quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Mitraísmo e Budismo Mahayana: Maitreya, Cristo Cósmico, Grecobudismo e Zoroastrismo

ARTE RELIGIOSA CONTEMPORÂNEA REPRESENTANDO CRISTO COMO MAITREYA


Já falamos sobre Mitra, esse antiquíssimo personagem mitológico proto-indo-europeu e o plágio que os cristãos fizeram de grande parte de sua mitologia para assimilar na figura de Jesus:

https://gnosedesi.blogspot.com.br/2016/06/as-influencias-da-religiao-pre.html

Maitreya ou simplesmente Mitra foi uma divindade proto-indo-européia que continuou (e continua) existindo nas religiões indo-européias Zoroastrismo e Hinduísmo. Aparece nas Escrituras hindus no Rig Veda e, nas Escrituras Zoroastrianas, no Avesta. Também aparece em Escrituras Maniqueístas.

Considerado o Mediador, é interpretado como um aspecto da Divindade que se manifesta para ligar ou religar os homens a Deus, ou ainda manter o mundo ligado ao Divino.

Posteriormente, foi associado a uma outra mitologia, a do Saoshyant. Os Saoshyants são uma série de Salvadores-Messias prometidos por Zoroastro e pelos sacerdotes zoroastrianos, que viriam para salvar a humanidade de catástrofes provocadas pelo Mal, sendo portanto enviados pelo Deus do Bem, Ahura Mazda. Essa característica de Messias Recorrente foi sincretizada no Hinduísmo sob a figura dos Avatares de Vishnu, seres evoluídos enviados por Deus sempre que o mundo está decadente ou a civilização prestes a cair na barbárie, para reensinar as Verdades Espirituais, os Valores e as Virtudes.

No Budismo Mahaiana, as mitologias de Mitra (proto-indo-europeu) e dos Saoshyants (zoroastriano) ou Avataras (hindu) foram sincretizadas na mitologia do Buddha Maitreya. O budismo Mahayana surge no seio dos Reinos GRECO-BUDISTAS no noroeste da antiga índia, onde hoje seriam Afeganistão, Paquistão e as regiões indianas da Caxemira. 

Uma espécie de pré-gnosticismo greco-budista-hindu-zoroastriano surge com o intenso sincretismo entre a religião e filosofia Grega e o Budismo Theravada, dando origem ao Budismo Mahayana: Buda, que antes era apenas um estado mental, passa a ser visto como uma Ideia Platônica Encarnada que pode ser alcançável e, mais, uma ideia quase Divina. A veneração aos deuses gregos, que são personificações das Ideias e Virtudes, foi transformada na Veneração dos Bodisatvas (santos budistas) e Budas, coisa que não existe no Budismo Theravada. Nesse caldeirão religioso está o Zoroastrismo persa, fortemente presente no Afeganistão desse período. As mitologias do Messias (Saoshyant) zoroastriano rapidamente se sincretizam com a Ideia Grega do Buddha, e depois de alguns séculos surge um novo tipo de Buda, o Buddha Maitreya. 



ESCULTURA DO BUDDHA MAITREYA, ENCONTRADA NA ROTA DA SEDA DO PAQUISTÃO, DATADA DO SÉCULO II  DEPOIS DE CRISTO. É PERCEPTÍVEL QUE ELE APRESENTA TRAÇOS BEM MAIS PERSAS E CAUCASIANOS DO QUE INDIANOS OU CHINESES, AO CONTRÁRIO DE OUTRAS IMAGENS DE BUDDHA DO MESMO PERÍODO OU ANTES. MAIS UM INDÍCIO DA INFLUÊNCIA DOS MITOS ZOROASTRIANOS SOBRE O BUDISMO.


O que é um Boddisatva ou Bodhisattva? Bodisatva é um ser que está caminhando para se tornar Buda mas que, por compaixão pelos outros, atrasa a própria Iluminação para poder pregar e ensinar a doutrina Budista e ajudar os seres a se iluminarem, retornando para o mundo e a vida social para ajudar a todos. Esse conceito novo surgiu porque o budismo Theravada prega uma busca por Iluminação individual, ou seja, os monges devem ficar solitários nos mosteiros meditando e estudando os Sutras (Escrituras) sozinhos. Isso fez com que eles se afastassem do povo, que não mais entendia a linguagem complexa e difícil dos textos theravadas. E mais, no entendimento Theravada, somente os monges podem alcançar a Perfeita Espiritualidade, aos leigos devendo reencarnar como monges. Então o Budismo Mahayana surge como uma reação popular contra a separação cada vez maior entre monges e leigos, dando aos leigos as mesmas oportunidades de Iluminação que os monges. Ora, o conceito de Boddisatva se assemelha com o conceito de Avatara, Saoshyant ou Messias, ou seja, um Ser que abandona os Reinos Superiores para descer a terra e salvar os ignorantes por pura compaixão. Essa parece ser a missão de Jesus Cristo.

Os reinos greco-budistas surgem no século II antes de Cristo. Mas no século III depois de Cristo surge um novo ramo do cristianismo, o Maniqueísmo, criado pelo Profeta Mani na Babilônia que estava na época sob o domínio do Império Persa. Fortemente influenciado pelo Zoroastrismo, o Maniqueísmo também aceita Buddha como um Mensageiro Divino. O próprio Mani o diz em seu Evangelho. Sabe-se pela história que o Maniqueísmo exerceu forte influência cultural na China, no Tibet e nos povos turcos da ásia central, regiões que também vivenciaram forte proselitismo budista. E Mitra consta nas Escrituras Maniquéias como um ser Divino digno de toda adoração, como um aspecto do próprio divino. Sabe-se também que o Maniqueísmo de fato estava (e ainda está) presente no Tibet e na China e, com as perseguições, se disfarçou de escolas do budismo. 

Buddha Moni (o Buda da Luz Infinita) é venerado até hoje no Tibet e na China, e os estudiosos ocidentais lendo os sutras a respeito de Moni descobriram que ele é Mani, o cristão fundador do Maniqueísmo, e não um bodisatva chinês como se pode pensar ao ver suas imagens tão asiáticas. Assim, não se sabe ao certo quem foi o responsável pela adoção por parte de budistas da mitologia de Mitra, se foram os zoroastrianos ou os gnósticos maniqueístas que levaram essa mitologia para o oriente. Como o Buddha Maitreya surge no seio dos reinos greco-budistas da Báctria-Afeganistão-Paquistão-Kashemira, e, como veremos posteriormente, o Império Kushana foi criado por uma dinastia e povo iranianos que sincretizaram uma forma regredida de Zoroastrismo para o politeísmo com deuses gregos, hindus e bodisatvas budistas, é provável que foram esses Reis sincretistas zoroastrianos que promoveram essa assimilação. Mas em relação ao Tibet e, principalmente, à China, é mais provável que as mitologias do Buddha Maitreya podem ter sido levadas para esses locais pelos cristãos maniqueístas.

Ainda hoje existe na China o Monijiao, um ramo do budismo chinês que é focado na veneração do Buddha Moni, que nada mais é do que o Profeta Cristão Mani, fundador do Maniqueísmo, uma vertente do Gnosticismo Cristão. Os Sutras budistas do Monijiao não passam de transliteração de escrituras gnósticas cristãs maniqueístas para o chinês.

Para maiores informações, existe um site em inglês com as doutrinas, escrituras e história do budismo Monijiao: http://monijiao.org/

No Tibet, o Maniqueísmo deixou fortíssimas influências no desenvolvimento do Vajrayana. Antes da chegada do Budismo Indiano no Tibet no século 8, o Maniqueísmo já havia chegado antes e, sincretizado com o budismo Mahayana e o xamanismo Bon, encrustou no Tibet vários conceitos gnósticos que podem ser vistos em Evangelhos Gnósticos como o conceito de Dzogchen que é o Pré-Conhecimento ou PRONOIA dos evangelhos gnósticos, os Cincos Elementos Luminosos que são os Cinco Budas da Meditação no budismo tibetano e os Quatro Seres Luminosos que brotaram do Autógenes (Cristo) do Evangelho Apócrifo de João. Essas Cinco Luzes também existem no Evangelho de Mani. No Apócrifo de João as Cinco Luzes são Cristo (Autógeno), Armozel, Oriel, Daveithai e Eleleth. No Budismo Tibetano, esses Cinco Aeons gnósticos são Vairocana, Amoghasiddhi, Amithaba, Ratnasambhava e Akshobhya. Também o Monoteísmo é visto em escolas do Budismo Tibetano (Vajrayana) graças ao gnosticismo maniqueu: Zurvan, o Único e Verdadeiro Deus foi assimilado pelos tibetanos como o KUNTUZANGPO, o Todo-Bom, o Único. 

Não só no Tibet, o maniqueísmo chegou no budismo chinês e japonês através de missionários sogdianos, que levaram à China conceitos gnóstico-maniqueístas como a Terra Pura, que é o Paraíso Cristão-Zoroastriano-Maniqueísta.

O Cristo Cósmico, ou Buddha Cósmico, ou Maitreya, é o Verbo de Deus no estágio não-encarnado, também chamado Adhi-Buddha. Quando se encarna, ele se torna um Avatara, Cristo Telúrico ou Nirmanakaya, manifestação corporal (encarnação) do Verbo de Deus e Único Buddha, ou Adhi-Buddha, o Buda Cósmico, Cristo Cósmico, a Verdade. 

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O BUDISMO MAHAYANA
A ascensão do Budismo Mahayana a partir do século I a.C. está relacionada com as complexas mudanças políticas ocorridas no noroeste da Índia. Os reinos indo-gregos foram gradualmente aniquilados e a cultura destes absorvida pelos Citas e mais tarde pelos Yuezhi, fundadores do Império Kushana (12 a.C.).
Os Kushanas apoiaram o Budismo e um quarto concílio budista seria mesmo convocado pelo imperador Kanishka por volta do ano 100 a.C. em Jalandhar ou em Caxemira. Esta concílio está associado à emergência do Budismo Mahayana e à separação deste da tradição Theravada, que não reconhece a validade do concílio, o qual denomina como "concílio dos monges heréticos".
Kanishka teria juntado quinhentos monges em Caxemira, liderados por Vasumitra, para editar o Tripitaka.
Esta nova forma de Budismo caracterizava-se por tratar o Buda quase como um deus e pela ideia de que todos os seres possuem uma natureza de Buda e portanto podem alcançar a Iluminação, ao contrário do Theravada que ensina que somente os monges podem alcançar a perfeita espiritualidade.
A partir de então e no período de alguns séculos, o Budismo Mahayana floresceu e espalhou-se a este, da Índia ao sudeste asiático e em direcção à Ásia Central, China, Coreia e Japão (em 538).

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ESCULTURA DE BUDA EM GANDARA, NORTE DO ATUAL PAQUISTÃO E LESTE DO AFEGANISTÃO, DATADA DO SÉCULO II D.C. NOTE QUE HÉRCULES ESTÁ DO LADO ESQUERDO DE BUDA, O ABENÇOANDO! ESSA É UMA DAS TÍPICAS ARTES GRECO-BUDISTAS QUE FLORESCERAM EM GANDARA. AS PRIMEIRAS REPRESENTAÇÕES DO BUDDHA SÃO GREGAS E SURGEM EM GANDARA.

GANDARA FOI UM ANTIGO REINO INDIANO NO NORTE DO PAQUISTÃO E LESTE DO AFEGANISTÃO ATUAIS. ERA UM REINO INDIANO INDEPENDENTE ATÉ SER CONQUISTADO POR ALEXANDRE O GRANDE. POSTERIORMENTE, OS REIS GRECO-BACTRIANOS ATACARAM E ABSORVERAM A REGIÃO. GANDARA ERA O CENTRO DO ZOROASTRISMO BACTRIANO, ALÉM DE SER UM REINO HINDU QUE RAPIDAMENTE PASSOU POR FORTE PROSELITISMO BUDISTA. NAS MÃOS DE REIS GREGOS, PASSOU POR UM SINCRETISMO ENTRE CULTURA GREGA E AS CULTURAS ORIENTAIS. OS GREGOS PERDERAM O PODER NO SÉCULO I D.C. PARA DINASTIAS INDO-PARTAS PARA SEMPRE, MAS A ARTE GRECO-BUDISTA CONTINUOU SENDO PROMOVIDA PELOS GOVERNANTES SEGUINTES E SÓ FOI ABOLIDA COM OS ATAQUES ISLÂMICOS QUE DESTRUÍRAM O BUDISMO E O ZOROASTRISMO DE GANDARA.


O Greco-Budismo e o xurdimento da Mahayana

O contexto xeográfico, cultural e histórico do Budismo Mahayana ao longo do século I a.C, no Noroeste da India, apunta a intensas influencias multiculturais. Cando xurdiu, a Mahayana recibiu "influencias dos cultos populares hindús (bhakti), e as teoloxías persa e grecorromana que se infiltraran na India polo Noroeste".

Influencias conceptuais

Mahayana é unha fe integradora caracterizada pola adopción de novos textos, a engadir ao tradicional canon Pali, e cambios na comprensión do Budismo. Va máis alá do tradicional ideal Theravada da liberación do sufrimento (dukkha) e a iluminación persoal dos arhats, para elevar a Buda a un status semellante a un Deus, creando un panteón case divino de Bodhisattvas, devotos eles mesmos da excelencia persoal, o coñecemento último e a salvación da humanidade. Estes conceptos, xunto co sutil sistema filosófico da fe Mahayana, puideran ter sido influídos pola interrelación entre os pensamentos grego e budista.


COMENTÁRIO: O Budismo Mahayana, assim, possui fortes características gnósticas, ao contrário do budismo Theravada onde essas semelhanças são bem atenuadas.

Buda como un home-deus idealizado

O Buda foi elevado á categoría de home-deus, semideus, representado nunha forma humana idealizada: "O Buda, o home-deus, é de moitas maneiras máis como un deus grego que calquera outra divindade oriental, non tanto polo ciclo narrativo da súa historia e a aparencia da súa figura erguida senón sobre todo pola súa humanidade".
A comprensión supramundana do Buda e os Bodhisattvas puido ser consecuencia da tendencia grega a deificar os seus gobernantes no comezo do reino de Alexandre. "O concepto de deus-rei traído por Alexandre (...) puido alimentar o desenvolvemento do concepto de bodhisattva, que arrodea a retratística de Buda na arte de Gandhara co rostro do deus solar Apolo.

O Bodhisattva como un ideal universal de excelencia.

Lamotte (1954) de maneira controvertida suxire (opónselle Conze (1973) e outros) que a influencia grega estivo presente na definición do ideal Bodhisattva nos textos literarios Mahayana máis antigos, como a "Perfección da Sabedoría" ou prajnapāramitā, desenvolvidos entre o século I a.C. e o século I d.C. Estes textos redefinen, en particular, o Budismo en torno ao ideal universal Bodhisattva, e as súas seis virtudes centrais: xenerosidade, moralidade, paciencia, esforzo, meditación, e primeiramente e sobre todas, a sabedoría.

COMENTÁRIO: A PrajnaParamita é o conceito mais importante do Budismo Mahayana. Prajna é SABEDORIA, isto é, Sophia. Paramita é PERFEIÇÃO ou ALCANÇAR A OUTRA MARGEM. Prajnaparamita significa assim PERFEIÇÃO DA SABEDORIA. Esse conceito original Mahayana surge no seio do greco-budismo. Segundo os ensinamentos dos Sutras Mahayanas do período, o bodisatva, que está no caminho para alcançar a Iluminação, deve ENCARNAR a Sabedoria, ser ele mesmo uma manifestação da Sabedoria Perfeita, do contrário ficará preso na ignorância. Esse foco na busca da Sabedoria, capaz de fazer entender a si mesmo e se tornar mais compassivo e misericordioso com todos os seres, percebendo o Vazio de todas as coisas através do autoconhecimento é fortemente influenciado pela filosofia grega. A PrajnaParamita tem fortes similitudes com o conceito de Pistis Sophia dos cristãos. A PrajnaParamita é muito importante no Budismo Tibetano (um ramo do Mahayana) e aparece em todos os ramos do Mahayana, inclusive no Zen onde é muito estudada. Um dos textos Mahayanas mais importantes e famosos é o Sutra da Perfeição da Sabedoria (Prajnaparamita Hridaya Sutra, ou Sutra do Coração).


Influencias filosóficas

A estreita asociación entre o grego e o Budismo probabelmente tamén levou a intercambios no plano filosófico. Moitos das teorías da Mahayana máis antigas sobre a realidade e o coñecemento poden ser ligadas as escolas de pensamento filosófico de Grecia. O Budismo Mahayana ten sido descrito como a "forma de Budismo que (sen reparar como chegou a 'hinduizarse' nas súas formas tardías) que semella orixinarse nas comunidades greco-budistas da India, a través do choque entre a tradición grega de Demócrito, a Sofística e o escepticismo, cos rudimentarios elementos de empírica informal e escéptica xa presentes no Budismo temperán.
  • No Prajnaparamita, o rexeitamento da realidade do fenómenos pasaxeiros como "baleiros, falsos e fugaces" pode estar fundada no Pirronismo grego. A Sutra do Corazón, a máis famosa, di: "Non hai forma, nin sentimento, nin percepción, nin impulso, nin conciencia, nin ollo, nin orella, nin nariz, nin lingua, nin corpo, nin mente, nin forma, nin son, nin cheiro, nin gusto, nin tacto, ningún obxecto mental...". Compre notar que existen textos gregos que nos falan nun ton similar, como por exemplo o seguinte (posibelmente pirronístico) que é glosado polo comentador de Platón, Teeteto: "Ningunha forma, ningunha palabra, nin obxecto con gusto ou cheiro ou tacto, nin calquera obxecto de percepción, ten ningún carácter distintivo".
  • A percepción da realidade última foi, para os cínicos como para os mestres Madyamikas e Zen despois de eles, só accesíbel a través de aproximacións non-conceptuais e non-verbais (grego "Phronesis", o mesmo Platón usou o termo para "coñecemento sen hipóteses), que somente permiten desembarazarse de concepcións ordinarias.
  • A actitude mental de perspectiva ecuánime e desapaixonada fronte os acontecementos, foi tamén característica dos cínicos e estoicos, que a denominaban "Apatheia" (apatía) "A ética de ambas dúas ramas, ética e metafísica, da tradición grega inclúe o apartamento das crenzas apaixonadas e o desenvolvemento da ecuanimidade". "Os sabios cínicos, como os monxes budistas, renuncian ao lar e as posesións polas rúas como vagabundos e o templo como mendicantes. Os conceptos estreitamente relacionados de apatheia (non-reacción, non-implicación) e adiaphoria (non-diferenciación) tórnanse medulares na disciplina cínica).
  • dialéctica de Nagarjuna desenvolvida na Madhyamika pode ser paralela da tradición dialéctica grega ."A obra de Nagarjuna posúe o padrón íntegro da dialéctica grega, co seu complexo e extenso sistema de argumentos, que se desenvolveu en Grecia ao longo dun período de varios séculos; porén xurdiu de repente, sen evidencias de estadios no seu desenvolvemento, da súa propia tradición".


COMENTÁRIO: Já falamos sobre a influência dos gimnosofistas (yogis) sobre a filosofia grega nessa postagem aqui: http://gnosedesi.blogspot.com/2014/11/raizes-orientais-do-ceticismo-de-pirro.html. Assim, na interação entre gregos e os povos que habitavam o que hoje é Afeganistão, Paquistão e noroeste da Índia, o que houve foram influências mútuas: se por um lado os gregos aprenderam Yoga e criaram com esse conhecimento a filosofia do Ceticismo e influenciaram o desenvolvimento das demais filosofias helenísticas, por outro lado os budistas apenderam dos gregos a arte da dialética e a Teoria das Ideias platônicas.

E mais, se por um lado muitos dos deuses gregos foram elevados a Bodisatvas, por outro várias personalidades budistas como monges e eremitas foram elevados a condição de semi-deuses e venerados como os gregos veneravam a seus deuses, através de imagens sagradas, esculturas e com uma teologia que os enxerga como seres humanos que se divinizaram e merecem ser venerados como tais, praticamente deuses. É a chamada DEVOÇÃO ou Bhakti.



ESCULTURA DE AVALOKITESHVARA, SÉCULO I D.C., ORIGINÁRIA DE GANDHARA (ATUAL AFEGANISTÃO)

CONTINUANDO O COMENTÁRIO: Outro exemplo de influência fortemente grega no surgimento do Budismo Mahayana é o Boddisatva Avalokiteshvara, que é uma imagem representativa da Ideia de Compaixão. Avalokiteshvara é a personificação da Compaixão que os Budas sentem por todos os seres. Isso é claramente grego e egípcio, pois os deuses gregos são, em sua grande parte, personificações de ideias abstratas e conceitos importantes. Não existe no Budismo Theravada a veneração de bodisatvas ou de "budas" que representem ideias abstratas, isso é obviamente fruto do sincretismo greco-budista em Ghandara. Pode ser que algum estudante, monge ou eremita budista tenha se desenvolvido e iluminado vários ao seu redor e tenha dado origem a essa veneração, mas com certeza à sua história foi acrescentada a amálgama de veneração a deuses dos hindus aliada às personificações de ideias e sua deificação pelos gregos. O Mahayana tem um sem fim número de Bodisatvas.

https://gl.wikipedia.org/wiki/Greco-budismo#O_Greco-Budismo_e_o_xurdimento_da_Mahayana

https://pt.wikiversity.org/wiki/Introdu%C3%A7%C3%A3o_ao_Budismo/Hist%C3%B3ria_do_Budismo#A_ascens%C3%A3o_do_Budismo_Mahayana

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