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| DERVIXES MEVLEVI, PRATICANTES DO RODOPIO SÚFI ou DIKHR |
O vídeo abaixo contém danças tradicionais de origem xamânica da região Uyghur na China e da Ásia Central (Tadjiquistão, Uzbequistão etc). É óbvio que o rodopio Súfi foi inspirado nas danças xamânicas tradicionais das regiões da ásia central de línguas persa e túrquica. Provavelmente essa assimilação e transformação de danças populares em práticas místicas foi feita pelos Maniqueístas e, posteriormente, os muçulmanos assimilaram essas práticas no Sufismo:
Na obra em inglês A Bíblia Gnóstica de Marvin Meyer há uma seção para um texto islâmico muito interessante devido a uma constatação chocante: trata-se de uma adaptação islâmica do mito cosmogônico do Apócrifo de João.
Na obra em inglês A Bíblia Gnóstica de Marvin Meyer há uma seção para um texto islâmico muito interessante devido a uma constatação chocante: trata-se de uma adaptação islâmica do mito cosmogônico do Apócrifo de João.
Esse texto é o Umm Al-Kitab, que significa literalmente A Mãe dos livros, uma Escritura Sagrada para os muçulmanos da seita Ismailita, um ramo do shiismo que surgiu por volta do século 8 na Pérsia. Esse livro também é fonte para os Súfis.
Traduzi com o google translate a introdução que Marvin Meyer faz à sua tradução para o inglês da Mãe dos Livros. Coloquei a Bíblia Gnóstica de Marvin Meyer em PDF único no Google Drive. Infelizmente esse livro só é encontrado em inglês. Além de textos de Nag Hammadi, contém textos do Hermetismo, Mandeísmo, Maniqueísmo, Bogomilismo e Catarismo.
O arquivo está com o título "The Gnostic Bible - Marvin Meyer - inglês.pdf"
Vou tentar resumir a introdução.
Basicamente Meyer e outros estudiosos notaram que há nesse texto claramente a mitologia gnóstica clássica adaptada para um contexto islâmico, de forma a ser aceita por um grupo de seitas esotéricas sem causar muito alarde às autoridades e sem bater de frente ABERTAMENTE a princípios do islamismo. Por um lado o texto apresenta influência cosmogônica do mito gnóstico clássico conforme o Apócrifo de João. Por outro lado, na justificativa e nos dogmas, apresenta influência dos argumentos Maniqueístas de uma sucessão apostólica que começa com Adão, passa por vários profetas até chegar nos Imãs ismailitas.
A história da Mãe dos Livros começa com a consolidação da Conquista da Pérsia pelo Califado árabe. Havia na Pérsia vários grupos religiosos chamadas posteriormente de Mawali: judeus, cristãos ortodoxos, cristãos gnósticos, maniqueístas, mandeus, escolas filosóficas de origem neoplatônica e pitagórica, hindus e até budistas. A maior parte dos Mawali eram gnósticos e maniqueístas. Mawali eram chamados esses grupos minoritários da pérsia que se converteram, ou melhor, foram forçados a se converter ao islã sob pena de perseguição e morte, quando a capital do império persa Selêucia-Ctesifonte foi capturada pelos muçulmanos.
Paralelo ao que aconteceu com o surgimento dos Padres do Deserto, quando gnósticos fingiram se converter para não sofrer perseguição e morte e passaram a adaptar a doutrina gnóstica aos dogmas da religião dominante, criando grupos separados de ordens religiosas monásticas, o mesmo aconteceu na Pérsia islâmica. Claramente a Mãe dos Livros deriva do gnosticismo. Os gnósticos e maniqueístas fingiram se converter e passaram a sincretizar, disfarçando a doutrina gnóstica com nomes e conceitos islâmicos para evitar sua completa destruição.
Esta é a origem do Sufismo. As primeiras referências a ordens esotéricas dentro do islã e das doutrinas que viriam a ser chamadas de Sufismo aparecem justamente no mesmo período em que o Umm Al Kitab aparece e que os gnósticos e maniqueístas são severamente perseguidos na Pérsia, no século 8. Também é no século 8 que o Apócrifo de João foi visto pela última vez sendo usado pela Igreja dos Audianos na Mesopotâmia, antigo centro político e econômico do império persa sassânida.
O texto apresenta um anjo como criador do mundo, Azazil, uma óbvia assimilação de Azazel do Livro de Enoque, o chefe dos anjos rebeldes. Azazel de Enoque é sincretizado com Yaldabaoth do gnosticismo. Esse Azazil do Umm Al Kitab é extremamente idêntico ao Ptahil dos Mandeanos.
O livro Mãe dos Livros foi claramente influenciado pela religião gnóstica dos Mandeus que ainda existem hoje. Há videos no Youtube mostrando esse povo e há traduções para o inglês de grande parte de suas escrituras, que são claramente gnósticas. Trata-se de uma religião Ofita, que venera a Serpente. No entanto é possível que seja pré-cristã pois venera doutrinas ensinadas por João Batista e rejeita Jesus como um falso profeta. O seu Messias é João o Batista, e Jesus foi um péssimo discípulo que deturpou as doutrinas de seu mestre. É bastante provável que os Mandeus sejam de fato aqueles discípulos que João Batista batizava e iniciava em seu grupo ascético, uma seita judaica batista derivada dos Essênios. Em alguns pontos os Mandeus são parecidos com as antigas descrições dos Elcasaítas, uma antiga seita judaico-cristã gnóstica evoluída dos Ebionitas. Os Ebionitas eram cristãos judaizantes que não admitiam a autoridade dos escritos de Paulo e tinham seu próprio evangelho, o Evangelho dos Hebreus, um texto polêmico que chama o Espírito Santo de Mãe. Há excertos desse texto em heresiologistas. Os ebionitas são associados com o Nazarenos, um ramo que Epifanio identifica como verdadeiros judeus que aceitavam algumas poucas doutrinas de Jesus e viviam de forma monástica nos desertos da Palestina e da Arábia.
Ou seja, podemos traçar uma evolução histórica da seguinte forma:
Todos estes ramos, ou a maioria desses, estavam presentes na parte Ocidental da Pérsia quando o Islã dominou a região, assentados devido a perseguição do Império Bizantino ortodoxo ou por proselitismo.
A Mãe dos Livros apresenta uma história da criação cosmogônica idêntica ao Mito Gnóstico Clássico: Deus emanou Cinco Aspectos (Pêntada) que formam um maravilhoso mundo celeste e místico. Abaixo há o nosso mundo, escuro e contaminado, que foi criado por Azazil, chefe dos anjos caídos. No entanto, dentro dos seres humanos reside Salman, um regente de Deus, um ser que age por ordem de Deus que no texto parece ser uma forma modificada tanto da Sophia gnóstica quanto do Adão de Luz, Primeiro Homem ou Cristo Primordial. O texto proclama que as pessoas devem buscar o Conhecimento a fim de serem salvas do mundo maligno de Azazil. Aquele que busca deve continuar buscando e buscando esse conhecimento (gnosis) até encontrá-lo. Quando encontrá-lo, será salvo.
Trocam nomes que seriam dos aeons, anjos, profetas e divindades gnósticas por nomes de personagens do Alcorão e da história familiar de Maomé e seus descendentes.
O espírito eclético do gnosticismo e do maniqueísmo se expressou também em Al Ghazali, um famoso teólogo e místico Sufi dos séculos 10 e 11. Ele fez uma coleção de ditos do Mestre Jesus, dentre os quais se encontram ditos do Evangelho de Tomé além dos outros canônicos.
Uma seita ismailita chamada Nusayri, também conhecida como Alauítas na Síria, ainda existe em vários países muçulmanos e é a maioria da população ainda hoje em partes do nordeste do Afeganistão e no sudeste do Tadjiquistão. Além da Mãe dos Livros, comungam de crenças como reencarnação e pré-existência da alma.
No entanto, vemos claramente a corrupção total do gnosticismo que, sob pressão do islã, foi se mesclando com doutrinas messiânicas políticas islâmicas e acabou negando a dimensão mística da gnosis, substituindo ela por doutrinas políticas autoritárias. O islã é em si um sistema político disfarçado de religião, completamente contrário aos princípios gnósticos. Os gnósticos até tentaram salvar a mística gnóstica da corrupção política mas parece que foi em vão. O shiismo, assim como o sunismo, é seita fanática, fundamentalista e inumana, verdadeira monstruosidade como é a religião maometana em geral. Não há espaço para gnosticismo nessa monstruosidade, apenas falsificações perdidas no tempo, gravadas em textos mas abusadas e totalmente deturpadas por políticos e fanáticos. O triste fim do gnosticismo no Oriente médio só demonstra como o criador desse mundo é um verdadeiro demônio que luta contra toda forma de liberdade e direitos humanos e individuais. Quem não consegue enxergar em Yaldabaoth o arquétipo dos poderes globalistas, os sistemas políticos que buscam criar governos totalitários, Matrix e Sistemas de Poder totalitários?
Modernamente virou modinha entre pessoas perdidas a "Filosofia Perene" de René Guenon e outros "tradicionalistas", mais uma vez roubando doutrinas gnósticas, deturpando-as totalmente e politizando mitos cosmogônicos e esquemas metafísicos de práticas esotéricas para pregar doutrinas políticas totalitárias, fanáticas e fascistas. Gnosticismo não é política. Possui sim seu elemento político mas este está ligado e dependente de uma transformação ESPONTÂNEA de pessoas que, por livre amadurecimento, se organizam em monastérios para ter um estilo de vida puro e em plena comunhão com Deus, mas isso é assunto para outra postagem.
----Modernamente virou modinha entre pessoas perdidas a "Filosofia Perene" de René Guenon e outros "tradicionalistas", mais uma vez roubando doutrinas gnósticas, deturpando-as totalmente e politizando mitos cosmogônicos e esquemas metafísicos de práticas esotéricas para pregar doutrinas políticas totalitárias, fanáticas e fascistas. Gnosticismo não é política. Possui sim seu elemento político mas este está ligado e dependente de uma transformação ESPONTÂNEA de pessoas que, por livre amadurecimento, se organizam em monastérios para ter um estilo de vida puro e em plena comunhão com Deus, mas isso é assunto para outra postagem.
INTRODUÇÃO
MARVIN MEYER
T
Nas duas últimas partes deste volume, apresentamos textos literários de duas tradições
que são um pouco mais tarde na origem do que as tradições de gnosis que temos
encontrado até agora. Estes textos de misticismo islâmico e dualismo cátaro são
exemplos poderosos de literatura gnóstica ou neomaniquéia posterior. Nesta parte
nós consideramos a literatura mística islâmica em geral, e a Mãe dos Livros em
em particular, como um exemplo da rica e diversificada herança mística do Islã.
MUHAMMAD O SELO DOS PROFETAS
Na mistura cultural e religiosa da Arábia do final do século VI, Maomé foi
Nascido no clã Hashimite da tribo Quraysh em Meca. O religioso
O companheiro de Arábia durante seu dia era substancialmente semítico, com uma variedade de
pressões. As fés da Arábia eram fé do deserto, fés que se desenvolveram
das raízes babilônicas e zoroastrianas e das fés judaicas e cristãs
de um tipo ou outro. Caravanas haviam percorrido as rotas comerciais da Arábia por um
muito tempo, e com as caravanas vieram tradições culturais e conexões
ções. Por isso, algumas das divindades da Arábia tinham até mesmo sido concedidas
Nomes e identidades romanas.
Em Meca, três dessas deusas eram chamadas filhas do deus Alá.
Essas deusas são al-Lat, uma deusa mãe que pode estar ligada ao sol;
al-Manat, a deusa do destino; e al-Uzza, a deusa da estrela da manhã.
Al-Uzza - às vezes ligado a Vênus (Afrodite), Fortuna e Ísis—
governou a cidade de pedra de Petra, com Dushara, e as três filhas de Allah
ainda se afirmam no livro de Salman Rushdie, The Satanic Verses. Allah, em
Por sua vez, foi o deus criador. Seu nome significa "deus" ou "o deus", e ele era
Enviado em Meca por Muhammad e os membros da tribo Quraysh.
658
LITERATURA MÍSTICA ISLÂMICA
Muhammad era uma pessoa pensativa e reflexiva de cerca de quarenta anos, diz-se,
quando ele se afastou para uma caverna perto do Monte. Hira, ao norte de Meca, caiu em
meditação e recebeu uma revelação de Allah. A visão é descrita em
sura 96 do Alcorão: "Em nome de deus, o misericordioso, o compassivo.
Recite: em nome de seu senhor que criou, criou o homem de um coágulo de sangue. Ré-
cite: e seu senhor é o mais generoso, que ensinou pela caneta, ensinou o homem
o que ele não sabia." l Mais tarde Muhammad refletido sobre as circunstâncias da
sua visão no Monte Hira: "Uma noite", diz o profeta, "Gabriel veio a mim
com um pano enquanto dormia e disse: Recite! Eu respondi, não sei recitar. Então ele
me sufocou com o pano até que acreditei que deveria morrer
Eu acordei de
meu sono, e foi como se eles tivessem escrito uma mensagem em meu coração. " 2 Muhammad
louco saiu da caverna e viu uma visão de Gabriel, que parecia todo mundo
onde no horizonte.
Tais visões, que ocorreram durante um período de tempo, podem levar diferentes
formulários. Certa vez, pensando em suas visões, Muhammad observou: "Eu ouço alto
barulhos, e então parece que estou sendo atingido por um golpe. Eu nunca recebo uma revelação
sem a consciência de que minha alma está sendo tirada de mim ".
Novamente, "A revelação vem a mim de duas maneiras. Às vezes, Gabriel me visita
e diz para mim como se um homem estivesse falando para outro, mas então o que
ele fala está perdido para mim. Mas às vezes me vem como com o barulho de um
sino, de modo que meu coração está confuso. Mas o que me é revelado dessa maneira nunca
me deixa. " 3
Gradualmente Maomé chegou à conclusão de que ele era um profeta (nabi)
e mensageiro (rasul, apóstolo) de Allah, e suas visões se tornaram a base para o
Alcorão Então Muhammad proclamou o Islã, submissão a Allah, que está
reivindicou o primeiro e único deus, o deus dos judeus, cristãos e muçulmanos.
De acordo com o Islã, Maomé é um profeta e o selo dos profetas,
o profeta cuja distinção é que o Alcorão foi revelado através dele.
No entanto, o Alcorão insiste que Maomé é o último de uma longa série de profetas.
Diz-se que a linha profética inclui pessoas veneráveis de deus como Adão,
Noé, Abraão, Moisés, João, o Batizador, Jesus - e, é claro, Maomé.
Este conceito da linha profética lembra ênfases semelhantes em uma série de
profetas em outras tradições, particularmente no maniqueísmo. Maniqueísmo
imaginou que uma série de pessoas no passado funcionavam como mensageiros (apóstolos)
1. Adaptado de Arberry, ed., The Koran Interpreted.
2. Adaptado de Andrae, Muhammad: O Homem e Sua Fé, 43-44.
3. De ibid., 49-50.
LITERATURA MÍSTICA ISLÂMICA
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de luz, incluindo Seth (Sethel), Noé, Enosh, Enoch, Shem, Abraham, Buddha, Aurentes, Zoroastro, Jesus, Paul - e Mani, o mensageiro consumado de luz.
Esta observação leva Kurt Rudolph, o proeminente estudioso de gnosti-
para tirar uma conclusão provocativa:
O maniqueísmo, que floresceu mais tempo no Oriente, encontrou
reflexão nas primeiras tendências teológicas islâmicas, aparentemente
fectivamente no livro do próprio profeta árabe. Mohammed,
de acordo com o Alcorão, defende a mesma teologia cíclica de
revelação como o profeta gnóstico Mani da Mesopotâmia, e
assemelha-se ao final de uma série de precursores que pro-
reivindicou o mesmo que ele fez, mas com menos sucesso, e cuja
o ensino foi falsificado por seus seguidores. Mohammed tem o
mesma predileção pelas figuras do Antigo Testamento da Penta-
teuch como tem Mani. Mas sua visão do mundo e sua doutrina
da salvação estão quase em oposição e os separam; eles são
unidos em sua pretensão de ser o último profeta de um antigo
história de salvação. O trabalho de Mani desapareceu na história, enquanto
A fundação de Maomé, graças a um diferente ponto de partida
tura que tinha uma atitude mais positiva em relação ao mundo,
na maior religião mundial pós-cristã, uma fama que
Mani também foi capaz de reivindicar por um tempo. 4
JESUS O Sábio No Islã
O papel do profeta Jesus (em árabe, Tsa) no Islã pode ser secundário ao de
profeta Muhammad, mas Jesus continua a ser um profeta e sábio glorioso. Dentro
Islã Jesus é confessado não ser apenas um profeta de deus, mas também o messias,
servo, espírito e palavra de deus, o filho de Maria, que falou palavras de sabedoria
e realizou grandes feitos ao ensinar a submissão a Allah. No final de um
vida notável ele morreu - ou talvez ele apenas parecia morrer, diz o Alcorão,
em termos que trazem à mente a morte irreal de Jesus no Segundo Tratado de
o Grande Seth e a Revelação de Pedro na biblioteca de Nag Hammadi, bem
como outras fontes gnósticas. Características do profeta Jesus no Islã relembram aspectos
4. Rudolph, Gnosis, 376.
66o
LITERATURA MÍSTICA ISLÂMICA
Jesus nas tradições cristãs, particularmente nas tradições e sabedoria
Os principais evangelhos discutidos acima, e portanto, devem fazer um breve exame aqui.
De particular interesse são os ditos de Jesus encontrados na literatura islâmica.
As palavras de Jesus no Alcorão, através de relativamente poucas em número, são lidas
ily disponível em edições e traduções do Alcorão. Muitos mais ditos de
Jesus é coletado em outras fontes islâmicas e merece um exame atento. 5
Muitos são ditos de sabedoria. Em conjunto, estas declarações islâmicas de Jesus
É uma imagem de Jesus que pode ser comparada com a de Q e do Evangelho de Jesus.
Thomas, discutido no começo deste volume.
O muçulmano que colecionou e editou muitos desses ditos de Jesus é Abu
Hamid Muhammad al-Ghazali. Al-Ghazali foi um décimo primeiro ao décimo segundo
estudioso muçulmano, teólogo e místico que escreveu numerosos livros, o
a maior delas é Ihya 'ulum al-din (O renascimento das ciências religiosas). 6
Ele compôs este livro após um período de turbulência em sua vida, quando ele
tinha se aposentado de sua posição docente em Bagdá e tinha começado uma vida de
meditação como um Sufi. Este magnífico trabalho, quatro volumes de comprimento, é dividido
em quatro "bairros" principais, que lidam com questões de prática religiosa,
costumes, vícios e virtudes, e contém dez livros cada, para um total de quarenta
livros. Neste trabalho maciço al-Ghazali discute as disposições da Sharia
(Lei islâmica), e ele se dirige ao leitor sobre a vida devota de um muçulmano,
incluindo a vida mística. Dentro do trabalho al-Ghazali cita ditos de Jesus.
A seguir estão algumas das palavras de Jesus citado em al-Ghazali Re-
vival das ciências religiosas:
Jesus disse: "Quem sabe e faz e ensina será chamado
grande no reino dos céus. "(1.8)
Jesus disse: "Não ofereça sabedoria àqueles que não são dignos de
ou você pode prejudicá-lo, e não o retire daqueles que
são dignos disso, ou você pode prejudicá-los. Seja como um gentil médico
quem coloca o remédio no local doente. Quem oferece sabedoria
dom para aqueles que não são dignos disso é um tolo, e quem quer que
considera que daqueles que são dignos disso é um malfeitor. Sabedoria
5. Coleções desses ditos de Jesus foram publicados por Asin y Palacios, Logia etAgrapha
Domini Jesu; Dunkerley, além dos evangelhos; Jeremias, provérbios desconhecidos de Jesus; Margoliouth,
"Cristo no Islã"; Khalidi, o muçulmano Jesus; Meyer, os ditos desconhecidos de Jesus; Morrice,
Provérbios Ocultos de Jesus; Robson, Cristo no Islã; e cordas, "Agrapha".
6. Em al-Ghazali, Meyer, "Jesus bebeu de uma taça?" em Asgeirsson, De Troyer e
Meyer, ed., De Quest a Q.
LITERATURA MÍSTICA ISLÂMICA
66 l
tem direitos e legítimos proprietários, então dê a cada um o que for apropriado. "
(1.30; compare com Mateus 9:12; Marcos 2:17; Lucas 5:31)
Jesus disse: "Os eruditos maus são como uma rocha que caiu no
boca de um riacho: não bebe a água, nem deixa
fluxo de água para as plantas. E estudiosos do mal são como o cano de esgoto
de uma latrina que está rebocada lá fora, mas imunda por dentro; ou como
sepulturas que são decoradas fora, mas contêm pessoas mortas
ossos dentro. "(1,49; provérbios semelhantes são encontrados em Mateus
23: 27-28 [Q]; Lucas 11:44 [Q]; Evangelho de Tomás 39,102; e em
A fábula de Esopo do cachorro na manjedoura)
Jesus foi perguntado: "Quem te ensinou?"
Ele respondeu: "Ninguém me ensinou. Eu vi que a ignorância do
o tolo era vergonhoso, então evitei. "(3.52)
Jesus foi perguntado por algumas pessoas: "Mostra-nos o caminho pelo qual nós
pode entrar no paraíso ".
Ele disse: "Não fale nada".
Eles disseram: "Não podemos fazer isso".
Ele disse: "Então diga apenas o que é bom". (3,87)
Jesus passou por um porco e disse: "Vá em paz".
Eles disseram: "Ó espírito de deus, por que você fala assim com um porco?"
Ele respondeu: "Eu não quero que minha língua se acostume
para o mal. "(3.64)
Um dia Jesus estava andando com seus alunos e eles passaram
a carcaça de um cachorro.
Os alunos disseram: "Como esse cachorro fede!"
Mas Jesus disse: "quão brancos são seus dentes!" (3,108)
Um dia Jesus ficou muito perturbado pela chuva e pelo trovão e
relâmpago, e ele começou a procurar abrigo. Seus olhos caíram em uma tenda
a alguma distância, mas quando ele chegou lá, ele encontrou uma mulher
dentro, então ele se afastou disso. Então ele notou uma caverna em um
montanha, mas quando ele chegou lá, havia um leão nele. Deitado
sua mão no leão, ele disse: "Meu deus, você deu tudo
um lugar de descanso, mas para mim você não deu nenhum ".
Então Deus revelou a ele: "Seu lugar de descanso é a casa do meu
misericórdia. "(3.153; veja também Mateus 8:20 [Q]; Lucas 9:58 [Q]; Evangelho
de Thomas 86)
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LITERATURA MÍSTICA ISLÂMICA
Jesus disse: "Quem busca o mundo é como quem bebe mar
agua. Quanto mais ele bebe, mais aumenta sua sede, até que
mata-o "(3.161)
Os estudantes disseram a Jesus: "Como é que você pode andar sobre a água
e nós não podemos?
Ele disse-lhes: "O que você acha do dinar e do
dirham? " 7
Eles responderam: "Eles são preciosos".
Ele disse: "Mas para mim eles são o mesmo que lama". (3.175; veja também
João 6: 16-21 e outros textos do evangelho a respeito da caminhada de Jesus
agua)
Jesus o messias costumava levar nada com ele, exceto por um
pente e um jarro. Então ele viu uma pessoa penteando a barba com
seus dedos, então ele jogou fora o pente, e ele viu outro
filho bebendo de um rio com as mãos, então ele jogou fora o
jarro. (4.182; uma história semelhante é contada sobre Diógenes, o cínico
filósofo)
Além disso, em uma inscrição de uma mesquita em Fatehpur Sikri, na Índia
(também conhecido da Instrução Clerical de Petrus Alphonsi), Jesus diz:
"Este mundo é uma ponte. Passe por cima, mas não construa sua morada lá." este
assemelha-se, como qualquer outro ditado, ao Evangelho de Tomé 42: "Seja transeuntes".
GNÓSIS ISLÂMICAS E A MÃE DOS LIVROS
Os devotos muçulmanos do partido (Shi'a) de Ali, agora comumente chamado
Xiitas, emergiram dos tempos sombrios e sangrentos que viram o assassinato
de Ali, primo e genro de Muhammad, e os filhos de Ali, Hasan e
Husayn. Os compromissos desses partidários de Ali incluíam uma insistência
que os líderes da comunidade muçulmana - os califas - sejam descendentes diretos
de Muhammad, e que esses líderes foram legitimados por Allah e
dado conhecimento por Allah. Entre os primeiros adeptos do Shi'a estavam certos
pensadores, chamados ghulat, "exageradores" ou "extremistas", que foram referidos em
desta forma, devido à sua extrema devoção à figura de Ali e à sua
A visão pode ser messiânica, mística, até mesmo gnóstica. Defensores de tal ghuluw,
7. Pedaços de dinheiro.
LITERATURA MÍSTICA ISLÂMICA
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"exagero", incluído Abdallah ibn Saba, descrito por empréstimo de Culianu como "o
arquherético de ghuluw islâmico "- uma figura comparável a Simon Magus no
história do gnosticismo cristão - que se dedicou a Ali em Kufa, Iraque e
continuou a ser um defensor de Ali, mesmo após o assassinato de Ali. Eventualmente
formas de exagero islâmico levaram ao desenvolvimento de vários pensadores,
militantes e escolas de pensamento, alguns deles bastante radicais: ismaelitas, assas-
pecados, 'Alawites, Nusayris, Druzes, Sufis.
empréstimo Culianu especula sobre as raízes desses ghulat no Islã:
Como os mitos gnósticos podem alcançar o Ghulat e os
ma'iliyah? Eles provavelmente foram transmitidos pelo chamado
mawali, ou "clientes", da Kufa. Os mawali eram estrangeiros
convertido ao islã após a conquista da capital da Pérsia, Selêcia-
Ctesifão. . . e sua transferência para Kufa sob os omíadas
(637-638 dC). Entre os mawali, judeus, cristãos, zoro-
idéias trian, gnósticas e maniqueístas foram representadas. 8
Alguns dos ghulat puseram seu pensamento especulativo na literatura. Dois
textos latórios que derivam dessas tradições são a Mãe dos Livros ( Umm al-
kitab) 9 e o Livro das Sombras (Kitab al-azillah). Uma parte do antigo
O trabalho, a Mãe dos Livros, é apresentado aqui. A mãe dos livros vem
do final do oitavo século, da cidade de Kufa, famosa por seu ghulat. Isto é
um texto que trata, como muito da literatura de gnosis neste volume, com
criação e interpretação adequada da criação. O caso mais forte para um
compreensão gnóstica da Mãe dos Livros foi feita por Heinz
Halm 10 Halm entende a Mãe dos Livros para apresentar uma filosofia gnóstica
conta lógica na forma xiita. O divino se manifesta de maneira quíntupla,
reminiscente, sugere Halm, do reino divino do pai de cinco (pentad) no
Livro Secreto de João, mas na Mãe dos Livros os cinco são identificados com
profeta Maomé; seu genro, Ali; sua filha, Fátima; e sua avó
filhos, Hasan e Husayn. Na literatura maniqueísta, uma das formas pelas quais os cinco são
expressa é em cinco árvores do paraíso, um motivo que também ocorre no Evangelho de
Thomas (dizendo 19). Cinco árvores do paraíso também são discutidas na Mãe de
Livros A arrogância do governante gnóstico mundial, tão central para o cosmogonia gnóstico
, encontra seu corolário na Mãe dos Livros no arrogante Azazil.
8. Culianu, "gnosticismo", em The Encyclopedia of Religion 5: 575.
9. O epíteto "Mãe dos Livros" também é comumente aplicado ao próprio Alcorão.
10. Halm, Die islamische Gnosis.
664
LITERATURA MÍSTICA ISLÂMICA
Azazil parece ter se desenvolvido a partir de uma figura de tradição judaica, Azazel, o chefe
dos anjos caídos (veja 1 Enoque e o Apocalipse de Abraão), que também
faz uma aparição entre os Mandaeans e quem é um pouco reminiscente
cento do demiurgo gnóstico Yaldabaoth.
A seleção da Mãe dos Livros aqui apresentada inclui o
importante, reveladora seção do texto, em que uma revelação (em forma de diálogo)
sobre a origem e significado do mundo é dado (a partir de Baqir, como revelador,
para Jabir, como o destinatário da revelação e do parceiro de diálogo que levanta
questões). Os nomes de muitas das figuras na revelação são derivados
de personagens famosos da história islâmica e xiita. A revelação é um brilhante
texto lúgubre de poesia épica, com cor mítica, fogo apocalíptico e místico
poder. Esta revelação descreve as glórias, os anjos e as cores do cósmico
reino, junto com o deus que permanece exaltado acima de tudo. Começando com um
longa exegese mística do Bismillah, a frase de abertura de cada sura em
o Alcorão ("Em nome de Allah, o compassivo, o misericordioso"), o
texto prossegue para demonstrar seus pontos com referência a textos de prova no
Alcorão e figuras no folclore islâmico. Ao longo da revelação há secções
que relacionam as descrições cosmogônicas com o indivíduo e com o
busca mística pelo divino. A revelação usa imagens que às vezes
traz à mente os capítulos iniciais de Gênesis e as interpretações gnósticas
de Gênesis, uma vez que sustenta que o mundo abaixo vem do arrogante,
Azazi'il.
Eventualmente, o mundo abaixo se torna literalmente incolor. A vontade benevolente
de Deus para o cosmos e as pessoas no cosmos é realizado, no entanto,
através das ações de Salman, regente de Deus, que lembra o primeiro humano ou
Sophia (sabedoria) em textos gnósticos e quem é descrito, como é o primeiro ser humano em
muitos textos gnósticos e Sophia em alguns textos gnósticos (por exemplo, Valentinian
textos), como um valor mais alto e um valor mais baixo. Finalmente, o texto proclama, as pessoas
pode chegar ao conhecimento e ser libertado. A mãe dos livros fornece quatro
condições para tal salvação; um pós-escrito para a revelação, parte do qual é
apresentado aqui, acrescenta um relato de como a pessoa pode abraçar
conhecimento místico. No postscript é dito que aquele que procura perfeito
conhecimento vai encontrá-lo:
Aquele que sabe surge
e testifica para o espírito como para si mesmo.
O aluno será perfeito e dez espíritos
são faladas. Deus diz: "Estes são os dez perfeitos".



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