quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Gnosticismo Clássico - Introdução - Disponível no DRIVE

Coloquei no DRIVE a boa introdução ao Gnosticismo Clássico feita por Bentley Layton em seu livro As Escrituras Gnósticas como preparação para estudarmos o Apócrifo de João e outras Escrituras Gnósticas Clássicas.

Nela ele fala várias coisas que já falei, como a estrutura platônica, ou melhor, medioplatônica do mito gnóstico  e a influência do misticismo oriental de Alexandria na fundação do Gnosticismo Clássico.

Importante notar que Bentley percebe que havia antes de Ireneu uma Igreja cristã de origem obscura (provavelmente judaica e egípcia devido à sua mitologia e cosmogonia) que possuía uma teologia e culto tão bem definidos que influenciaram todos os outros ramos do Cristianismo e deram origem a todos os gnósticos, mesmo aos que não se autodenominavam de gnósticos mas simplesmente de cristãos. A esse grupo Ireneu chama de Barbelonitas. Em seguida fala dos Setianos e Ofitas, como se tivessem derivado e ampliado as doutrinas dos Barbelonitas. Bentley chama os Barbelonitas de Gnósticos em Sentido Estrito. Assim, ele prefere analisar primeiramente o Apócrifo de João pois esta parece ser a forma mais antiga sobrevivente da doutrina dos Gnósticos em Sentido Estrito, pois o resumo de Ireneu sobre os Barbelonitas coincide enormemente com o Apócrifo de João. As Escrituras Gnósticas Clássicas reencontradas são todas baseadas no Mito Barbelonita com enormes acréscimos Setianos e Cristãos. Depois, as escrituras mais recentes passaram por acréscimos Neoplatônicos e uma escritura chamada pelos tradutores de Sobre a Origem do Mundo encontrada em Nag Hammmadi tem até uma clara influência Maniqueísta sobre o Gnosticismo Clássico, demonstrando que os Gnósticos em Sentido Estrito ou Barbelonitas perseveraram por muitos séculos antes de serem exterminados e forçados a fingir conversão e atuar em segredo dentro do catolicismo ou fugir para o mundo Maniqueísta sendo absorvidos por esta religião, chegando à Índia, Tibet, China e Japão.

Já os Gnósticos em Sentido Amplo abarcam todo o Gnosticismo, incluindo os Valentinianos, Marcionitas, Carpocracianos, Marcosianos, Simonianos, Menandritas, os Maniqueístas e etc.

O que distingue a Escritura Gnóstica Clássica das outras escrituras gnósticas, como as Valentinianas e Tomeítas, é o traço judaico óbvio e aparente que consiste em uma mitologia abrupta e cheia de anjos, arcanjos e entidades celestes com nomes bárbaros, como no Livro de Enoque, entrelaçadas sempre com uma revisão gnóstica do Mito do Jardim do Éden, contando o que aconteceu antes dos eventos do Gênesis bíblico, terminando por fim numa Revelação do Fim do Universo como nos Apocalipses judaicos.

O texto é o arquivo de nome "Gnosticismo Clássico Introdução.pdf"





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