"Moisés, portanto, fez uma serpente de bronze e a colocou em uma haste; se alguém era mordido por uma serpente, contemplava a serpente de bronze e vivia". - Números 21:8-9
"Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que seja levantado o Filho do Homem afim de que todo aquele que crer tenha nele a vida eterna". - Evangelho de João 3:14-15
O Testemunho da Verdade é um tratado gnóstico cristão de Nag Hammadi. Postei ele no Drive e contém uma introdução.
Trata-se de um texto de uma igreja encratita, que prescreve que todos os cristãos devem ser necessariamente celibatários e também vegetarianos. Os gnósticos encratitas criticavam os outros gnósticos devido a essas discordâncias em relação a casamento, consumo de carnes, organização eclesiástica e etc, assim como as várias seitas batistas judaicas e judaico-cristãos, como a Comunidade de Qumran (os Manuscritos de Qumran mostram que havia conflito entre os judeus essênios e grupos correlatos). Essas diferenças sempre existiram entre os gnósticos, assim como entre budistas, hindus e outras religiões mas nunca foram causa de conflitos. Mas o autor do Testemunho da Verdade em alguns momentos parece um pouco fanático em sua posição, criticando veementemente os outros gnósticos principalmente em relação ao sexo, taxativamente condenado por ele como um terrível pecado. Deixando essa polêmica de lado, o texto é um belo tratado gnóstico e traz uma interessante interpretação dos eventos mitológicos do Jardim do Éden, em relação a Adão, Eva, Jeová e a Serpente. Não é atoa que foi preservado pelos gnósticos que recolheram os textos em Nag Hammadi. O texto é importante para compreeender mais um pouco da doutrina gnóstica cristã. Ao que tudo indica, o texto foi escrito por Julius Cassianus, um valentiniano que abandonou a igreja de Valentim em busca de uma igreja encratita, assumindo a posição encrática em sua totalidade.
Lembrando que no século 12 a Igreja Católica decidiu por assumir uma posição encrática obrigando definitivamente o celibato do clero, durante o primeiro e o segundo Concílios de Latrão.
Vamos analisar alguns trechos desse interessante texto gnóstico:
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O Testemunho da Verdade, em negrito, com meus comentários abaixo:
Falarei com aqueles que sabem ouvir não com os ouvidos do corpo, mas com os ouvidos da mente. Pois muitos buscaram a verdade e não conseguiram encontrá-la; porque ali se apoderou deles o fermento antigo dos fariseus e os escribas da lei. E o fermento é o desejo errante dos anjos, dos demônios e das estrelas. Quanto aos fariseus e aos escribas, são eles que pertencem aos arcontes que têm autoridade sobre eles.
Os Gnósticos são aqueles que possuem a percepção da mente, ou seja, a Intuição Mística, obtêm conhecimento diretamente da Fonte e não se prendem à Lei, não são como escribas e fariseus, ou seja, os legalistas, os regristas, os biblicistas. Os gnósticos têm uma experiência direta de Deus. Nosso conhecimento de Deus não precisa passar pelo crivo de nenhuma autoridade ou escritura, pois Deus fala diretamente no nosso coração. Os escribas e fariseus, pelo contrário, são dominados pelos Arcontes, os espíritos malignos nos ares, que tem autoridade sobre eles.
Pois ninguém que esteja sujeito à lei poderá olhar para a verdade, pois não poderá servir a dois senhores. Pois a contaminação da lei é manifesta; mas a mácula pertence à luz. A Lei ordena (um) que o marido (ou) se case e que se multiplique como a areia do mar. Mas a paixão, que é um deleite para eles, restringe as almas daqueles que são gerados neste lugar, daqueles que contaminam e que são contaminados, para que a Lei possa ser cumprida através deles. E eles mostram que estão ajudando o mundo; e eles se afastam da luz, que são incapazes de passar pelo arconte das trevas até que paguem o último centavo.
As ordenanças da Lei estão em conflito com as leis da espiritualidade: castidade, amor pelo próximo, etc. Quem obedece à Lei está ajudando o mundo a manter o sistema, as opressões, a Matrix. Quem transgride a Lei é capaz de passar pelo Arconte das Trevas e subir à Luz.
Mas o Filho do Homem surgiu da Imperecibilidade, sendo alheio à contaminação. Ele veio ao mundo pelo rio Jordão e imediatamente o Jordão voltou. E João deu testemunho da descida de Jesus. Pois é ele quem viu o poder que desceu sobre o rio Jordão; pois sabia que o domínio da procriação carnal havia chegado ao fim. O rio Jordão é a força do corpo, isto é, os sentidos dos prazeres. A água do Jordão é o desejo de relações sexuais. João é o arconte do útero.
E é isso que o Filho do Homem nos revela: É adequado para vocês (pl.) receberem a palavra da verdade, se alguém a receber perfeitamente. Mas, como para quem está na ignorância, é difícil para ele diminuir suas obras das trevas que ele fez. Quem conheceu a imperecibilidade, no entanto, conseguiu lutar contra as paixões [...]. Eu disse a você: "Não edifiquem nem ajunte para si no lugar onde os bandidos estão à solta, mas produzam frutos para o Pai".
O trabalho do Cristão é lutar contra as paixões. Há aqui uma interpretação esotérica (alegórica) do batismo de Jesus por João Batista no Rio Jordão: ao ser batizado, Jesus abandona a matéria e começa seu ministério, pregando a castidade, negando o casamento, a matéria e o mundo e lutando contra os desejos e a carne em busca da Perfeição. O cristão deve sair da ignorância, buscando a Imperecibilidade, fugindo de construir uma vida junto aos bandidos (arcontes). Este é o significado do batismo: renúncia do mundo, seus desejos e paixões.
Os tolos - pensando em seu coração que, se confessarem: "Somos cristãos", apenas com palavras (mas) não com poder, enquanto se entregam à ignorância, à morte humana, sem saber para onde estão indo nem quem é Cristo , pensando que viverão quando estão (realmente) em erro - precipitam-se em direção aos principados e autoridades (potestades). Eles caem em suas (dos principados e potestades) garras por causa da ignorância que neles habita. Pois (se) apenas as palavras que prestam testemunho estavam efetuando a salvação, o mundo inteiro suportaria essa coisa e seria salvo. Mas é assim que eles atraem erros para si mesmos. ...
... (3 linhas irrecuperáveis)
... eles não sabem que vão se destruir. Se o Pai desejasse um sacrifício humano, ele se tornaria vaidoso.
Pois o Filho do Homem se vestiu com suas primícias; ele desceu ao Hades e realizou muitas obras poderosas. Ele ressuscitou os mortos; e os governantes mundiais das trevas ficaram com inveja dele, pois não encontraram nele pecado. Mas ele também destruiu suas obras entre os homens, para que os coxos, os cegos, os paralíticos, os mudos e os possuídos por demônios recebessem cura. E ele andou sobre as águas do mar. Por essa razão, ele destruiu sua carne [...] da qual ele [...]. E ele se tornou [...] salvação [...] sua morte ...
... (4 linhas irrecuperáveis)
... todo mundo [...] quantos são! Eles são guias cegos, como os discípulos. Eles embarcaram no navio; por volta das trinta damas, viram Jesus caminhando no mar. Estes são mártires vazios, pois testemunham apenas eles mesmos. E, no entanto, estão doentes e não são capazes de se elevar.
Mas quando eles são "aperfeiçoados" com a morte (mártir), este é o pensamento que eles têm dentro deles: "Se nos entregarmos à morte por causa do Nome, seremos salvos". Esses assuntos não são resolvidos dessa maneira. Mas, através da agência das estrelas errantes, eles dizem que "concluíram" seu fútil "curso", e [...] dizem, [...]. Mas estes [...] eles se entregaram ...
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... mas se parecem com eles. Eles não têm a palavra que dá vida.
O autor começa a criticar crenças proto-católicas. Aqui ele critica a confissão do Nome de Jesus, como se a morte de mártir pudesse pagar todos os pecados simplesmente pela confissão pública de que acredita em Cristo. O autor tem total razão: não é a confissão de Cristo que salva ninguém, mas a transformação interior e exterior da Alma, a evolução espiritual. Pessoas pecadores e imundas, sujas de pecados e paixões jamais podem ser salvas do inferno simplesmente por confessarem seus pecados. Se fosse fácil assim o mundo inteiro seria salvo só por dizer que acredita em Jesus. Assassinos, estupradores, pedófilos, automaticamente virariam anjos de ternura.
E alguns dizem: "No último dia, certamente ressurgiremos na ressurreição". Mas eles não sabem o que estão dizendo, pois o último dia virá quando aqueles pertencentes a Cristo [...] a terra, que é [...]. Quando o tempo terminou, ele destruiu o arconte das almas [...] das trevas ...
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... ele levantou-se e [...] perguntaram com o que estavam vinculados e como poderiam se libertar adequadamente. E eles vieram a conhecer a si mesmos, quem eles são, ou melhor, onde estão agora e qual é o lugar em que descansarão de sua falta de sentido, chegando ao conhecimento. Estes, Cristo transferirá para as alturas, pois renunciaram à loucura (e) avançaram para o conhecimento. E aqueles que têm conhecimento ...
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... a grande [...] ressurreição [...], ele tem que vir a conhecer o Filho do Homem, ou seja, ele veio conhecer a si mesmo. Esta é a vida perfeita, que o homem conheça a si mesmo por meio do Todo.
Não espere, portanto, a ressurreição carnal, que é destruição; e eles não são despojados (a carne) que erram ao esperar uma ressurreição vazia. Eles não conhecem o poder de Deus, nem entendem a interpretação das escrituras, por causa de sua obstinação. O mistério sobre o qual o Filho do Homem falou, [...] a fim de [...] destruir ...
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... o homem que [...] livro, que é escritos [...] porque eles têm ...
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abençoado [...] dentro deles, e eles habitam diante de Deus sob o jugo leve. Aqueles que não têm a palavra vivificante em seus corações morrerão; e em seus pensamentos eles se manifestaram ao Filho do Homem, de acordo com o modo de sua atividade e seu erro [...] desse tipo. Eles como ele divide os [...] e eles não entendem que o Filho do Homem está vindo dele.
Aqui o autor apresenta a clássica doutrina gnóstica da ressurreição, a mesma em todo o gnosticismo e que é claramente explicada no Tratado sobre a Ressurreição, um texto valentiniano reencontrado em Nag Hammadi. A Ressurreição é da Alma e não do corpo, pois a matéria é corrupta e não possui salvação, está condenada ao não-ser e à corrupção. Quem ressuscita é quem Conhece a Si Mesmo, pois assim conhecerá a Deus, obterá Gnose. Essa interpretação errada das escrituras deu origem à falsa doutrina da ressurreição corporal. Esses textos da bíblia devem ser interpretados alegoricamente, e não literalmente.
Mas quando eles chegam ao [...] sacrifício, morrem de uma maneira humana, e se entregam ...
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... uma morte ...
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... aqueles que, [...] são muitos, [...] cada um [...] pervertido [...] ganham sua mente. Aqueles que o recebem para si mesmos com retidão, poder e todo conhecimento são aqueles a quem ele transferirá para as alturas, para a vida eterna.
Mas aqueles que o recebem para si mesmos com ignorância, os prazeres que são contaminados prevalecem sobre eles. São aquelas pessoas que costumavam dizer; "Deus criou membros para nosso uso, para que possamos crescer em profanação, a fim de que possamos nos divertir." E eles fazem com que Deus participe com eles em ações desse tipo; e eles não são firmes na terra. Nem eles alcançarão o céu, mas [...] o lugar [...] alcançará quatro ...
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... inextinguíveis ...
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[...] palavra sobre o rio Jordão, quando ele veio a João na época em que foi batizado. O Espírito Santo desceu sobre ele como uma pomba [...] aceita por nós mesmos que ele nasceu de uma virgem e que tomou carne; ele tendo [...] recebido poder. Também fomos gerados de um estado virginal ou concebidos pela palavra? Antes, nascemos de novo pela palavra. Vamos, portanto, fortalecer-nos como virgens no [...].
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... inextinguíveis ...
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[...] palavra sobre o rio Jordão, quando ele veio a João na época em que foi batizado. O Espírito Santo desceu sobre ele como uma pomba [...] aceita por nós mesmos que ele nasceu de uma virgem e que tomou carne; ele tendo [...] recebido poder. Também fomos gerados de um estado virginal ou concebidos pela palavra? Antes, nascemos de novo pela palavra. Vamos, portanto, fortalecer-nos como virgens no [...].
Os machos [...] habitam a virgem, por meio de [...] na palavra [...]. Mas a palavra de [...] espírito e
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... é o Pai [...] do homem ...
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... é o Pai [...] do homem ...
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O autor proclama que as pessoas que vivem para satisfazer a carne, o corpo e os desejos estão condenados à morte eterna. E também interpreta o nascimento virginal de Jesus como sendo um sinal para nós mesmos: também devemos nascer de novo, um novo nascimento virginal.
... como Isaías, que foi serrado com uma serra, (e) ele se tornou dois. Assim também o Filho do Homem nos divide pela Palavra da Cruz. Ele divide o dia da noite e a luz das trevas e o corruptível da incorruptibilidade, e divide os machos das fêmeas. Mas Isaías é o tipo (modelo) do corpo. A serra é a palavra do Filho do Homem, que nos separa do erro dos anjos.
A autor interpreta alegoricamente uma tradição judaica, constante no Talmude babilônico e no Talmude de Jerusalém, de que Isaías foi serrado ao meio por ordem do rei Manassés. O martírio de Isaías é um conto que nos mostra simbolicamente que aquele que faz a vontade de Deus finalmente alcança a Salvação, na qual somos divididos e separados definitivamente da natureza mortal que há em nós, para que sejamos a Luz e a Incorruptibilidade puras, separados de todo o Mal.
Ninguém conhece o Deus da verdade, exceto apenas o homem que abandonará todas as coisas do mundo, tendo renunciado a todo o lugar, (e) tendo agarrado a franja de suas vestes. Ele se estabeleceu como um poder; ele subjugou o desejo em todos os sentidos dentro de si. Ele tem e se voltou para ele, [...] tendo também examinado [...] a tornar-se a mente. E ele da sua alma [...] lá [...] ele tem ...
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... de que maneira a carne [...] e de que maneira [...] ela sai e quantos poderes ele tem? E quem é que o amarrou? E quem é que o perderá? E qual é a luz? E qual é a escuridão? E quem é quem criou a terra? E quem é Deus? E quem são os anjos? E o que é alma? E o que é espírito? E onde está a voz? E quem é quem fala? E quem é que ouve? Quem é quem causa dor? E quem é quem sofre? E quem é que gerou a carne corruptível? E qual é a governança? E por que alguns são coxos, outros cegos, outros [...] e outros [...] e alguns ricos e outros pobres? E por que alguns impotentes, alguns bandidos? ...
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... ele tendo [...] como ele novamente, [...] lutando contra os pensamentos dos arcontes, dos poderes e dos demônios, não dando a eles um lugar para descansar. Mas ele lutou contra as paixões deles [...], condenou o erro deles. Ele limpou sua alma das transgressões que cometera com uma mão alienígena. Ele se levantou, sendo reto dentro de si mesmo, porque ele existe em todos, e porque ele tem morte e vida dentro de si, e ele existe no meio de ambos. E quando ele recebeu o poder, voltou-se para as partes da direita e entrou na verdade, tendo abandonado todas as coisas pertencentes à esquerda, tendo sido preenchido com sabedoria, com conselhos, com entendimento e com discernimento e discernimento. poder eterno. E ele abriu seus vínculos. Aqueles que formaram o lugar inteiro, ele condenou. Mas eles não acharam [...] escondidos dentro dele.
E ele deu ordem a si mesmo; ele começou a conhecer a si mesmo e a falar com sua mente, que é o pai da verdade, a respeito dos éons não-conquistados e a respeito da virgem que produziu a luz. E ele pensa no poder que fluía sobre todo o lugar, e que toma conta dele. E ele é um discípulo de sua mente, que é do sexo masculino. Ele começou a ficar calado dentro de si mesmo até o dia em que deveria se tornar digno de ser recebido acima. Ele rejeita por si mesmo a loquacidade e as disputas, e suporta todo o lugar; e ele aguenta debaixo deles, e suporta todas as coisas más. E ele é paciente com todos; ele se faz igual a todos e também se separa deles. E aquilo que alguém quer, ele traz para ele, para que ele possa se tornar perfeito (e) santo. Quando o [...] ele o agarrou, amarrando-o, [...] e ele foi cheio de sabedoria. Ele deu Testemunho da Verdade [...] sobre o poder e entrou no Imperecível, o lugar de onde surgiu, deixando o mundo, que tem a aparência da noite, e aqueles que agitam as estrelas nele. Este é, portanto, o Testemunho da Verdade: quando o homem vier a Conhecer a Si Mesmo e a Deus, que está acima da verdade, ele será salvo, e ele será coroado com a Imarcescível Coroa.
Esse trecho é tão auto-explicativo que não precisa de comentário. O começo sobre "agarrar as franjas de suas vestes" é outra alusão ao martírio do Profeta Isaías, que agarrou as franjas de suas vestes quando entrou dentro do Cedro para fugir de Manassés.
João foi gerado pelo mundo através de uma mulher, Elizabeth; e Cristo foi gerado pelo mundo através de uma virgem, Maria. Qual é o significado desse mistério? João foi gerado por meio de um útero desgastado com a idade, mas Cristo passou pelo útero de uma virgem. Quando ela concebeu, ela deu à luz o Salvador. Além disso, ela foi considerada virgem novamente. Por que, então vós vos enganais e não procurais esses mistérios, que foram prefigurados para nosso bem?
Está escrito na Lei a respeito disso, quando Deus deu uma ordem a Adão: "De toda árvore que você comer, mas da árvore que está no meio do Paraíso, não coma, pois no dia em que você comer dela, você certamente morrerá. " Mas a serpente era mais sábia do que todos os animais que estavam no Paraíso, e ele convenceu Eva, dizendo: "No dia em que você comer da árvore que está no meio do Paraíso, os olhos de sua mente serão abertos". E Eva obedeceu, e ela estendeu a mão; ela tirou da árvore e comeu; ela também deu ao marido com ela. E imediatamente eles souberam que estavam nus e pegaram algumas folhas de figueira (e) as vestiram como cintas.
Mas Deus veio na hora da tarde, andando no meio do Paraíso. Quando Adam o viu, ele se escondeu. E ele disse: "Adam, onde você está?" Ele respondeu (e) disse: "Eu vim debaixo da figueira". E naquele exato momento, Deus sabia que ele havia comido da árvore da qual ele havia ordenado: "Não coma disso". E ele lhe disse: "Quem é que te instruiu?" E Adão respondeu: "A mulher que você me deu." E a mulher disse: "É a serpente que me instruiu." E ele (Deus) amaldiçoou a serpente e o chamou de "diabo". E ele disse: "Eis que Adão se tornou como um de nós, conhecendo o mal e o bem." Então ele disse: "Vamos expulsá-lo do paraíso,
Mas que tipo é esse Deus? Primeiro, ele recusou Adam de comer a árvore do conhecimento e, em segundo lugar, disse "Adam, onde você está?" Deus não tem presciência? Ele não saberia desde o começo? E depois, ele disse: "Vamos expulsá-lo deste lugar, para que ele não coma da árvore da vida e viva para sempre". Certamente, ele se mostrou um rancor malicioso! E que tipo de Deus é esse? Pois grande é a cegueira dos que lêem, e eles não o conheciam. E ele disse: "Eu sou o Deus zeloso; trarei os pecados dos pais sobre os filhos até três (e) quatro gerações". E ele disse: "Farei engrossar o coração deles, e farei cegar a mente deles,
E em um lugar, Moisés escreve: "Ele fez do diabo uma serpente para aqueles a quem ele tem em sua geração". Além disso, no livro chamado "Êxodo", está escrito assim: "Ele lutou contra os mágicos, quando o lugar estava cheio de serpentes de acordo com sua maldade; e a vara que estava na mão de Moisés se tornou uma serpente, (e) engoliu as serpentes dos mágicos. "
Mais uma vez está escrito (Nm 21: 9): "Ele fez uma serpente de bronze (e) pendurou-a em um poste ...
... (1 linha irrecuperável)
... o que [...] para quem contemplará esta serpente de bronze, ninguém o destruirá, e quem crer nesta serpente de bronze será salvo. " Pois este é Cristo; aqueles que creram nele receberam vida. Aqueles que não acreditaram morrerão.
... (1 linha irrecuperável)
... o que [...] para quem contemplará esta serpente de bronze, ninguém o destruirá, e quem crer nesta serpente de bronze será salvo. " Pois este é Cristo; aqueles que creram nele receberam vida. Aqueles que não acreditaram morrerão.
O que é, então, essa fé? Eles não servem ...
... (16 linhas irrecuperáveis)
... e você (pl.) [...] nós [...] e você não entende Cristo espiritualmente quando diz: "Acreditamos em Cristo". Pois é assim que Moisés escreve em todo livro. O livro da geração de Adão foi escrito para aqueles que estão na geração da Lei. Eles seguem a Lei e a obedecem, e ...
... (1 linha irrecuperável)
... junto com o ...
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... e você (pl.) [...] nós [...] e você não entende Cristo espiritualmente quando diz: "Acreditamos em Cristo". Pois é assim que Moisés escreve em todo livro. O livro da geração de Adão foi escrito para aqueles que estão na geração da Lei. Eles seguem a Lei e a obedecem, e ...
... (1 linha irrecuperável)
... junto com o ...
O autor reinterpreta o mito de Adão e Eva, particularmente no que diz respeito à Serpente: citando Números e o Evangelho de João, ele afirma ser a Serpente do Jardim o próprio Cristo que veio libertar Adão e Eva de Jeová, o maligno criador do mundo. A Serpente é a reveladora da Vida e do Conhecimento, e o criador (Jeová) é malévolo e ignorante, criador de leis opressoras para manter o povo escravo de sistemas corruptos. Ele usa a relação sexual para fazer o ser humano criar mais escravos e a Lei de Moisés para manter as pessoas presas na ignorância, no fanatismo religioso e na morte.
Já falamos um pouco do simbolismo da Serpente na postagem sobre Caibalion. No vídeo há citação do Caduceu, símbolo milenar e universal da Sabedoria. Em Números, o velho testamento deixa claro: as serpentes rastejando causam picaduras venenosas que matam. Mas a Serpente levantada ao Alto, ela é a Salvação, é o Cristo. Portanto a Serpente não é má em si mesma. Apenas quando rasteja, a Serpente se torna venenosa e perigosa: é nossa natureza escrava dos desejos, da matéria. Quem rasteja, rasteja na Terra, no mundo. Quando estamos envolvidos demais com o mundo, seus desejos e paixões, nos tornamos materialistas e escravos das sensações, dos sentidos, dos instintos animais e da corrupção da matéria. Mas quando nossa natureza se volta para o Alto, para os Valores mais elevados, para as Ideias, as Virtudes, a Filosofia, a Mística e a Gnose, então nos olhamos para Cristo: nossa natureza interna eleva, nossa consciência alcança outros níveis elevados, a Serpente dentro de nós sobe para o Alto, para a Luz, para a Sabedoria, para Deus.
Muitas pessoas sonham com Serpentes e ficam em dúvida. Se nos sonhos as serpentes estão rastejando, significa que a pessoa está envolta ao mundo, devotada à matéria e presa num ciclo de ignorância. Trata-se de um aviso.
Agora se a Serpente está no alto, subindo uma árvore, se elevando, então pode significar que a pessoa está passando por um processo de evolução espiritual, se desgarrando da ignorância e do apego e elevando a consciência.
Muito cuidado com sonhos e visões com Serpentes!
O restante do texto deixarei para que cada um interprete. Apesar de estar fragmentado, contém polêmicas contra o ritual do Batismo praticado por vários gnósticos (a maioria), onde o autor enxerga apenas um rito simbólico que não deveria ser realizado pois o verdadeiro batismo é o do coração e da mente.
O autor polemiza contra Valentim e seus discípulos, Simão Mago, Basílides e seu filho Isidoro e outros gnósticos por vários motivos: realizam ritos e liturgias, permitem pessoas casadas e a procriação, não interpretam corretamente os textos cristãos, ensinam sobre a divindade em oito partes ou Ogdoad e etc.
Também continua com polêmicas contra Davi e Salomão, mostrando que esses reis serviram ao senhor das trevas ao construir o Templo de Jerusalém e mostrando suas atitudes pecaminosas em vida que são de adoradores do diabo e das trevas e não do verdadeiro Deus - o autor continua atacando Jeová e o Velho Testamento como exemplos de como o criador é maligno e um falso deus.

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