As relações entre Gnosticismo e Budismo já foram tratadas aqui no Blog. Ainda falta muito o que dizer mas muita coisa já foi dita e demonstrada aqui. Gnosticismo e Budismo se influenciaram mutuamente. No entanto é triste que apenas acadêmicos e estudiosos saibam disso. A maioria absoluta dos budistas não sabe desses fatos e desconhece o gnosticismo, mesmo tendo crenças e sendo adeptos de denominações budistas gnósticas ainda hoje.
Como vimos na postagem sobre Ceticismo de Pirro, o Budismo chegou 300 anos antes de Cristo em Alexandria no Egito através de missionários enviados pelo Imperador Ashoka. Este provavelmente foi o acontecimento que forneceu o primeiro contato entre judaísmo e budismo no Oriente Médio: https://gnosedesi.blogspot.com/2014/11/raizes-orientais-do-ceticismo-de-pirro.html
Como vimos na postagem sobre Maniqueísmo e Budismo Parte 1 https://gnosedesi.blogspot.com/2018/11/maniqueismo-e-budismo-esoterico-parte-1.html, Hipólito e depois Epifânio, nos séculos 3 e 4, escreveram que por volta do ano 50 depois de Cristo, no tempo dos Apóstolos, um homem chamado Scythianus, ou Scitiano, originário da Scítia, levou à Palestina a "doutrina dos Dois Princípios" de sua viagem à "Índia". Também esteve no Egito onde aprendeu a Sabedoria dos Egípcios, segundo o Acta Archelai. Depois foi à Jerusalém e disputou com os Apóstolos. Ele havia apresentado quatro livros: Mistérios, Tesouro, Sumário e um Evangelho. O discípulo mais próximo de Scitiano, um homem chamado Therebinthus, viajou pela Judeia, Palestina e Babilônia após a morte de Scitiano para espalhar a doutrina. Finalmente se estabeleceu na Babilônia, onde se declarou um Buddha, mudando seu nome para Buddha e ficando por lá disputando com os adeptos do culto a Mithra. Após falecer, os livros passaram a uma viúva rica que tinha um escravo chamado Cubricus. Esse homem estudou os livros da viúva, mudou algumas coisas das doutrinas e seu nome para Mani e passou a pregar uma nova doutrina. A viúva se tornou sua discípula.
Bom, essa história parece misturar coisas verdadeiras com coisas falsas, pois as fontes primárias e mais verdadeiras, os textos escritos pelo próprio Mani ( reencontrados no Egito e em Turpan na China) dizem claramente que ele pertencia a uma família de posses cuja religião era o Elcasaísmo, uma seita judaico-cristã batista derivada dos Essênios. Mani sempre foi seu nome e seu pai se chamada Pattig, sua mãe Maria e eles foram seus primeiros discípulos. De fato Mani coloca eu seu sistema doutrinas Elcasaítas, inclusive trechos do Apocalipse de Elcasai, uma escritura do elcasaísmo, o que prova que ele tinha um contato íntimo com esta religião. Me parece improvável que uma mulher rica gastasse dinheiro com um escravo, educando-o e ainda se tornando discípula dele. A erudição e o conhecimento intelectual de Mani não são de um escravo que estudou tardiamente mas sim de uma pessoa que recebeu uma bela educação infantil reservada a pessoas de posse. A hipótese dos pais de Mani, de boas condições financeiras, terem educado seu filho parece muito mais provável. Além disso, há nos textos maniqueístas a menção de que sua mãe Maria era uma parente distante da família real Persa, ou seja, ela seria uma nobre de "baixo clero", o que corrobora a hipótese da educação privilegiada de Mani por seus pais.
Sobre os livros escritos por Scitiano: existe uma forte semelhança da doutrina Maniqueísta com a doutrina dos Quatro ou Cinco Livros de Pistis Sophia, estes mais antigos e anteriores ao Evangelho de Mani. A maioria dos estudiosos hoje concorda que Pistis Sophia pode ser dividida em 4 ou 5 livros separados, o primeiro tratando dos Mistérios ensinados secretamente por Jesus e o segundo tratando grande parte a respeito dos Tesouros de Luz. Há uma grande chance dos livros de Pistis Sophia serem ou os próprios Quatro Livros escritos por Scitiano e seus discípulos ou, o que é mais provável, uma versão posterior e modificada desses mesmos livros por outros cristãos.
Se isso for verdade, então o Budismo, o Zoroastrismo e os cultos de mistérios Egípcios estiveram presentes na Palestina e em Jerusalém nos tempos de Jesus, influenciando o cristianismo em seu nascimento, o próprio Jesus e seus apóstolos. A tradição gnóstica sempre insiste que 5 Apóstolos foram os mais queridos discípulos de Jesus e os mais avançados, aprendendo dele doutrinas que Jesus não ensinava aos demais devido à cegueira de suas mentes apegadas ao judaísmo comum. Esses 5 eram Maria Madalena, Tomé, Filipe, João e Tiago, o Irmão de Jesus (não deve ser confundido com outro Tiago, o filho de Zebedeu). O judaísmo Essênio, conhecido por sua assimilação da escatologia e cosmologia dualista zoroastriana (Manuscritos de Qumran), pode ter também se aberto ao budismo e à religião egípcia - o budismo especialmente, pois a própria organização da Comunidade Essênia é a mesma organização das Sanghas, as comunidades budistas. Jesus, como Essênio, teve assim influência zoroastriana e budista em sua educação. E quando Maria o levou para o Egito deve ter tido contato com os cultos egípcios de Mistérios.
Agora, dissemos na postagem Abraxas e Caulacau Parte 1 https://gnosedesi.blogspot.com/2018/12/abraxas-e-caulacau-parte-1-ligacoes.html que há fortes semelhanças não só no estilo do texto mas na própria narrativa e nas doutrinas de Pistis Sophia e do Sutra de Lótus, este um dos maiores e mais importantes textos Sagrados do Budismo Mahayana. O mais provável é que o Pistis Sophia surgiu primeiro e, chegando à antiga e histórica Índia (Afeganistão e Paquistão) foi transformado em Escritura budista por monges Mahayanistas, virando o Sutra de Lótus. As doutrinas do texto não são apenas mahayanistas mas apresentam forte influência gnóstica e gigantesca semelhança com Pistis Sophia.
O que os povos da Antiguidade Tardia, entre Alexandre o Grande e a queda do Império Romano do Ocidente, chamavam de Índia era na verdade mais ou menos as regiões do Império Kushana, centro difusor da arte greco-budista e do budismo Mahayana. Corresponde aos atuais países de Afeganistão e Paquistão:
O que os povos da Antiguidade Tardia, entre Alexandre o Grande e a queda do Império Romano do Ocidente, chamavam de Índia era na verdade mais ou menos as regiões do Império Kushana, centro difusor da arte greco-budista e do budismo Mahayana. Corresponde aos atuais países de Afeganistão e Paquistão:
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| OS REINOS GRECO-BUDISTAS (REINOS INDO-GREGOS) POR VOLTA DE 100 ANTES DE CRISTO. |
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| IMPÉRIO KUSHANA DEPOIS DE CRISTO. ERA ESTA REGIÃO QUE O POVO DA ÉPOCA DE JESUS CHAMAVA DE ÍNDIA |
O Budismo Mahayana já foi introduzido aqui no blog na postagem https://gnosedesi.blogspot.com/2018/05/maitreya-cristo-cosmico-budismo.html, na qual discutimos as possíveis origens do Mahayana. As ideias primordiais começam a surgir antes de Cristo em algumas escolas budistas, como a Mahasamghika, mas os textos Mahayanas surgem entre o ano 100 antes de Cristo e 300 depois de Cristo justamente nas regiões Kushanas.
A Mahayana nasce a partir da adoção de ideias das filosofias gregas dentro do Budismo e, aos poucos, vai incorporando as práticas devocionais gregas, a forma grega de adorar os Deuses. Até então o budismo proibia a feitura de imagens para representar Gautama Buddha. É justamente em Gandhara, no Império Kushana, que as primeiras representações de Buddha aparecem. O povo dessa região usou a imagem grega do Deus Apolo para representar Buddha. É unânime na academia ocidental e oriental que as imagens mais antigas de Buddha são baseadas na imagem de Apolo, com traços gregos-caucasianos, cabelo cacheado e elementos artísticos e estilísticos totalmente gregos. Sidarta Gautama, originário de onde hoje é o Nepal, jamais poderia ter traços greco-caucasianos e cabelos cacheados como Apolo e os gregos.
A Mahayana nasce a partir da adoção de ideias das filosofias gregas dentro do Budismo e, aos poucos, vai incorporando as práticas devocionais gregas, a forma grega de adorar os Deuses. Até então o budismo proibia a feitura de imagens para representar Gautama Buddha. É justamente em Gandhara, no Império Kushana, que as primeiras representações de Buddha aparecem. O povo dessa região usou a imagem grega do Deus Apolo para representar Buddha. É unânime na academia ocidental e oriental que as imagens mais antigas de Buddha são baseadas na imagem de Apolo, com traços gregos-caucasianos, cabelo cacheado e elementos artísticos e estilísticos totalmente gregos. Sidarta Gautama, originário de onde hoje é o Nepal, jamais poderia ter traços greco-caucasianos e cabelos cacheados como Apolo e os gregos.
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| AS PRIMEIRAS IMAGENS DE BUDA SURGIRAM EM GANDHARA, IMPÉRIO KUSHANA, E FORAM FEITAS A PARTIR DO DEUS GREGO APOLO COMO MODELO. |
O fato de o cristão Terebinthus se tornar um Iluminado e se autodenominar Buddha e ainda se empenhar nos debates com os adeptos do culto de Mithra na Babilônia pode muito bem ser o início do sincretismo que deu origem ao Buddha Maitreya, que já falamos na postagem https://gnosedesi.blogspot.com/2018/05/maitreya-cristo-cosmico-budismo.html. Então, esses sincretismos entre Gnosticismo, Mitraísmo e Budismo, deram origem a algumas tradições dentro do Mahayana.
Nós já falamos que a maioria dos estudiosos modernos concorda que a tradição Tantra do hinduísmo e do budismo tem origem na Pérsia e outros países ao norte da antiga Índia (Tajiquistão), e que essas ideias eram exatamente a religião Maniqueísta que chegou a se tornar religião oficial do Império Uyghur. Iremos explicar posteriormente mais como a religião Bon do Tibet, hoje aceita como uma das escolas do Budismo Tibetano pelo Dalai Lama, é na verdade um sincretismo do Maniqueísmo com o xamanismo original das tribos tibetanas e com o budismo. Mas nós já falamos algo sobre isso na postagem https://gnosedesi.blogspot.com/2018/11/troma-nagmo-chod-pratica-de-origem.html.
Precisamos falar aqui sobre os erros de Helena Blavatsky. Em sua obra A Doutrina Secreta, Blavatsky afirma que antes do Budismo chegar no Tibet, povos de origem Atlante haviam deixado, muitos milênios atrás, uma doutrina esotérica universal, a tal Doutrina Secreta, no Tibet e em outras partes do mundo, como Índia e Egito. Ela vai analisando esses conteúdos que diz estarem contidos nos Livros de Dzyan ou Estâncias de Dzyan. Vamos lá, segundo Blavatsky:
Sobre a Felicidade Interna Bruta do Butão algumas reportagens tentam explicar:
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/05/150504_vert_tra_butao_felicidade_ml
https://noticias.r7.com/internacional/fotos/butao-o-reino-secreto-onde-a-felicidade-se-esconde-27032019#!/foto/1
Eu entendo que o Tibet na época de Blavatsky era um mistério total, estrangeiros eram proibidos, seus textos sagrados não podiam ser lidos por qualquer um, as doutrinas eram mais secretas e esotéricas ainda... Mas que Blavatsky podia ter feito um estudo melhor, sim podia. Pois se hoje, apenas com livros e fontes, nós sabemos de tudo isso, quanto mais Blavatsky que foi pessoalmente ao Tibet e teve a honra de receber as doutrinas tântricas de um Teshu Lama ( Panchen Lama) no Monastério Tashi Lhunpo. Ela não só ofendeu o Bon como ofendeu toda a população do Butão. Isso sem falar na ignorância de não ter percebido que o fato de a doutrina Tantra ser exatamente a mesma doutrina gnóstica de Pistis Sophia e outros textos gnósticos (Blavatsky leu e comentou o Pistis Sophia!!!) se deve que os gnósticos levaram esses textos ao Tibet no começo da Era Cristã, e não que povos milenares atlantes levaram isto ao Tibet...
Ora, meu Deus do Céu, isto é tão óbvio para aquele que lê! Eu convido o leitor a ler alguns Tantras traduzidos para português e espanhol que constam nesse site: https://www.shri-yoga-devi.org/. Baixei e li a Introdução às Escrituras Tântricas; o Kularnava Tantra; o MahaNirvana Tantra; o Paratrinshika; o Spandarika; o Tantraloka; o Mahamudra de Tilopa; e o Vijnanabhairava Tantra.
Fiquei pasmo quando li pela primeira vez pois parece que quem escreveu os Tantras esteve com o Apócrifo de João, a Pistis Sophia e outros textos gnósticos antigos do lado, apenas reescreveu os evangelhos gnósticos substituindo os nomes das divindades gnósticas por deuses iranianos, hindus e bodisatvas mahayanas! Os Tantras não "contêm" algumas doutrinas gnósticas. Os Tantras SÃO OS EVANGELHOS GNÓSTICOS reescritos e ampliados com conceitos hindus e budistas! Povo de Deus, o Kularnava Tantra é EXATAMENTE o diálogo de Maria Madalena e Jesus em Pistis Sophia, mas aqui Maria Madalena virou Deva Parvati e Jesus virou Shiva! Como Blavatsky não percebeu isso quando esteve no Tibet e na Índia?
Na "A Voz do Silêncio" Blavatsky não percebeu que os 7 Portais do Fragmento III são exatamente as 7 portas guardadas pelos arcontes descritos no Apócrifo de João e na descrição dos Ofitas feitas por Orígenes em seu livro Contra Celso?
Ora, quem veio primeiro, Tantra ou Gnosticismo? É claro que é Gnosticismo, pois Pistis Sophia, Apócrifo de João e a maioria absoluta dos textos Gnósticos são dos séculos 1 e 2. O Maniqueísmo é do século 3. Já os Tantras COMEÇAM A SER ESCRITOS APENAS A PARTIR DO SÉCULO 7 , meu Pai! 600 anos depois os hindus e tibetanos tiveram contato com textos gnósticos e os transformaram no Tantra, isso é mais que claro, é óbvio. Basta estudar história.
O que aconteceu no século 4, no Império Romano Católico? PERSEGUIÇÃO AOS GNÓSTICOS. Em massa, como já relatado na postagem sobre Gnosticismo Clássico, eles fugiram para a Pérsia, Arábia e Índia. Na Arábia algumas tradições gnósticas foram usadas por Maomé que inventou o Islamismo. Na Pérsia fez multiplicar as seitas e sincretismos e causou grande perseguição às religiões não-zoroastrianas, empurrando os Maniqueístas para missões na Ásia Central e China. Na Índia, os gnósticos se misturaram com budismo mahayana e hinduísmo, criando o Budismo Esotérico e novas denominações hindus, como veremos na próxima postagem.
Nós já falamos que a maioria dos estudiosos modernos concorda que a tradição Tantra do hinduísmo e do budismo tem origem na Pérsia e outros países ao norte da antiga Índia (Tajiquistão), e que essas ideias eram exatamente a religião Maniqueísta que chegou a se tornar religião oficial do Império Uyghur. Iremos explicar posteriormente mais como a religião Bon do Tibet, hoje aceita como uma das escolas do Budismo Tibetano pelo Dalai Lama, é na verdade um sincretismo do Maniqueísmo com o xamanismo original das tribos tibetanas e com o budismo. Mas nós já falamos algo sobre isso na postagem https://gnosedesi.blogspot.com/2018/11/troma-nagmo-chod-pratica-de-origem.html.
Precisamos falar aqui sobre os erros de Helena Blavatsky. Em sua obra A Doutrina Secreta, Blavatsky afirma que antes do Budismo chegar no Tibet, povos de origem Atlante haviam deixado, muitos milênios atrás, uma doutrina esotérica universal, a tal Doutrina Secreta, no Tibet e em outras partes do mundo, como Índia e Egito. Ela vai analisando esses conteúdos que diz estarem contidos nos Livros de Dzyan ou Estâncias de Dzyan. Vamos lá, segundo Blavatsky:
- A Doutrina Secreta é a tradução e apresentação que ela fez das doutrinas dos livros Estancias de Dzyan que, por sua vez, são uma parte de um conjunto de obras esotéricas que só alguns iniciados e grupos especiais mantém guardados em segredo e passam apenas de forma iniciática e direta nos mosteiros tibetanos. Do mesmo grupo ou série de textos da qual ela extraiu as Estâncias de Dzyan, Blavatsky diz que também extraiu outro conjunto de textos que os tibetanos chamam de Livros dos Preceitos de Ouro. Desses Preceitos de Ouro, Blavatsky retirou os textos que traduziu e publicou chamando de A VOZ DO SILÊNCIO. Segundo Blavatsky, os monges tibetanos tradicionalmente ensinam que os Preceitos de Ouro tem a mesma origem da obra mística chamada Paramartha que foi transmitida a Nagarjuna pelos Nagas, grandes iniciados. Nem a população tibetana, nem os monges de "baixo clero" tinham acesso ou conhecimento dessas obras. Somente gurus mais elevados e os grandes chefes e líderes dos mosteiros e das escolas tibetanas é que guardavam e estudavam esses livros e só os mostravam aos estudantes mais capacitados. Todo o budismo tibetano é em si esotérico mas existe um conteúdo MAIS esotérico ainda, que nem os budistas comuns FAZEM IDEIA de que existe. Essas doutrinas hiper-esotéricas falam de um Príncípio Único da Realidade; um dualismo primordial; a divindade mais elevada entendida como Pai-Mãe; um Filho emanado, Logos, formando uma Trindade Primordial, Pai-Mãe-Filho; uma série de emanações de entidades divinas que são aspectos do Primeiro Princípio, um Quinteto de Aeons; da existência de Alma nos homens e de partículas ou feixes de Luz que estão presas na matéria; da Unidade e Identidade entre a Alma e o Ser Supremo. Essas doutrinas não são de jeito nenhum budistas, mas sim são Gnosticismo puro. Vamos falar disso em mais postagens quando falarmos sobre Bon e Maniqueísmo.
- Blavatsky disse depois que as Estâncias de Dzyan pertencem a um grupo de escritos chamados Livros de Kiu-Te. Ela foi a primeira Ocidental a traduzir esses textos tibetanos. Mas mais tarde, quando estudiosos e linguistas fizeram a transcrição da língua tibetana para o alfabeto latino de forma mais pormenorizada e detalhada, descobriu-se que os tais Livros de Kiu-Te são na verdade os Sutras de rGyud-Sde, uma parte dos chamados TANTRAS TIBETANOS. rGyud é exatamente a palavra tibetana para Tantra. Só modernamente, após a invasão chinesa no Tibet no século XX, se descobriu que os textos secretos que Blavatsky teve contato na verdade são alguns Tantras do budismo tibetano. Existem tantras hindus, que usam a linguagem sânscrita e os mitos hindus e são estudados na Índia, mas o que Blavatsky estudou foram os Tantras Tibetanos, que, como já sabemos, assim como os tantras hindus, vieram do Tajiquistão trazidos por missionários Maniqueístas de origem persa. Recentemente, nos séculos XX e XXI, os monges tibetanos foram obrigados a divulgar e traduzir parte desses textos devido o perigo de desaparecimento da doutrina, e também para atrair novos adeptos visto que, com a ocupação chinesa, grande parte dos mosteiros tibetanos foi abandonada e houve um enorme declínio da religião. Em português é quase impossível achar, mas em inglês e outras línguas ocidentais já há muita tradução dos Tantras.
- Blavatsky cometeu muitos erros. O primeiro, que choca, é que ela simplesmente confundiu a escola Bon com a escola Dugpa (ou Drukpa) chamando ambos de Seita do Chapéu Vermelho e espalhou no mundo inteiro que essas escolas são na verdade feiticeiros negros que praticam magia negra, bruxaria e ritos xamânicos de invocação de demônios, feitiços malignos contra pessoas e outras coisas malignas... Ora, hoje sabemos que isso é mentira total e um absurdo! Bon é uma religião separada, correlata ao Budismo Tibetano, mas é uma religião diferente. Por mais que hoje os Lamas em sua maioria reconheçam o Bon como uma escola do budismo tibetano, o Bon tem suas particularidades que o difere de todas as outras escolas. E sobre a escola Dugpa, que é a religião estatal e oficial do Butão, o país MAIS FELIZ E PACÍFICO DO MUNDO, Blavatsky ofende uma nação inteira chamando essas pessoas de bruxos e magos negros! Sabemos bem que nem Bon nem Dugpa praticam feitiçaria. Seus ritos tem forte influência xamânica sim, e pode haver um ou outro fiel dessa religião que pratique feitiços, mas não é o que vemos em seus textos e em seus rituais hoje... E sobre Maniqueísmo, Blavatsky ignorou completamente o Maniqueísmo no Tibet e no Japão. Hoje a própria Sociedade Teosófica e os estudiosos acadêmicos Japoneses já identificaram que o Mahavairocana Tantra, talvez o mais antigo Tantra Budista Tibetano, é uma tradução do Mito Cosmogônico e das doutrinas Maniqueístas e Gnósticas. Portanto, a fonte da Doutrina Secreta não é uma suposta sabedoria Atlante, mas sim o Maniqueísmo e o Gnosticismo, cuja doutrina foi levada ao Tibet muito antes do Budismo chegar.
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/05/150504_vert_tra_butao_felicidade_ml
https://noticias.r7.com/internacional/fotos/butao-o-reino-secreto-onde-a-felicidade-se-esconde-27032019#!/foto/1
Eu entendo que o Tibet na época de Blavatsky era um mistério total, estrangeiros eram proibidos, seus textos sagrados não podiam ser lidos por qualquer um, as doutrinas eram mais secretas e esotéricas ainda... Mas que Blavatsky podia ter feito um estudo melhor, sim podia. Pois se hoje, apenas com livros e fontes, nós sabemos de tudo isso, quanto mais Blavatsky que foi pessoalmente ao Tibet e teve a honra de receber as doutrinas tântricas de um Teshu Lama ( Panchen Lama) no Monastério Tashi Lhunpo. Ela não só ofendeu o Bon como ofendeu toda a população do Butão. Isso sem falar na ignorância de não ter percebido que o fato de a doutrina Tantra ser exatamente a mesma doutrina gnóstica de Pistis Sophia e outros textos gnósticos (Blavatsky leu e comentou o Pistis Sophia!!!) se deve que os gnósticos levaram esses textos ao Tibet no começo da Era Cristã, e não que povos milenares atlantes levaram isto ao Tibet...
Ora, meu Deus do Céu, isto é tão óbvio para aquele que lê! Eu convido o leitor a ler alguns Tantras traduzidos para português e espanhol que constam nesse site: https://www.shri-yoga-devi.org/. Baixei e li a Introdução às Escrituras Tântricas; o Kularnava Tantra; o MahaNirvana Tantra; o Paratrinshika; o Spandarika; o Tantraloka; o Mahamudra de Tilopa; e o Vijnanabhairava Tantra.
Fiquei pasmo quando li pela primeira vez pois parece que quem escreveu os Tantras esteve com o Apócrifo de João, a Pistis Sophia e outros textos gnósticos antigos do lado, apenas reescreveu os evangelhos gnósticos substituindo os nomes das divindades gnósticas por deuses iranianos, hindus e bodisatvas mahayanas! Os Tantras não "contêm" algumas doutrinas gnósticas. Os Tantras SÃO OS EVANGELHOS GNÓSTICOS reescritos e ampliados com conceitos hindus e budistas! Povo de Deus, o Kularnava Tantra é EXATAMENTE o diálogo de Maria Madalena e Jesus em Pistis Sophia, mas aqui Maria Madalena virou Deva Parvati e Jesus virou Shiva! Como Blavatsky não percebeu isso quando esteve no Tibet e na Índia?
Na "A Voz do Silêncio" Blavatsky não percebeu que os 7 Portais do Fragmento III são exatamente as 7 portas guardadas pelos arcontes descritos no Apócrifo de João e na descrição dos Ofitas feitas por Orígenes em seu livro Contra Celso?
Ora, quem veio primeiro, Tantra ou Gnosticismo? É claro que é Gnosticismo, pois Pistis Sophia, Apócrifo de João e a maioria absoluta dos textos Gnósticos são dos séculos 1 e 2. O Maniqueísmo é do século 3. Já os Tantras COMEÇAM A SER ESCRITOS APENAS A PARTIR DO SÉCULO 7 , meu Pai! 600 anos depois os hindus e tibetanos tiveram contato com textos gnósticos e os transformaram no Tantra, isso é mais que claro, é óbvio. Basta estudar história.
O que aconteceu no século 4, no Império Romano Católico? PERSEGUIÇÃO AOS GNÓSTICOS. Em massa, como já relatado na postagem sobre Gnosticismo Clássico, eles fugiram para a Pérsia, Arábia e Índia. Na Arábia algumas tradições gnósticas foram usadas por Maomé que inventou o Islamismo. Na Pérsia fez multiplicar as seitas e sincretismos e causou grande perseguição às religiões não-zoroastrianas, empurrando os Maniqueístas para missões na Ásia Central e China. Na Índia, os gnósticos se misturaram com budismo mahayana e hinduísmo, criando o Budismo Esotérico e novas denominações hindus, como veremos na próxima postagem.
Ora, os Barbelo-Setianos, Valentinianos, Maniqueístas, Ofitas e outros podem muito bem ter ido para a Índia em grande número devido a essas perseguições, visto que, como já dissemos, ainda no século 2, os gnósticos influenciaram o monge mahayana Nagarjuna a criar uma nova escola mahayana, a Madhyamaka. Nagarjuna também teria criado o budismo esotérico, mas nesse período o Budismo Esotérico permaneceu como uma prática a mais dentro do Mahayana. Só nos séculos seguintes, com as escrituras Tantras, é que o Budismo Esotérico se desprendeu do Mahayana com uma tradição própria, o Vajrayana. Vimos isto na postagem sobre Abraxas e Caulacau Parte 1 https://gnosedesi.blogspot.com/2018/12/abraxas-e-caulacau-parte-1-ligacoes.html.
Vimos também que a escola da Terra Pura do budismo mahayana surgiu na China, baseada nos textos mahayana mas com novos acréscimos e influências do Maniqueísmo na China. Vimos isso na postagem sobre Abraxas e Caulacau Parte 2 https://gnosedesi.blogspot.com/2018/12/abraxas-e-caulacau-parte-2-final.html. A Sociedade do Lótus Branco, fundada na China em 380 depois de Cristo, um sincretismo entre Maniqueísmo e Budismo Mahayana, é considerada pelos estudiosos japoneses como a primeira religião a organizar o culto formal de Amitaba, ou seja, a primeira a formalizar os ensinamentos da Terra Pura. Identificada como Maniqueísmo pelo governo chinês, foi perseguida ao longo dos séculos e se transformando em outras denominações budistas. A Lótus Branco focava na veneração de Deus sob a forma da Venerável Mãe Eterna, uma forma modificada de uma divindade nativa chinesa materna claramente transformada com os conceitos gnósticos de Barbelo e da maniqueísta Mãe da Vida. A Lótus Branco pregava o vegetarianismo e permitia homens e mulheres estudassem juntos, o que chocava a sociedade chinesa machista. Também pregava a crença na próxima vinda de Buddha, o Maitreya. As doutrinas da Terra Pura já existiam diluídas em sutras mahayanas mas foi só com o Lótus Branco que esses ensinamentos foram sintetizados e transformados numa seita e escola separada do budismo chinês. Destes ensinamentos foi formada a escola da Terra Pura. O monge Shandao (Zendo, no Japão) investigou as doutrinas da Lótus Branco e passou a espalhar o culto de Amitaba pela China, fundando templos e monastérios Terra Pura. Parece não haver muita diferença entre Lótus Branco e Terra Pura. Os escritos de Shandao influenciaram Honen e Shinran, dois monges japoneses que espalharam a Terra Pura pelo Japão. Como vimos, esses três Patriarcas da Terra Pura podem ser considerados maniqueístas e budistas ao mesmo tempo. A diferença entre Budismo Terra Pura e Maniqueísmo é quase inexistente e já tratamos disso na postagem sobre Monijiao, Maniqueísmo chinês: https://gnosedesi.blogspot.com/2019/02/monijiao-maniqueismo-na-china-textos.html. Também falamos da Terra Pura em outra postagem, onde detectamos que a Terra Pura é de fato uma religião gnóstica-maniqueísta: https://gnosedesi.blogspot.com/2019/03/budismo-terra-pura-no-brasil-conferindo.html
Como vimos, Kobo Daishi, conhecido também como Kukai, criou um ramo Vajrayana no Japão, a escola Shingon, quanto esteve na China estudando o Mahavairocana Tantra, que levou ao Japão. Ele afirma ter aprendido doutrinas esotéricas na China. O Shingon contém doutrinas de Pistis Sophia sincretizadas com doutrinas de Basílides de Alexandria e dos Naassenos e, talvez, dos Ofitas. Vimos que os documentos Shingon contam que esses ensinamentos chegaram à Índia por meio de Nagarjuna, que aprendeu eles de Nagas, serpentes aquáticas...
Blavatsky diz que no Tibet e na Índia, os iniciados em doutrinas esotéricas eram chamados de Nagas, Serpentes, devido ao simbolismo da serpente como agente de iluminação. Isto também está relacionado a algumas tradições hindus que veneram Kundalini, a serpente interna que está na espinha dorsal, em nossa coluna. Ireneu de Lyon em Contra as Heresias diz, atacando os Ofitas e Setianos, que eles ensinam que o enrolado dos nossos intestinos simboliza a figura da Serpente, que seria a Sophia escondida em nós, aquela que digere o alimento e repele o que não presta. O nome dos gnósticos Naasenos vem de Naas ou Nahash, serpente em hebraico e aramaico. Já o nome Ofitas vem de Ophis, Serpente em grego. As doutrinas Tantra, Kundalini Yoga e Shingon tem assim origem no gnosticismo cristão egípcio.
Como havíamos dito mais acima, do Livro dos Preceitos de Ouro, Blavatsky retirou os textos que traduziu e publicou chamando de A VOZ DO SILÊNCIO. Segundo Blavatsky, os monges tibetanos tradicionalmente ensinam que os Preceitos de Ouro tem a mesma origem da obra mística chamada Paramartha que foi transmitida a Nagarjuna pelos Nagas, grandes iniciados.
Em suma:
1 - O budismo mahayana não só cresceu sob influência constante do gnosticismo mas várias escolas mahayanas são, de fato, gnósticas, como Terra Pura, a maior de todas.
2 - Os textos traduzidos do Tibet por Blavatsky são gnósticos:
- A Voz do Silêncio é parte do Livro dos Preceitos de Ouro. Segundo Blavatsky, os Preceitos de Ouro são versões posteriores dos Livros Secretos de Maitreya, atualmente os Cinco Tratados de Maitreya, que sobreviveram até hoje. Estes tratados pregam uma doutrina anti-budista, ou melhor, contrária ao budismo theravada e ao começo do budismo mahayana, uma doutrina gnóstica ensinada pelos Evangelhos Gnósticos 700 anos antes: a existência de uma natureza original e única da qual foram emanadas todas as coisas e fenômenos: o Uno, o Primeiro Princípio, exatamente a mesma doutrina do Princípio pregada em todos os tipos de Gnosticismo. Essas doutrinas não são ensinadas publicamente pelos lamas tibetanos ao grande público. O Budismo Tibetano acredita, secretamente, em um Único Deus, como os gnósticos. Os fiéis comuns do budismo tibetano não sabem disso pois o que eles aprendem de Budismo Tibetano é só a parte "exotérica". Para saber dessas coisas é preciso ler os Tantras mais secretos.
- A Doutrina Secreta é tradução e comentário de partes das Estâncias de Dzyan, que são partes e comentários aos livros de Kiu-Te, ou seja, comentários de Lamas e Gurus aos textos tântricos. Ambos, Preceitos de Ouro e Estâncias de Dzyan são baseados em textos tântricos de origem indiana, que, por sua vez, são extremamente idênticos aos Evangelho Gnósticos de Nag Hammadi e à Pistis Sophia e tratam dos níveis de evolução espiritual ao mesmo tempo que tratam da cosmologia e cosmogonia, Microcosmo e Macrocosmo, como o Gnosticismo bem ensina.
O Site Garbha, dedicado a estudar Blavatsky, Carl Jung, Gnosticismo e outros temas correlatos, nos traz importantes explicações sobre o que Blavatsky realmente estudou. Vejamos:
A Doutrina Secreta é uma tradução, com explicações da autora, de passagens do chamado Livro de Dzyan. O Livro de Dzyan, por sua vez, “é o primeiro volume dos Comentários aos sete tomos secretos de Kiu-te e um glossário das obras exotéricas de mesmo nome”[1]. Alguns desses textos são relativamente recentes, enquanto alguns são antiquíssimos[2]. A primeira parte da divisão Gyut (rgyud-sde) é chamada Kalachakra e, segundo Blavatsky, é a “obra mais importante da divisão Gyut [(D)gyut](conhecimento místico) do Kanjur”.[3] Ainda segundo Reigle, as estâncias do Livro de Dzyan podem ser um trecho do texto-raiz do sistema Kalachakra, o Mulakalachakra Tantra[4], do qual é conhecido somente o famoso comentário Vimalaprabha. Reigle afirma que o ensinamento Kalachakra é conhecido como o “Ensinamento de Shambhala”. Segundo ele, “Shambhala é também considerada, na literatura teosófica, como a fonte do Ensinamento da Sabedoria Eterna, do qual é a Doutrina Secreta é uma parte direta”[5].
A TRADIÇÃO KALACHAKRA
A tradição Kalachakra é a preservadora de um sistema tântrico ensinado por Buddha. A palavra sânscrita “tantra” significa “método”. Assim, o tantra budista mahayana é um método, composto de práticas de meditação, que visa a conduzir o praticante ao estado de um Buddha em benefício de todos os seres. O Tantra de Kalachakra, ou Tantra do Ciclo do Tempo, trata de aspectos macrocósmicos e microcósmicos da existência cíclica e apresenta uma possibilidade de purificação, de modo a se manifestarem a sabedoria que percebe o vazio e a bem-aventurança compassiva.
Esse sistema tântrico foi transmitido na Índia por Buddha Shakyamuni a Suchandra, Rei de Shambala. Suchandra registrou esses ensinamentos no chamado Kalachakramulatantra, ou Tantra-Raiz do Kalachakra [1], e escreveu um comentário. Contudo este texto está inacessível, com exceção do capítulo que trata das iniciações, chamado Sekoddesha. Suchandra iniciou uma linhagem de transmissores, dentre quais o sétimo, Manju Yashas, escreveu uma versão resumida, chamada Laghukalachakratantraraja, ou Tantra de Kalachakra Resumido. Seu principal discípulo, Pundarika, escreveu um importante comentário a esse texto, chamado Vimalaprabha, ou A Luz Imaculada. Manju Yashas e Pundarika são os primeiros da linhagem dos chamados kalkins ou kulikas.
O Tantra de Kalachakra Resumido é composto de três áreas principais: o Kalachakra externo, o Kalachakra interno e o Kalachakra alternativo. No total, há cinco livros, que tratam 1) do macrocosmo; 2) do microcosmo; 3) das iniciações; 4) dos estágios de geração e consumação; 5) do resultado da senda, ou seja, jnana, a sabedoria primordial.
O Livro I trata do Kalachakra Externo, do ciclo do tempo medido pelos dias, meses e anos, que têm como referência as órbitas dos planetas, da lua e do sol pelas 12 constelações do zodíaco. Ele trata da realidade externa convencional.
Este livro apresenta uma descrição do sistema solar e do planeta; de sua formação e dissolução; e de seus habitantes.
O Livro II trata do Kalachakra Interno, da fisiologia sutil, das energias que circulam por diferentes canais e pelos centros de energia (lótus sutis ou chakras).
O tempo é medido pela respiração — inalação e exalação — e pela circulação da energia de vida, ou prana, no sistema fisiológico sutil dos indivíduos, descrito como um zodíaco do microcosmo. Os ciclos dos movimentos do prana pelos centros de energia (chakras), que compõem o círculo do tempo interno, são descritos em correspondência com os movimentos celestes.
O Kalachakra Externo e o Interno apresentam as bases da existência cíclica e o modo contaminado em que elas estão estabelecidas.
O Kalachakra Alternativo apresenta as práticas meditativas. Trata-se de um sistema de prática de ioga avançada. Para se ingressar plenamente na senda tântrica, antes é preciso desenvolver a renúncia; bodhicitta, a intenção de buscar a Iluminação pelo bem de todos os seres; e prajna, a percepção intuitiva de que todos os fenômenos são vazios de existência inerente.
O Livro III é o Livro das Iniciações. Inicialmente, há sete iniciações, que são como o crescimento de uma criança:
- Iniciação da água – representa a purificação do corpo, a fala e a mente dos praticantes. Corresponde ao primeiro banho de uma criança.
- Iniciação da coroa – representa a purificação dos cinco agregados (skandhas) e age como uma causa para o surgimento da ushnisha (protusão da coroa de um Buddha), que ocorre quando alguém se torna um Buddha. Corresponde ao primeiro corte de cabelo.
- Iniciação da faixa de seda – representa a purificação das energias sutis. Equivale a colocar ornamentos na criança, como brincos.
- Iniciação do Vajra e do Sino – representa a purificação dos canais de energia. O vajra e o sino estão relacionados com a mente e a fala de Buddha e com prajna e a bem-aventurança. Receber esta iniciação coloca marcas no continuum mental do praticante, para gerar esse resultado. Corresponde ao riso da criança.
- Iniciação da Conduta – representa a purificação das faculdades dos sentidos. É análoga a colocar um anel no dedo da criança.
- Iniciação do Nome – representa a purificação das ações. É análoga a dar um nome à criança.
- Iniciação da Permissão – Ao receber as sete iniciações, o praticante é autorizado a praticar o estágio de geração.
As Quatro Iniciações Superiores são chamadas Iniciação do Vaso; Iniciação Secreta; Iniciação da Sabedoria; Iniciação da Palavra. O praticante é autorizado a praticar o estágio de consumação.
As Quatro Iniciações mais Elevadas, que permitem a alguém realizar as atividades de um mestre vajra, ou seja, explanar e dar iniciações do tantra, recebem os mesmos nomes das Iniciações Superiores: Iniciação do Vaso; Iniciação Secreta; Iniciação da Sabedoria; Iniciação da Palavra.
O Livro IV trata das práticas dos estágios de geração e de consumação. O estágio de geração é assim chamado porque o praticante gera o Palácio de Kalachakra e a si mesmo como a deidade Kalachakra. O praticante deve assumir o Buddha que irá se tornar, visualizando-se como a deidade Kalachakra. O principal objetivo é dispersar o modo de apreensão comum dos fenômenos, que são percebidos como existências separadas. O Palácio de Kalachakra é visto como uma manifestação da Mente de Buddha, e suas várias partes são manifestações dos aspectos da Iluminação.
No estágio de geração é essencial a Ioga Focada no Mestre (Guru Yoga). O mestre representa o Buddha; o ensinamento de Buddha, o Dharma; e toda a linhagem que sustentou esse ensinamento e o preservou no mundo.
No estágio de consumação, o praticante está preparado para lidar diretamente com as energias presentes em seu corpo, a fim de purificá-las dos obscurecimentos que dão sustentação à consciência contaminada que o mantém compulsoriamente no ciclo de existências, o samsara.
O Livro V, trata do resultado da prática do Tantra de Kalachakra, ou seja, de jnana. Jnana é a sabedoria inata nos seres com a qual se percebe a natureza de vazio de existência inerente dos fenômenos. Jnana é a sabedoria que vai além da visão da dualidade entre o sujeito que percebe e o objeto percebido e intui a unidade que está por trás de tudo o que existe. Ela é o antídoto para o sofrimento, pois destrói avidya, a ilusão de separatividade.
Além de jnana pode-se usar o termo maitri, ou amor de Buddha. O amor de Buddha, Maitri, é a contraparte da profunda consciência de ser uno com tudo o que existe.
Neste livro há um capítulo que trata da mandala do Tantra de Kalachakra. A mandala Kalachakra representa um processo reorganizador do sistema de energias dos seres, de modo a manifestar o corpo, a fala e a mente de Buddha. O cosmos, o corpo humano e a mandala do Kalachakra são o aspecto externo, interno e alternativo, ou sublimado, de uma única realidade. Essas são as três moradas do Buddha Kalachakra.
[...]
Os principais ensinamentos da Escola Jonang eram principalmente o Kalachakra e o vazio de outro, shentong, que se baseava eminentemente no Ratnagotravibhanga. A Escola começou com Yumo Mikyo Dorje (yu mo mib skyod rdo rje), no séc. XII, que recebeu ensinamentos de um mestre Kalachakra da Caxemira, Somanatha, que traduziu o comentário ao Kalachakra Vimalaprabha para o tibetano. Yumo expôs oralmente esses ensinamentos como um “Dharma secreto” (lkog pa’i chos)[14], que só foram escritos por Dolpopa. No entanto, essa escola foi fechada no séc. XVII, e seus textos tornaram-se bem raros, sendo recuperados e divulgados no Ocidente a partir de 1992.
[...]
Blavatsky e Tashi Lhunpo
Helena Blavatsky esteve no Tibete algumas vezes, inclusive no mosteiro Tashi Lhunpo, em Xigatse, onde teve contato essa tradição. Blavatsky decorou 39 textos do chamado Livro dos Preceitos de Ouro, dos quais traduz três textos do Buddha Maitreya, publicos com o título A Voz do Silêncio. Além disso, como defende o estudioso da teosofia e do budismo David Reagle, em A Doutrina Secreta, traduz pela primeira vez em uma língua ocidental trechos do Mula kalachakra tantra, texto que, exceto o capítulo que trata das iniciações kalachakra, está fora de circulação.
Seriam os 5 Tratados de Maitreya e os 5 Capítulos do Kalachakra Tantra baseados nos 4 ou 5 livros de Pistis Sophia? Ou ainda nas principais escrituras Maniqueístas escritas de próprio punho por Mani? Não sabemos, mas a doutrina é exatamente a mesma! Até a ORGANIZAÇÃO dos 5 capítulos ou livros do Kalachakra Tantra é extremamente semelhante, senão IDÊNTICA à organização dos 5 Livros de Pitis Sophia!
No capítulo 5 do Kalachakra Tantra é apresentada justamente a doutrina Monista gnóstica, o Gnosticismo do Evangelho da Verdade e demais textos valentinianos! Esta doutrina é a base e fundamento do Pistis Sophia e é ensinada abertamente e claramente por Jesus. O Kalachakra Tantra é datado como sendo composto na metade do século 11 depois de Cristo. Sua doutrina Monista (Não-Dual) Gnóstica busca abarcar doutrinas de várias tradições: Védicas, Vaishnava, Shaiva, Purana, Upanishads, Jainismo e Budismo. É óbvio que o Kalachakra Tantra não foi ensinando por Buddha! Pelo menos não pelo Buddha que aparece nos textos do Canon Pali, do Theravada e dos sutras Mahayana.
O Kalachakra é exatamente a Doutrina Gnóstica de todos os Evangelhos Gnósticos reencontrados. É a doutrina dos Valentinianos e Barbelonitas citados por Ireneu. É a doutrina do Evangelho de Tomé, anterior a todos os outros Evangelhos. É a doutrina do Apócrifo de João, da Pistis Sophia, do Evangelho de Maria Madalena, do Evangelho dos Egípcios, do Evangelho de Filipe. É A DOUTRINA GNÓSTICA!
Se o Sutra de Lótus é baseado no primeiro livro de Pistis Sophia, quanto mais os textos tântricos seriam também traduções ou adaptações de textos gnósticos primitivos.
No capítulo 5 do Kalachakra Tantra é apresentada justamente a doutrina Monista gnóstica, o Gnosticismo do Evangelho da Verdade e demais textos valentinianos! Esta doutrina é a base e fundamento do Pistis Sophia e é ensinada abertamente e claramente por Jesus. O Kalachakra Tantra é datado como sendo composto na metade do século 11 depois de Cristo. Sua doutrina Monista (Não-Dual) Gnóstica busca abarcar doutrinas de várias tradições: Védicas, Vaishnava, Shaiva, Purana, Upanishads, Jainismo e Budismo. É óbvio que o Kalachakra Tantra não foi ensinando por Buddha! Pelo menos não pelo Buddha que aparece nos textos do Canon Pali, do Theravada e dos sutras Mahayana.
O Kalachakra é exatamente a Doutrina Gnóstica de todos os Evangelhos Gnósticos reencontrados. É a doutrina dos Valentinianos e Barbelonitas citados por Ireneu. É a doutrina do Evangelho de Tomé, anterior a todos os outros Evangelhos. É a doutrina do Apócrifo de João, da Pistis Sophia, do Evangelho de Maria Madalena, do Evangelho dos Egípcios, do Evangelho de Filipe. É A DOUTRINA GNÓSTICA!
Se o Sutra de Lótus é baseado no primeiro livro de Pistis Sophia, quanto mais os textos tântricos seriam também traduções ou adaptações de textos gnósticos primitivos.
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Agora vamos analisar a Filosofia Hindu. O texto abaixo foi retirado do site gnosis.org http://gnosis.org/library/valentinus/Valentinian_Monism.htm. Vamos ler com atenção e comentar o final desse texto:
Monismo Valentiniano
O valentinianismo é geralmente classificado como uma forma de gnosticismo. O termo "gnosticismo" foi cunhado no século XIX para descrever uma variedade de movimentos religiosos no mundo antigo que têm algumas características em comum.
Alguns consideram o "dualismo radical" uma característica de todas as formas de gnosticismo (Jonas, 1963). No entanto, essa generalização é simplesmente incorreta. Como Elaine Pagels aponta em seu livro The Gnostic Gospels, "o gnosticismo valentiniano ... difere essencialmente do dualismo" (Pagels, 1978). A descrição de sistemas gnósticos como o valentinismo como "dualista" também foi objeto de críticas extensas por Simon Petrement (1990). De fato, já se reconhece há algum tempo que "um elemento padrão na interpretação do valentinismo e formas semelhantes de gnosticismo é o reconhecimento de que elas são fundamentalmente monísticas" (Schoedel 1980, ver também Petrement 1984, Dawson 1992). Este artigo representa uma tentativa de caracterizar o monismo valentiniano.
A Enciclopédia de Filosofia de Routledge define o monismo como descrevendo "filosofias que sustentam que há apenas uma coisa e que muitos são aspectos dela, ou para uma maneira mais radical de pensar, simplesmente uma ilusão resultante de nossa percepção errada do Um". Como veremos, esta é uma descrição precisa do valentinismo.
Fontes valentinianas descrevem Deus como contendo todas as coisas dentro de si. Um valentiniano anônimo citado por Irineu afirma que "o Pai de todos contém todas as coisas, e que não há nada fora do Pleroma ..." (Irineu contra as heresias 2: 4: 2). Usando uma linguagem praticamente idêntica, outro autor argumenta que Deus "contém em si todas as coisas e não está contido" (Epístola Doutrinária citada em Epiphanius Panarion 31: 5: 3). Um contexto semelhante pode ser visto por Ptolomeu na descrição do Pai como "não contido" (Irineu Contra Heresias 1: 1: 1).
O próprio Valentinus descreve o relacionamento de Deus com todas as outras coisas usando linguagem semelhante. Ele diz que "a totalidade estava dentro dele - o inconcebível, incontido, que é superior a todo pensamento". (Evangelho da Verdade 17: 5-9) Em outros lugares, ele descreve Deus como "aquele que circunda todos os sentidos, enquanto nada o circunda. "(Evangelho da Verdade 22: 22-26) De acordo com a Exposição Valentiniana encontrada em Nag Hammadi, "ele possuía o Todo habitando dentro dele ... Ele abarcava o Todo, aquele que é mais alto que o Todo ". Outro autor argumenta que "no Unbegotten, todas as coisas existem simultaneamente" (refutação de Hipólito de todas as heresias). O Evangelho de Filipe argumenta que "Cristo tem cada um dentro dele, seja ser humano, anjo ou mistério" (Evangelho de Filipe 56: 14-15).
Essa terminologia é um argumento extremamente significativo a favor do monismo. Isso implica que existe uma única realidade, ou seja, Deus, que é "causa da geração de todas as coisas criadas" (fonte do Tratado de Valentinan citada na refutação de Hipólito). Todas as outras coisas estão dentro dele e continuam a fazer parte dele. Segundo o respeitado estudioso do gnosticismo Bentley Layton (1987), esse tipo de ensino implica um "modelo cosmológico ... fornecido pelo monismo panteísta estóico" no qual "tudo é delimitado por Deus e, finalmente, tudo é Deus". William Schoedel (1972, 1980) pesquisou o uso dessa linguagem topológica em fontes judaicas, cristãs e gnósticas. Ele argumenta que "tal teologia pressupõe uma cosmologia não dualista; pois não permite que o Deus que contém todas as coisas seja limitado por qualquer outra realidade" (Schoedel 1972).
Isso contrasta com a caracterização de Hans Jonas do ensino gnóstico sobre o relacionamento de Deus com o resto da realidade. Ele afirma que "para o reino divino da luz, independente e remoto, o cosmos se opõe ao reino das trevas" (Jonas, 1963). Como podemos ver, isso é impreciso no caso do valentinismo. O reino divino não é "independente e remoto". Pelo contrário, contém todas as coisas dentro de si, incluindo o cosmos.
Isso é explicitamente declarado pelos valentinianos que se opunham a Irineu: "Na plenitude, ou naquelas coisas que estão contidas pelo Pai, toda a criação que sabemos ter sido formada, foi feita pelo artesão ou pelos anjos. está contido pela grandeza inefável, como o centro está em um círculo ou como um ponto está em uma roupa. " (Irineu contra as heresias 2: 4: 2). Todas as coisas continuam a fazer parte de Deus, apesar da aparente separação dele.
O fato de termos surgido dentro do Pai não implica que estamos familiarizados com ele. Segundo Valentino, Deus é o principal responsável pela criação de todas as coisas "Foi ele quem criou a totalidade e a totalidade está nele" (Evangelho da Verdade 19: 8-9). Contudo, a "totalidade", ou seja, aquelas dentro do Pai "não estavam familiarizados com o Pai, pois era ele quem eles não viam" (Evangelho da Verdade 28: 32-29: 1). Sendo apenas uma pequena parte da realidade, eles são incapazes de percebê-la completamente por conta própria. Em vão, "a totalidade procurou aquele de quem havia emanado" (Evangelho da Verdade 17: 4-6). É uma espécie de paradoxo que estamos dentro de Deus, mas não o reconhecemos ou o conhecemos. Como diz Valentino: "Foi incrível que eles estivessem no Pai sem conhecê-lo e que somente eles pudessem emanar, na medida em que não pudessem perceber e reconhecer aquele em quem estavam" (Evangelho da Verdade 22). : 27-32).
Devido à nossa ignorância de Deus, podemos cair numa compreensão errônea ou falsa da realidade ("erro" ou "deficiência"). Segundo Valentino, "A ignorância do Pai causou agitação e medo. E a agitação ficou densa como a névoa, para que ninguém pudesse ver. Assim, o erro encontrou força" (Evangelho da Verdade 17: 9-20). Segundo os valentinianos, o universo material que percebemos é uma ilusão derivada de nossa ignorância do Pai. Isso é frequentemente expresso pelos valentinianos através da história de Sophia. Esse mito descreve a ignorância de Sophia sobre Deus e o sofrimento que resulta. É o sofrimento que resulta do seu erro que constitui o domínio material.
Fontes valentinianas ocasionalmente descrevem o reino material como "fora" da plenitude. Como observa Schoedel (1972), "Eles insistem que seu idioma local é relevante apenas epistemologicamente" e que isso não implica que o domínio material esteja fora do Pai. Em vez disso, eles alegaram que "o que há de fora e o que de dentro (o Pleroma é) em referência ao conhecimento e à ignorância, e não em relação à distância local" (Valentiniano anônimo citado em Irineu contra as heresias 2: 4: 2). O reino material é um produto da Plenitude e está dentro dela "como o centro está em um círculo, ou como um ponto está em uma roupa" (Irineu Contra Heresias 2: 4: 2). Como observa Schoedel (1980), os oponentes valentinianos de Irineu estavam dispostos a apresentar "uma interpretação resolutamente monística de sua teologia e a enfatizar o significado epistemológico da linguagem espacial de sua mitologia. Eles poderiam imaginar um reino de "vazio e sombra" dentro do Pai, presumivelmente, porque se sentiu epifenomenal à realidade do espírito.
Como assinala Layton (1987), o ensino valentiniano exemplificado pelo Evangelho da Verdade "é fortemente anti-materialista, até ilusionista, no que diz respeito à realidade das estruturas materiais". Valentino descreve o "reino da aparência" como um pesadelo como "quando alguém adormece e se encontra no meio de pesadelos" (Evangelho da Verdade 29: 8-10f). O autor do Tratado sobre a Ressurreição descreve da mesma forma o mundo material da seguinte forma: "De repente, os vivos estão morrendo - certamente eles não estão vivos neste mundo de aparições! - os ricos ficaram pobres, os governantes foram derrotados: todas as mudanças, o mundo é uma aparição "(Tratado de Ressurreição 48: 19-27). Irineu contra as heresias 2:14.
Em contraste com a realidade do Pai, "aquelas coisas que estão 'fora' da Plenitude não têm existência verdadeira ... Essas coisas são imagens daquelas que realmente existem". (Irineu contra as heresias 2: 14: 3). As coisas que percebemos no mundo físico são frequentemente descritas como "imagens" ou "sombras" do reino divino. (Exposição Valentiniana 36: 10-13, Irineu contra as heresias 1: 5: 1,2: 6: 3, etc.) Esta é uma referência à famosa parábola platônica que compara o mundo físico às sombras projetadas na parede traseira de um caverna. Deus é a única realidade. No entanto, nós, que ignoramos a verdadeira situação, confundimos as sombras com a realidade. Construímos uma falsa realidade ilusória para nós mesmos porque ignoramos o quadro geral.
Embora as coisas físicas sejam vistas como uma imagem do divino, os valentinianos acreditavam que só se pode ter uma compreensão incompleta de Deus, refletida no reino físico. O nome usado para descrever essa imagem imperfeita de Deus é o 'Artesão' (demiurgo). O Artesão é Deus entendido como o criador do reino material e como um legislador. No entanto, a tradição valentiniana deixa claro que essa é apenas uma imagem inferior do Deus verdadeiro. Segundo o professor Marcus, o Artesão "não pôde expressar sua (a divina) permanência e eternidade porque era um filho da deficiência" (Irineu Contra Heresias 1: 17: 2).
É devido à nossa ignorância da verdadeira natureza da realidade que acreditamos que as coisas podem ser separadas em opostos. Isso é discutido no evangelho de Filipe: "Luz e trevas, vida e morte, direita e esquerda são mutuamente dependentes; é impossível que se separem. Assim, os 'bons' não são bons, os 'maus' não são maus, 'vida' não é vida, 'morte' não é morte ". (Evangelho de Filipe 53: 14-23). As categorias consideradas opostas são, de fato, intimamente relacionadas e uma não pode ser entendida sem a outra. Isso é expresso no valentinianismo através da noção de Syzygy (par). O termo refere-se à ligação de qualidades complementares ("Aeons") para formar um estado de totalidade (pleroma). Este é o nível mais alto da realidade. As metades de uma syzygy são frequentemente chamadas de masculino e feminino. O macho corresponde à forma e a fêmea corresponde à substância. Não pode haver conceito de masculinidade sem feminilidade ou conceito de escuridão sem luz. Distinções dualísticas entre "corpo" e "mente", "alma" e "matéria" não têm sentido. Todas as coisas são finalmente uma.
Assim como a ilusão surgiu como resultado da ignorância, ela será dissolvida através do conhecimento (gnose). Com o conhecimento (gnose) de Deus, o mundo da multiplicidade desaparece. Como uma fonte anônima coloca: "Como a deficiência e o sofrimento tiveram sua origem na ignorância, todo o sistema originado na ignorância é dissolvido pelo conhecimento (gnose)" (Irineu Contra Heresias 1: 21: 4, cf. também Irineu Contra Heresias 2: 4 : 3) A ilusão da multiplicidade desaparece quando a pessoa conhece a verdadeira realidade. De acordo com Valentino, "Na medida em que a falta surgiu porque o Pai não era conhecido, a partir do momento em que o Pai é conhecido, a falta não existirá ... a falta desaparece na conclusão e, a partir desse momento, o reino da aparência não é mais manifesto, mas desaparece na harmonia da unidade ... É por conhecimento (gnose) que todos se purificam da multiplicidade para a unidade, consumindo matéria dentro de si como fogo "(Evangelho da Verdade 24:28 -25: 19 cf. também Tratado de Ressurreição 48: 38-49: 4, Fragmento Valentinus 4). O mundo material é uma ilusão que é dissolvida pelo conhecimento (gnose) de Deus.
Não apenas o reino da multiplicidade passa pelo conhecimento (gnose), como a distinção entre o eu e Deus. Conhecer Deus é ser Deus. De acordo com o Evangelho de Filipe, "As pessoas não podem ver nada no reino real a menos que se tornem ... se você viu o espírito, você se tornou o espírito; se você viu Cristo, você se tornou Cristo; se você tem visto o Pai, você se tornará o Pai"(Evangelho de Filipe 61: 20-32, cf. 67: 26-27). Representa uma restauração da syzygy, isto é, o restabelecimento do vínculo entre o eu e o divino.
Depois de entender essa realidade, sua percepção da multiplicidade desaparece. A dualidade desaparece, pois nunca esteve realmente lá em primeiro lugar. De acordo com o Evangelho de Filipe, "o mundo já se tornou o reino eterno (Aeon), pois para essa pessoa o reino eterno é a plenitude. Como tal, é manifestado apenas para ele ou ela, não oculto nas trevas e na noite, mas escondido em dia perfeito e luz sagrada "(Evangelho de Filipe) Implica que para a pessoa que tem gnose, não há mais distinção entre o mundo e o Pleroma. Através da gnose, podemos participar e experimentar o reino divino. Como resultado, "o Valentiniano e seu mundo foram completamente absorvidos pela plenitude ou totalidade divina" (Dawson 1992).
Todo o processo de emanação do Pai cai na ilusão. A restauração através da gnose ocorre dentro da Divindade. Como Dawson (1992) aponta, "os padrões e sequências da natureza e da história agora se desenvolvem simultaneamente na mente de Deus e na mente dos valentinianos". A recepção da gnose traz a dissolução do mundo para o indivíduo, de modo que "o apocalipse agora ocorre não na história, mas na mente ... em contraste com o desapontamento da história e sua divisão, luta, medo e mal, o Filho emanado traz a mensagem de que, apesar de todas as aparências em contrário, a realidade é boa ... "(Dawson 1992).
Vale a pena notar que o valentinianismo mostra um surpreendente grau de semelhança com outro sistema monístico, a escola de filosofia indiana Advaita Vedanta. Em Advaita, o mundo material é uma ilusão (maya) atribuída à ignorância (avidya) da verdadeira realidade. Através do conhecimento (jñana) da realidade última (brahman), o mundo da multiplicidade desaparece. A verdadeira redenção (moksha) é o conhecimento da verdadeira natureza da pessoa.
Isso levanta a possibilidade intrigante de algum tipo de conexão entre os dois. Havia alguma consciência do pensamento indiano no mundo romano antigo. No entanto, na época de Valentino, não havia uma declaração sistemática do pensamento de Advaita. É possível que Valentinus tenha entrado em contato com alguma forma de ensino inicial do Advaita Vedanta. A filosofia Advaita, tal como está agora, recebeu sua forma definitiva por Shankara no século VI ou VII. Existe também a possibilidade de ele ter sido influenciado pelo pensamento valentiniano. Os valentinianos são conhecidos por terem atuado no Oriente Médio no final do século VII. É possível que missionários ou refugiados valentinianos tenham ido para a Índia e entrado em contato com Shankara ou seus antecessores imediatos. No entanto, qualquer conexão entre os dois permanece puramente hipotética.
Referências
Dawson, David. 1992. Leitores alegóricos e revisão cultural na Alexandria antiga. Berkeley. University of California Press.
Jonas, Hans. 1963. A religião gnóstica: a mensagem do deus alienígena. Baliza. Boston.
Layton, Bentley. 1987. As Escrituras Gnósticas. Doubleday & Co. Garden City, Nova Iorque.
Pagels, Elaine. 1978. Os Evangelhos Gnósticos. Casa aleatória. Nova york.
Petrement, Simone. 1990. Um Deus separado: as origens cristãs do gnosticismo. Harper. São Francisco.
Schoedel, William. 1972. "Teologia topológica e algumas tendências monísticas no gnosticismo" em Ensaios na Biblioteca Nag Hammadi em homenagem a Alexander Bohlig, editado por Martin Krause. EJBrill. Leiden.
Schoedel, William. 1980. "Monismo gnóstico e o evangelho da verdade" na redescoberta do gnosticismo, Vol.1: A escola de Valentinus. editado por Bentley Layton. EJBrill. Leiden.
That All-Seeing Heart: Vedanta Basics Citado em 1 de março de 2000.
Conteúdo de autoria de David Brons
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A surpreendente semelhança do Advaita Vedanta com o gnosticismo Valentiniano não é surpresa para quem estuda essas relações a mais tempo.
Eu havia postado no blog muitas coisas sobre Vedanta mas retirei pois estou reformulando e irei postar de novo aos poucos. Mas o artigo do site acima explica tudo, não é preciso comentar sobre a Metafísica do Adavaita Vedanta.
O que é interessante é que apesar do Vedanta ser antigo e ele ser bem gnóstico, não há no Gnosticismo algo com tal identidade e semelhança como acontece com Valentinianismo e Advaita Vedanta. Talvez porque Valentim e seus discípulos deixaram muito claro a sua doutrina, enquanto os demais gnósticos camuflavam demais como algo bastante esotérico, talvez para afastar pessoas indignas e atrair somente os mais interessados e esforçados, como antigos cultos de Mistério muitas vezes faziam.
A questão aqui é que não há como provar que Shankara bebeu do gnosticismo de Valentim. O que temos são indícios. Mas esses indícios são fortes demais para negar uma influência direta. Pois se o gnosticismo clássico teve influência direta no longínquo Japão por meio de um monge budista do sul da Índia, Nagarjuna, por quê o gnosticismo não seria também a origem desse sistema tão tardio da filosofia hindu?
A maioria absoluta dos estudiosos coloca Shankara como vivendo no início do século VIII, ou seja, dos anos 700 depois de Cristo em diante. Já falamos aqui no blog sobre as Upanishads na postagem https://gnosedesi.blogspot.com/2017/10/como-deve-ser-mentalidade-de-um-gnostico.html. A maioria absoluta delas datam de após o período de oficialização do Budismo, séculos antes de Cristo, até o século 15 da presente era. No entanto continuaram sendo escritas até a Era Moderna.
A concepção filosófica Advaita não aparece no hinduísmo antes de Shankara. Ele é quem formula e conceitua. Mas ela aparece totalmente explicada e delimitada bem antes, no século 2 por Valentim e seus discípulos em Roma e em Alexandria! Como pode isso? Coincidência? Acho que não. Com a oficialização da versão Católica do cristianismo, o Império Romano passou a perseguir violentamente os gnósticos que se refugiaram em massa no Oriente Médio e passaram a fazer proselitismo no Oriente, na Índia. A mesma coisa aconteceu com os católicos Nestorianos: perseguidos e exilados, foram fazer proselitismo na China e só sumiram de lá com a perseguição Chinesa na idade média que acabou com o Nestorianismo chinês.
Os hindus podem muito bem ter seduzido os Gnósticos, pois estavam tentando fazer isso já com o Budismo há séculos. Sincretizando e se esforçando em encaixar a maior parte da doutrina budista na tradição Védica sem cair em contradição, conseguiram converter de volta muitos budistas para o hinduísmo. Os gnósticos, não apegados pela aparência exterior da religião, podem muito bem ter adotado o hinduísmo ou criado uma denominação ou ramo Hindu legitimamente védico através do sincretismo religioso, amplamente apoiado pelo hinduísmo até hoje. Algumas seitas hindus legítimas adotam Buddha e Jesus como Avatares divinos e encaixam suas doutrinas nos Vedas, isso é bastante comum na Índia. Porque não com os gnósticos?
Bom , parece que foi exatamente isso que Shankara fez: adotou os Gnósticos no hinduísmo, não só os valentinianos, chamando a gnose valentiniana de Advaita Vedanta, mas os Maniqueístas também. Shankara assimilou o sistema da Pêntada Gnóstica, os 5 Aeons mais elevados que representam aspectos de Deus e o encaixou no Hinduísmo como uma prática devocional com ritual e tudo, uma Puja inclusive. É a prática do Panchayatana Puja. Esse tipo de culto ou adoração foca na veneração de 5 deuses de uma vez num único ritual, em que cada um representa um aspecto divino. Shankara a popularizou na índia medieval mas há indícios de que ela já existia e remonta aos fins do Império Kushana, nos anos 300 depois de Cristo, justamente na época de maior atividade missionária Maniqueísta na índia e, justamente, no Império Kushana, local de intenso proselitismo gnóstico e Maniqueísta. Esse tipo de puja simplesmente não existe na tradição védica, mas, como sabemos, é a base da adoração Gnóstica. É óbvio que a Panchayatana Puja é gnóstica e maniqueísta e foi estabelecida no hinduísmo por Shankara, que adotou o Gnosticismo Valentiniano o denominando Advaita Vedanta.
Mas por quê Shankara insistiu tanto em assimilar o Gnosticismo na tradição védica? Eu acho que é pela disputa com os budistas. Shankara viveu numa época de reavivamento Hindu contra as doutrinas budistas e se empenhou em debates e refutações contra o Budismo. Ao perceber que os gnósticos acreditavam na Alma Divina dentro dos Homens (Atman, o Eu Superior), ao contrário do budismo que nega o Atman, Shankara deve ter visto uma ótima oportunidade de reduzir as forças budistas trazendo para o hinduísmo os budistas esotéricos e demais gnósticos da Índia, enfraquecendo assim ainda mais as forças budistas. Basta lembrar que Shankara foi um reformador social e religioso imbuído da missão de trazer os indianos de volta para a Tradição Védica e combater o Budismo. Ele inclusive é lembrado hoje na Índia por ter "derrotado definitivamente o Budismo". Acontece que ele precisou do Gnosticismo para isto. O budismo já estava perdendo para a Gnose e o Hinduísmo antes de Shankara, mas com Shankara a derrota foi realmente consumada. Os argumentos budistas não conseguem vencer o Advaita Vedanta, o Gnosticismo. Mas esse budismo que foi refutado é apenas o exotérico. Como Blavatsky provou nas suas traduções de pequenas partes dos Tantras Tibetanos, essa mesma doutrina Gnóstica da Não-Dualidade é dogma central do Budismo Esotérico mais secreto do Tibet, uma verdade que deve ser encarnada pelo Adepto, o Iniciado pelos Monges e Lamas mais capacitados. Essa doutrina do Atman, da Alma Superior nos Homens, o Cristo Interno dos Gnósticos, está nos Tantras Tibetanos!
Mas por quê Shankara insistiu tanto em assimilar o Gnosticismo na tradição védica? Eu acho que é pela disputa com os budistas. Shankara viveu numa época de reavivamento Hindu contra as doutrinas budistas e se empenhou em debates e refutações contra o Budismo. Ao perceber que os gnósticos acreditavam na Alma Divina dentro dos Homens (Atman, o Eu Superior), ao contrário do budismo que nega o Atman, Shankara deve ter visto uma ótima oportunidade de reduzir as forças budistas trazendo para o hinduísmo os budistas esotéricos e demais gnósticos da Índia, enfraquecendo assim ainda mais as forças budistas. Basta lembrar que Shankara foi um reformador social e religioso imbuído da missão de trazer os indianos de volta para a Tradição Védica e combater o Budismo. Ele inclusive é lembrado hoje na Índia por ter "derrotado definitivamente o Budismo". Acontece que ele precisou do Gnosticismo para isto. O budismo já estava perdendo para a Gnose e o Hinduísmo antes de Shankara, mas com Shankara a derrota foi realmente consumada. Os argumentos budistas não conseguem vencer o Advaita Vedanta, o Gnosticismo. Mas esse budismo que foi refutado é apenas o exotérico. Como Blavatsky provou nas suas traduções de pequenas partes dos Tantras Tibetanos, essa mesma doutrina Gnóstica da Não-Dualidade é dogma central do Budismo Esotérico mais secreto do Tibet, uma verdade que deve ser encarnada pelo Adepto, o Iniciado pelos Monges e Lamas mais capacitados. Essa doutrina do Atman, da Alma Superior nos Homens, o Cristo Interno dos Gnósticos, está nos Tantras Tibetanos!
Eu acho que isso foi muito bom para os gnósticos, pois assim foram aceitos pela sociedade hindu como verdadeiros hindus com todos os direitos, sem precisar renegar sua Fé. Apenas mudaram os nomes de seus deuses e entidades. Fugiram da perseguição católica, zoroastriana e islâmica e ainda divulgaram no mundo inteiro a mais elevada Metafísica da Terra, que foram eles que criaram. E ainda continuaram praticando as mais esotéricas doutrinas gnósticas sem sofrer qualquer tipo de censura, pois elas continuaram sendo ensinadas de geração em geração até hoje com o nome de Tantra na Índia e no Tibet.
Os Valentinianos foram uma Igreja funada por Valentim, que teve contato com o Gnosticismo Clássico no Egito e fez mudanças no sistema mitológico, criando uma doutrina própria. Valentim era presbítero proto-católico e sua igreja tinha como característica ser um apêndice para os cristãos mais espirituais e evoluídos. Ou seja, os valentinianos frequentavam a igreja proto-católica mas tinham sua própria igreja onde realizam ritos e estudos A MAIS do que o proto-catolicismo. Tinham seus próprios ritos iniciáticos de origem bíblica. Sua Escritura era a mesma das igrejas proto-católicas e eles viviam exatamente como os cristãos proto-católicos. No entanto, tinham outras Escrituras próprias, esotéricas, que são justamente as Escrituras Valentinianas, algumas das quais sobreviveram na Biblioteca de Nag Hammadi. A principal e fundamental era o Evangelho da Verdade, também chamado Evangelho de Valentim pois foi escrito por ele
Os valentinianos, diferente dos outros gnósticos, não rejeitavam os proto-católicos como filhos das trevas mas percebiam que eles eram inferiores e precisavam de ajuda para adquirir maior conhecimento e, por isso, chamavam as pessoas proto-católicas comuns para seus grupos de estudo e rituais separados, que incluíam ritos iniciáticos e técnicas de meditação e teurgia que Ireneu erroneamente chamou de "magias" e "hipnoses". Isso irritava muito Ireneu porque os Valentinianos se "escondiam" na seita proto-católica. A Igreja Valentiniana era idêntica à proto-católica, eles praticavam os mesmos sacramentos como batismo, eucaristia, ação de graças, os ritos mais básicos e comuns de toda cristandade, e suas igrejas não tinham uma aparência "pagã" - pelo contrário, por ser exatamente igual ás igrejas proto-católicas, sem imagens e simbolismos não-cristãos, os Valentinianos deixavam Ireneu preocupado pois qualquer um ao seu lado poderia ser um valentiniano escondido. E o que irritava ainda mais era a extrema eloquência de Valentim. Valentim foi um gênio e o maior teólogo da humanidade. Simplesmente ele é o maior Metafísico da História e talvez o melhor e maior teólogo cristão. O misticismo Valentiniano é o ápice da Metafísica e da Filosofia, não há nada maior. O Evangelho da Verdade é belíssimo e espanta ainda hoje os historiadores pela beleza e maravilhosidade do texto que emociona e eleva a Alma a outros níveis de consciência, ao mesmo tempo. Parece que Valentim está falando no nosso coração através desse texto. O Valentinismo floresceu numa gigantesca Escola Internacional de Filosofia e Religião, que era de fato uma religião bem definida. Eles foram os mais cristãos de todo o cristianismo primitivo, os mais filosóficos, os mais inteligentes, os mais eloquentes e os mais místicos. Eles não foram os primeiros intelectuais cristãos, que tiveram Basílides e os Barbelonitas platonizantes como antecessores, mas foram melhores que eles e que todos os posteriores. Nos séculos 2 e 3 eles permaneceram dentro da igreja proto-católica, e foram os principais rivais da igreja proto-católica. Mas depois disso, no século 4, foram caçados, perseguidos e exilados e tiveram de se separar definitivamente da Igreja do Imperador Constantino.
O catolicismo nascente perdeu a sua alma e se transformou numa religião de morte. A Idade das Trevas começava. Parece que os valentinianos encontraram na Índia uma nova esperança. Obrigado Índia querida, por ter aceitado nossos irmãos Valentinianos e demais gnósticos! Que Deus sempre proteja o povo de Brahman de todos os seus inimigos!
CONCLUSÃO:
Pessoal, não tem jeito: Tantra é gnosticismo PURO, basta ler os Tantras com os Evangelhos Gnósticos ao lado, é a mesma, EXATAMENTE A MESMA COISA, A MESMA DOUTRINA.
Quando pessoas elogiam enormemente Shankara e atacam o Gnosticismo, olha, nós só podemos rir da ignorância total. Blavatsky pode ter errado, e muito, sobre Maniqueísmo e Budismo, mas ela nunca atacou os gnósticos. Pelo contrário, sempre disse que o Gnosticismo era o cristianismo original e verdadeiro e, quando duvidaram da validade de Pistis Sophia, ela comentou o texto provando ser a doutrina verdadeira de Cristo escondida pelos falsificadores do Novo Testamento e da Bíblia.
Mas agora vamos analisar um trecho de entrevista de Olavo de Carvalho, para concluir:
Recebi ainda o impacto decisivo da doutrina vedantina, da qual tomei conhecimento por Swami Dayananda Sarasvati, diretor da Academia de Estudos Védicos de Bombaim, que eu e alguns companheiros trouxemos ao Brasil para dar conferências e se tornou um grande amigo do nosso país. Ele me pôs na direção certa em que devem ser lidas as obras de Shankaracharya, provavelmente o mais alto espírito metafísico que já habitou este mundo. - http://olavodecarvalho.org/entrevista-de-olavo-de-carvalho-ao-embaixador-caius-traian-dragomir/ .Hum, que interessante. Mas acho que devemos corrigir essa fala. Ficaria CORRETO assim:
Ele me pôs na direção certa em que devem ser lidas as obras de Valentim e do Gnosticismo encontradas em Nag Hammadi, provavelmente o mais alto espírito metafísico que já habitou este mundo
Pronto, agora sim está certo. Se ele leu Shankara, que copiou, deveria ler o original, Valentim e os Gnósticos do século 2, que criaram.
Eu já havia dito essas coisas que estão nos Evangelhos Gnósticos de Nag Hamaddi e outras fontes em outras postagens como essas:
Não se preocupem, eu vou postar no Drive o PDF do Evangelho da Verdade, escrito por Valentim, e farei uma postagem comentando o texto! Será coincidência que a maior e mais elevada Metafísica do mundo esteja explicada num texto que se autodenomina Boa Notícia da Verdade?





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