá primitiva se originou dos Egípcios, foi levada para a Babilônia e lá se desenvolveu com novos acréscimos ganhando forma e robustez até ser levada pelos judeus para Israel. Uma parte dela foi levada pelos gregos que conquistaram o Egito virando a Gnosis grega. Outra parte foi guardada entre zoroastrianos persas que a aprenderam dos babilônios (virando a Magia e a Teurgia) e a transmitiram modificada para os hindus e estes para formas esotéricas de budismo... Daí esse conhecimento se espalhou para as mais variadas e diferentes tradições, permanecendo como a parte mais intelectualizada, sofisticada e mística de todas elas.

"De geração em geração, podemos traçar o relacionamento dos príncipes de Israel com os reis-sacerdotes do Egito. Abraão a Jacó por lá passaram; José a Moisés estiveram intimamente associados à corte dos adeptos reais. Quando lemos que Salomão se dirigiu a Hiram, rei de Tiro, solicitando-lhe homens a materiais para a construção do Templo, aprendemos que os famosos Mistérios de Tiro devem ter influenciado profundamente o esoterismo hebraico. Quando lemos que Daniel foi educado nos palácios da Babilônia, aprendemos que a sabedoria dos Magi deve ter sido acessível aos iluminati hebreus." - Cabala Mistica, Dion Fortune.

"A Cabala Judaica, como se conhece hoje, surgiu entre os séculos XIII e XIV, e era uma tradição oral até o século XIII, mas atualmente há muita literatura cabalística tanto judaica quanto não-judaica. Entretanto, não é pura e autenticamente judaica, mas sim um desenvolvimento do Paganis­mo* dos caldeus, babilônios, sumérios, assírios e egípcios, e que se tomou monoteísta. A Cabala Hermética, como o nome diz, é o resultado de um conjunto de conhecimentos oriundos do Hermetismo (filosofia oculta e religião grecoegípcia), do gnosticismo primitivo, do neoplatonismo (teosofía eclética primi­tiva), do cabalismo judaico e do Paganismo, recebendo influências também alquímicas e passando a adquirir características politeístas e até panteístas, já que o trabalho cabalístico pode dar-se também por meio de analogias e cor­respondências entre arquétipos e panteões de deuses, anjos, demônios, etc., de qualquer sistema, bem como uma infinidade de símbolos de várias tradi­ções esotéricas e religiosas do Oriente e do Ocidente." - Cabala Draconiana, Adriano Camargo Monteiro.

O fato de Lilith, dos signos do Zodíaco, dos Sete Planetas estarem presentes na Cabalá sugere uma ligação real com a religião babilônica da antiguidade tardia. Acontece que, quando comparados, todos os relatos e teorias da origem da Cabalá nos faz lembrar de uma coisa: a história do Gnosticismo!

No blog nós já falamos do Acta Archelai. Na postagem Valentinismo e Shankara (https://gnosedesi.blogspot.com/2019/12/valentinianismo-e-shankaracharya-o.html):

Como vimos na postagem sobre Maniqueísmo e Budismo Parte 1 https://gnosedesi.blogspot.com/2018/11/maniqueismo-e-budismo-esoterico-parte-1.html, Hipólito e depois Epifânio, nos séculos 3 e 4, escreveram que por volta do ano 50 depois de Cristo, no tempo dos Apóstolos, um homem chamado Scythianus, ou Scitiano, originário da Scítia, levou à Palestina a "doutrina dos Dois Princípios" de sua viagem à "Índia". Também esteve no Egito onde aprendeu a Sabedoria dos Egípcios, segundo o Acta Archelai. Depois foi à Jerusalém e disputou com os Apóstolos. Ele havia apresentado quatro livros: Mistérios, Tesouro, Sumário e um Evangelho. O discípulo mais próximo de Scitiano, um homem chamado Therebinthus, viajou pela Judeia, Palestina e Babilônia após a morte de Scitiano para espalhar a doutrina. Finalmente se estabeleceu na Babilônia, onde se declarou um Buddha, mudando seu nome para Buddha e ficando por lá disputando com os adeptos do culto a Mithra. Após falecer, os livros passaram a uma viúva rica que tinha um escravo chamado Cubricus. Esse homem estudou os livros da viúva, mudou algumas coisas das doutrinas e seu nome para Mani e passou a pregar uma nova doutrina. A viúva se tornou sua discípula. 

Moisés de León, judeu, apresentou o Zohar pela primeira vez no século XII na Espanha. Zohar é o texto básico da Cabalá. Ele disse que o texto é de um judeu chamado Shimeon, o filho de Yohai (bar Yohai). Isso é muito claramente um exemplo de pseudepigrafia. Eu não acredito que um livro com tal linguagem tenha sido escrito no século 2 d.C, pois mostra ser algo tardio e medieval.. Não nego que uma forma primitiva de Cabala tenha existido no século 2 (o Livro de Enoque mostra isso) mas o Zohar ter sido escrito nessa época é muito forçado. As ideias básicas podem realmente já ter existido.

Quando vejo as histórias e teorias sobre a origem da Cabalá só me lembro da história HISTÓRICA do movimento Gnóstico cristão. Sabemos que Platão e Pitágoras beberam do Egito, mas não só eles, semelhanças entre os mitos de Orfeu e os mitos de Osíris sugerem uma influência egípcia nos cultos de Mistério gregos da época anterior a Platão. Esses conhecimentos eram as doutrinas dos Mistérios Egípcios, uma religião intelectualizada e mística que buscava descobrir os segredos da existência e do Universo. Essas doutrinas ganharam impulso durante o governo do faraó Akhenaton que, influenciado por elas, criou o Monoteísmo e o culto a Aton como Deus único do Egito. Foi nessa época (XVIII Dinastia Egípcia) que as expansões egípcias alcançaram mais ao Oriente, Canaã, Fenícia e a Mesopotâmia (o chamado crescente fértil). A influência egípcia foi tão grande que o Ferohar (Fravahar) zoroastriano foi baseado no Horbehutet egípcio, mais antigo.





O Monoteísmo de Áton egípcio influenciou, séculos mais tarde, um sacerdote indo-iraniano chamado Zoroastro que também fez uma reforma religiosa em seu pais: como Akhenaton, ele disse existir somente Um Deus e que os deuses são aspectos e características de Deus que os humanos passaram a idolatrar erroneamente, fazendo imagens e adorando como se fossem deuses. A religião indo-iraniana era parecida com o antigo brahmanismo da Índia, pois descendia de uma mesma cultura. O Zoroastrismo é, assim, uma forma popularesca e degenerada de conhecimentos esotéricos do Antigo Egito, adaptados a uma cultura indo-iraniana. Mais tarde, na época Sassânida, os persas inventaram que eles é que criaram essa Sabedoria (que estaria agora em circulação nos textos herméticos) e os egípcios a mantinham oculta em seu país:

Podemos afirmar que havia uma literatura Hermética persa abarcando textos sobre astrologia escritos em persa médio atribuídos a Hermes. Há evidências já no século III, no reinado do imperador Šāpūr I, de que a ciência teria sido adquirida no Egito e que trabalhos atribuídos a Zoroastro, Ostano e outros sábios iranianos teriam entrado em circulação e atraído a atenção dos filósofos. Há referências em escritos gregos de uma sabedoria supostamente iraniana, oculta no Egito, que daria suporte para inúmeras referências persas e árabes datadas do século VI em diante, alegando que a ciência persa fora resgatada de seu lugar de origem pelas traduções na época de Šāpūr I. - http://www.neauerj.com/Nearco/arquivos/numero10/3.pdf


Minha conclusão sobre isso é: as primeiras ideias complexas sobre a vida após a morte e uma experiência direta com a realidade espiritual aparecem em vários locais do globo em diversas culturas mas no Egito elas tomam a forma de um tipo de religião focado nessas experiências e como decifrá-las, tornando o conhecimento mais claro e sistematizado, e isso foi chamado de Mistérios no Egito. Aos poucos essa Sabedoria foi sendo acrescida ao se espalhar em diversos locais, dando origem a cultos de mistério gregos e a formas intelectuais de cultos na Babilônia, Pérsia e Índia. Com a conquista de Alexandre o Grande, essa Sabedoria, difusa e multiforme, acabou recebendo uma maior sistematização pela filosofia grega e, graças a Platão, essa Sabedoria se tornou Filosofia, ganhou espaço entre os intelectuais do mundo helenístico e passou a ser ensinada de forma discreta em círculos esotéricos de escolas, ao mesmo tempo em que foi tomando as formas das novas religiões que entrava em contato, por exemplo, Budismo, Mitraísmo, Judaísmo, etc.

Em algum momento antes de Cristo, essa Sabedoria se mesclou tanto com o Platonismo que deu origem a um esquema sistematizado de emanações baseadas na Teoria das Ideias de Platão. Esse esquema de emanações ou Manifestação do Universo é conhecido em grego como o esquema ou sistema dos Aeons e Pleroma e, em hebraico, mais tarde, como Sephirot. Na babilônia, essa Sabedoria bebeu muito das especulações astrológicas e astronômicas, dando origem ao esquema básico da realidade e da emanação dos mundos conforme os textos gnósticos e místicos judaicos do início da era cristã (Fílon de Alexandria e literatura apocalíptica).

Finalmente, essa Sabedoria, mantida pelos Essênios e Nazoreus (basta ler o Livro de Enoque e outros Manuscritos do Mar Morto para ver que os judeus já tinham, no século 2 antes de Cristo, contato com essa Sabedoria), passou a ser pregada a difundida pelo nasorayi (iniciado) judeu Jesus, que a aprendeu de João o Batista, um ascético essênio que fundou um grupo próprio e Jesus passou a pregar uma reforma religiosa, abrindo uma doutrina esotérica para um grande público, incomodando as autoridades.

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O judaísmo acredita na influência dos astros sobre as pessoas e as criaturas em geral?

O judaísmo não duvida que há um sistema inteiro de constelações, astros e planetas que exercem influência sobre as criaturas. Aliás, o Talmud nos diz que "Malchuta deará ke'en malchuta derakiá". "O reinado aqui é um reflexo do Reinado Celeste", da mesma forma que um rei possui ministros e tem a sua corte, assim também funciona nas alturas. Então, não há dúvida de que os habitantes da "mansão Celeste" têm influência.

O Talmud, no Tratado Shabat, ensina que o mazal, o astro, exerce influência sobre a pessoa. Rabi Chanina disse que o mazal pode tornar a pessoa mais rica ou mais sábia. Nossos sábios dizem que não se deve tirar sangue de uma pessoa na terça-feira, pois este dia recebe influência do planeta Marte (o planeta vermelho), astro ligado a assuntos de guerra, sangue, pragas e desastres. A influência dos astros sobre o mundo mineral e vegetal é óbvia. As marés e até o ciclo menstrual dependem dos planetas. O Talmud afirma que não há grama que cresça sem que o seu astro a influencie. Aliás, um dos sinais da Galut é que os fluxos e energia Divina passem por um encadeamento do qual fazem parte as constelações, os astros e os anjos padrões que influenciam todas as criaturas físicas.

Existe, sim, uma influência celeste sobre todas as criaturas, desde os minerais até os seres humanos. O grande mestre, Rabi Isaac Luria, o Arizal, disse que o embrião só se torna perfeito a partir do sétimo mês, quando já passou pela influência de sete planetas principais e importantes. Até lá, pode faltar algo no desenvolvimento do embrião. Rabi Avraham Ibn Ezra diz que cada povo e cada lugar físico é dependente do seu astro. Por exemplo, o povo de Yishmael (os árabes) depende de escorpião. Já os persas são influenciados por sagitário, os romanos por libra, e assim por diante.

http://www.morasha.com.br/misticismo/o-judaismo-e-os-signos-do-zodiaco.html



“Antes de começarmos, eu quero que vocês não percam da mente o fato de que quando falamos das Sephiroth nós estamos falando de níveis de consciência. Quando eu uso o termo “puraq liz de kether” não estou falando de um grande flash no cosmos, mas sim da consciência pura, onipresente, onipotente, onisciente, omni-muito-mais-do-que-você-pode-comer que em algumas sociedades primitivas é conhecida pela famosa metáfora: Deus.

Tendo isso em mente, reforce a ideia que antes mesmo de termos a Árvore da Vida nós já tínhamos três sabores maravilhosos de NADA (Ain, Ain Soph e Ain Soph Aur) que, como uma espécie de gigantesco e minúsculo ovo cósmico deu origem a Kether, a Coroa, o Self da Consciência plena que tudo abarca. Todas as outras Sephiroth da Árvore da Vida são meramente aspectos desta Única Mente. A Luz Suprema vai sendo filtrada e separada em várias cores até que eventualmente se preocupa com coisas como “aluguel” e “entrevistas de emprego”. Este fenômeno, (e não literalmente a trabalhada de duas pessoas peladas e uma árvore frutífera) é a verdadeira “Queda do Homem”.

Deus tropeça e quem bate a cabeça no chão é o macaco. Acompanhe a trabalhada:

  1. Kether (Coroa), o Self Divino.

  2. Chockmah ( Sabedoria), o Pai Cósmico.

  3. Binah (Entendimento), a Mãe Cósmica.

  4. Chesed (Misericórdia), a expressão do Pai, paternal, organizado, autoritário, provedor.

  5. Geburah (Força), a expressão da mãe, ativa, feroz ainda que cuidadora.

  6. Tiphareth (Beleza), o Filho que é o resultado de todas estas coisas.

  7. Netzach (Vitória), a Mãe degenerada, emoção animal.

  8. Hod (Esplendor), o Pai degenerado, razão animal.

  9. Yesod (Fundação), o filho degenerado, a vida animal.

  10. Malkuth (Reino), a filha degenerada, a alma na humanidade sem luz

Além disso os cabalistas dissecaram a consciência do universo organizando tudo em quatro categorias: Quatro Árvores da Vida. Cada Árvore corresponde a uma das quatro letras do grande nome divino Yod-Heh-Vau-Heh, os quatro mundos cabalísticos e as quatro partes da consciência humana.

Letra do nome Sagrado

Mundo Cabalistico

Parte da Alma

Yod

Atzilut

Mundo Arquétipo

Habitado pelos Nomes Divinos
(A Vontade da Deidade)

Chiah

Nossa Verdadeira Vontade

He

Briá: Mundo Criativo

Habitado pelos Arcanjos

(O Coração da Deidade)

Neshamah

Nossa intuição e criatividade

Vav

Yetzirá
Mundo formativo
Habitado pelas hostes angelicais

(O intelecto da Deidade)

Ruach

Nosso intelecto

He

Assiá

Mundo Material

Habitado por pessoas, espíritos e demônios

(O playground da Deidade)

Nephesh:

Nossa mente animal

 

 

Ou seja, os 10 Nomes Divinos de Atzilut comandam seus 10 Arcanjos corre pondentes em Briá, que comandam cada um uma das 10 hostes angelicais em Yetizirá que têm domínio sobre uma infinidade de espíritos e demônios no plano material de Assiá. Leia esse parágrafo de novo para ter certeza que entendeu o organograma de nossa antiga corporação.

Mas lembre se, estes são níveis de consciência e não lugares ou departamentos em algum canto do céu. Se você está esperando morrer para ir a algum destes lugares você pode ficar muito desapontado. A morte pode não ser o que você espera e não há razão para acreditar que você vai evoluir ou ficar mais esperto só porque não está mais respirando. Faça um esforço para atingir a iluminação enquanto você ainda tem uma alma de quatro andares.

https://mortesubita.net/cabala/evocacoes-kabbalisticas/

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Na postagem sobre Aeons Valentinianos e Mandeus, vimos que o Pleroma (Kimsa) valentiniano e seus Aeons (Uthra) se correspondem: https://gnosedesi.blogspot.com/2019/12/aeons-valentinianos-e-mandeus-pequena.html 



Os Mandeus, que ainda existem hoje, saíram da Palestina no século 1 e se estabeleceram na BABILÔNIA.

O esquema mitológico Maniqueísta é uma gigantesca Árvore da Vida cabalística simbolizada alegoricamente pela mitologia criada pelo profeta Mani e seus personagens, deuses, anjos, demônios:

O mundo da Luz

  • O Pai da Grandeza (Siríaco: ܐܒܐ ܕܪܒܘܬܐ Abbā dəRabbūṯā ; Persa Médio: pīd ī wuzurgīh ou a deidade zoroastriana Zurwān ; Parta: Pidar wuzurgift, Pidar roshn )
  • Sua Cinco Shekhinas (siríaca: ܚܡܫ ܫܟܝܢܬܗ khamesh shkhinatei ; chinês: wǔ zhǒng dà , "cinco grandes" ): [87]
Shekhina:RazãoMenteInteligênciaPensamentoEntendimento
Siríacoܗܘܢܐ hawnāܡܕܥܐ maddeʻāܪܥܝܢܐ reyānāܡܚܫܒܬܐ maḥšavṯɑܬܪܥܝܬܐ tarʻiṯā
Partabāmmanohmēdušandēšišnparmānag
Chinês xiāng , "forma" xīn , "coração" niàn , "ideia"  , "pensamento"  , "significado"
TurcoqutögKöngülsaqinçtuimaq
Gregoνοῦς (Nous)ἔννοια (Ennoia)φρόνησις (Phronēsis)ἐνθύμησις (Enthymēsis)λογισμός (Logismos)
Latimmenssensusprudentiaintelectuscogitatio
  • O Grande Espírito (persa médio: Waxsh zindag, Waxsh yozdahr ; latim: Spiritus Potens )

A Primeira Criação

  • A Mãe da Vida (Siríaco: ܐܡܐ ܕܚܝܐ imā dəḥayyē )
  • O Primeiro Homem (siríaco: ܐܢܫܐ ܩܕܡܝܐ Nāšā Qaḏmāyā ; persa médio: Ohrmazd Bay , o deus zoroastriano da luz e da bondade; latim: Primus Homo )
  • Seus Cinco Filhos (os Cinco Elementos de Luz; Persa Médio: Amahrāspandān ; Parta: panj rōšn )
    • Ether (persa médio: frâwahr , parta: ardāw )
    • Vento (Médio Persa e Parta: wād )
    • Luz (persa médio e parta: rōšn )
    • Água (persa médio e parta: āb )
    • Fogo (persa médio e parta: ādur )
    • Seu sexto Filho, o Deus-Resposta (Siríaco: ܥܢܝܐ ʻanyā ; Persa Médio: xroshtag ; Chinês: 勢 至Shì Zhì "O Poder da Sabedoria", um bodhisattva chinês ). A resposta enviada pelo Primeiro Homem ao Chamado do Mundo de Luz.
  • O Eu Vivo (composto pelos cinco Elementos; Persa Médio: Griw zindag, Griw rōšn )

A Segunda Criação

  • O Amigo das Luzes (siríaco: ܚܒܝܒ ܢܗܝܖܐ ḥaviv nehirē ). Chamadas para:
  • O Grande Construtor (Siríaco: ܒܢ ܖܒܐ ban rabbā ). Encarregado de criar o novo mundo que separará as trevas da luz. Ele liga para:
  • O Espírito Vivo (Siríaco: ܪܘܚܐ ܚܝܐ ruḥā ḥayyā ; Persa Médio: Mihryazd ; Chinês: 淨 活 風Jìnghuófēng ; Latim: Spiritus Vivens ). Atua como um demiurgo , criando a estrutura do mundo material.
  • Seus Cinco Filhos (siríaco: ܚܡܫܐ ܒܢܘܗܝ ḥamšā benawhy )
    • O Guardião do Esplendor (Siríaco: ܨܦܬ ܙܝܘܐ ṣfat ziwā ; Latim: Splenditenens ; Chinês: 催 明). Segura os dez céus de cima.
    • O Rei da Glória (Siríaco: ܡܠܟ ܫܘܒܚܐ mlex šuvḥā ; Latim: Rex Gloriosus ; Chinês: 地 藏Dìzàng "Tesouro da Terra", um bodhisattva chinês).
    • Os Adamas da Luz (Siríaco: ܐܕܡܘܣ ܢܘܗܪܐ adamus nuhrā ; Latim: Adamas ; Chinês: 降魔 使Jiàngmó shǐ ). Luta com e vence um ser maligno na imagem do Rei das Trevas.
    • O Grande Rei da Honra (Siríaco: ܡܠܟܐ ܪܒܐ ܕܐܝܩܪܐ malkā rabbā dikkārā ; Pergaminhos do Mar Morto em aramaico: מלכא רבא דאיקרא malka raba de-ikara ; Latim: Rex Honoris ; Chinês: 十天 王Shítiān Wáng "Rei dos Dez céus"). Um ser que desempenha um papel central no Livro de Enoque (originalmente escrito em aramaico), bem como na versão siríaca de Mani, o Livro dos Gigantes . Senta-se no sétimo céu dos dez céus (compare a divisão budista dos dez reinos ) e guarda a entrada para o mundo da luz.
    • Atlas (Siríaco: ܣܒܠܐ sebblā ; Latim: Atlas ; Chinês: 持 世 主Chíshìzhǔ ). Suporta os oito mundos de baixo.
    • Seu sexto Filho, o Deus Chamado (Siríaco: ܩܪܝܐ qaryā ; Persa Médio: Padvaxtag ; Chinês: 觀音Guanyin "assistindo / percebendo sons [do mundo]", o Bodhisattva Chinês da Compaixão). Enviado pelo Espírito Vivo para despertar o Primeiro Homem de sua batalha com as forças das trevas.

A Terceira Criação

  • O Terceiro Mensageiro (siríaco: ܐܝܙܓܕܐ izgaddā ; narēsahyazad do persa médio , parta: hridīg frēštag ; latim: tertius legatus )
  • Jesus, o Esplendor (Siríaco: ܝܫܘܥ ܙܝܘܐ Ishoʻ Ziwā ). Enviado para despertar Adão e Eva para a fonte da luz espiritual aprisionada em seus corpos físicos.
  • A Donzela da Luz
  • As Doze Virgens da Luz (siríaco: ܬܪܬܥܣܪܐ ܒܬܘܠܬܐ tratʻesrā btultē ; persa médio kanīgān rōšnān ; chinês: 日 宮 十二 化 女Rìgōng shí'èr huànǚ ). Refletido nas doze constelações do Zodíaco .
  • A Coluna da Glória (Siríaco: ܐܣܛܘܢ ܫܘܒܚܐ esṭun šuvḥā ; Persa Médio: srōš-ahrāy , de Sraosha ; Chinês: 蘇 露 沙羅夷, Sūlù shāluóyí e 盧舍那, Lúshěnà , ambos fonéticos do Persa Médio srōš-ahrāy ) O caminho que as almas percorrem de volta ao Mundo de Luz; corresponde à Via Láctea .
  • O Grande Nous
  • Seus cinco membros
    • Razão
    • Mente
    • Inteligência
    • Pensamento
    • Entendimento
  • A justiça justa
  • O ultimo deus

O Mundo das Trevas

  • O Príncipe das Trevas (siríaco: ܡܠܟ ܚܫܘܟܐ mlex ḥešoxā ; persa médio: Ahriman , o ser maligno supremo do Zoroastrismo)
  • Seus cinco reinos do mal, contrapartes do mal dos cinco elementos da luz, sendo o mais baixo o reino das trevas.
  • Seu filho (siríaco: ܐܫܩܠܘܢ Ashaklun ; persa médio: Az , do demônio zoroastriano, Aži Dahāka )
  • Companheira de seu filho (siríaco: ܢܒܪܘܐܠ Nevro'el )
    • Sua descendência - Adão e Eva (persa médio: Gehmurd e Murdiyanag )
  • Gigantes (anjos caídos, também abortos): (siríaco: ܝܚܛܐ yaḥtē , "abortos" ou "aqueles que caíram"; também: ܐܪܟܘܢܬܐ ; 'Εγρήγοροι Egrēgoroi , "gigantes"). Relacionado à história dos anjos caídos no Livro de Enoque (que Mani usou extensivamente no Livro dos Gigantes ), e os נפילים nephilim descritos em Gênesis (6: 1-4).


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A COSMOLOGIA DE PISTIS SOPHIA TAMBÉM É UM ESQUEMA CABALÍSTICO

A COSMOLOGIA DE PISTIS SOPHIA

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O INEFÁVEL (não manifestado) 

O Interior dos Interiores (ADI e ANUPÂDAKA)

Os Membros, ou Palavras do Inefável

A 12ª Hierarquia (ultima ordem dos Sem-pai, ou Mônadas)

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OS MISTÉRIOS DO INEFÁVEL (PLANO DIVINO) 

1º Espaço do Inefável, ou o Mistério do Inefável (A palavra Una ou LOGOS) 3 Poderes Tríplices, cada uma contendo 5 árvores e 24 Mistérios, ou Espaços.

2º Espaço do Inefável, ou 1º Espaço do Primeiro Mistério (ATMA) o Primeiro Mistério Voltado para Dentro, (Princípio Supremo do perdão dos Pecados) com 12 Hierarquias cada uma consistindo de 3 Classes e 12 Ordens. 

3º Espaço do Inefável, ou 2º Espaço do Primeiro Mistério (BUDDHI) o Primeiro Mistério Voltado para Fora; o Primeiro Mistério que é o 24º Mistério.

O Primeiro Preceito (o Revelador) (contendo 7 Mistérios)

As Cinco (5) Impressões (Tipos ou Rudimentos)

A Grande Luz das Luzes

Os (5) Cincos Auxiliares

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TESOURO DA LUZ, PLEROMA, HERANÇA DA LUZ

 (MENTE SUPERIOR)

 

Região da DIREITA

IEU (Sol Espiritual), Supervisor da Luz, 1º Homem, Guardião do Véu

MELQUISEDEC 

O GRANDE SABAOTH, o Bom:

       7 Vozes ou Améns  

       5 Árvores  

       3 Améns  

 

Região do MEIO 

O SALVADOR GÊMEO (Criança da Criança)  

 

Região da ESQUERDA

Doze Salvadores com 12 Poderes ( 9 Guardiães e 3 Portais)

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PLANO PSÍQUICO ou MISTURA

(MENTE INFERIOR)

 

Região da DIRETA

Sabaoth, o Bom,

5 Regentes Planetários (Saturno, Marte, Mercúrio, Vênus, Júpiter) com 360 Poderes  

 

Região do MEIO

Pequeno Iaô, o Bom (chamados pelos Eons de Grande Iao)

Virgem de Luz:

      7 Virgens de Luz

      5 Auxiliares

      12 Ministros

 

Região da ESQUERDA, Região de Retidão, Região do 13º Eon,

O Grande Ancestral Invisível e seu par, Barbelô, o Grande Poder

Os Dois Grandes Poderes Tríplices

24 Invisíveis (incluindo Pistis Sophia e seu Par)

O Terceiro Grande Poder Tríplice = Autocentrado

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PLANO HÍLICO, SIDERAL  (ASTRAL)  

   Os 12 EONS 

          6 primeiros filhos ou emanações, do Autocentrado 

          Ialdabaoth, Sabaoth-Adamas, Grande Tirano, Poder com Cara de leão,

          Seus 6 filhos, os Regentes dos Eons Inferiores,   

   A PROVIDÊNCIA 

   ESFERA   

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PLANO MATERIAL (PLANO FÍSICO)  

 

   FIRMAMENTO 

   MUNDO (COSMO) dos Homens 

   SUB-MUNDO: Orcus, ou Amente, Caos e Escuridão Exterior

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Para concluir, um trecho de Thomas Karlsson citado por Marcelo Del Debbio:

Os dicionaristas modernos definem cabala como um sistema filosófico e religioso medieval de origem judaica, mas que integra elementos que remontam ao início da era cristã, compreendendo preceitos práticos, especulações de natureza mística e literalmente esotérica. As origens da cabala são amiúde reputadas ao judaísmo, embora nela encontremos elementos originais provenientes de outras culturas. Em Cabala, Qliphoth e Magia Goética, Thomas Karlsson observa com propriedade:

“Para o praticante de cabala as suas raízes históricas são de importância secundária. O que importa não é se ela é judaica, cristã, grega, hermética ou nórdica, e sim que é um sistema oculto que se provou adaptável à maioria das tradições espirituais.”

Na tradição cabalística sinistra subentende-se que o universo criado, manifesto e imanifesto, emana de duas fontes geradoras antagônicas cujos polos são Chavajoth e Jeová.

Jeová, o senhor dos rebanhos de reses, é o antipolo de Chavajoth e representa o criador do mundo da falsa luz, universo tirânico que condena eternamente a própria criação à ilusão obscurecedora e ao cativeiro espiritual. Chavajoth inflama o cerne de sua criação a quebrar as barreiras que obscurecem a visão e a destruir a ilusão do universo demiúrgico.

https://mortesubita.net/cabala/qabalah-fundamentum-magni/

Portanto, não há dúvida de que a Cabalá tem uma origem no gnosticismo, em suas variadas formas. Inclusive na Cabalá Qliphótica há uma ênfase antinomiana, subversiva, transgressora inclusive no plano teológico onde Jeová representa o criador da falsa luz, do universo tirânico que nos condena à ilusão, exatamente como os Gnósticos antigos ensinavam.

Uma sociedade racista, que mata os negros, que mata os índios, que exclui o pobre, que oprime, escraviza, rouba e mata sem dó os que não são brancos e privilegiados com dinheiro... é chocante ver como é normalizado o horror, a indiferença e o ódio. Os malditos conservadores ficam chocados com o sexo fora do casamento, mas nenhum deles se importou que padres, freiras e pastores evangélicos cristãos estupraram, torturaram e assassinaram mais de 200 crianças indígenas no Canadá em internatos forçados onde foram retiradas de suas tribos e forçadas a se "cristianizarem" e "civilizarem": https://veja.abril.com.br/mundo/mais-de-200-corpos-de-criancas-indigenas-sao-achados-em-escola-no-canada/. A história da igreja dita "cristã" é mais macabra e demoníaca do que podemos imaginar!

Não vejo nada de macabro ou demoníaco em um ritual sexual onde se ingere sêmen e menstruação feito por pessoas adultas e conscientes, em total liberdade e conhecimento do que estão fazendo. Isso não deveria chocar. O que choca é em pleno século 21 termos pessoas defendendo a Terra Plana, a destruição do meio ambiente pois o "aquecimento global não existe", teorias da conspiração sobre vacinas com chip para controlar a mente enquanto riem de nossos índios sendo violentamente atacados e assassinados diariamente essa semana:


“Arthur Lira classificou a ação dos indígenas como violenta, acusando-os de usar drogas, fumar e ‘dançar’ na Câmara, além de afirmar que invadiram a ‘Casa do povo’. Tudo isso de maneira pejorativa, preconceituosa e desqualificante. É a expressão clássica do racismo e o etnocentrismo anti-indígena do país, que os trata como incivilizados, insolentes, desordeiros. Se [a deputada Talíria Petrone] não chamasse de racismo, chamaria de quê?” 



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